Capítulo 139 - Do pesadelo ao alívio
Um completo pesadelo!!
Era isso o que Sara gostaria que fosse toda aquela situação, mas infelizmente não se tratava disso. O ocorrido de horas atrás na casa abandonada tinha sido real, real demais e desesperador demais pra morena. Daquele confronto entre Grissom e o outro sujeito, o supervisor foi o que saiu na pior. Enquanto um disparo acertou-o em cheio na barriga, o outro pegou apenas de raspão na perna do outro sujeito. Os policiais que haviam invadido o porão após ouvirem os disparos renderam imediatamente o suspeito arrancando dele a arma que tinha ficado em seu poder. Paramédicos foram acionados mais que depressa pelo detetive pra levarem tanto Grissom quanto o outro sujeito ferido para um hospital, e em poucos minutos a ambulância chegava a casa para levar os feridos.
Agora, cá estava ela, há um bom tempo andando nervosamente de um lado para o outro daquela sala de espera do Desert Palms e nada de alguém vir lhe dizer algo sobre Grissom. Instantes atrás, Catherine e os demais haviam ligado para seu celular assim que a notícia do ocorrido chegou ao laboratório. Eles lhe bombardearam de perguntas, querendo saber desesperadamente como tudo aconteceu e também informações a respeito do supervisor. Ainda nervosa com toda aquela situação, Sara contou muito por alto como as coisas aconteceram e depois finalizou dizendo que até o momento, não sabia nada a respeito do estado de Grissom desde que ele fora levado para a emergência. Mas, prometeu a Catherine e aos outros quando ligaram que assim que tivesse notícias ligaria para eles. A ligação foi encerrada e aquela espera por alguma notícia que não vinha, começou a deixar Sara mais e mais nervosa.
O tempo foi passando e em determinado momento, Sara viu o outro sujeito que fora baleado, aparecer algemado e escoltado por dois policiais que o levariam para a delegacia após ter sido atendido na emergência. Como o ferimento dele tinha sido apenas superficial, não houve motivo pra interná-lo e desse modo, ele seria levado para o lugar que lhe era de direito: a cadeia!
_Alguma notícia? – O detetive que tinha vindo junto com os outros policiais escoltando o outro sujeito, chegou até a morena pra saber do supervisor. Ele estava desolado com o ocorrido. Conhecia Grissom de anos e não se perdoaria se algo pior acontecesse com o supervisor.
_Nada! Já tem tempo que Grissom deu entrada aqui e ninguém aparece pra me dizer nada. – Ela respondeu sem tirar os olhos do sujeito.
_Tomara que seu ex morra aquele infeliz! – Jack gritou pra ela enquanto era arrastado pelos policiais porta afora do hospital.
Nunca em toda sua vida desejou mal a alguém, mas naquele momento, ela se viu desejando isso aquele sujeito que queria o mal de Grissom.
_Não dê ouvidos ao que esse sujeito disse, Sara. Tenho certeza que o Grissom vai sair bem dessa. – O detetive tocou seu ombro tentando dar algum conforto a Sara.
_É o que eu mais quero.
_Estou indo para o DP levar esse sujeito. Preciso que compareça lá o mais breve possível para dar seu depoimento do que houve.
Ela apenas assentiu. Sabia que teria que fazer isso, mas seria depois, porque agora nada e nem ninguém lhe fariam arredar o pé daquele hospital sem antes saber sobre o estado de Grissom.
Assim que o detetive se foi, a morena se viu sozinha novamente naquela espera angustiante. E enquanto ninguém aparecia para lhe dizer algo, Sara rezava pra que nada de pior acontecesse com Grissom que já chegara ali desacordado.
‘’ Jamais me perdoaria se te perdesse... Do mesmo jeito que perdi a Susan. Não saberia como... Viver num mundo onde você não estivesse mais Sara!... Eu te amo demais!’’
