Quão hipócrita é esse sorriso
E o escárnio do "Quem se importa?"
Quão opaco é o meu brilho
Se me sinto quase morta?

Será que é tão difícil por uma vez
Ser por alguém a mais querida?
Sentir que sou um pouco mais
Que uma total causa perdida?

Não ser uma corda ou uma caixa
A encarnação do bem ou do mal
Ser vista como a humana que sou
E só talvez, me sentir como tal

Ao repassar meu histórico
Me sinto podre e doente
Sabendo que nunca serei
Mais que material excedente

Ainda que hajam sorrisos
E palavras reconfortantes
Nunca serei a ninguém
A pessoa mais importante

Entre essa multidão mundana
Com  vidas tão próximas a minha
Vejo a confiança unindo pessoas
E nunca me senti mais sozinha