A GUERRA EXPLODE (Parte II)


Larsson chega ao prédio de luxo "Lua de Prata". São quase trinta andares. O arranha céu foi construído no terreno da antiga "Mesbla", - uma loja de departamentos que fechou na década de oitenta. – O prédio foi construído um por andar. Ele estaciona a moto no outro lado da rua e dirigi-se até a portaria. Pega o interfone e fala com o segurança patrimonial que acumula a função de porteiro. O Segurança pede para aguardar e interfona informando a visita.  A porta de vidro blindado abre-se automaticamente. O segurança caminha até Larsson, enquanto um outro forte com uma cicatriz no lábio inferior mais afastado observa a revista com o detector de metais. Depois o Agente caminha até o elevador panorâmico e aperta o trigésimo andar.

"Devia ter escolhida outra profissão"-Pensa Larsson admirado com o luxo e requinte do local.

Num abri e fechar de olhos o elevador chega ao andar solicitado. A porta já abre dentro do imóvel. Gustavo está na porta o esperando. Está vestido com uma camisa de marca, folgada e na mão direita uma taça de cristal francês com uma bebida com aspecto de um vinho tinto.

-Boa Noite Larsson. Conta as novas. – Fala Gustavo. - Que beber algo?

-Não muito obrigado estava indo jantar no Restaurante Leite e resolvi passar por aqui. Parabéns pelo apartamento... – Larsson comenta olhando tudo a sua volta.

-Obrigado. Sandra procurou deixar do jeito que ela sempre pensou... Mas, o que de fato, trás você aqui?- Os dois sentam num confortável sofá em "L" feito de couro preto.

-Desde que Cleiton morreu, tenho corrido sem tempo nem para um banho, um descanso... Noite e dia. Já vamos para as setenta e duas horas... Estou cansado.

-Entendo...

-O telefone não pára de tocar... A quantidade de "pistas" erradas que recebemos são "homéricas".

Gustavo observa Larsson explicar quão é difícil achar uma informação consistente num caso tão complexo e com repercussão, mais o acompanhamento integral da mídia atrás de novas informações. Depois de sorver o líquido da taça, Gustavo pergunta.

-Imagino. Mas vamos ao que importa...Em que posso ajudar?

-Hoje pela manhã, recebemos uma informação quente. O nome de um possível participante do assassinato de Cleiton.

-Meu Deus que bom, e...?-Pergunta Gustavo.

Larsson analisa o homem rapidamente. E depois volta a conversar.

-Gustavo, você sabe que um homem torturado confessa até os crimes que não fez e ainda conta detalhes.

-É verdade.

-Porém nesse caso, o rapaz não foi torturado. Ele falou de espontânea vontade, digamos que... Ele foi estimulado... Mas, contou tudo o que precisávamos saber.

Gustavo começa a ficar impaciente.

Larsson pergunta: -Poderia me oferecer água?

-Claro. – Responde Gustavo sem expressão definida. Ele balança uma sineta e sem demora aparece uma "funcionária do lar". Larsson repete o pedido e espera em silêncio a moça servi-lo. Depois de beber, continua com o assunto da parte que parou...

-Você conhece o soro da verdade?- Pergunta Larsson.

-Já ouvir falar. –Responde Gustavo. – os peritos afirmam que não há como manipular as respostas. Larsson não me leve a mal, mas, o que esse assunto tem a ver com nossa pequena reunião?

-Gustavo, você já trabalha com Celso há vários anos e sabe que ele não costuma ser complacente com traição.

-Sei muito bem como ele é. –Responde Gustavo.

-Vou direto ao assunto... E a minha ação vai depender das suas respostas. Você ama sua família?

-Sim. –Entendendo aonde a conversa vai chegar.

-Você estaria disposto a tudo por sua esposa e filhos?

-Claro.

-Se você colaborar com as perguntas que tenho deixo sua família viver. Entenda que a ordem que tenho é para matar a todos. – Larsson olha friamente para Gustavo – Mas se sua resposta começar por "não" infelizmente não poderei fazer nada.

Gustavo levantasse e caminha até a janela. Depois se vira para Larsson.

-Você acha que tenho medo de você ou do Governador? – Ainda de costas para Larsson. -

Agradeço sua proposta, mas a terei que recusar. – Vira-se lentamente - Não vou negar ou afirmar nada. Cleiton morreu por escolha dele. Ele nos procurou e não nós a ele.

Larsson olha sem acreditar para Gustavo.

-A organização que sirvo é milenar. Poderosa. – Gustavo falava com uma frieza, arrogância e calma horripilante – Eles estão nas mais variadas organizações, credos, países e não há como fugir deles.

-Quem são eles?-Pergunta o Agente.