Com os olhos marejados, ela recordou-se das últimas palavras que Grissom lhe dissera antes de perder os sentidos, pouco antes de a ambulância chegar.
‘’Deus que ele fique bem!’’, era o que ela pedia silenciosamente enquanto enxugava algumas lágrimas teimosas, que agora escorriam por seu rosto. Nesse momento, tudo que mais desejava era vê-lo são e salvo. Livre de qualquer perigo que fosse!
A atual situação da relação deles não era das melhores, mas ela ainda seguia amando-o apesar de continuar nutrindo também aquele sentimento horrível de mágoa. Mas esquecendo um pouco da mágoa e falando do amor, esse sentimento tão genuíno que por mais que tentasse, ela não conseguia mudar ou esquecer. Amá-lo parecia ser algo que duraria eternamente!
Ela o amava tanto que naquele instante, uma única certeza ecoava em sua mente, a de que não suportaria perdê-lo, na verdade, não queria era perdê-lo. Viu-se mandando para bem longe toda aquela mágoa. Não queria mais saber dela! Aquele sentimento tinha se dissipado e agora tudo o que ela conseguia sentir por aquele homem que foi capaz de arriscar a própria vida pela dela, era amor em sua totalidade! Sem mágoa ou ressentimento.
Ela se pegou lembrando-se do momento em que estavam no carro dele e ele lhe deu o presente que comprou para o bebê. O sorriso bobo e olhar brilhante ao lhe estender aquela caixa e depois contar sobre sua ida a loja onde comprou aquele ‘’mimo’’, era algo que ela não esqueceria tão cedo. Parecia até que estava diante novamente, daquele homem apaixonante que roubou seu coração sem ao menos ela querer.
A espera de Sara naquela sala durou só mais algum tempinho até que o médico apareceu ali.
_Olá!... A senhora é parente do homem baleado que deu entrada no hospital?
_Sou ex-mulher dele. Como ele está?
_Ele passa bem. – Informou o experiente médico e isso foi à melhor coisa que Sara poderia escutar. _Tivemos que fazer uma cirurgia nele para extração da bala. Felizmente o projétil não atingiu nenhum um órgão vital e agora, o estado do seu ex-marido é estável. Ele está sendo levado para um quarto, gostaria de vê-lo?
_Se for possível.
_Me acompanhe, por favor!
Ela assentiu e enquanto acompanhava o médico, agradecia aos céus por nada de pior ter acontecido ao supervisor. Não demorou nada e ela já entrava logo depois do médico num quarto. Uma enfermeira checava o aparelho de monitoramente dos batimentos cardíacos de Grissom e alguns outros aparatos que estavam por ali.
_Como estamos, Brittany?
_Tudo Ok, doutor!
_Ótimo!
Pedindo licença, a enfermeira saiu deixando apenas Sara e o médico.
_Ele não corre nenhum perigo, corre? – Seus olhos se mantinham fixos no supervisor deitado e adormecido. Senão fosse pelo aparato que o monitorava e também pelo seu abdômen todo enfaixado, ela poderia dizer que ele estava simplesmente descansando de um turno exaustivo. Bem que poderia ser apenas isso mesmo!
_Fique despreocupada quanto a isso. Ele está fora de qualquer perigo!
‘’Graças a Deus!’’
_Por conta da sedação ainda vai levar algumas horinhas pra ele acordar.
_Eu posso ficar aqui com ele até que acorde?
O doutor pareceu pensar um pouco.
_Bem... Isso não é algo que eu costumo permitir, mas vou abrir uma exceção dessa vez, porque algo me diz que a senhora não aceitará uma negativa como resposta, estou certo?
_Sim, está! – Ela afirmou sem titubear. Não tinha a menor chance de sair dali e deixar Grissom sozinho. O médico até poderia lhe negar permissão pra ficar, que ainda assim, ela ficaria. Nem que fosse plantada do lado de fora daquele quarto, mas ficaria ali!
