Capítulo 1

N/A: Salve, salve, meus amores!

Cá estou, cheia de saudades de vocês e com essa novidade saída do forno para comemorar meu retorno. É, gente estou de volta 🥳🥳🥳

Sei que, provavelmente estavam esperando pela retomada das postagens de "After Separation", mas tranquilas que ela vem, porém não hoje.

Por enquanto estarei postando apenas essa fic nova aqui pelas próximas três segundas-feiras e só após a finalização dela que virá a continuação de After.

Simbora ler.

***

‘’Sarah,

Provavelmente quando estiver lendo esta carta, eu já estarei longe do LVFD (Departamento de Bombeiros de Las Vegas),  longe desta cidade que me acolheu tão bem, longe dos amigos com quem aprendi muito ao longo desses quatro anos em que trabalhei na Estação 33 e longe de... Você, com quem aprendi também bastante coisa, mas me machuquei com tantas outras.

Decidi partir. Não foi a decisão mais fácil de se tomar, mas creio que foi a mais sensata.  Preciso seguir outro caminho, porque não sou mais capaz de continuar trabalhando ao seu lado e creio que saiba a razão.

Eu te amo! Já deixei claro isso inúmeras vezes, mas você desconversa e me rejeita, alegando não saber o que fazer em relação a gente, e creio que não saiba realmente! E por isso, mesmo é que eu decidi ir embora. Afastar-me de você será o melhor para eu parar de sofrer e talvez te esquecer... Para sempre!

Só desejo o melhor para você, mesmo que tenha me feito sofrer durante grande parte do período em que passei trabalhando ao seu lado.

Seja feliz, Capitã Andrade, porque eu tentarei ser longe de você.

Adeus...

Tenente Freire!’’

Enquanto trabalhava para conter o avanço das chamas do incêndio, dentro do galpão de uma fábrica clandestina, a capitã dos bombeiros Sarah Andrade relembrava com riqueza de detalhes pela trigésima vez só esta noite, o conteúdo da carta de despedida que sua subordinada e colega de trabalho, a Tenente Juliette Freire havia lhe deixado ontem anexa ao seu requerimento de demissão.

Sarah não quis acreditar quando no começo do turno da noite passada, abriu o envelope pardo sobre sua mesa e descobriu dentro dele a demissão de Juliette e aquela carta de despedida, que a capitã já havia até memorizado cada palavra de tanto que já havia lido em apenas 24h.

A demissão repentina de Juliette pegou a todos de surpresa e mais ainda, a capitã da estação 33 da LVFD. Absolutamente ninguém, nem mesmo Sarah, esperava que Juliette saísse do nada do departamento e muito menos, sem dizer nada a nenhum colega da equipe de bombeiros.

- Ela foi embora por minha culpa! – com raiva Sarah aperta com força a alça da mangueira que usa para combater o incêndio.

- O que disse, capitã? - ao seu lado, indaga em tom alto o Tenente Arcrebiano que auxilia a chefe no combate às chamas do lado oeste do galpão enquanto os demais estão uns do outro lado, e outros ajudando no resgate e socorro de funcionários mantidos em regime de trabalho escravo da fábrica.

- Nada! - grita de volta.

"Você se importaria se um dia... Eu fosse embora, Sarah?"

O questionamento de Juliette durante uma breve discussão por um motivo que agora a Capitã nem se recorda mais qual tinha sido, ficou sem resposta. E Sarah percebeu na hora que seu silêncio foi recebido com tristeza por Juliette, por conta de a Tenente não ter dito mais nada e sair da sala cabisbaixa.

"Me desculpa, Ju!", Pensa a capitã sentindo raiva de si própria pela partida de Juliette.

Sua covardia fizeram com que perdesse uma mulher especial. A única que conseguiu vencer o campo até então intransponível na armadura que a capitã tinha posto a sua volta e em volta de seu coração desde Kerline, sua ex-noiva.

Sarah rejeitou Juliette e evitou qualquer aproximação de cunho amoroso por parte da outra mulher todos esses anos em que foram companheiras de trabalho, mesmo seu desejo sendo o contrário. E o resultado disso foi que Juliette acabou se cansando e foi embora.

A capitã havia perdido Juliette por culpa dela mesma. Mas o que podia fazer se seu medo de deixar a morena de jeito espontâneo e sorriso fácil, fazer parte de sua vida era tão grande que lhe privava de ser feliz com ela?