-Você é um tolo. Nunca os trairia. Prefiro morrer a ter que delatá-los. Não se aproxime mais. –Avisa Gustavo olhando seriamente para o Agente. - Larsson, percebe o vacilo que deu. Não era para ter deixado a distancia entre eles existir. Como poderia desconfiar que Gustavo agisse dessa forma fria e calculista? A verdade é que com toda sua experiência deveria ter analisado todas as conjunturas. Larsson saca a arma de fibra de carbono chinesa e atira na perna de Gustavo que cai sobre a perna alvejada, mas arranja forças para se levantar...Gustavo sorri para Larsson e antes de pular do trigésimo andar fala:

-Viva ao rei deste mundo. Lucifer!– Larsson corre, mas não consegue impedir. Ele vê o homem se perder no escuro enquanto cai. Gustavo cai com os braços abertos como se fosse abraçar alguém. O teto do Importado preto, na garagem descoberta do prédio, afunda com o impacto do corpo que se espatifa. Larsson vai rapidamente ao quarto de Gustavo e esbarra na funcionária que ainda não sabe o que aconteceu. Ele pega o computador portátil e vai à direção da porta. Ele aguarda o elevador chegar.

A porta se abre com dois seguranças patrimoniais armados. Um se dirige rapidamente para as costas de Larsson e tenta lhe tirar a arma das costas, e depois bate com a coronha da arma na cabeça dele. Larsson cai de joelhos. O que está na frente o chuta e quando vai disparar a queima roupa, ele consegue dar uma tapa na mão do agressor frontal, desviando o tiro. com rapidez e aproveitando que está ajoelhado esmurra a virilha e jogá-o por cima do seu ombro contra o outro oponente que efetua um disparo e erra. "Parece que eles nunca usaram uma arma antes". Melhor para Larsson que aproveita o momento e pega a sua arma que caiu no chão e efetua os disparos nas pernas dos seguranças e depois na cabeça.

Ao chegar ao térreo, os outros seguranças estavam rendidos pela tropa.

-O senhor está bem? – Pergunta Rebeca.

-Sim! E muito puto!. – Responde limpando o sangue da cabeça.

-Descobriu alguma coisa?

-Nada que já não soubéssemos. –Responde Larsson entrando num Corolla Preto.

-O que fazemos com eles? –Pergunta Rebeca.

-Prender e mande para. –Voltando para dentro do carro. Aos poucos as pessoas vão aparecendo.

O agente de campo Caio fica no local aguardando a chegada dos policiais.

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O enfermeiro Estevão se dirige rapidamente pelo corredor do segundo piso. Seus olhos estão alerta e olhando para toda parte. Enquanto andava ia repetindo baixinho:

"O Inferno está comigo. O Inferno está comigo."

Por baixo da bata o enfermeiro coloca um revolver 38. Ele caminha rapidamente e começa a subir as escadas pulando dois em dois degraus. Ao chegar ao quarto andar passa pela porta de incêndio que estava aberta. Olha para o final do corredor.

"Quarto Dezessete"...cade você?

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Thell estava achando tudo muito calmo. Uma nuvem negra pairava sobre o Hospital da Cidade.

"Orações Satânicas" - Desvenda o Guerreiro.

Uma luz azul e  clara cruza a imensa nuvem e desce em sua direção.

-Thell! -Allende cumprimenta o general.

-O que foi Allende? – pergunta Thell.

-A horda está preparando-se para atacar.

-Quem está vindo?-Pergunta Thell.

-Os generais Moloch e Legião. E já chegaram.

Thell tira do alforje a trombeta de ouro chamada "Som de Muita Águas" e a faz soar.

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-Se preparem eles já sabem que estamos aqui! - Fala Moloch,

depois de escutar o soar da trombeta. Ele levanta sua espada e grita:

– Seres infernais ninguém deve viver! Lutem pelo inferno!

Legião

sai através de um espelho de parede que está escondido no subsolo do Hospital da Cidade. Junto com eles saem os piores demônios daquela cidade. O espelho tem sido um portal que fora aberto há quarenta anos, e através dele os demônios têm se deslocado de um lugar para outro. Há espelhos que são usados como portas dimensionais que liga todo o globo terrestre. Essa é a forma deles compensarem a falta da velocidade angelical.

-Lembre-se que esse hospital tem sido nossa casa e quartel general há anos. E nunca, nunca fomos derrotados aqui. Então quando sairmos com a vitória, darei o direito a vocês de comandar comigo o restante dessas míseras cidades.

A ordem infernal urrava.

-Saiam e tomem os corpos dos nossos fiéis

Assumam seus corpos. O Portal de Hades estará protegido. A humana se antecipou, mas temos a dianteira.

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Estevão cruza o corredor e ver Medeiros de costa. Saca o trinta e oito e um tiro seco atinge o alvo na cabeça. Estevão cai como uma pedra. Aloísio ao voltar da máquina de café desconfiou do enfermeiro e da sua fisionomia perturbada. Ele corre e ver Medeiros e Denise com as armas em punho.

-Denise! saia daqui com Medeiros.! Grita Aloísio!

-Não vou a lugar nenhum. Meu pai está aqui! Responde Medeiros sacando sua arma de carbono.