O médico sorriu sem que Sara visse. O bom homem imaginou que talvez aquela mulher e o sujeito naquela cama, fossem um daqueles casais que fogem a regra e mesmo após o divórcio mantêm uma boa relação.
Se ele soubesse que até bem pouco tempo atrás, aquela mesma mulher não queria nem conversa com aquele homem a quem agora ela era só preocupação, o bom médico ficaria um tanto surpreso com a situação presenciada agora.
_Providenciarei os papéis e os trarei em instantes para que assine. - O médico informou antes de deixar o quarto.
Assim que se viu sozinha após a saída do médico, foi que Sara ousou aproximar-se o suficiente para estar bem ao lado do leito de Grissom. Antes disso, ela manteve-se o tempo todo há certa distância de onde ele se encontrava, apenas olhando-o como se ELE fosse à única coisa que houve ali naquele quarto!
Agora prostrada ao lado dele, seus olhos puseram-se a fitar o rosto do supervisor, depois desceram até seu abdômen enfaixado pra tão logo estarem retornando para encarar seu rosto adormecido. Quão bom era estar olhando novamente de perto para aquele rosto, sabendo que estava bem depois do susto horrível de horas atrás.
De repente, lhe caiu a ficha enquanto o olhava. Já fazia um tempo razoável desde a última vem em que pode ficar assim... Olhando de tão perto pra ele. Nos últimos tempos não costumava sequer lhe dirigir um olhar que fosse quanto mais encarar seu rosto, mas ela tinha motivos pra isso. Imediatamente, balançou a cabeça pra afastar aqueles motivos que agora eram impertinentes demais pra serem lembrados. O momento não era para aquelas lembranças de gosto tão amargo pra ela!
Ela sentiu sua mão formigar pra tocar a dele e ia tocá-la, mas o retorno do médico ao quarto, lhe fez recuar naquilo que pretendia fazer. Então, virou-se para ver o bom médico vir até ela.
_Trouxe os papéis! – Ele anunciou, estendendo-lhe uma prancheta.
Tão logo Sara pegou a prancheta da mão do médico e já a devolvia no segundo seguinte. O homem deu uma checada nos papéis e ao constatar que estava tudo certo, disse à morena que ao amanhecer viria ver como estava o paciente.
Novamente sozinha com Grissom, Sara fez o que segundos atrás estava prestes a fazer, mas não pode por conta da chegada do médico. Ela segurou a mão de Grissom e sentiu um alívio tão grande por ele estar ali... Vivo! Livre de qualquer perigo segundo o médico lhe afirmara. Mais uma vez, agradeceu aos céus por esse fato, pois no momento em que viu Grissom cair de joelhos diante do tal Jack logo após aqueles dois disparos efetuados e notou o sangue começar a manchar a camisa azul clara do supervisor, Sara se desesperou. E quando, ele desmaiou em seus braços após aquela ‘’declaração’’a qual a morena tinha certeza de que jamais esqueceria, ela temeu pelo pior. Sentiu um medo absurdo ao pensar que aquele fosse o ‘’fim da linha’’ para o supervisor, após seu ‘’ato heróico’’ de tentar salvar a vida dela.
Ele não podia ir assim!
Não podia sair de sua vida desse modo e pra sempre!
Não! Definitivamente, não!
E ainda bem que alguém lá em cima atendeu suas preces de não levá-lo e permitiu que aquele não fosse o fim de tudo... Pra sempre!
_Não faz idéia do quanto estou aliviada e... Feliz por você estar vivo, Grissom, porque... Eu acho que também não saberia como viver num mundo onde você não estivesse mais! – Ela confessou, repetindo com toda a sinceridade do seu coração, as palavras que ele havia lhe dito antes de desmaiar em seus braços.
‘’... Eu colocarei meu orgulho de lado
Agora já chega, sofri e vi a luz... ’’
(Angel – Aerosmith)
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