Solto um resmungo quando sinto um corpo sobre o meu, abro meus olhos vendo alguns fios ruivos sobre o meu peito.

_Bom dia_A mulher se mexe sobre mim, e logo após se deita ao meu lado, me sento sobre a cama olhando para os lados, não estou em minha casa!

_Onde estamos?_Pergunto olhando para trás e a mulher sorrir se colocando de joelhos atrás de mim.

_No meu apartamento_Ela responde dando um beijo em meu pescoço, respiro fundo e me levanto_Oque acha de um café?

_Não vai dá gatinha, preciso ir para a minha casa_Me levanto a procura das minhas roupas.

_Pensei que ficaria_Visto a minha calça e me viro para a mulher que faz um biquinho.

_Me desculpa, prometo que na próxima faço questão de passar o dia com você_Me aproximo da cama lhe dando um selinho demorado.

_Eu costumo cobrar_Me afasto e me abaixo pegando minha camisa social_Me passe o seu número.

_Me passe o seu, assim não corre o risco de você não me ligar_Sorrio para ela que se levanta indo até sua penteadeira, pego as minhas coisas e passo a mão por meu cabelo.

Me despeço da mulher, saio do seu apartamento, jogo o número no lixo, já que não irei ligar para ela, não me lembro de absolutamente nada da noite passada.

Paro meu carro no sinal vermelho, aproveito e pego o meu celular vendo uma mensagem da minha secretária da fábrica de cosméticos, a respondo brevemente e levanto meu olhar até a rua novamente, Olívia passa na faixa de pedestre em toda sua glória e beleza, suas tranças se balançam com o vento enquanto a mesma está distraída em seu celular.

_Oque essa louca está fazendo aqui?_Pergunto a mim mesmo, já que ela está longe da sua casa e do escritório, o sinal abre e avanço com o carro faço a rotatória e volto pelo lado contrário.

Buzino duas vezes fazendo a mesma dá um pulinho de susto, abaixo o vidro do carro e sorrio para ela que revira os olhos.

_Aceita uma carona?_Pergunto e ela olha para os lados e dá de ombros, vem até o carro e abre a porta entrando no mesmo.

_Uma pergunta você se lembra onde deixei minha bolsa ontem?_Pergunta se virando para mim, olho pelo retrovisor e acelero o carro o colocando em movimento.

_Não_Respondo olhando brevemente para ela que respira fundo_Oque aconteceu?

_A perdi ontem com a chave do meu carro e com meu cartão_Choraminga em frustração_Que droga, eu não bebi ontem.

_Já tentou falar com o dono do lugar?_Pergunto apertando o volante.

_Está fechado, já mandei milhares de mensagens e ele não me responde_Fecho os vidros ligando o ar condicionado.

_Caso me espere posso te levar até lá novamente_A olho por breves segundos e ela arqueia as sobrancelhas_É só uma gentileza.

_Não quero atrapalhar, afinal hoje é domingo dia de descansar, ainda mais para você que bebeu todas ontem a noite_Dou uma risada abafada, passando por alguns carros.

_Não irá me atrapalhar_Olho pelo retrovisor vendo que essa parte da avenida está vazia_Vou passar na minha casa e tomar um banho e levo você até lá.

_Tem certeza?_Ela pergunta e respiro fundo_Posso fazer isso amanhã.

_Olívia, eu vou levar você_Acelero o carro para chegar em casa o mais rápido possível.

Entramos em meu apartamento e a mesma olha em volta, deixo a chave na mesinha de centro e cruzo meus braços.

_Fique a vontade, volto em alguns minutos_Ela assente e se senta no sofá, me viro e vou em direção a escada.

Fecho a porta do meu quarto, retiro meus sapatos os colocando ao lado da cama, vou até o banheiro e retiro minhas roupas, deixo que a água fria tome conta do chuveiro nesse momento.

Passo a mão por meu rosto soltando o ar pela boca, água fria dos infernos, mas preciso dela nesse momento para que minha ressaca não ataque, olho por cima dos ombros quando a porta é levemente empurrada.

_Inferno_Olívia murmura e dá alguns passos para trás saindo do meu campo de visão, dou uma risada abafada e desligo o chuveiro.

Saio do banheiro a procura da Medusa e não a vejo em lugar algum, saio do meu quarto indo em direção a sala de estar, desço as escadas com um sorriso me lembrando da sua cara de expanto, como se não tivesse me visto pelado antes.

