Capítulo 2
N/A: Salve, salve, meus amores!
Não deu ontem para postar, mas cá estou com a atualização.
Fico contente que tenham curtido o capítulo a fic. Quero agradecer as ⭐ e comentários de vocês. Obrigada pelo carinho e a companhia. Agora, vamos de segundo capítulo 😘
***
"Mamãe estou pronto!’’
Sarah se vira ao escutar a fala do filho. É ainda estranho o fato de ouvir aquele menino desconhecido lhe chamar por aquela palavrinha mágica chamada... 'Mamãe'! Mas Sarah começa a adorar aquilo.
‘’Vamos?!’’
Sarah observa o garoto segurar em sua mão e se pôr a pular feito um cordeiro saltitante, todo empolgado, fazendo a capitã sorrir dele. A mulher pega o menino no colo e por alguns poucos instantes fica encarando cada detalhe do rostinho de Adam. Seu filho é uma coisinha tão linda e ela já ama aquele garoto como se o conhecesse desde sempre.
‘’Acho bom irem logo, amor, porque esse mocinho está impaciente.’’
Sarah desvia o olhar do filho para a figura de Juliette que passa por eles rumo a porta de saída da casa. Com Adam no colo, a capitã segui a esposa até a garagem da casa onde há uma caminhonete vermelha.
Pegando da mão de Juliette a cadeirinha de carro do filho que a mulher lhe estende após Sarah colocar Adam no chão, a capitã ouve da esposa enquanto tenta colocar a cadeira no banco traseiro da caminhonete, o pedido para que não demorem muito em voltar, pois senão não terão tempo suficiente para enfeitar com calma a árvore. E também que a noite irão à ceia na casa de Thaís.
‘’Pode deixar. Eu vou tentar não demorar tanto!’’, Sarah diz se enrolando toda para ajeitar a cadeirinha. ‘’Droga!’’
‘’Deixa que eu ajeito isso pra você, vai.’’
Juliette afasta a esposa um pouco para ela mesma posicionar a cadeirinha que Sarah não acerta colocar direito.
‘’Um dia você aprende a colocá-la, não é capitã Andrade?’’
Sarah assiste a Juliette ajeitar com facilidade e praticidade a cadeirinha, que nem de longe a capitã possui e, desconfia, que dificilmente possuirá.
‘’Entre, Adam.’’
O menino obedientemente faz o que Juliette pede e logo, a mulher está prendendo o cinto de segurança, para que assim Adam fique seguro durante o percurso até a 'Home Depot', uma companhia varejista que vende produtos para o lar e construção civil, que incluí pinheiros naturais ou artificiais.
‘’Sarah é um pinheiro natural esse ano, nada de artificial. E, por favor, tente não ceder às vontades do nosso filho em trazer uma árvore enorme como a do ano retrasado, que quase não coube na sala por conta da altura da bendita. Pode ser?‘’
A capitã apenas assente de modo abobalhado e ganha um selinho da esposa.
‘’Agora vão! Comporte-se com a mamãe, Adam. Nada de tolices, filho.’’
‘’Hãham!’’
***
‘’Puxa, olha aquela ali, mamãe, que gigantona!‘’
Adam aponta embasbacado para o enorme pinheiro em exposição.
‘’É mesmo!’’
‘’Vamos levar essa?’’
‘’A Juliette... Ou melhor, sua mãe disse pra não comprarmos uma árvore tão grande.’’
‘’Sarah... Adam?’’
‘’Tio Arthur!!’’
O garoto no mesmo instante larga a mão de Sarah para correr na direção do seu tio preferido.
"E, aí, carinha?!"
Arthur pega no colo o franzino sobrinho e o joga para cima três vezes, fazendo o garoto ser só risos com aquilo.
"Gosto disso!"
"Sei bem, carinha!", Arthur baixa a touca do sobrinho, cobrindo os olhos de Adam que ri da brincadeira. "E aí, chefe! Escolhendo a árvore deste ano?’’, O homem enfim se dirige a Sarah.
‘’Sim.’’
A capitã encara embasbacada Arthur que está um pouco diferente do que estava acostumada a ver. Usando vestes mais formais, Picoli estava bem mais encorpado e forte do que se lembrava. Ainda ostenta cabelos platinados, ao invés, dos fios sempre escuros e uma barba maior, tirando dele o ar de "moleque doido", como Juliette costumava se referir a ele.
