MATANDO!

Os eventos abaixo acontecem entre sexta feira 27 de outubro a sábado 28 de outubro.

A frente da igreja Carvalho de Justiça estava bastante movimentada. Três carros de polícia e um utilitário do IML estão parados na frente da igreja.

Perto do altar, o pastor Lucas está sentado, atônito, com o que estava acontecendo e sem acreditar que há dois corpos no altar e mais três adiante com os rostos totalmente deformados pela dor.

Um carro esporte vermelho, Diplomata, para  na frente. Medeiros desce do carro e vai calmamente em direção ao local.

Ajeita o coldre, olha para arma e logo depois para o relógio que a faz lembrar que há três horas atrás estava dormindo, descansando, para uma viagem que nunca aconteceria.

Ela sente que não será uma noite normal e que tudo não será igual como era antes... Apenas sente. Medeiros sobe as escadas da frente da igreja e se dirige até o fundo do templo passando pelo lado de fora.

Chega na casa do pastor e cumprimenta os peritos que estão analisando o local.

-O que temos hoje? - Pergunta Medeiros

- Medeiros, a coisa está feia. Ainda não temos nada, a casa do pastor está limpa.

-Afonso, não acredito que não temos nada! Avise-me se achar alguma coisa. Você já tem informação se o casal era amigo do pastor?

- Pedro está verificando. Mais os cinco corpos...

Medeiros interrompe Afonso antes dele terminar.

-Cinco corpos? Como assim? - A investigadora franje o cenho.

-Desculpe, pensava que você estava sabendo que eram cinco corpos. Há um casal e mais três suspeitos... Talvez os mesmos que executaram o casal!

Medeiros sai do local atônita com a revelação.

"Cinco?!"

Ela volta para frente da congregação. Olha a porta dos fundos:

"Não há sinal de arrombamento."

Depois caminha à escada e entra na igreja. Seu coração acelera por que a informação que era um duplo homicídio estava furtivamente errada.

Medeiros anda mais um pouco e passa a ver os cinco corpos, diminui a passada e vai olhando para a nave do templo, tentando entender o que aconteceu.

-Medeiros suba aqui! - Ela olha para cima e ver o delegado Aloísio a chamando apressadamente com a mão direita.

-Vamos suba logo! - Insiste ele.

Ao chegar ao átrio superior, um primeiro andar na igreja, o vigia está catatônico, apenas repetindo:

"Não fui eu! Não fui eu!"

Sem expressão facial e olhando para o teto.

-Chefe, que surpresa o senhor por aqui! Pensei que havia parado com serviço de campo. - Medeiros brinca com Aloísio.

-Você já foi inteirada dos assuntos? -Pergunta Aloísio.

-Não. Digo... Não totalmente.

-Medeiros... Sei que você anda cansada e que cancelei as suas férias, mas, preciso de você neste caso que será de repercussão nacional. Não posso abrir mão dos melhores trabalhando comigo.

-Claro Chefe, em que posso ajudar? - Responde Medeiros sem entender ainda a dimensão do caso.

-Um deles é filho do governador. - Diz Aloísio sem demorar e direto no ponto.

-Como é? - Medeiros olha espantada para Aloísio.

-O governador está sendo avisado agora por um amigo em comum. Estamos conseguindo reter a informação para não vazar à imprensa, mas, depois este local ficará repleto de federais e policiais de elites. Por isso preciso que você analise tudo o quanto antes e o mais rápido possível. Além do mais, seremos pressionado mais do que o normal, o caso do "Assassino dos dedos" vai ser fichinha!

A investigadora olha para Aloísio com uma sobrancelha levantada.

-Medeiros - Continua Aloísio - Segundo o vigia que estava dormindo aqui em cima, por volta das onze e meia da noite, três homens entram com dois sacos pretos nas costas, desenharam um pentagrama com a frase:

"Deus está morto!"

-E...- interrompe Medeiros

-Não me atrapalhe, haja vista que estou com vontade de fumar e não posso porque eu estou aqui dentro dessa igreja.

-Okay!

- A bizarrice não para! -Aloísio continua falando - Eles começaram então, a montar esta cena dantesca que você está vendo aí em embaixo e depois iniciaram um ritual com necrofilia, urinaram e defecaram no altar.

Medeiros continua parada atônita. Apenas escutando a história. Em alguns momentos olhava para o vigia.

-Passava da meia-noite quando um deles grita e cai morto. Os outros dois tentam correr e também são mortos!

- Já sabemos qual foi a arma usada no segundo crime? -Pergunta Medeiros olhando para o vigia.

-Não sabemos! Responde Aloísio.

-Como não sabemos? - Medeiros olha de volta para o delegado.

-Não sabemos! Mas, temos uma ideia, talvez uma possibilidade de que a arma usada tenha sido uma espada.

-Oi?! - Medeiros a cada instante vai ficando mais intrigada com as novas informações.

- Imagine, uma lâmina absurdamente quente e cortante como uma super navalha, que atravessou sem esforço os corpos dos assassinos.

-Cacete! Sério?!

-O vigia não quer falar o que viu ou o que pensa que viu. - Aloísio puxa uma cigarrilha do bolso esquerdo do seu blaser marrom escuro.

-Vou falar com ele! - Afirma Medeiros.

-Sim e aproveita para falar com o pastor também. Ele pediu para falar com você. - Aloísio tira o cigarro, não aguentando mais à vontade para fumar e coloca na boca.

-Comigo? Por que ?

-Não sei. Algum problema em falar com o pastor?

-Claro que não!

-Ótimo! Quem sabe ele só vai confessar a você, vai entender esses tipos!

- E por que ele confessaria?

- Talvez por que seja um sádico ou por que teve um surto psicótico... O sacerdote esta em reabilitação! Gostava de encher a cara e usar drogas.

-Aloísio, fala sério. O Pastor é raquítico. Não foi ele! Só se ficou possuído!

Medeiros e o Delegado olham para Lucas, que está lá embaixo!

-Mesmo assim você pode falar com ele?

-Qual deles é o filho do governador? - Pergunta Medeiros olhando para os corpos.

-O que está por cima da moça. - Responde Aloísio.

-Há mais alguma coisa que preciso saber? - A investigadora pergunta com ironia.

-Os ferimentos foram feitos de cima para baixo! - Aloísio depois de falar mais essa informação, acende o cigarro.

Medeiros que estava descendo a escada, para e olhar para trás, dentro dos olhos do Delegado.

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