Capítulo 108 - Não quero você mais dentro da minha casa
Quando Sara retornou a sala de descanso só encontrou Nick ali. A pedido dele, Catherine o pôs no mesmo caso com Sara, a fim de que ele, como melhor amigo da morena, conseguisse saber dela o motivo dessa briga que fez com que Grissom nem viesse trabalhar.
_Temos um roubo seguido de morte, vamos??
Nick achou por bem não abordar a amiga a respeito do que tinha acontecido, naquele local. Deixaria isso pra quando estivessem longe das paredes daquele laboratório.
_Vamos!
Uns bons minutos depois e os dois amigos já se encontravam dentro do carro de Nick, a caminho da cena de crime deles.
O silêncio dentro do veículo era enorme. Nick vez ou outra arriscava uma olhadela de canto de olho para a amiga e a flagrava olhando tristemente pela janela do carro.
_Por que não me conta o que houve realmente, Sara?? - Nick a indagou calmamente. _ Sou seu amigo. Estou aqui pra te ouvir.
Ela precisava se abrir, desabafar com alguém e Nick era a pessoa certa pra isso. Ele era seu amigo quase irmão e sendo assim, não ficaria contra ela, pelo menos ela assim acreditava.
_Grissom acredita que eu tenho um caso com o Dylan. - Elaa murmurou olhando para o amigo.
Nick franziu a testa e olhou rapidamente pra amiga pra depois voltar novamente sua atenção pra pista.
_Mas isso é um absurdo. Por que ele acha isso?? - Indignou-se o moreno com aquilo.
Sara desviou o olhar do amigo e se pôs a encarar a vista pela janela do carro. E assim, sem coragem de olhá-lo, ela então lhe respondeu:
_Porque me pegou na cama do Dylan!
*****
No carro de Catherine, ela ouvia calada a troca de conversa entre seus dois companheiros de trabalho que especulavam a respeito do ocorrido instantes atrás na sala de descanso.
_A briga deles deve ter sido por um motivo bem sério para o Grissom não nem vir trabalhar.
_Ah! Com certeza, Warrick. Viu a cara da Sarinha?? Estava péssima.
_Qual terá sido a razão da briga??
_Não faço idéia. Mas o Jim pelo visto faz.
_Ei, Cath, o que você acha que causou a briga dos dois??
_Não sei Warrick, mas tenho pra mim que isso é muito mais sério do que pensamos. - A loira respondeu seriamente após estacionar em frente ao local onde eles trabalhariam.
*****
_Aquele cara armou pra você, Sara. - Nick afirmou sem quaisquer resquício de dúvida logo após Sara relatar os fatos ocorridos.
Em momento algum passou pela cabeça de Nick que a amiga tivesse traído Grissom. Conhecia Sara e sabia bem que ela não era esse tipo de mulher. Sua amiga amava Grissom e não sentia mais nada pelo ex-marido. E sendo assim, era óbvio que ela não teria caso algum com Dylan e tampouco se deitaria com ele.
_Será que ele nunca vai entender que você não quer mais nada com ele?? ... Minha vontade é ir até ele agora mesmo e arrebentar aquilo que ele chama de cara.
Nick estava possesso com tudo aquilo. O ex de sua amiga tinha ido longe demais com aquela armação toda.
_Você não é o único com essa vontade, acredite!
_O que pretende fazer contra ele, porque você tem que fazer algo. Olha o que ele fez?? Praticamente arruinou seu casamento com o Grissom. Tem que tomar alguma providência contra esse sujeito.
_E eu vou, Nick. Pode ter certeza que o Dylan vai se arrepender amargamente do que fez. - Sara decretou firmemente.
*****
Foi difícil pra ela durante o turno todo se focar somente no trabalho e fazer seu serviço como era de seu costume. Seu corpo estava ali no laboratório, mas a cabeça e os pensamentos se encontravam bem longe dali mais precisamente, em seu marido.
E quando o fim do turno chegou foi um alívio imenso pra ela, mas também foi o começo de um interrogatório por parte de seus amigos principalmente, de Catherine.
Todos queriam saber o que houve, mas ela não estava com cabeça pra falar sobre o ocorrido e nem pra ser subjugada por eles, pois sabia que corria o grandíssimo risco disso acontecer.
_Olha, entendo que vocês queiram saber o que aconteceu, mas eu não quero falar por enquanto, me desculpem.
Foram as palavras de Sara antes de se levantar da cadeira em que se encontrava e sair da sala de descanso após o anúncio do término do turno por parte de Catherine.