‘’Tio Arthur, você vai à festa na casa da tia Tatá?’’
‘’Mas é claro que vou, carinha. E Sarah como está, a Ju?’’
‘’Muito bem!’’, a capitã responde meio aérea.
‘’Que bom!... Sabe que agora estou sentindo na pele o que a Ju passou com você logo nos primeiros meses em que esteve grávida deste carinha aqui."
"Ai, titio!", Protesta Adam aos risos diante das cócegas feitas por Arthur na barriga do garoto.
"Como assim? Do quê está falando?", Sarah franze a testa.
"Dos seus desejos malucos, que faziam a Ju cruzar a cidade feito uma louca para satisfazê-los. Minha mulher só falta me deixar louco com os desejos dela.’’
‘’Você se casou e vai ser pai?’’
Aquilo é uma baita surpresa para Sarah. Um susto, na verdade, porque jamais imaginou que Arthur se tornaria um pai de família, posto que aquilo não condizia muito com o estilo garotão solteiro de seu subordinado.
‘’Como se você não soubesse disso antes!’’
‘’Com licença!... Senhor sua árvore já está pronta pra levá-la.‘’
Um rapaz vem avisar para Arthur.
‘’Ah sim, obrigado. Já estou indo pegá-la!"
O funcionário assente e se retira dali.
"Bom, preciso ir agora.’’
Arthur anuncia, colocando Adam no chão. Ele despede-se do sobrinho fazendo um gesto em que ambos levantam a mão e batem a palma contra a do outro, causando risos no garoto e, consequentemente em Sarah ao ver o filho sorrindo. Depois Arthur se dirige a chefe para se despedir dela.
‘’Nos vemos a noite na casa da Tatá, chefe!’’, Arthur faz um afago do ombro da capitã e parte dali, deixando Sarah na companhia do filho.
'Essa parte só pode ser um delírio meu', pensa a capitã observando o subordinado ir se afastando.
Arthur um pai de família??
Quem diria!
Quando Sarah retorna a sua casa no fim da tarde, exibe um sorriso tímido ao imaginar a reação de Juliette ao ver aquela árvore enorme que tinha comprado. A capitã não conseguiu resistir aos apelos insistentes do filho e acabou, cedendo a vontade do garoto em ter aquela árvore ‘gigantona’.
‘’Mãe... Mãe... vem ver a árvore grandona e linda que eu trouxe.’’, Adam grita ao estar do lado de fora do carro.
A morena aparece na varanda de casa e olhando de forma divertida para a esposa, desce com cuidado os três lances de escadas e caminha até parar diante de Sarah.
‘’Eu já podia imaginar que ele te dobraria mais uma vez, não é Sarah Carolline?’’
A capitã aperta os lábios para não rir da esposa que agora tentava se fingir de séria para ela, mas claramente falhava já que era possível ver um sorriso querendo lhe escapar do canto dos lábios.
‘’Que posso fazer se ele tem um alto poder de convencimento?!’’, Sarah dá de ombros e sorri timidamente, arrancando de vez o sorriso de Juliette.
Um tempo depois a família admira a árvore que foi toda decorada por elas.
‘’Ficou linda!’’
Com Adam em seu colo, Sarah olha enternecidamente para Juliette que encara a árvore delas. A capitã não se cabe de felicidade por estar ali ao lado da Tenente, tendo uma vida feliz com ela.
Juliette era sua mulher e estava com ela há sete anos. Não lhe magoou ou trocou por outro alguém como seus medos a faziam imaginar que a Tenente fosse fazer um dia. Pelo contrário, Juliette estava ali com ela, lhe proporcionando uma vida de sonhos e uma família linda.’
***
Thaís observa sua amiga deitada a sono profundo na cama daquele hospital. Já fazia alguns dias, desde o acidente sofrido por Arcrebiano e Sarah. E, enquanto Bil já tinha recebido sua alta, Sarah ainda seguia em um ‘sono’ e não despertava mesmo após os medicamentos terem sido suspensos, permanecendo como que em estado de coma, o que causava estranheza nos médicos.
