A ENTREVISTA SEGUE COM O ARCANJO
J.J está parado pensando sobre a Graças a Deus.
-Como foi a Queda?
-Bem, na hierarquia celestial, havia um de nós chamado de O Portador da Luz, ou mais conhecido como Lúcifer ou Samael, que ocupava uma posição a mais que os demais. –Thell anda de lado para outro. – Deus lhe ungiu e lhe deu autoridade. Ele foi criado perfeito, sábio e formoso. Ele administrava o Éden. Era um lugar magnífico. Belíssimo. Seu talento musical era inconfundível. Ele representava a Pátria celestial.
-Quantas honras. – Admirasse J.J
-É... Porém, tudo isso lhe subiu a cabeça. O fato também de Deus dar o Éden para Adão foi outra situação complicada para ele. Ele não aceitava que o homem, o "ser de barro" pudesse dar nomes a todas as coisas. Juntou tudo isso com a vaidade que o conduziu ao egoísmo, que no final não aceitava ninguém acima de si, nem mesmo o Altíssimo.
-Que coisa...-Reflete o Jornalista
-O sonho de ser deus, ou ocupar o lugar de Deus, o fez instigar nos anjos o desejo de rebelar se. Provocar uma rebelião. Seus pensamentos tornaram-se insanos e cruéis. Então ele vai disseminando dúvidas no coração de vários anjos, arcanjos e conseguiu convencê-los a segui-lo para o abismo.
-Como ele conseguiu fazer isso?
-Ele saiu entre nossos irmãos vendendo a sua "idéia" de justiça para assegurar a fidelidade dos nossos irmãos.
-Se os anjos não têm livre arbítrio, como eles seguiram Lúcifer?- Pergunta J.J-
-Nós temos direito a escolhas. Há diferença entre escolhas e livre arbítrio. Um terço dos Anjos caiu com ele. Eles foram expulsos da face do Altíssimo.
-A condenação deles é eterna?
-Sim. –Responde Thell- É eterna e sem possibilidade de redenção. Eles escolheram esse caminho.
J.J fica uns dez minutos pensando em tudo que foi revelado e continua perguntando.
-Como é Deus? – Pergunta J.J
-Vocês aprendem usando aquilo que conhecem como uma ponte, uma ligação para alcançar aquilo que é desconhecido. O Pai não pode ser considerado igual a nada. Ele não é exatamente igual a nada que sua mente finita possa alcançar. Nem existência ele tem! Ele é!
-Mas pelo menos me diga com o que Ele se parece. – Fala J.J a Thell
-Até para nós é impossível dizer algo assim. Como se trata de um mundo que transcende a nossa natureza limitada, principalmente as suas mentes arcaicas, o Espírito do Criador ensina a vocês pelo que é semelhante.
-Como assim?
-Ezequiel quando viu em uma de suas profecias o céu aberto com visões do Altíssimo, ele viu o que era totalmente diferente do conhecimento dele, então ele usa a linguagem comparativa: "O Aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; o fogo corria resplandecente por entre os seres e deles saíam relâmpagos."
-Você viu isso na Bíblia ?-Pergunta J.J-
-Está escrito. É só procurar. – Responde Thell e continua - Quanto mais ele se aproximava do trono ardente, mas era inseguro, impreciso e mesmo assim a visão de Ezequiel não cria uma impressão de irrealidade. Assim, ele precisa transmitir o que vê e usa as palavras: semelhança, aparência, aspecto.
-Entendo. Mas fisicamente, como é Ele?
-O Altíssimo é Espírito e Jesus é homem num corpo glorioso.
-Concluindo, a primeira rebelião ocorreu movida por inveja, ciúme e sede de poder. Nós caímos por que um homem, diga-se de passagem, o primeiro foi enganado.
-Negativo. O homem caiu por amor.
J.J olha para Thell.
-A primeira mulher foi enganada, mas, o primeiro homem não. A Queda foi consciente. Ele caiu por amor a sua mulher. Ele sabia que estava desobedecendo. Lembrem-se, vocês tem o Livre Arbítrio para escolher que caminho seguir.
-Então por causa de Adão, sou punido?-Pergunta J.J
-As escolhas trazem conseqüência continua. Seus filhos são menores de idade. Se você pede demissão hoje e vai para casa, senão conseguir um emprego, só você passará privações? - Pergunta Thell-
-Claro que não.
