Any estava que não se cabia de tanta alegria desde que Sara lhe dissera que estava grávida, ontem à noite. Mesmo que houvesse a dúvida acerca de quem fosse o pai desse bebê, ainda assim, a babá estava feliz com a notícia e empolgada. Tanto que fez uma mesa de café da manhã pra um batalhão de gente.

_Você não acha que exagerou um pouquinho nessa mesa do café da manhã, Any?

_Você está grávida e agora precisa se alimentar direito, Sara.

_Mas assim não é me alimentar direito, é me entupir de comida! E eu não quero ficar obesa, Any!

_Não seja exagerada! - Any sorriu e Sara fez o mesmo que a babá._Come vai!

_Pra ser bem sincera não estou com fome. - Sara fez uma careta. Seu estômago estava embrulhando somente de estar ali à mesa sentindo o cheiro daquela diversidade de coisas posta.

_Você tem que comer, Sara.

_Eu sei perfeitamente disso, mas o que posso fazer se esses enjôos não me deixam comer. Isso é o horrível! Quando fiquei grávida da Liv não senti essas coisas.

_Vai ver que está sentindo dessa vez porque o pai do seu bebê não deve ser o mesmo pai da Liv! - Any piscou pra Sara e levantou-se da cadeira pra levar sua xícara para a pia.

*****

Era por volta das dez e meia da manhã, quando Nick acompanhado de Sara estacionou o carro diante da entrada do Hotel Regente. Ambos tinham vindo atrás do garçom pra descobrir se a suspeita de Nick tinha cabimento ou não. Esperavam sair dali com tudo esclarecido, mas sabiam que corriam o risco disso não acontecer, no entanto, não desistiriam de arrancar a verdade daquele sujeito.

_Vamos?

_Agora!

Os dois desceram do carro e seguiram para dentro do Hotel, indo direto para o restaurante do lugar. Uma olhada atenta a cada garçom que por ali circulava e Sara não encontrou o que lhe atendeu aquele dia.

_Ele não está aqui!

_Tem certeza, Sara?

_Sim. Eu me lembro dele muito bem. Sou ótima fisionomista, sabe disso.

_Que tal perguntarmos a alguém sobre ele? Vai ver o cara tá de folga hoje ou quem sabe, está na cozinha do restaurante.

Ela assentiu ao amigo e ambos foram até um garçom que estava parado mais adiante.

_Oi!! - O homem olhou pra perita. _Eu estou procurando um colega de trabalho seu, mas não o estou vendo por aquilo. Será que pode me ajudar a encontrá-lo? - Sara indagou ao homem que guardava seu bloquinho de papel onde anotava algo.

_Claro, senhora. Como ele se chama?

Sara contou que não sabia o nome do sujeito, mas o descreveu fisicamente ao garçom que de imediato soube de quem a mulher falava.

_A senhora está procurando o Joel Rodriguez, mas ele não trabalha mais aqui.

_Não?? - Sara olhou com decepção para Nick parado ao seu lado.

_Não!! Há um mês ele pediu demissão. O que de imediato causou estranheza em todos, porque ele vivia dizendo que precisava manter-se no emprego pra juntar uma grana considerável pra custear a operação que o filho pequeno precisava fazer e que salvaria a vida do menino.

_E ele não disse o porquê de pedir demissão se precisava tanto manter-se no emprego? - Nick questionou achando aquilo realmente estranho.

_É que ele conseguiu toda a grana que precisava. Mas é curioso isso porque pelo que sabíamos ainda faltava uma boa bolada pra isso. Perguntamos a ele como havia conseguido a grana que faltava e ele contou que um cara lhe pagou pra fazer um serviço aí, só que não deu detalhes.

Nick e Sara trocaram um olhar. Será que esse serviço era o que eles estavam achando mesmo?

Um cliente do restaurante fez sinal para o garçom.

_Se vocês me dão licença, eu preciso voltar ao meu trabalho.

_Espera. Antes de você ir pode me dizer onde esse Joel mora? É que preciso muito falar com ele a respeito de um assunto importante.

O garçom rapidamente anotou em seu bloquinho de papel o endereço do antigo companheiro de trabalho e destacando a folha, estendeu-a a Sara.

_Muito obrigada.

_De nada, senhora. Com licença.

O garçom foi atender o cliente que havia lhe chamado enquanto Sara e Nick, seguiram pra saída do restaurante. Ambos com o mesmo pensamento de que estavam no caminho certo pra descobrir a verdade.

_Tô começando a achar que minhas suspeitas podem estar certas Sara.

_A gente precisa achar esse cara, Nick. Vamos a casa dele agora?