Como a loira não possuía mais parentes vivos que ficassem com ela no hospital, já que a mãe, Abadia, uma policial aposentada, morreu anos atrás e o pai, Evandro, um investigador de polícia, também morreu em uma emboscada, nem chegando a ser conhecido pela filha, pois faleceu quando Sarah ainda estava na barriga da mãe. Coube a Thaís tomar essa incumbência para si de não arredar o pé do hospital para nada e ser a acompanhante de Sarah no quarto desde que a capitã foi transferida do CTI para onde está agora, como certamente, Sarah faria caso fosse o contrário.
- Vamos, amiga, acorde! De onde quer que esteja e volte pra gente!
***
Com Juliette e Adam ao seu lado, Sarah toca a campainha da casa de Thaís que não era mais no endereço que ela conhecia até... Ontem!
‘’Oi! Até que enfim chegaram!’’, Thaís cumprimenta as amigas e o sobrinho com abraços em cada um logo após ter aberto a porta para eles.
‘’Desculpe o atraso, Tatá, a culpa foi minha. Está cada vez mais complicado se vestir quando se tem esse barrigão.‘’
‘’Imagino. Mas entrem. Todos já chegaram só faltavam vocês mesmo.’’
Na espaçosa sala, Sarah avistou todos os amigos reunidos e mais algumas pessoas do departamento, além de alguns rostos que ela não conhecia. Todos acenaram para ela e eram só sorrisos.
‘’Se vocês demorassem mais um pouco, eu teria que ir atrás de vocês a mando da Thaís. Ela já estava impaciente com a demora.’’
‘’Misericórdia! Sua mulher é a impaciência em pessoa, viu Carla!’’
Por muito pouco, Sarah não cospe na cara de Carla o frisante que bebia, ao escutar as palavras de Vitória.
‘’Mulher??... Você e a Thaís estão juntas?... Que surpresa!’’, Sarah não esconde seu espanto pela descoberta.
Quando que ia imaginar algo assim! Thaís vivia dizendo que Carla era só uma amiga.
Vitória e Carla se entreolham e depois confusas encaram Sarah.
‘’Como assim surpresa, Sarah? Eu e a Tatá estamos casadas há três anos. Inclusive, você foi a madrinha do casamento. Bateu com a cabeça e não lembra mais é?’’
‘’Oh... Lembro claro!’’, a capitã mente e dá um sorriso sem jeito.
É óbvio que não lembra daquilo. Nada ali que ocorreu antes dela acordar no quarto da casa que mora com Juliette, Sarah se recorda. Absolutamente nada dali faz sentindo algum para ela, mas pouco lhe importa. Ela está feliz por estar onde está, com as pessoas que ama, principalmente, com Juliette e o filho.
***
Sozinha no jardim da casa, admirando o céu estrelado daquela noite de véspera de Natal, Sarah repassa mentalmente aquele dia incrível e cheio de surpresas agradáveis.
Ali naquele "mundo paralelo" ou seja lá como aquilo se chame, ela tem uma vida feliz ao lado de Juliette, onde é uma esposa e uma mãe amada por sua mulher e seu adorável filho, e não uma pessoa solitária, refém de seus medos e que por causa desses mesmos medos... Perdeu a mulher que agora está ao seu lado!
‘’É a melhor vida que você podia imaginar pra si, não é Carolline?’’
Ela lança um olhar para o seu lado direito e se assusta ao dar de cara com sua mãe ali postada.
‘’Mãe??’’
‘’Olá, minha filha amada!’’
‘’Como é possível que esteja aqui? Você está morta!’’
Abadia esboça um sorriso.
‘’Querida, existem coisas que não se explicam! Essa é uma delas.’’
Sarah encara com desconfiança a figura de sua mãe, que já havia falecido há anos.
‘’Mas me diga, essa é ou não é a melhor vida que você podia imaginar pra si?’’
O olhar de Sarah se desvia da figura materna e volta-se para o céu. E é com um sorriso escapando do canto dos lábios que a capitã confirma para a mulher ao seu lado.
‘’Eu te trouxe aqui, filha. Queria que visse o quanto sua vida pode ser diferente da que vem levando.’’
‘’Por acaso isso é alguma espécie de viagem no tempo?’’, Sarah indaga com um sorriso descrente e mantendo seu olhar no céu.
