4° Capítulo
Mas ela não se podia deixar dominar pelas emoções. A criança não tinha culpa absolutamente nenhuma do fim trágico do pai. Por isso mesmo, decidiu que iria criar o seu filho sozinha e sem a ajuda de ninguém. Prometeu a si mesma que iria fazer de Isaac a criança mais feliz do mundo.
-Não te preocupes, meu pequenino, eu vou cuidar muito bem de ti e vou-te dar todo o amor do mundo. O mesmo que o teu pai te iria dar, se estivesse aqui! - Assegurou-lhe. O parto terminou e Ashley e Isaac foram levados para outra sala, onde também se encontravam outras mães com os respectivos filhos recém-nascidos. Por toda a sala só se viam rostos estampados de felicidade, o que fazia, de certo modo, com que Ashley se sentisse um pouco desencaixada daquele cenário; sentia que não pertencia ali; que aquele não era o seu lugar, que estava um pouco a mais e que, por isso mesmo, não deveria estar ali. Não que não estivesse a ser bem tratada por parte da equipa médica, nada disso, mas antes porque a ausência de Gustav fazia-a sentir-se incompleta naquele lugar, sentia que faltava algo.
Olhou para o berço do seu filho, que se encontrava mesmo ao pé da sua cama, do lado direito e fez uma leve festinha no rosto de Isaac, exibindo um leve sorriso. Quando voltou a olhar para o outro lado, o seu olhar prende-se na presença inesperada de alguém. Essa figura transmitia-lhe uma segurança enorme e o modo como a olhava e lhe sorria fazia acreditar de que vinha em paz e que não lhe queria fazer mal.
Ashley ficou atónita e sem fala com a sua presença. Estaria ela a sonhar? Ou seria aquilo, de facto, a mais pura das realidades?
-O... o que é que... estás aqui a fazer? - Perguntava ela meio receosa.
-Calma. Só vim conhecer o meu filho! - Respondia-lhe ao mesmo tempo que se aproximava do berço e se inclinava perante o mesmo para poder ver melhor o rosto do seu filho póstumo.
-Mas tu não tinhas...? - Perguntou-lhe confusa e com montes de perguntas a pairar sobre a sua cabeça.
-Sim, eu morri. Mas decidi vir ver o meu filho, porquê? Não posso? - Perguntou tentando adicionar algum humor à situação.
-Então isso quer dizer que tu és... - Disse ainda sem acreditar na situação que estava a acontecer.
-Sim, isso mesmo. Eu sou apenas um espírito. Ou um fantasma, como lhe quiseres chamar. Se me tentares tocar, não vais sentir nada. Consigo ver os outros, mas eles não me conseguem ver a mim; só tu!
-Mas... - Disse desencostando-se da cama e estendendo o braço na sua direcção.
-Não vale a pena insistir, é assim que tem de ser. Mas não te preocupes, eu vou estar sempre de olho em vocês a proteger-vos e não vou deixar que ninguém faça mal a nenhum dos dois. - Ashley olhou para o outro lado e quando voltou a olhar já não estava lá ninguém.
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