_Vamos lá!

Em pouco mais de vinte minutos, eles estavam batendo na porta de uma casa simples, localizada num bairro humilde.

_Acho que não tem ninguém em casa, Sara. - Afirmou Nick após bater pela terceira vez na porta e ninguém vir atendê-la.

_É o que parece!

_Estão procurando o Joel?

Os dois peritos se viraram pra encontrar uma senhora parada na calçada em frente à casa que estavam.

_Sim. A senhora sabe nos informar onde ele está? Precisamos muito falar com ele. - Nick disse aproximando-se da mulher mais velha e sendo seguido por Sara.

_Ele e a família viajaram as pressas pra Michigan, meu filho. Joel conseguiu o dinheiro que faltava para o garoto dele fazer uma cirurgia nessa cidade. E segundo o que Joel me disse, eles por um bom tempo ficarão pra lá.

_A senhora não teria o novo endereço dele, teria?

_Infelizmente não, meu filho. Por quê?

_Queríamos que ele nos esclarecesse um assunto, só que pelo visto vai ser um pouco difícil já que ele viajou. Mas mesmo assim agradecemos a sua gentileza em nos prestar essas informações, senhora. Muito obrigado. Vem, Sara!

Os dois amigos caminharam de volta para o carro de Nick estacionado mais adiante de onde conversaram com a senhora. Já dentro do veículo, Sara demonstrou seu total desapontamento com aquela situação toda. Quando parecia que estava perto de desmontar toda a história envolvendo aquele fatídico dia, o cara que seria o possível responsável por esclarecer os fatos, simplesmente viaja após conseguir um dinheiro por um serviço.

_Eu não posso acreditar nisso, Nick! - Jogando a cabeça pra trás e deixando-a cair no encosto do carro, Sara murmurou desolada. _Estávamos tão perto de possivelmente esclarecer as coisas.

_Pois é!... Mas sabe de uma coisa, Sara?... Ao que parecem, minhas suspeitas tinham fundamento. Dylan molhou a mão do garçom pra colocar algo na sua bebida e você apagar completamente pra assim, ele ter como armar todo aquele flagrante que o Grissom te deu. Só não temos provas concretas disso.

_Nunca imaginei que o ele fosse tão baixo assim. Faz todo sentido essa situação que você descreveu ainda que não tenhamos prova ou confirmação disso... Eu acho que foi exatamente assim que tudo aconteceu naquele dia, Nick.

Eles haviam descoberto a verdade, porem não tinham como prová-la já que não tinham idéia do paradeiro do garçom.

_E se for assim mesmo como tudo leva a crer que seja... Então esse bebê que você espera só pode ser do Grissom, porque não acredito que Dylan tenha sido tão canalha a ponto de tocar em você enquanto estava desacordada.

A morena olhou para o amigo e não disse nada.

*****

Enquanto dirigia para o trabalho naquele início de noite meio nublado, Sara recordava da breve conversa que tivera com Any antes de sair de casa, minutos atrás.

''Agora que você já tem quase certeza de que esse bebê é do Grissom, vai contar a ele?''

''Não sei se devo fazer isso.''

''Por que não?''

''Depois de eu ter mentirosamente admitido que dormi mesmo com o Dylan, duvido muito que o Grissom acreditará que esse filho é dele e não do Dylan!''

''Mas é só contar o que Nick e você descobriram a respeito do garçom.''

''Any, ele não vai acreditar! Não temos como provar isso do garçom.''

''Sara... Você tem que contar ainda que o Grissom não acredite.''

Será que ela deveria mesmo contar e ser testemunha da desagradável reação dele lhe dizendo um sonoro: Eu não acredito que esse filho seja meu!

_Quer saber de uma coisa?... Eu vou contar e se ele não acreditar o problema é dele. Esse bebê fica sendo somente meu e de mais ninguém! - Sara decretou desligando o carro após estacioná-lo em sua vaga no laboratório e posteriormente, saiu do veículo e seguiu para dentro do seu local de trabalho.

Como ainda faltavam uns bons minutos antes do turno começar, a morena decidiu logo procurar Grissom pra lhe contar naquele momento e ali mesmo sobre o bebê que esperava. Se era pra fazer isso que fosse logo agora então!

Ela seguiu direto pra sala dele e ao chegar diante da porta entreaberta, viu pela fresta que o supervisor não se encontrava sozinho, Teri estava ali na sala com ele. Vê-los juntos fez imediatamente Sara desistir de querer contar sobre o bebê e qualquer outra coisa que fosse, e saiu dali o mais depressa que conseguiu.