‘’Exatamente! Essa é uma viagem ao futuro... Seu futuro, meu amor! Um futuro que só será possível se você fizer algo que já devia ter feito há tempos.’’
‘’E o que seria isso que eu já devia ter feito?’’
‘’Com quem está falando, Sarah?’’
A capitã se vira assustada e encontra Thaís atrás de si.
‘’Ah, com...’’, ela se interrompe ao perceber que a mãe não está mais ali ao lado. Abadia havia desaparecido da mesma forma como surgiu... Do nada!
‘’Com...?’’
‘’Comigo mesma, Tatá!’’
Thaís sorri e caminhando alguns poucos passos, para ao lado da loira.
‘’E posso saber o que falava consigo mesma?’’
‘’Ah, divagava sobre a vida que possuo ao lado da Juliette. Eu tenho com ela muito mais do que imaginei que pudesse ter algum dia, Tatá.’’
‘’Você só tem o que merece, amiga. Uma esposa linda que te ama. Um filho esperto e ainda tem uma garotinha chegando em breve.’’
O sorriso de Sarah se alarga com a menção dos filhos.
‘’Eu tenho uma família linda e ainda custo a crer nisso.’’
‘’Pois não devia!’’
‘’Eu e Juliette. Me pergunto: como isso foi possível?’’
‘’Sendo, ora! Você deixou de ser medrosa e correu atrás da sua felicidade. Precisou quase morrer naquele terrível acidente que sofreu junto com Bil há quase oito anos, pra tomar a atitude de enfim declarar seus sentimentos para a Ju, ao invés de, continuar privando a si mesma de ser feliz, dando ouvidos aos seus medos e traumas.’’
Sarah olha espantada para Thaís. Ia perguntar como a outra sabia de seus sentimentos por Juliette se era a única coisa que não contou a amiga, e também, sobre esse tal acidente que Thaís mencionara, mas não teve tempo para isso, pois Arthur apareceu todo esbaforido, avisando as duas mulheres para correrem à sala, porque a bolsa de Juliette tinha estourado.
"Minha filha vai nascer!"
***
‘’Ela é perfeita, Ju!’’
Emocionada, Sarah admira a filha nos braços da esposa.
‘’E linda!’’
‘’Que belo presente de Natal você me deu. Obrigada!’’
Sarah encara a esposa e sorrindo, acaricia seu rosto.
‘’Amo você, Ju!’’
‘’Eu também amo muito você, Sarará.’’
Um tempo depois, enquanto Sarah vela o sono de Juliette sente uma mão pousar em seu ombro. Assustada olha imediatamente para seu lado esquerdo e se depara outra vez com a figura da mãe. Abadia lhe exibe um sorriso terno.
‘’Hora de voltar para o presente, filha."
"Eu não quero, mãe!"
Um medo a toma por voltar a realidade a qual Juliette não faz mais parte de sua vida e nem, Adam existe lá.
"Você precisa voltar, querida. Não pode ficar aqui.
"Mas..."
"Não há 'mas', Sarah. E, se quer muito que essa vida que teve o gostinho de vivenciar, se realize daqui a unas anos, então terá de fazer o que já devia ter feito há tempos."
‘’E o que eu tenho que fazer lá, mãe?’’
‘’Será mesmo que preciso dizer, Sarah?’’
Abadia olha para frente e Sarah segue o olhar dela que repousa na figura de Juliette dormindo. E é só então que a capitã se dá conta do que precisa fazer.
‘’Eu tenho que ir atrás dela!"
"Exato!"
"Só que a Juliette foi embora e eu não faço idéia de onde esteja, mãe.’’, justifica a capitã voltando seu olhar para a figura de sua mãe.
As mãos de Abadia envolvem as da filha e sorrindo, a mãe mais velha dá uma pequena ‘dica’ do paradeiro da amada de sua filha.
‘’Ponte Golden Gate, te diz alguma coisa?’’
Um sorriso se abre no rosto de Sarah diante do questionamento de Abadia.
‘’Sim... São Francisco!!’’, Sarah murmura o nome da cidade natal de Juliette.
‘’Exato! Ela está lá, querida!"
" Onde exatamente?"
"Aí é com você, filha... Agora vá em frente e sem medo de ser feliz!’’
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Um xero e até a próxima semana com o desfecho dessa história ❤️
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