46 - Jardim do Éden;
Diante dele um fogo consome; e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará. — Joel 2:3
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O quarto estava silencioso, faltava menos de uma hora para o amanhecer afastar a escuridão, dentro do banheiro submerso na água fria, Jeon Jungkook encarava o teto pouco turvo devido a água, fazia dez minutos que estava assim, sentindo os pulmões queimarem em busca de ar, o coração diminuir as batidas.
Antes da inconsciência se alastrar emergiu, seus movimentos foram suaves, o ofegar intenso, lumes fixos em algum ponto cego desde que voltou a si tem se martirizando pelo que fizera quando a dor o cegou e bloqueou sua essência, tornando-o diferente de tudo que havia sido durante toda sua vida.
Saindo da banheira retangular de porcelanato branco, removeu as vestes molhadas, a pele alva tomou uma coloração roxa pelo tempo em que ficou debaixo d 'água, colocou um conjunto de moletom cinza dois números maiores que o seu habitual e saiu do anexo, secando os cabelos médios com a toalha, não fazia ideia de onde Taehyung estava, todavia, sentia que não tardaria a voltar.
Na cozinha procurou fazer algo para comer, procurando manter-se ocupado ao máximo para não sucumbir ao delírio infernal. Aguardando o café ser passado, tirou do bolso o anel de noivado que guardou por tanto tempo, sorriu genuíno pelas boas lembranças, pensara no motivo por Kim ter guardado isso, no porque ele o fizera, ainda mais em um lugar onde certamente ele veria.
— Algo está errado. — Sussurrou para si mesmo.
Jeon recuperou grande parte das memórias, o suficiente para resolver pendências antigas,
precisava manter tudo do jeito que estava, ao menos por enquanto, entretanto, em sua alma fragmentada e frágil, o policial estava ciente de que Taehyung já sabe que ele voltou, porém não deve saber quantos porcentos de sua mente havia retornado.
Tomando café quieto, observando o tempo através da janela, forçou as lembranças antes ocultas simplesmente virem, sua destra tremeu, a xícara balançou, derramando um pouco do líquido escuro e fumegante, queimando seus dedos... a dor por vezes é um gatilho para perder ou recuperar, começaria por isso.
Nada ficará impune. Não mais.
Ouvindo o barulho da porta ser aberta, o moreno olhou em direção ao arco que dividia o hall de entrada da cozinha e viu Taehyung aparecer, o rosto pálido, os olhos marcados pela insônia, ombros caídos e cansaço.
— Tudo bem? Acordei e não te vi. — Diz sereno, o tom suave e indefeso.
— Tive alguns assuntos para resolver, mon coeur. Meu coração. — Responde rouco, puxando uma cadeira, quase desabando pelo sono acumulado.
— Descanse, tá bom? — Sorriu. — Se importa se eu sair? Preciso comprar algumas coisas.
— Sem problemas. Vou tentar dormir depois do banho. — Tirou a chave do carro do bolso do paletó e o entregou. — Vai demorar?
— Um pouquinho.
— Claro, tome cuidado e me ligue se precisar de alguma coisa.
Este assente, depositando um beijinho no rosto do mais velho, voltando ao quarto para trocar as roupas e sair antes dele cogitar a hipótese de que estava saindo para fazer algo que não devia; mudando do moletom para jeans escuros, camisa de manga comprida e gola alta preta, Jungkook deixa o sobretudo cinza em cima da cama já arrumada e calçou um par de coturnos de cano médio, ajeitou os cabelos.
Durante tal momento mentalizou calma, acalmando uma ira que era como chamas incandescentes consumindo ferro, tão letal, mas ao mesmo tempo admirável. Pronto deixou o cômodo, voltou ao andar inferior e saiu para o vento frio e tempo úmido — entrando no carro procurou por algum dispositivo de rastreamento, após não encontrar ligou o carro, deixando rapidamente a propriedade.
De volta ao pivô de tudo que viveu, Jeon permaneceu cinco minutos dentro do carro antes de descer e entrar no prédio, a náusea deixava-o devagar, tanto quanto as dores de cabeça que começou nos primeiros sinais de retorno mental — passando pelo porteiro entrou no elevador, aguardou chegar ao andar, diante da porta tão familiar, entrou sem cerimônia, tudo estava do mesmo jeito.