_Esclarecendo, eu estava procurando um banheiro, e não sabia que o seu quarto era aquele_Mal entro na sala e ela ja começa a explicação, dou uma risada abafada e cruzo meus braços a observando.

_Eu não disse nada_Abro meus braços e ela tampa o rosto soltando um resmungo_Não é a primeira vez que você me ver pelado Medusa, e também não será a última.

_Você é um convencido, por que você não fecha a porta do banheiro?_Pergunta com certa indignação, dou alguns passos em sua direção.

_Eu estava dentro do meu quarto, com a porta fechada, caso tenha um errado nessa história, essa pessoa é você que entra nos lugares sem bater_Gesticulo com as mãos parando a sua frente.

_Não sei porquê eu aceitei sua ajuda_Se inclina pegando sua bolsa sobre o sofá_Idiota_Tenta passar por mim, mas seguro em seu braço a voltando para a minha frente.

_Eu vou me vestir e você vai me esperar_Olho em seus olhos e a mesma sorrir de lado_Fica quieta.

_Você não manda em mim_Tenta se desvencilhar do meu toque e a olho com descrença_Oque foi agora?

_Olha aquilo_Aponto para trás dela que se virá para trás e não ver nada, aproveito sua distração e quando ela se virá colo nossos lábios iniciando um beijo.

Recebo alguns tapinhas em meu ombro, mas logo ela me puxa mais para ela, suas mãos adentram em meu cabelo enquanto a aperto em meus braços, a puxo para cima e suas pernas enlaçam minha cintura, me sento no sofá com ela sobre mim, aperto sua bunda com força, sinto meu sangue esquentar quando a mesma desce as mãos por meu peito até meu abdômen, solto um gemido entre o bejo quando rebola sobre o meu pau, distribui beijos por meu pescoço e morde levemente o lóbulo da minha orelha.

_Você realmente é louco por mim_Sussura próximo ao meu ouvido, assinto com um balançar de cabeça_Mas eu não quero você.

_Oque?_Volto aos meus sentidos e ela se levanta, como assim todas me querem caralho.

_Obrigada pela carona, mas eu me viro_Pega sua bolsa no chão e se virá indo em direção a saída, me levanto arrumando a toalha que está em volta do meu quadril.

_Olívia, não ouse sair por essa porta_Ela se virá sobre os calcanhares e bocecha_Medusa, não.

_Adeus pinscher_Acena para mim e sorrir antes de desaparecer pela porta, ouço a porta se fechada e me jogo no sofá frustado.

Eu a odeio, agora eu posso sentir isso com mais clareza, Medusa traidora, me deixou com uma maldita ereção, que ódio dessa mulher, puta que pariu.

Subo para o meu quarto e me visto com uma calça moletom r uma regata, eu não vou mais insistir, não preciso me humilhar dessa forma, essa mulher é o demônio encarnado em uma mulher.

_O ódio_Bato com meus punhos sobre a ilha da cozinha, Medusa maldita, ouço meu celular tocar e corro até a sala de estar, olho pela tela e vejo o nome do meu irmão, respiro fundo e atendo.

_Gael_Ouço a voz da minha mãe e passo a mão por meu rosto_Seu desnaturado, saiba que eu estou começando a mover um processo contra você, e não adianta negar, você roubou a mim e ao seu irmão.

_Esta louca?_Pergunto me sentando sobre a poltrona_Pode mover centenas de processos contra mim mamãe, eu sempre vou vencer todos.

_Você não passa de um idiota, não sabe o desgosto que me dá a cada dia que respira, imprestável e burro, é isso que você é seu desgraçado_Desliga e franzo o cenho olhando para o celular em minha mão.

Família, o pior problema que tenho na minha vida, uma mãe interesseira que sempre me renegou desde quando eu era criança, e um irmão que venderia a propria mãe por dinheiro, meu pai fez uma ótima escolha passando todos os bens da família para o meu nome, caso contrário não teríamos mais nada.

Não entendo o motivo da minha mãe me odiar tanto, ela devia ter orgulho de mim, e não do Gonçalo que é um sem noção e um tremendo tapado, aposto que ele não sabe soletrar o próprio nome, não sei como meu pai aguentou minha mãe por tantos anos.

Apesar de sempre está feliz, sinto que algo falta em mim, talvez seja a atenção e aprovação da minha mãe, mas as vezes acho que vai além de tudo isso, é um sentimento de vazio tão grande que não entendo o motivo de tanta necessidade de algo que eu nunca tive.

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