Sempre focada em se tornar uma capitã desde de pequena, Sarah sempre priorizou os estudos e sua futura careira como bombeira já na adolescência e vida adulta. Relacionamentos amorosos sempre foram algo supérfluo ou deixado de lado por ela. E quando deixou pela primeira vez alguém furar a bolha na qual se mantinha, acabou amargando uma profunda decepção.

Foi na época da academia de bombeiros que conheceu Kerline Cardoso, com quem acabou se envolvendo. Mas um flagra fez Sarah descobriu da pior forma que sua amada recentemente pedida em casamento, estava de caso com Lucas, o segundo-tenente e monitor da turma delas. Devastada com a traição, Sarah não fez alardes e nem escândalos porque isto não era de seu feitio, mas jurou para si mesma não entregar mais seu coração para outro alguém pisotear desta forma.

Anos depois quando já atuava como capitã interina da estação 33 conheceu Juliette, a Tenente de jeito alegre e falante que veio transferida de Reno, para compor a equipe na época desfalcada de Sarah e de quebra, balançar as estruturas da capitã.

Juliette lhe conquistou tão ou mais instantaneamente quanto Kerline havia feito, mas com uma grande diferença... O sentimento que se apossou de Sarah em relação a Tenente era mais forte pela morena do que foi pela ex. Porém o medo pela experiência no relacionamento com Ker fez Sarah rechaçar todas as investidas da Tenente, ainda que dentro de si quisesse dar-se a chance de viver um novo relacionamento.

"Juliette não é a Kerline!", Sua mente lhe disse por várias vezes, mas seu trauma não deixava dar ouvidos. E nesse impasse foi-se anos até a noite anterior.

- Cuidado, capitã!

Não deu nem tempo dela fazer nada após o grito de Arcrebiano, pois uma explosão aconteceu, lhe fazendo voar longe, até bater fortemente contra uma parede e logo em seguida, parte do teto desabou sobre a capitã.

***

‘Sarah abre os olhos e confusa não entende como tinha vindo parar em um bonito, mas desconhecido quarto, sendo que segundos atrás se encontrava em um galpão tentando conter um incêndio.

O que estava acontecendo?... Que quarto é este que se encontra?

A capitã senta-se na cama macia e jogando as pernas para fora do móvel, põe-se a observar com atenção aquele bonito, espaçoso e bem decorado cômodo em que está.

Não reconhece aquele quarto. Tem quase certeza de que está pela primeira vez ali.

De quem é aquele cômodo?

É então que a confusão na cabeça da capitã dos bombeiros fica maior, quando a porta do quarto se abre e ela avista um garoto de cabelos claros e olhos tão verdes quanto os dela, que deve ter em torno de cinco ou seis anos de idade. O pequeno que a observava, sorri de um jeito bem traquina.

‘’Puxa que bom que já acordou, mamãe!’’

O menino entra no quarto correndo e vai na direção de Sarah até jogar-se em seus braços.

Completamente atônita, a capitã não retribui o gesto de abraçar o menino. Na verdade, Sarah não consegue entender um décimo do que acontece ali.

Ela tem um filho?

Como assim?

Desde quando?

E quem é a outra mãe dessa criança?

Esta última pergunta é rapidamente respondida, causando a maior de todas as confusões na cabeça da capitã, pois ela vê entrar no quarto ninguém menos que Juliette. A morena, por sinal, ostenta um barrigão que denuncia que está grávida e prestes a dar à luz.

‘’Aí está você, garotinho danado!... Eu não disse pra não vir acordar a outra mamãe, Adam?’’

‘’Juliette?’’, Sarah sussurra quase sem acreditar que a tenente esteja ali, há poucos passos de distância dela.

‘’Mas eu não acordei, ela já estava acordada quando abri a porta, mãe, juro.’’, o garotinho diz docemente e agarrado a uma Sarah perdida.

‘’Tudo bem, vou acreditar em você, rapazinho." Juliette não tem coragem de brigar com aquele pingo de gente que é a cópia fiel de Sarah.  "Agora desça pra tomar sua vitamina e depois banho pra sair com sua mãe. Lembra que vão comprar a nossa árvore de Natal?’’

‘’Lembro, sim. Eba!!’’

O garotinho larga Sarah e sai correndo do quarto, gritando todo alegre que comprarão a árvore de Natal mais bonita e grandona que encontrarem na loja.

‘’Esse molequinho não tem jeito. Ele te acordou não foi, meu amor?... Desculpe, eu me distraí e aí, já sabe, ele se aproveitou.’’

‘’Você está grávida?!’’

‘’Nossa, como é observadora a minha esposa!’’

Juliette brinca enquanto caminha até a janela para abrir as cortinas.

‘’Esposa??’’