Recorda-se vagamente do colapso emocional que o levou a destruir tudo que estava perto, passando por seu antigo quarto destrancou a porta do segundo cômodo, não fazia ideia de como encontrou a chave escondida em um livro que nunca leu e presumiu que era o favorito de seu falecido noivo.
Os computadores estavam desligados e empoeirados, anotações acumuladas, o quadro branco do lado oposto da mesa continha algumas anotações e fotos coladas com fita.
Abrindo a primeira gaveta, movido por incertezas e memória muscular, pegou um telefone que deixou dentro de um pequeno envelope, ligou e esperou... enquanto isso sentou na cadeira, desbloqueando os três monitores e procurou pela pista que tanto investigou.
"Kookie?"
Procurou pela voz tão baixinha soprada em seu ouvido.
"Kookie?"
A melodia cantava para si, numa frequência que apenas ele ouvia, tão suave, tão doce.
Era enlouquecedor.
— Ji? — Sussurrou.
A luz do aparelho celular o traz de volta a realidade, não tinha senha, contudo, exigia um reconhecimento facial para desbloquear e ter acesso a um aplicativo específico, pois apenas ele continha bloqueio.
Feito, clicou no arquivo, cerca de dez áudios estavam com datas específicas, temeroso começou a ouvir o primeiro datado do primeiro mês em que chegou aos Estados Unidos e pegou o caso das garotas desaparecidas.
"Meu nome é Jeon Jungkook, policial investigativo do departamento local de Nova York. Cerca de dez garotas entre dezoito e vinte e quatro anos desapareceram sem deixar rastros, todas não possuem tantas semelhanças físicas, exceto pelos cabelos escuros. Por hora não existe padrão. Nem mesmo dos locais em que foram vistas pela última vez."
Encerrou o primeiro áudio, pulando para o segundo.
"A última desaparecida se chama Morgan Parker. Todas as filmagens foram adulteradas, indicando que o autor tem facilidade para encobrir seus rastros para não ser encontrado, nem mesmo sua sombra."
"Parentes e amigos da jovem em questão, recusaram-se a depor, por medo de serem as próximas vítimas. Analisando todas as fichas, é crível de que lugares públicos e lotados é o ambiente de melhor escolha do autor para encontrar jovens em potencial."
De todas as garotas, Jeon encontrou um homem, este que desapareceu no mesmo mês em que uma das meninas também havia sido, seu nome James Carter, empresário, donos de cerca de dez agências de modelo, a imagem no monitor deixou o policial levemente pensativo — portanto, em poucos minutos conseguiu rastrear onde fora visto pela última vez. Possivelmente foi sequestrado pelo mesmo homem, com qual objetivo?
Infelizmente não sabia.
Em um dos monitores uma mensagem chegou em seu email, não havia remetente, apenas algo vago, mas que foi capaz de deixá-lo arrepiado dos pés a cabeça.
Saia do apartamento, ele está te observando.
Bile subiu a garganta. Não poderia sair dali sem esperar pelo retrato falado feito por alguém que ele fez de tudo para não vir a público. Alguém improvável, mas que lhe dará a resposta que tanto ansiou desde que o caso caiu em suas mãos.
Um barulho veio de algum lugar do apartamento ou próximo, Jeon ficou de pé, recolhendo todas as papeladas e o pen drive, jogando-os dentro de uma bolsa de couro preta, encarando o monitor, a ansiedade o corroía, quando a imagem finalmente carregou seu corpo paralisou, ainda que tivesse suspeitas, custou a acreditar que realmente havia sido ele.
Que o tempo todo foi Kim Taehyung o pivô de toda sua dor, lamento e desespero.
Saindo do quarto às pressas, Jeon tremeu ao segurar a arma já destravada, procurou pelo barulho sem ouvi-lo, sentindo que estava sendo observado, todavia, tinha de destruir tudo.
Trancando a porta, procurou em meio aos destroços o taco de alumínio, encontrando dentro do closet, em um fundo falso, apertando a destra ao redor da base, foi para o quarto, usando sua raiva para quebrar os computadores, arrebentar tudo, tentando se acalmar no processo, pois aquilo trouxe uma avalanche de sentimentos e nenhum deles eram positivos.
