Capítulo 7
"Para conseguir o que quer, você deve olhar além do que você vê."
Rei Leão 3
Sentia dores por todo meu corpo. Levaram-me até minha casa casa após aqueles dois dias sendo torturada e passando fome naquele sítio. Quando cheguei mamãe cuidou de cada ferimento e papai não disse uma única palavra.
- Eu preciso arrumar um jeito de te mandar para longe dele - ela disse chorando - Olha o estado em que ele te deixou, Lu.
Mamãe estava desesperada com toda aquela situação e não sabia o que fazer em relação a isso. Não poderia deixa-la sozinha com aquele monstro.
- Não, irei ficar aqui. Irei te proteger, somente eu serei capaz de fazer isso - disse tentando acalma-la.
...
Os anos foram passando e depois de tudo que havia passado decidi me esforçar cada vez mais. Ele iria se arrepender por ter me criado daquele jeito. Eu não tinha medo, não sentia dor, não sentia pena, apenas sentia o ódio.
Aos 16 anos tive uma primeira missão longe dele, mas infelizmente tinha Pietro ao meu lado.
- Quero que peguem um traficante que está nos devendo - Dom disse - Luna, seu irmão irá comandar toda a ação, então o obedeça.
Olhei fundo em seus olhos, totalmente sem reação. Não disse uma única palavra.
- É... acho que você entendeu - ele disse sério.
Quando Dom terminou de passar algumas informações sobre a missão saímos de seu escritório. Estava na hora de começarmos as investigações.
- Iremos passar em um rua onde os possíveis compradores do cara ficam - disse meu irmão já dentro do carro - Lá tentaremos obter informações sobre o local de venda.
- Certo - disse séria.
Estava totalmente equipada, minha arma, uma Glock, estava com toda a munição necessária e levei comigo duas grandes facas. Passamos todo o caminho em silêncio. Ao chegar no local ficamos um tempo parados no carro observando a movimentação da rua, procurando pessoas que poderiam nos dar as informações necessárias. Observamos um pequeno grupo de jovens indo em direção a um beco, todos com pacotes de drogas nas mãos.
- Vamos - disse Pietro.
Saímos do carro e partimos em direção ao jovens. Ao chegarmos perto estes se assustaram e começaram a fugir. Corri em disparada até eles e alcancei apenas um, puxei-o pela gola da blusa.
- Onde comprou, garoto? - disse Pietro.
O menino fingiu não entender e eu continuei o segurando sem dizer uma única palavra.
- Você sabe do que estou falando. Não se faça de bobo - Meu irmão disse.
O garoto continuava sem responder. Peguei minha faca que estava escondida em minha cintura e posicionei em seu pescoço.
- Fale, antes que eu mate você. Não tenho nada a perder – Sussurrei em seu ouvido. Senti que o garoto começava a tremer.
- E... eu não posso falar - lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Passei a faca levemente em seu pescoço e uma linha de sangue começou a escorrer até sua camisa.
- Na vendinha... na vendinha. Na rua de baixo, é uma loja de doce... por favor, não me mate - Ele começou a se desesperar.
- Vamos, Luna - Pietro falou atrás de mim. Parecia irritado por eu ter conseguido a informação em seu lugar.
- Se você disser sobre o que aconteceu aqui para alguém... vou te encontrar, ou até mesmo encontrar sua família. Entendido? – disse séria para o garoto, este apenas afirmou com a cabeça enquanto fui atrás de Pietro.
- Irritado, Pietro? Deveria estar feliz por ter o que queria - disse com um sorriso no rosto.
- Cale a boca, garota. Ou atiro na sua cabeça - Ele se virou em minha direção.
- Fique a vontade – disse.
Ele se calou e foi em direção a loja. Era um local de pequeno porte, a tinta preta gasta nas paredes transmitia um ar estranho para o mesmo. Um balcão era visto assim que chegasse na porta, este com vários doces como chicletes, balas e pirulitos, logo atrás deste um homem com aproximadamente 45 anos estava a fumar um cigarro e suas tatuagens chamavam nossa atenção. Entramos e tudo estava quieto.
- Em que posso ajudá-los? - disse o vendedor.
- Queremos falar com o dono da loja - disse calmamente.
- Isso, queremos informações de onde está o seu chefe - Pietro disse já apontando a arma.
Ele estava descontrolado. Como pôde fazer isso? Havia enlouquecido?
- Saíam da minha loja antes que eu atire em vocês - O vendedor rapidamente sacou sua arma em direção ao meu irmão.
- Largue você essa arma antes que eu espalhe seus miolos por essa parede - Pietro disse.
O vendedor continuou apontando a arma, porém logo percebi que este caminhava lentamente para trás. O bandido estava pronto para atirar, mas antes peguei discretamente uma de minha facas, acertei a mesma em seu braço e sua arma caiu.
O homem gritou de dor, porém o mesmo tentou fugir correndo por uma porta dos fundos. Corri em sua direção o alcançando assim que este chegou a porta. O derrubei no chão posicionando rapidamente minha arma em sua cabeça.
- Fale onde ele está. AGORA. Diferente daquele ali, eu sei o que estou fazendo e te mato em um segundo – disse.
Vi a fúria de Pietro ao meu lado, entretanto continuou em silêncio.
- Ele... ele está nos fundos. No escritório.
Dei um chute em seu rosto e este se contorceu de dor.
- Fale logo onde ele está, essa loja não possui mais sala alguma, como pode haver um escritório?
Atirei em sua direção e o tiro acertou o chão ao seu lado, propositalmente. Vi o medo do bandido que finalmente apontou para um armário velho que estava no fundo da loja. Assim que me virei para ver o que tinha ali escutei um tiro.
- Tem uma passagem secreta ali. Ele não nos interessa mais – disse Pietro.
Ao ir em direção ao armário observei o sangue do bandido se espalhar por todo o chão. Abri o armário e percebi que dentro havia outra porta, essa muito mais resistente do que a outra e parecia estar trancada. Pietro me empurrou para o lado, arrombando a mesma com um chute. De repente vários tiros foram disparados em nossa direção.
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Bjs ❤
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