Som de disparos de metralhadora vindas da UTI.

-Meu Deus...Seu pai. - Fala Denise desesperando-se.

Aloísio como está próximo a porta, sai correndo para UTI...quando...detrás do balcão da recepção a mulher que o atendera hoje à tarde, está com uma dose em punho e dispara. O tiro atinge o peito de Aloísio que é arremessado dois metros para trás.

-Aluisio!- Grita Medeiros - Ela sem pensar atirar na recepcionista que se abaixa. Denise rola pelo chão e puxa com dificuldades Aloísio para o quarto. Medeiros corre abaixada e joga-se por trás de um grupo de cadeiras que fica na frente da recepção. Na saída do elevador.

-Pelo inferno!- Grita a mulher atirando nas cadeiras. Cada disparo de Doze, abre um buraco despedaçan-do as fileiras das cadeiras. Medeiros vai se confiando no seu tamanho e na habilidade de rolar para o lado.

-Apareça humana!- fala a mulher.

"Humana? E ela é o que?" – Pensa Medeiros sem entender a frase.

-Esse hospital é nossa casa a anos, e você veio profanar com seu sangue imundo. Moloch e Legião estão aqui, você acha que seu anjo vai ajudá-la?

"Moloch? Legião? Anjo? Do que ela
Está falando?

-Largue a arma!- Fala Denise por trás da mulher - Não faça nenhuma besteira senão atiro.

A mulher vira o pescoço para trás. Denise se assusta. A cabeça da mulher está nas costas e a arma apontando para as cadeiras onde Medeiros está.

-Você acha que tenho medo de suas armas?- a possessa dá uma risada infernal- Vou matar sua filha, você e depois seu marido. Medeiros levanta-se rapidamente e dispara seis vezes contra o corpo da mulher. Ela cai para trás disparando para o teto, que desaba sobre ela.
Elas correm para a UTI e ao chegar lá a chacina estava completa. Elas estão horrorizadas com o
quadro dantesco. Uma cama é empurrada contra elas e sem demora começam a atirar.

-Parem! Sou eu! Ora bolas!- Grita J.J

As duas correm e se abraçam com J.J, elas o levanta e pegam uma cadeira de roda para ele se sentar. A perfuração da bala está sangrando. Medeiros abre a porta da UTI atenta a qualquer movimento suspeito.

-Mãe como vamos levar Aloísio?

-Filha ele está morto.

Medeiros chora. Lágrimas rolam pelo seu rosto. Seu Mentor morto.

-Se vamos ficar aqui, sugiro um quarto com televisão. – Fala J.J rindo e sentindo dor.

-É precisamos ir. Mamãe temos que sair todos juntos.
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-Sopro Sagrado!-

Thell finca a espada no tronco de um anjo caído que estava no telhado, respondendo a pergunta do caído.

-O Meu nome é Thell e o da minha amiga é Sopro Sagrado. – Rodando a espada no ar. Ele ainda não conseguira sair do telhado. Das paredes e dos tetos saiam cada vez mais e mais demônios.

-Thell essa é nossa casa e fortaleza. – Fala um dos capitães da Primeira Horda do Inferno chamada Mortandade.

-Você acha que tenho medo de vocês? Venha provar do fio da minha espada.

-Deveria ter General. Nós somos filhos de Legião. – Dito isso eles partem para cima do General.

"Onde está meu reforço?" – Pensa Thell

XXX

-Celso, Gustavo suicidou-se. – Fala Larsson ao telefone.

Silencio do outro lado da linha.

-Você matou todos? – Pergunta Celso.

-A mulher e filhos não estavam em casa. Mandei Sóstenes fazer o serviço. Tive que atirar em dois seguranças...

-Não se preocupe com detalhes. – Fala abruptamente o Governador.

Depois de desligar o telefone, Larsson olha para Rebeca e balança a cabeça negativamente. Larsson estava mentindo. Nunca iria matar inocentes.

-Não sou mercenário ou assassino de aluguel. Mato quando não tenho escolhas, é a minha vida pela do outro, mas matar inocentes nunca.

-Chefe, ordem dada é ordem cumprida. – Fala Sóstenes.

-Deixem pensar que os matamos...depois me resolvo com ele, mas, mulheres e crianças nunca -Rebeca interrompe.

-Chefe Marcos tem novas informações.

-Quais são?

-O computador que o senhor entregou tem arquivos que o senhor precisa ver. Ele pede para voltarmos à base.

-Primeiro vou até o Hospital da Cidade e depois sigo para lá.

-Escutou Marcos?-fala Rebeca para a Base?

-Entendo... Ele pede para colocar no viva voz.

-Ok. –Responde Larsson.

-Chefe, você precisa voltar. Temos vários vídeos. O senhor precisa ver.

-Que tipo de vídeo?

-O do dia do assassinato de Cleiton. –Responde Marcos.

Larsson olha para Rebeca e diz:- Cacete...o que tem mais ?

XXX

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