Capítulo 11 - Almoço Parte 2 - Provocações e tentando conversar
Lind e Liv já tinham almoçado e agora se encontravam brincando no quarto da loirinha. Na sala de estar os adultos estavam à mesa almoçando animadamente. Conversavam e riam das palhaçadas de Greg. Até o presente momento o almoço seguia numa boa e sem nenhum tipo de provocação entre Grissom e Sara, pois ambos sequer se dirigiam a palavra. Sara resolveu dar uma trégua e hoje não provocaria seu chefe, porque não queria estragar a comemoração dos amigos e também, porque queria passar um dia agradável com os mesmos ali presentes, então achou melhor ignorar a presença de Grissom ali.
Já o supervisor por enquanto fazia o mesmo em relação a morena e se mantinha calado com ela. O pessoal ali até estava achando meio estranho aquele clima calmo e tranquilo entre os dois brigões, já que a coisa mais difícil de acontecer, era um não provocar ou brigar com o outro nem que fosse uma única vez só. Mas estavam agradecidos pelo fato ainda não ter acontecido. O que eles não sabiam é que essa calmaria terminaria logo, logo.
Em certo instante Catherine percebeu que em nenhum momento sequer durante o almoço Sara tocou na carne, a morena só comia as outras coisas. Intrigada com isso a loira questionou o motivo pelo qual a colega não comia a carne.
_Eu sou vegetariana, Catherine. Não cheguei a te falar isso?
_Não que eu me lembre.
_Então me desculpe por não dizer.
_Tudo bem, eu só achei curioso o fato de não ter tocado na carne e quis saber por que.
_Desde quando você é vegetariana, Sara?
_Desde a adolescência, Greg.
_E você não sente falta de comer carne?
_Não, Warrick. Eu já me acostumei.
_Mas reparei que sua filha come, não é? - Catherine observou.
_Sim, porque ela ainda é pequena e precisa dos carboidratos da carne. Quando Liv crescer, decide se quer ou não ser vegetariana como eu.
Grissom que até então estava calado decide fazer um comentário nada inocente à respeito de Sara ser vegetariana.
_Agora entendi porquê você é magra e pálida desse jeito. Não come carne, só mato. - ele tomou seu suco e olhou para ela com a cara mais tranquila do mundo, como se não tivesse dito nada de mais.
_Grissom!! - Catherine chamou a atenção dele em tom de censura.
_O que é? - ele encarou a loira fingindo inocência.
_Isso é coisa pra se dizer?
_Eu só disse a verdade, Cath. Basta olhar pra ela para comprovar o que falei.
Sara olhava pra Grissom com um olhar assassino. Respirando fundo, ela contou mentalmente até dez pra não esganar seu chefe, ou melhor, ainda matá-lo ali mesmo na frente de todos. E só depois que fez isso, Sara disse à ele:
_Ô ignorante, eu sou vegetariana e não cavalo igual à você pra comer só mato!
Greg não se conteve e deu uma gargalhada alta pelo que Sara disse. Porém, o jovem do grupo parou de rir assim que Grissom lhe lançou um olhar com uma cara nada boa.
_O que você disse? - o supervisor fitou agora sua subordinada insolente de maneira séria.
_Você ouviu muito bem, porque não é surdo.
_Me chamou de cavalo, foi isso?
_Tá vendo como ouviu!
_Podem parar. - intrometeu-se Catherine naquela discussão dos dois. _Grissom isso é bem feito pra você. Quem fala o que quer, ouve o que não quer.
_Você está concordando com ela? - ele diz com descrença para a velha amiga. _Também me acha um cavalo, é isso?
_Não distorça as coisas. - defendeu-se a loira.
_Catherine, eu só fiz um comentário e já ela me insultou.
_Comentário uma ova, você me fez foi me insultar.
Enquanto os dois estavam 'entretidos' trocando farpas, Warrick aproveitou e comentou baixo com Greg, que estava ao seu lado e ainda ria do que Sara havia dito a Grissom:
_Estava bom demais pra ser verdade esses dois não brigarem.
_É verdade, mas sabe que assim têm mais graça de vê-los? - o jovem disse rindo mais.
Nick que já não estava gostando nada daquela briga e achava que geralmente o chefe e a amiga exageravam nelas, chamou a atenção deles.
_Ei, vocês dois dá pra pararem com isso? - Sara e Grissom olharam para o moreno. _Mesa não é lugar de ficar discutindo e muito menos trocando provocações.