Os que não sabiam do acontecido olharam imediatamente pra Nick assim que Sara saiu da sala. Eles queriam respostas que com certeza o moreno tinha.
_Não me olhem porque não vou dizer nada. Ela é quem deve fazer isso. Tchau! - Despediu-se Nick.
_Olha, a coisa é realmente séria.
_E eu não tô gostando nada disso, Greg! - Catherine comentou olhando com uma cara nada boa para o CSI mais novo e também para Warrick.
*****
No mesmo instante em que Sara estacionava o carro em frente a sua casa, ela viu Dylan descer de um táxi mais adiante.
''Eu não tô acreditando nisso!''
Nem bem ela desceu do carro e Dylan já veio em sua direção estampando um sorriso.
_Oi! Vim buscar a Liv pra levá-la a escola. - Ele se dirigiu a ex-mulher com um sorriso largo.
Aquela cara de pau que ele teve ao vir falar com ela, desmanchando-se em um sorriso que embrulhou o estômago de Sara, fez o sangue da morena ferver e sem contar conversa ela lhe acertou um tapa forte e estalado que desmanchou de imediato o sorriso da cara de Dylan.
_É muito cinismo seu vir falar comigo depois do que fez. Some da minha frente, Dylan.
Ela ia passar por ele, mas Dylan a segurou pelo braço.
_Me solta! Não toca em mim de novo! - Ela gritou, puxando seu braço que era segurou pelo ex.
Dylan se retraiu com aquela atitude dela.
_Olha Sara se está se referindo ao que houve ontem, eu já disse que não tenho nada a ver com aquilo. Foi você quem quis ... quem começou.
_Cala a boca! Eu não acredito nada em você. E saiba, que eu vou cumprir exatamente tudo o que te disse semanas atrás que faria, se caso você aprontasse mais alguma coisa contra o meu relacionamento com o Grissom.
Na mesma hora Dylan se apavorou com aquilo. Lembrava-se perfeitamente do que a ex falava e se realmente ela estivesse falando sério quanto aquilo, seria uma tragédia pra ele.
_Você não teria coragem de fazer aquelas coisas. - Dylan murmurou recuando um passo.
_Pois você vai ver. A primeira coisa que vou fazer é pedir uma ordem de restrição. Não quero mais que chegue perto de mim um centímetro que seja, em hipótese alguma, Dylan. E depois vou fazê-lo ter suas visitas a Liv controladas a partir de agora, exatamente como disse que faria. Me dói envolver nossa filha nisso, porque ela não tem culpa de nada. Mas você me obrigou a esse extremo.
O desespero tomou conta dele. A situação não estava saindo como ele previa, estava fora do controle e tomando um rumo inesperado, o que não era bom para o lado dele.
_Não, Sara. Você não pode fazer isso comigo. - Ele tentou se aproximar novamente dela, mas Sara recuou.
_Não posso?? Você vai ver se não posso. Espere que muito em breve estará recebendo uma intimação da justiça. Agora sai da minha frente! Porque só de olhar pra sua cara me dá náuseas. - Ela o empurrou e passou por ele. Deu alguns passos e parou mais adiante só pra lhe dizer mais uma coisa. _Ah! Espere a Liv aqui fora. Não quero você mais dentro da minha casa.
Ela seguiu pra casa até cruzar a porta de entrada da mesma. Dylan acompanhou a ex-mulher com os olhos e um medo absurdo pelo que vinha pela frente, por conta daquilo que Sara disse que faria.
Quando se juntou com Teri pra elaborar e executar o plano de separar Sara de Grissom, Dylan acreditou piamente que as coisas sairiam exatamente como ele queria, ou seja, que Sara voltaria para ele. Só que pode ver agora com a atitude da ex, que não estava sendo bem assim.
Ele estivera tão obcecado em separar Sara de seu atual companheiro, que nem percebeu que se envolveu demais na armação daquele plano e isso deu margem a Sara pra sacar logo que seu ex havia montado toda aquela cena de ontem.
Dylan sabia que por mais que negasse veemente que não tinha nada a ver com o flagra, Sara não acreditaria em suas palavras, sua ex era assim. E ele a subestimou, achou que ela não desconfiaria de nada; achou erroneamente que Sara após toda mentira contada por ele de que ela tinha dado início ao momento de amor deles, acreditaria nele e assim correria para seus braços. Deu com os burros n'água!
Pelo que viu sua ex estava odiando-o e estava convicta de que ele tinha armado aquela situação toda, o que era verdade. Porém, mesmo com toda essa rejeição e a afirmação da parte dela de que cumpriria a ameaça feita semanas atrás, ainda assim, Dylan não se daria por vencido.
