Capítulo 1 - Um nome!

Já fazia dois anos que Grissom tinha perdido sua alegria e virado um homem frio e sério. Sua vida agora era o trabalho e nada mais.

Seus amigos tentavam de todas as formas tirá-lo do buraco em que ele havia se enfiado, só que o supervisor parecia não querer sair de lá.

Grissom ficara assim desde que perdera sua amada esposa em um acidente de trabalho.

Era difícil pra ele superar essa perda, vire-mexe a lembrança da noite da morte dela vinha lhe atormenta a mente.

Grissom e Susan estavam analisando uma cena de crime. Em determinado momento, o supervisor saiu um instante do local em que estavam para ir com Jim, o capitão de polícia, colher os depoimentos de algumas testemunhas por ali, e deixou Susan analisando o resto da cena.

Em certo momento em que ela fazia seu trabalho, um sujeito entrou bem devagar, sem que ninguém percebesse, nem mesmo a mulher, e pegou a perita. Ele tinha voltado porque havia esquecido o celular no local. Ela ainda tentou sair dos braços dele só que não conseguiu. Os dois começaram uma luta corporal, mas em um descuido de Susan, o sujeito conseguiu pegar a arma dela e lhe deu um tiro bem no peito. Como o colete a prova de balas da perita estava aberto, o projétil lhe acertou em cheio.

O suspeito assim que fez o disparo fugiu dali por onde havia entrado. Grissom, Jim e alguns policias que estavam do lado de fora da casa, assim que ouviram o disparo correram para dentro do imóvel a fim de saber o que tinha acontecido. Quando chegaram lá no cômodo onde a perita estava, encontraram-na caída e perdendo muito sangue.

Os paramédicos foram imediatamente chamados, mas quando chegaram não poderão fazer mais nada, porque ela já estava morta, o que deixou Grissom desesperado. O supervisor ficou sem chão com a morte da mulher que era sua vida.

Um mês depois, o assassino foi preso, julgado e condenado a pena de morte. Sem sua mulher, Grissom não queria mais saber de nada, ficou durante dias trancado em casa bebendo e chorando sua perda.

Com o passar do tempo e o apóio incondicional dos amigos, o supervisor conseguiu voltar ao trabalho e aos poucos ia tentando seguir sua vida, mas já não era o mesmo.

Grissom é tirado de sua lembrança daquela noite fatídica, pela entrada intempestuosa de Ecklie, diretor do laboratório criminal, em sua sala.

_Grissom já perdi as contas de quantas vezes já vim aqui para te cobrar à mesma coisa. Já arranjou alguém para recompor sua equipe?

_Não sabe mais bater antes de entrar Conrad? - diz o supervisor desviando o olhar do outro homem e ignorando por completo, a pergunta que lhe fora feita pelo mesmo.

_Não!... Preciso de um nome Grissom. Há quase dois anos que você vem enrolando para contratar alguém pra ficar na vaga deixada pela sua finada esposa. - seu tom ao pronunciar as duas últimas palavras, eram meio irônico.

_Olha como você fala dela! - o supervisor se irritou e não gostou nada como aquele homem falou de Susan.

_O Xerife está me pressionando para isso. Sua equipe tem feito das tripas coração para resolver os casos, mas não estão dando mais conta. Você tem que ver que precisam de mais um para ajudar.

_Eu sei que eles têm feito o possível, mas não é fácil pra mim colocar outra pessoa no lugar dela.

_Olha... Entenda que isso é preciso... E tem mais, quem vier vem para trabalhar, preencher uma vaga, e não pra ocupar o lugar da sua adorável esposa.

Grissom mais uma vez não gostou do jeito como Ecklie falou e lhe lançou um olhar mortal por isso, enquanto o outro homem prosseguiu a falar:

_Então você tem cinco dias pra me entregar um nome, senão eu mesmo contrato alguém de minha confiança e coloco em sua equipe, você querendo ou não. - foi curto e grosso nas palavras.

_Você só pode tá de brincadeira comigo! - Grissom rebateu levantando-se de sua cadeira. _Cinco dias? Onde vou achar alguém bom nesse tempo? - diz claramente exaltado e exasperado.

_Dê um jeito! Sei que consegue. Quero um nome até sexta-feira, Grissom. -dito isso ele saiu da sala do supervisor.

Grissom não consegue conter sua raiva e dá um soco em sua mesa e depois se senta em sua cadeira visivelmente nervoso. Falar com Ecklie sempre lhe deixava assim. Parece que o outro homem tinha o prazer de deixá-lo assim.

Nick, seu subordinado, que passa pela porta no momento da discussão do chefe com o diretor do laboratório, resolve entrar e falar com o supervisor.

