Eu quero ver os Beatles andando num arco-íris
Não consigo achar a antiga magnificência
Em sentir-me confortável a tristeza
Eu quero ouvir o barulho da chuva e gostar

Quero colocar no carrinho do mercado livre
Coisas que não tenho dinheiro para comprar
Bem como certas coisas que desejei tanto
E nunca pude pegá-las ou continuar com elas

Eu queria deixar de me desapegar tão fácil
Que porra de virginiano eu sou?
Me entrego, entro na caça e depois descanso
Como uma leoa que entrega a caça ao leão

Preciso me perder e me mudar
Para dentro de um espaço em mim
Onde vou plantar orquídeas e rosas
Rosas para meu amor, será que ele vem?

Beber suco de acerola e cantarolar
Ver que a vida é feito toalha de mesa
Porque se falta em alguns lados
É que está sobrando em outros
(que seja felicidade)

E ao sentir-me completo, cheio, pleno...
Continuarei escrevendo poemas ao futuro
Dedicados a pessoas que assim feito eu
Já não se sentiram repletos de si mesmos

Eu sou um tesouro a ser encontrado
Eu sou um alguém para ser amado
Viver deveria ser como fazer arte
Uns dias rascunhos e outros, Van Gogh

(Data: 18 de Agosto de 2017)

Esse poema é irmãzinha do meu anterior ''Onde Os Artistas Tem Vez'' e é feito num momento de adoração ao poema ''Full Of Life Now'' de Walt Whitman que foi traduzido pelo incrível Ferreira Gullar. Por respeito não irei postá-lo aqui mas está disponível na internet. Procurem e se maravilhem com a junção desses gênios da poesia.