Ao entrar em casa, Sara encontrou a filha já descendo as escadas juntamente com Any que a levaria para escola.
_Cadê o Gil?? - A menina questionou após abraçar Sara.
De novo aquela pergunta!
E assim como fizera ontem, Sara mentiu a resposta, novamente. Disse a Liv que Grissom ainda não tinha voltado da viagem, mas em breve voltaria.
Antes que a menina perguntasse mais alguma coisa, a morena lhe disse que o pai da garota estava lá fora esperando pra levá-la pra escola. Liv imediatamente despediu-se da mãe e da babá. Depois sendo acompanhada pela segunda, ela foi levada até a porta pra ir ao encontro do pai que a aguardava do lá de fora da casa.
_Você não o deixou entrar, não foi??
_Não! Eu não o quero mais aqui dentro da minha casa, não quando eu estiver aqui. Dylan arruinou a minha felicidade. Eu o odeio por isso, Any ... e o quero ... longe de mim!
*****
Jim entrou em casa tentando fazer o mínimo de barulho pra não acordar Grissom que devia ainda estar dormindo já que o silêncio ali era enorme.
Ao largar o molho de chaves sobre a mesa da sala de estar, ele encontrou um pequeno bilhete de seu amigo.
Fui pro meu apartamento pra ficar sozinho.
Obrigado pela ajuda ontem e por me deixar passar a noite em sua casa, Jim.
_Não tem de quê, Gil.
Grissom se sentia um estranho naquela que até poucos dias atrás era sua casa. Quando se mudou dali pra casa de Sara, ele não pensava em estar de volta aquele apartamento pra morar nele. Pra ser sincero, ele sequer cogitava a idéia de voltar a morar ali. Pra ele, aquele apartamento já era passado. Porém, infelizmente, não foi assim e cá estava ele de volta a sua antiga casa, pra morar nela, porque obviamente ele não voltaria a morar com Sara. Pra Grissom, seu casamento com aquela mulher estava terminado ... tudo entre eles estava acabado!
Andando pelo apartamento, ele mais parecia uma alma perdida vagando sem rumo.
Estava tão ferido, magoado e cheio de ódio, que tudo ao seu redor havia adquirido uma escuridão, como um quadro pintado de preto.
O mundo ao seu redor havia perdido a cor, o brilho e a alegria. Sara e aquele ex-marido dela, sujeito tão desprezível quanto ela, haviam conseguido acabar com tudo para o supervisor.
Só de pensar naqueles dois, Grissom sentia o sangue ferver, o desprezo inflar dentro de si, tal como o ódio também.
O supervisor não sabia quem odiava e desprezava mais, mas sabia bem que nenhum daqueles dois ele queria voltar a ver tão cedo em sua frente, na verdade, ele não gostaria era de voltar a vê-los nunca mais!
Que aqueles dois ficassem juntos, pois ambos se mereciam!
*****
Era por volta das três e pouco da tarde, quase quatro, Any preparava o lanche de Liv que dormia, quando Sara apareceu ali apressada e toda arrumada.
_Vai sair??
_Sim. Descobri onde o Gil está e estou indo agora mesmo falar com ele.
Ela havia ligado ainda a pouco para o porteiro do prédio onde o marido morava e acabou descobrindo por Peter que Grissom se encontrava em seu apartamento desde de manhã cedo. Sem pensar duas vezes, Sara decidiu ir falar com o marido. Tomou um rápido banho, vestiu-se e agora estava ali diante de Any, dizendo aonde ia e o que ia fazer.
_Como descobriu o paradeiro dele??
_Depois eu te digo. Agora eu tenho que ir. Tchau!
_Sara ... espera ...
Tarde demais, ela já tinha saído dali feito um raio, não dando tempo pra Any completar sua fala.
Sara dirigiu tão rápido que em questão de pouquíssimos minutos já estava diante do prédio onde Grissom se encontrava. Como Peter sabia bem quem ela era, deixou Sara subir sem interfonar.
Dentro do elevador ela retorcia aos mãos nervosamente. Nunca até aquele momento, chegar ao sexto andar havia demorado tanto assim. Parecia que o andar do apartamento de Grissom, não chegava e quando chegou, Sara ficou mais nervosa e temerosa. O rumo daquela conversa que ela estava prestes a ter com seu marido, poderia acabar de uma forma que ela não queria que acabasse.
Diante da porta, ela então tocou a campainha uma vez ... depois mais uma ao ver que ele não vinha atender ... e quando ia tocar novamente, o que seria a terceira vez, a porta se abriu.
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