Sarah indaga confusa e espantada.

Diante de tal questionamento, Juliette se vira para Sarah.

‘’É, Sarah, minha esposa!... Só minha e de mais ninguém.", sorri e pisca para a esposa.

‘’De quanto tempo está grávida?’’

A morena revira os olhos balançando a cabeça em divertimento.

‘’Você sempre me pergunta isso, não é?!... Estou de quase nove meses da nossa garotinha, amor. Ela é o nosso presente de sete anos de casados que desejamos, lembra? Ou já se esqueceu?’’

Sete anos de casadas?

Como isso é possível?

Aquilo não faz sentido.

A bem verdade é que aquela situação toda não faz qualquer sentido para Sarah. Parece tão surreal!

‘’Qual é o seu problema, Sarah?’’

Juliette se preocupa ao notar a expressão aérea e confusa na esposa. Então, imediatamente, vai até Sarah pondo-se diante da amada e afagando-lhe os cabelos de fios recém escurecidos.

O "problema" na verdade não pode ser taxado de problema para Sarah e sim, algo bom, um sonho, que é estar ali diante de Juliette, ouvindo-a chamar-lhe de "amor" e saber que têm um filho e que mais um está a caminho. Isso é bom demais para ser verdade. Não pode ser real... E não está acontecendo. Definitivamente não!

Juliette tinha ido embora ontem por culpa de Sarah, que a renegou e rejeitou inúmeras vezes.

Como, em nome de Deus, é possível agora a Tenente estar ali diante de Sarah, grávida e elas serem casadas há sete anos? Isso não faz qualquer sentido.

‘’Eu acho que estou sonhando!... Você aqui comigo.’’, sussurra quase em transe, sem tirar os olhos da morena grávida. 

‘’E onde mais eu estaria Capitã Andrade, senão ao lado da mulher que amo?’’

Juliette sorri daquele jeito tão garota dela, o qual Sarah se encantou ver estampando o rosto da morena desde a primeira vez que viu aquele gesto na Tenente.

As sobrancelhas de Sarah então se arqueiam em virtude das últimas palavras de Juliette. A Tenente lhe ama?! Parece algo inacreditável.

Sarah põe-se de pé sem tirar os olhos de Juliette.

Se tudo aquilo que está vendo e escutando até agora é um sonho, a capitã não quer acordar nunca mais. Prefere ficar presa naquele ‘mundo alternativo’ sem pensar duas vezes.

‘’Que bom que está aqui, Ju!’’

A morena sorri de modo mais largo, acariciando o rosto de Sarah.

‘’Não há outro lugar onde eu queira estar no mundo que não seja este... Ao seu lado, Sarah!’’

Juliette aproxima seu rosto ao de Sarah e beija-lhe.’

- Pressão arterial e batimentos cardíacos caindo drasticamente, doutor... Ela está tendo uma parada cardíaca. – a enfermeira informa ao médico.

- Desfibrilador rápido!

A enfermeira prontamente traz o aparelho com o auxílio de um colega.

- Se afastem!

O médico dá a primeira carga de choque na paciente e pelo monitor não vê o resultado esperado.

- Vamos lá, Sarah. Fique conosco!

Outra carga agora com maior intensidade que a anterior é dada pelo médico em Sarah e nada. O profissional da saúde faz todo o esforço para não perder sua paciente, que também é conhecida sua. Uma terceira tentativa é feita e com alívio o bom médico vê resultado em sua paciente. Os batimentos de Sarah se elevam até estabilizar.

Na sala de espera, os colegas da capitã do turno noturno aguardam notícias tanto de Arcrebiano quanto da amiga/chefe que está em cirurgia de emergência para conter uma grave hemorragia interna. Nervosos e angustiados, eles só torcem para que nada de pior aconteça com os dois membros da equipe de bombeiros.

A espera e a falta de notícias vai impacientando a todos com o passar do tempo. O grupo de bombeiros quer saber logo sobre o estado da chefe, já que as notícias sobre Arcrebiano tinham chego e eram boas. O estado de saúde do Tenente é estável. Quanto a Sarah, as notícias vieram após mais algum tempo de espera.

Foi o médico responsável pelo procedimento cirúrgico de Sarah aparecer na sala onde o grupo estava aguardando e uma enxurrada de perguntas foi feita. O profissional tranquilizou a todos dizendo que havia conseguido estancar a hemorragia interna da capitã e que ela iria ficar bem, apesar da gravidade de seus machucados. Todos se abraçaram aliviados com a notícia.


------------------------------------------------------------------

Um xero e até a próxima segunda-feira ❤️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top