_Grissom!

_Nick! Algum problema? - questionou enquanto tentava se acalmar.

_Desculpa, cara, mas não pude deixar de ouvi sua discussão com o Ecklie. - o jovem texano diz com certo receio de levar uma resposta atravessada do chefe. Depois continua ao ver que o supervisor não disse nada. _E acho que ele tem um pouco de razão. - Grissom o encara incrédulo. _Precisamos de mais um na equipe. Estamos sobrecarregados demais. Você mal vai a campo e sem um a menos desde a morte da Susan, só sobra eu, Catherine, Warrick e Greg. E mesmo que façamos todo o possível pra resolvermos os casos, ainda não dá. Às vezes deixamos passar alguma coisa, porque estamos tão atolados de trabalho que ficamos confusos e perdidos.

O supervisor baixa a cabeça ao ouvir o desabafo do subordinado.

_Eu tenho sido um péssimo chefe pra vocês, os sobrecarregando desse jeito! - admitiu o supervisor.

_Ninguém tá dizendo isso. Nós sabemos o quanto têm sendo difícil pra você superar a perda dela. Pra nós também foi difícil. Todos gostávamos dela. Susan era muito querida aqui. Mas conseguimos seguir em frente e é isso que você tem que fazer também. Ninguém está dizendo pra você esquecê-la, não! Mas você tem que continuar sua vida, já se passou dois anos, cara. Tenho certeza absoluta que onde ela estiver não deve está contente por te ver assim.

_Sei disso, mas é tão difícil seguir minha vida sem ela. - se lamentou o supervisor.

_Posso imaginar. Só que pode contar conosco, com sua equipe. Mais que seus subordinados somos seus amigos e vamos estar sempre aqui do seu lado te apoiando como temos feito todo esse tempo.

_Obrigado, Nick, pela paciência que todos vocês têm tido comigo durante esse tempo. Não sei o que eu faria se não fosse vocês comigo. Vai ser estranho ter outra pessoa na equipe que não seja ela.

_Vai ser no início, mas depois a gente se acostuma. A pessoa que vem não vai tomar o lugar da Susan, vai apenas nos ajudar só isso.

_Você está certo! - ele admiti após um longo suspiro. _Vou contratar mais um pra recompor nossa equipe. Só que não tenho idéia de onde encontrar alguém bom o suficiente pra vaga. Ecklie me deu apenas cinco dias pra fazer isso.

_Se quiser posso te ajudar.

_Como?

_Tenho uma amiga que é perita e ela é excelente. Trabalhava no laboratório Criminal de Chicago. Ficou lá por seis anos, mas por coincidência há uns dias, ela me ligou dizendo que tinha deixado o emprego lá e estava voltando pra Vegas atrás de outro. Então quem sabe, ela não podia vir trabalhar aqui,? Posso te garantir que ela será de grande ajuda pra nós.

_Tem certeza que ela é uma boa opção? - pergunta o supervisor com certo ceticismo.

_Claro que, sim. Eu não a indicaria senão tivesse certeza disso. Grissom, ela é excepcional trabalhando. Só é um pouco geniosa, mas é uma ótima profissional.

Nick enchia a boca pra falar bem de sua amiga.

_Tudo bem! Vou confiar em você, até porque não estou com a menor paciência de ficar entrevistando alguém pra vaga. Amanhã mesmo falo com o Ecklie sobre sua amiga.

_Valeu chefe! Verá como não vai se arrepender de tê-la na nossa equipe. - o texano tinha um sorriso enorme no rosto.

_É o que espero, Nick.

O CSI então se levanta de sua cadeira pra sair da sala do chefe. Já tinha o importunado demais com sua falação toda. Mas antes de seguir dali, ele fez um pedido ao supervisor.

_Grissom... Se por acaso o Ecklie aceitar a minha amiga, você deixa que eu mesmo dê a notícia à ela?

_Como quiser, não vejo problema algum nisso.

_Então até amanhã, chefe!

Nick já estava alcançando a porta, quando Grissom se lembrou de um detalhe importante que foi esquecido de ser mencionado por seu subordinado e assim o chama de novo.

_Nick!

_Oi! - ele responde se virando para o chefe.

_O nome?

_Que nome? - o perito faz uma cara de confuso pela pergunta de Grissom.

_O nome da sua amiga. Você não me disse. Como você quer eu fale com Ecklie, sem ter o nome dela?

_É mesmo, foi mal! Eu esqueci completamente desse detalhe. - sorriu sem graça.

_Tudo bem!

_O nome dela é Sara... Sara Sidle!

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