Ashley tinha que arranjar uma solução, mas sentia-se de pés e mãos atados. Quem é que lhe iria dar emprego a ela? Uma rapariga sem marido e com um filho nos braços. E mesmo que arranjasse emprego, que é que iria tomar conta do seu filho, se não tinha dinheiro para poder pagar uma ama?

Foi então que se lembrou da sua família que deixara em Portugal. Ela era possuidora de uma rede de hotéis e vivia desafogadamente. De certeza que ela lhe podia ajudar. Nunca mais os vira desde que decidira viver com Gustav. A sua relação com a família nem sempre foi pacífica, mas desta vez tinha que dar o braço a torcer se quisesse obter alguma ajuda, por mais pequena que fosse.

Ashley zangara-se com ela há cinco anos, quando ainda tinha 19 anos. Gustav tinha-a convidado a viver com ele em Nova Iorque mas a sua família nunca aceitara essa ideia. Contrariando a vontade dos pais, Ashley partiu mesmo para Nova Iorque com Gustav. Ao saberem da partida dela, o seu pai deserdou-a e, a partir daí, cortaram relações.

E agora Ashley vê-se obrigada a pedir-lhes ajuda para se poder sustentar, por não ter mais ninguém a quem recorrer. E isso deixava-a desconfortável, pois nunca pensou ter que voltar para para pedir ajuda depois do que aconteceu.

***

Após alguma pesquisa, Ashley descobriu que a sua família ainda vive no mesmo lugar de sempre: numa grande vivenda situada no meio de uma quinta luxuosa em Sintra. Agora era só descobrir quando é que havia voos para Lisboa. Procurou e descobriu que o próximo voo seria dali a seis meses, no dia 4 de Janeiro de 2003 às 22:30.

Visto que ainda faltava algum tempo para esse dia, Ashley ainda tinha hipótese de juntar dinheiro para a sua passagem, pois, apesar de Isaac ainda não pagar bilhete, o preço de um bilhete, mesmo em classe económica, ainda seria um grande desfalque para Ashley, agora que já não podia contar com o ordenado de Gustav.

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Finalmente Ashley conseguiu juntar o dinheiro suficiente para a viagem a Portugal. Agora só faltava comprar o bilhete propriamente dito. Foi ao aeroporto comprá-lo e depois era só esperar pelo dia da viagem, que seria na semana seguinte. Foi para casa e começou a pôr de parte algumas coisas que seriam necessárias durante a viagem e a estadia em Portugal.