-Mas, o que eles fizeram de errado para passarem por essas provações?
-Nada...não fizeram nada...
-Então, a sua decisão repercutiu em toda a sua casa?
-Sim.-Responde J.J
-Foi exatamente isso que aconteceu em proporções maiores. O pai natural de vocês, o primeiro homem abandonou seu estado inicial, para atender um pedido por amor a esposa.
-Mas é injusto!- Fala J.J
-Não falei que é justo. Mas quando Abrão oferecia suas riquezas e gado para o Rei de Salém, o Altíssimo abençoou até a quarta geração de Abrão.
-Então se Adão não tivesse comido da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, a Queda não teria existido?
-Isso mesmo. E se vocês tivessem se alimentado do fruto da Árvore que estava no meio do Jardim, vocês passariam a ter a vida eterna.
J.J fica refletindo na palavra do arcanjo, e não consegue tirar seus olhos do infinito.
-Homem, como já disse... vocês são crianças. Não conseguem ver além dos seus olhos e ainda se julgam que sabem tudo. A Queda foi um dia de tristeza nos céus.
-Como assim.
-Nós, os celestiais, embora tenhamos uma sabedoria milenar e por experiência saber e prever o que muitas vezes uma escolha errada pode fazer, porém somos limitados. Não conhecemos o futuro até acontecer. Quando o pai terreno de vocês caiu, lamentamos pela vitória inicial de Lúcifer em tornar o homem mal. Depois quando nós soubemos o que seria feito para tirar a malignidade do homem, nos impressionamos e tememos. – Thell pela primeira vez abaixa o olhar, e parece que está vivendo aquele dia.
-Você está falando da encarnação e morte do Salvador?
Thell olha para J.J insatisfeito com a pergunta foi formulada.
-As suas palavras tiram a dor daquele momento. – Reflete Thell- Parece que foi algo simples de se resolver. Você abriria mão da sua humanidade para ser uma lesma? – Os olhos de Thell acendem.
-Não. – J.J fala procurando as palavras corretas.
-Você morreria por essas lesmas?
-Claro que não! São lesmas. Thell, Jesus morreu por nós e não por lesmas. – responde J.J magoado com a comparação.
-Você é tão criatura quanto uma. Você não entende que passou a existir um abismo entre o Criador e suas criaturas depois da Queda. Eu, você, as lesmas e qualquer um nesse mundo ou no outro somos criaturas.
J.J se recua um pouco na cadeira.
-Agora vamos tentar nos colocar do outro lado. Há classes de querubins que tem seis asas. Duas cobrem os rostos, duas o corpo e com as outras voam. Estás acompanhando?
-Sim. – Responde J.J
-Eles mesmos em todo o seu esplendor, são criaturas e quando ficam na frente da santidade do Altíssimo se acham tão impuros que se cobrem com as asas. Mas, o Altíssimo no final da tarde humana, se limitava temporariamente para andar com o homem pelo jardim e desenvolverem um relacionamento.
-Que maravilhoso. Nunca havia pensado nisso. Embora essa palavra "limitava" me incomoda bastante.
-Então vai incomodar mais. A redenção do homem só poderia ser realizada se outro homem, sem pecado, passasse uma vida sem pecado e no final se declarasse culpado no lugar de todo homem. Mas que homem seria esse?
-Nenhum de nós teria essa condição. – Fala J.J
-Qual a solução? –Pergunta Thell.
-Deus encarnar! Virar homem! torna-se um nós.– Fala J.J com os olhos marejados.
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-Imagine, você ser onisciente, e passar a depender da memória dos outros, das mãos dos outros, ou mesmo você está em todo o lugar ao mesmo tempo e em todo o tempo e passar a ocupar um lugar por vez. Ou mesmo ter todos os dias, todos os tempos, todas as criaturas, tudo diante da sua visão e passar a ter que dormir, ou sentir cansaço. Aquele que nunca dormiu, encosta-se ao poço de Samaria e pede água por não está aguentando o calor do meio dia. O calor da criatura provocando fadiga no criador. J.J não aguenta e chora. Thell se levanta e caminha em direção à janela.
-Nunca havia observado por este lado. – Fala J.J
-Entendes agora quando digo que Deus limitou-se?
-Sim. Agora entendo sim...
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