O óbvio era tão frustrante quanto perceber o que havia aceitado no tempo em que estivera em total inércia, sabia não ser sua culpa, que ele se aproveitou e se instalou como a porra de um parasita, porém, a raiva parecia não diminuir, nem quando deixou o apartamento, conforme descia os lances de escada, evitando o elevador, nem mesmo ao entrar em um carro que não era dele — largando a bolsa no banco ao lado, respirou fundo, ciente de que não poderia voltar, mas precisava, para não deixa-lo desconfiado.
Durante o retorno deixou as lágrimas molharem seu rosto, o grito agudo e doloroso à medida que seguia para casa do homem que não era nada mais que um demônio em sua vida. A mensagem que recebeu, anônimo ou não, ajudou-o a ao mesmo manter uma expressão neutra.
Passando dos portões encontrou Kim segurando uma xícara de porcelana, o hobby de cetim azul combinando com o pijama por baixo, o semblante fechado e olhar vazio, parando o carro, não fez cerimônia para descer, sorriu para o mais velho, quando sua maior vontade era sacar a arma e atirar.
— Demorou, fiquei preocupado. — O timbre grave e profundo pareceu carinhoso, fazendo o estômago de Jungkook se contorcer.
— Desculpe. — Fingiu neutralidade, tomando nota de, quem quer que estivesse no apartamento, foi a mando dele. — Fui ao antigo apartamento, precisa ser reformado.
— Precisará de ajuda com isso?
— Não.
— Está querendo sair daqui? — Puxou-o pela cintura, inalando o cheiro doce e fraquinho. — Está corado, você chorou?
— Preciso do meu espaço, e eu chorei sim.
— A algo que posso fazer por você, mon coeur?
Jeon ficou quieto por alguns segundos, não se livrou do corpo quente junto ao seu, de certa forma sentia conforto, sabendo que aquilo nada mais é do que a porra de uma Síndrome de Estocolmo, junto ao stress pós traumático — sorrindo, depositou um selar no queixo deste.
— Não, fique tranquilo.
— Tem lugar para ficar?
— Tenho. Vou arrumar minhas coisas. — Abriu a porta do carro, pegando a bolsa.
Entrando na casa minimalista, ouvia os passos de Taehyung atrás de si, subindo as escadas até o quarto que dividiam, Jungkook pegou as malas em tamanhos diferentes na cor branca, colocando-as na cama, Kim observava atento, algo passava por sua mente, no entanto o mais novo não fizera questão de saber.
— Jungkook. — Parou ao ouvir o chamado.
— Sim?
— Se importa de ficar apenas essa noite comigo? — As íris castanhas irradiam um brilho diferente.
— Claro, mas deixarei tudo arrumado.
— Sem problemas. Vou sair para comprar as coisas para o jantar. — Informou.
— Tudo bem, estarei aqui quando voltar.
Sozinho, chorou conforme guardava roupas que foram compradas por ele, encontrou os vestidos e saltos, além de joias, lembranças da Itália vieram em sua mente, a náusea era intensa, o enjoo de tudo que viveu depois da morte do homem que amava incondicionalmente.
O odiava, acima disso se odiava por ter sido tão fraco, tão vulnerável ao ponto de permitir que Taehyung tomasse a frente de tudo e de seu próprio jeito.
Era como estar no Jardim do Éden, vivendo em meio a relva macia, sem pecados, sem nada que trás ao ser humano a hipocrisia e a desonestidade, nada existia ali... por um ínfimo erro, descobriu que tal jardim não era nada além do inferno, onde o diabo fez questão de levá-lo ao paraíso falso, a um amor doentio.
Olhando para as malas feitas, Jungkook chorou de novo, de joelhos no chão frio.
— Me perdoe, Jimin. Me perdoe por tudo. — Implorou.
Cansado deitou em posição fetal, deixando a culpa corroer seu coração, conforme a sede de sangue dominava sua alma.
[...]
Jungkook acordou no início do anoitecer, ao invés de estar no chão estava na cama, enrolado em uma manta de cor creme, macia e quente... aguardou cinco minutos antes de levantar e tomar outro banho, nisso pensava sobre para onde iria, talvez um hotel, visto que mentira sobre ter onde ficar.
