Sou mais que rótulo
Que um corpo
Que padrão
Sou o fogo nos olhos
A língua sem freios
Se tenho caneta em mãos

Sou mais que um esteriótipo
Que uma convenção
Sou mais que vaidade
Sou pele e ossos e gordura e carne
Sou sangue
Sou de verdade

Sou mais que o esperado
Mais que beleza
Tenho um quê de loucura
Em minha sanidade
Uma dose de perversão
Em minha pureza

Sou mais que gentileza
Sou sarcasmo e ironia
Sou dona de mim
Sou força
Sou mulher
Sou poesia

Sou, em minha totalidade
Facilmente ignorada
Olhares me atravessam
Como se fosse nada
A poesia pouco é compreendida
Muito menos admirada