_Isso mesmo, Nick! - concordou Catherine.
_Vocês todos viram que foi ele quem começou. Eu estava quieta no meu canto, sem falar com ele.
_Grissom, você devia pedir desculpas à Sara pelo que disse. - sugeriu Catherine.
_Se ela também me pedir talvez, eu peça.
Sara abriu a boca incrédula com a cara de pau daquele sujeito em querer que ela lhe peça desculpas, quando foi ele quem o primeiro que cometeu uma grosseira ali.
_Eu não vou fazer isso. Foi você quem começou com essa palhaçada toda.
_Desse jeito vocês vão acabar estragando o nosso almoço que estava tão bom.
_Ao contrário, Nick, agora é que tá ficando bom. - Greg ria, mas parou na mesma hora em que Cath, Nick, Sara e Grissom lhe lançaram um olhar mortal. _Brincadeirinha! - apressou-se em dizer o jovem.
Any que até então estava só observando tudo aquilo, deu uma sugestão pra acabar com aquela briga de uma vez.
_Por que vocês não se ignoram como vinham fazendo antes e continuamos com o almoço alegre de minutos atrás?
_Boa, Any! - Nick aprovou a sugestão da jovem.
_Vocês não têm que dizer isso à mim e sim, ao limão aí que pelo visto hoje veio disposto a me provocar. Primeiro diz a minha filha que sou maluca e agora saí com essa dizendo que sou magra demais, porque como só mato.
_Eu só disse a verdade nas duas ocasiões.
_Tá bom, Grissom. - sua amiga Catherine lhe lançou um olhar recriminador. _Vamos continuar o nosso almoço, já chega dessa discussão.
XXXXXXX
Sara estava na cozinha lavando as louças do almoço e Catherine arrumava a mesa onde eles haviam almoçado ainda pouco. As crianças estavam agora com Any no jardim e os homens na sala falando sobre esportes. Assim que a loira acabou seu serviço foi até onde Sara estava.
_Sara vou lá em cima no meu quarto rapidinho, mas já volto. Se importa de ficar sozinha só uns instantes?
_Claro que não vai lá.
_Não vou demorar.
Poucos instantes após Catherine sair, Grissom apareceu na cozinha. O supervisor tinha ido pegar uma cerveja pra ele. Quando entrou, viu que Sara se encontrava ali sozinha lavando a louça de costas pra ele.
_Pelo visto Catherine te empurrou a tarefa de lavar as louças, não é?
Ele lhe dirigiu tais palavras enquanto abria a geladeira e pegava uma garrafa de cerveja.
Grissom e Catherine eram amigos de longa data, então o supervisor sentia-se bem à vontade na casa da loira pra mexer nas coisas, assim como, Cath também se sentia da mesma forma na casa dele.
O supervisor esperou por alguma resposta de Sara só que esta não veio, então ele aproximou-se de onde a morena estava, escorou seu quadril na pia e ficou encarando Sara um tempo até perguntar:
_O gato comeu sua língua? Não vai me responder, não?
Ela olhou pra ele e sendo curta e grossa lhe disse:
_Não estou a fim de falar com você. - voltou a sua atenção ao prato que lavava.
O homem revirou os olhos pela resposta atravessada dela. Sempre sendo grosseira com ele. Aquilo não era nenhuma novidade vindo dela.
Mantendo-se calado, Grissom ficou observando-a lavar a louça e do nada se recordou de alguém que costumava fazer muito aquilo quando vinham a casa de Catherine. E sem saber o porquê, o supervisor resolveu compartilhar tal lembrança com Sara.
_Minha esposa costumava fazer esse serviço quando vínhamos todos almoçar aqui. Lembro-me que sempre sobrava pra Susan lavar as louças, porque Catherine detesta tal tarefa.
Após confidenciar tal fato à Sara, o supervisor ficou momentaneamente encarando de maneira distante e triste um ponto qualquer da cozinha, enquanto recordava da esposa lavando louças ali naquela cozinha.
De canto de olho, Sara fitou seu chefe sem entender bem qual era a intensão dele em ficar lhe dizendo tais coisas.
Ainda doía e muito em Grissom a ausência de sua esposa. Às vezes, ele tinha a impressão de que ouvia a voz suave de Susan chamá-lo, rompendo assim o silêncio da casa deles, ou então sentia o perfume inebriante que sua amada esposa costumava passar após sair do banho.