Saindo do anexo segurando a toalha ao redor do quadril, encarou as roupas que havia ficado, passou os dedos pelos tecidos suaves dos vestidos, pegando um preto de cetim e alças finas, este possuía uma fenda simples do lado direito, engolindo em seco vestiu diante ao espelho, seus cabelos chegavam aos ombros, macios e pouco ondulados, poderia ser facilmente confundido com uma mulher caso estivesse em lugar público.
Descendo as escadas com cuidado por conta dos saltos, Jeon tomava fôlego, tentando não tremer, não sair correndo o mais rápido que conseguia e para longe dele — o cheiro gostoso de algo sendo preparado invadiu seus sentidos, e ali, na cozinha, Taehyung estava de costas para si, os músculos marcando na camisa social, perto de si havia uma taça de vinho.
Ao se virar deparou-se com o moreno, o quão lindo estava naquele vestido, os lábios brilhando pelo gloss, os olhos marcados por delineador. Estava lindo.
— Nossa, está belíssimo.
— Obrigado.
— Aceita uma taça de vinho?
— Sim, por favor!
Taehyung apressou-se em servi-lo, sabia que era uma despedida então faria valer, afinal, não duraria para sempre, nada daquilo duraria.
— Sente-se, estou quase terminando.
— Esse vinho é de Borgonha, certo? — Perguntou, ansiando por não permitir que o silêncio se fixe.
— Sim, La Romanée Gran Cru 2011. — O sotaque francês era sensual em sua voz grave. — Elaborado pelo Domaine du Comte Liger-Belair, que faz divisa com o mítico.
Jeon leu na garrafa, não conseguiria imaginar o valor dessa bebida.
Apreciando o líquido de cor rubi intensa e profunda, revela um bouquet aromático extremamente elegante, onde destacam-se as notas de frutas vermelhas maduras, como cereja. Complexo e de grande estrutura. No paladar, apresenta taninos aveludados e um final longo e muito persistente.
Esse é um vinho de guarda por excelência, com capacidade para envelhecer na garrafa por décadas.
— É uma delícia.
— Certamente.
A mesa estava posta, Kim trouxe o jantar, antes mesmo do mais novo ousar perguntar, tomou a liberdade de explicar.
— Boeuf bourguignon. Um clássico ensopado de carne feito com vinho tinto, cebola pérola, cogumelos e bacon. Também francês.
— Parece maravilhoso, o cheiro está perfeito. — Elogiou sincero, ao experimentar soltou um gemido satisfatório. — Nossa. Está incrível.
— Obrigado.
O jantar fora em abundante quietude, exceto pelo tintilar dos talheres, as trocas de olhares falavam por si — verbalizar o que sentiam naquele momento não impediria a catástrofe de acontecer. Taehyung desconfiava, mas a paixão doentia o cegava por inteiro, Jungkook via isso mas íris castanhas salpicadas de um brilho que seria facilmente confundido com o mais raro dos diamantes, quando na verdade era apenas aço exposto a boa luminosidade.
— Estava tudo perfeito. Obrigado. — Deixou os utensílios dentro do prato raso e delicado, terminando o vinho da taça de cristal.
— De nada.
— É melhor que eu vá, preciso descansar.
O timbre sereno, antigo e sentimental tomou a ampla cozinha, Kim ficou de pé, caminhou até o mais novo, estendo a destra grande e quente para o mais novo que aceitou curioso, mas com uma paixão que sabia não ser real.
Guiando-o com graciosidade, Taehyung enlaçou o quadril pequeno, colando seu corpo ao dele, inalando o cheiro gostoso de sua pele que voltou a maciez e ao brilho da vida — a nostalgia tomou seus atos e pensamentos, de repente, viu-se jovem, apenas um recém casado apaixonado, dançando com seu amor pela cozinha, girando-a, proferindo palavras doces e românticas, admirando a beleza que por vezes pensou ser fruto de sua imaginação.
Mas ali, no mundo real, era Jeon Jungkook.
No mundo real, Kim estava por um fio, e todo seu percurso de sangue seria colocado na visão daquele que o encontrou e que fazia um ótimo papel em não demonstrar.
Digno de um Oscar.
— É errado dizer o quanto sinto uma vontade irrefreável de beijá-lo? Sabendo ser a última vez?