Susan foi sua vida, seu coração que acabou sendo arrancado brutalmente dele. E logo que ela morreu as noites passaram a ser uma completa tortura para o supervisor. Depois, Grissom foi se acostumando com a solidão. Só que ainda era muito difícil acordar e ver o outro lado da cama vazio.
Ele aspirou e soltou o ar dos pulmões pesadamente, depois tomou um gole de sua cerveja. Voltando a realidade de onde se encontrava.
_Mas agora pelo jeito essa tarefa, ela empurrou pra você.
Sara continuou calada só lavando a louça.
_Não vai falar comigo mesmo?
_O que te deu hoje, hein? Geralmente sou eu quem te provoca, mas hoje você tirou o dia pra fazer isso comigo, não é?
_Um dia da caça, outro do caçador. - retrucou o homem. _Mas pra sua informação, agora não estou te provocando, estou tentando conversar com você e nem sei por quê.
_Então não tente, porque eu não quero conversa com você. Por um triz você não acaba estragando o meu sábado com aquela sua infeliz provocação à mesa.
Sara detestava que fizessem piadas ou qualquer outro tipo de 'brincadeiras' por ser vegetariana.
_Já disse que foi só um comentário. Além disso, você também quase estraga o meu dia ao chamar-me de cavalo.
Ela fica um tempo em silêncio pra depois dizer:
_Tenho que reconhecer que foi horrível o que eu disse.
Grissom a olha espantado por Sara ter dito aquilo.
_Que bom que...
Mas ela o interrompe no meio do que ele ia lhe dizer.
_O pobrezinho do cavalo não merece tal comparação. Ele é bem melhor que você. - Sara acaba de lavar as louças naquele instante e lança um olhar para o supervisor.
_O que você quer dizer com isso? - ele tinha uma das sobrancelhas erguidas ao falar com Sara.
_Descubra sozinho.
_Por acaso você está insinuando que sou um grosseiro, é isso?
_Preciso mesmo responder?
_Se eu sou grosso, você também é.
O que tinha dado nele pra de uma hora pra outra ter desatado a falar tanto com ela?
_Eu? Grossa?
Catherine chegou à cozinha e topou com os dois se encarando feito dois cães de briga.
_Vocês já estão brigando de novo?
_Ainda não, mas logo vamos começar a fazer isso, porque ele está me chamando de grossa.
A loira olhou para seu amigo esperando que ele dissesse algo só que ele não fez isso.
O supervisor simplesmente tomou o restante de sua cerveja e se encaminhou a saída da cozinha, tendo as duas mulheres ali olhando- atentamente. Quando chegou à porta, ele virou-se e falou pra Sara:
_Sabe, descobri hoje que apesar de chata, grossa e maluca, você pode ser uma boa pessoa.
Sara estranhou aquele papo dele.
_Não me diga?! E como chegou a essa conclusão, limão?
_Conhecendo sua filha. Ela é uma garotinha muito encantadora, esperta e inteligente, só tem um defeito nela... Herdou o péssimo gênio da mãe, que no caso é você.
Dito isso, ele saiu da cozinha. Sara olhou passada pra Catherine que exibia um meio sorriso pelas palavras do amigo. Parece que Grissom havia gostado da filha de Sara.
_Eu posso com isso? É brincadeira! Ele fala mal de mim e depois diz que sou uma boa pessoa. Dá pra acreditar?
_Pior que dá.
_Acho que ele está bêbado isso sim.
_Não. Grissom está bem lúcido. Isso foi o efeito da sua filha nele. Ele gostou dela e isso o fez mudar um por cento do que achava de você.
_Gostou dela? Sei!
A loira riu do jeito incrédulo que a morena falou.
_É sério, acredite em mim. Os dois parecem ter se dado bem, pois ficaram um bom tempo conversando, enquanto você não chegava. Pode perguntar a Any depois.
_Conversou tanto com ela pra depois quando soube que ela era minha filha, dizer que ela era filha da maluca da Sara. Liv me contou quando cheguei, só não fui tirar satisfações com ele, porque estou na sua casa. Senão ele ia ver só.
_Ok, vamos esquecer isso e voltarmos pra sala, porque os outros estão lá conversando.
O restante da tarde foi divertida. Conversaram animadamente e claro que de vez enquando Grissom e Sara trocavam provocações um com outro. Aquilo era impossível de não acontecer. Quando foi no fim da tarde cada um foi tomando o rumo de sua casa.
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