Taehyung o girou mais uma vez no ritmo da música, inclinando o corpo e sustentando o peso, lendo na expressão de outrora o quanto ele sentia a mesma necessidade inescrupulosa. A vida era só um engate, o amargor, o cheiro podre vinha de suas próprias decisões impensadas. Do destino que criou um caminho sombrio, regado pelo sangue e amaciado com dor, lamento e medo; onde sua única opção foi tornar-se o que temia.
— Me beije. — Jeon sussurrou, acariciando o rosto do mais velho, delineando a mandíbula marcada com o indicador, raspando a unha pela carne febril.
Temendo que mudasse de ideia, pegou-o no colo, engolindo o gemido ao sentir as pernas o apertando no quadril, as coxas grossas, ainda que o vestido tenha revelado a pele leitosa por baixo, conseguia absorver o calor desgovernado que instalou por seu corpo.
Sentando no sofá, ajustou Jeon em seu colo, abrindo mais as pernas para aconchegar a bunda em cima do seu pau semidesperto.
— Pensando se me beija ou não? — Questionou sorrateiro, com as mãos apoiadas no pescoço do homem que sentia gana em cravar uma adaga no peito e torcer até sentir os nervos e ligamentos do coração sendo dilacerados.
— Sinto seu tremor. — Ronronou, apertando as coxas alheias, movendo a pélvis para cima, tirando um suspiro engasgado e sorrindo satisfeito. — A forma como olha para mim. Vi esse olhar uma vez. — Admitiu deslizando as palmas e deixando-as na cintura pequena, pressionou para baixo, provocando tesão quase demoníaco. — A fome queima na imensidão sombria de seus olhos, mon coeur. Uma parte de si muitos anos adormecida por fim ressurge.
— Tae... — Foi silenciado pelo indicador longo e pálido.
— Não diga nada pois será pior. — Afrouxou o aperto. — Saiba que o amei. Que me apaixonei por você. Perdidamente e incondicionalmente. — Usou a canhota para segurar o rosto delicado, os quatro dígitos pressionando sua bochecha esquerda, enquanto o polegar pressiona a direita, um ato de domínio. De posse. De comando. — Deixe-me tê-lo essa noite? Me deixe amar seu corpo e alma apenas essa noite. Pela manhã poderá ir embora.
— Não é uma boa ideia.
— Não? É por isso que seu vestido está molhado? Hum? — Jeon sentiu o rosto corar, o calor se propagar nas bochechas e pescoço.
— Melhor eu ir. Desculpe. — Optou por sair do colo dele, todavia fora impedido pelo ato brusco de deixá-lo no sofá, ficando por cima.
Apoiando a mão no encosto do sofá, Kim levantou um pouco mais o vestido, não disfarçando o prazer que era ver o pau duro e molhado, conforme Jungkook ficava paralisado.
— É tão lindo. — Sussurrou. — Não preciso estar dentro de você para que goze, amor.
— O quê?! — Questionou ofegante.
Colocando as pernas ao redor de seu quadril, Jeon fechou os olhos, contendo o gemido ao sentir o roçar gostoso e eletrizante de Taehyung contra o seu. Fodendo-o a seco, suspirando pesado contra seu pescoço enquanto desliza a alça fininha por seu ombro.
— Taehyung! — gemeu.
O mesmo aumentou o ritmo, mordendo o ombro nu, causando uma dor prazerosa no parceiro que choramingava, não tardou para gozar encharcando o vestido visto que não usava nada por baixo. Em momento algum tomou os lábios bonitos e fininhos, apesar de querer, entendeu que havia passado do limite.
— Durma bem. Ficarei em outro quarto. — Informa, ofegante, saindo de cima de Jeon.
Taehyung sumiu por uma das alas do primeiro andar, não dando tempo de Jungkook sequer assimilar o que havia aceitado ao não impedi-lo.
Esperando a vergonha se dissipar, Jeon saiu do sofá, correu escada acima até o quarto, tirando as roupas e vestindo outras sem se importar com um banho. Tinha de sair dali, portando puxou as malas depois de colocar a mochila nas costas e desceu cada lance de escada, segurando o choro que doía em seu coração, queimava sua mente como a porra de uma droga.
Colocando tudo no porta malas, entrou no veículo, dando partida sem olhar para trás, sentindo que através de alguma janela, Taehyung observava.
Realmente Charles Bukowski tinha razão juntamente com Alex Almeida: O amor é realmente um cão dos diabos.
:)
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