Capítulo 48

"Homens poderosos protegem homems poderosos"
A estranha perfeita

Eu não posso acreditar que Pietro estava ali. Imaginaria um encontro com qualquer pessoa, menos com ele. Este estava diferente, mais forte e com um olhar bem mais calculista, mas a grande questão era: o que ele estava fazendo aqui? Ele seria o homem de várias faces? Acredito que não. Ele não teria capacidade de fazer algo assim, mesmo com tal mudança. Mas também não posso duvidar depois de tudo que aconteceu contigo.

Levanto-me rapidamente de cima de seu corpo, pegando todas as armas que ele podia alcançar. Pietro logo se levanta ainda sem dizer uma única palavra, parecia tão surpreso quanto eu. Este ainda se sentia zonzo devido o golpe, era algo perceptível. Encosta-se em um móvel do outro lado do escritório e sorri em minha direção, um sorriso cínico e frio.

- Isso é realmente uma coisa que eu não esperava - ele diz cinicamente - A quanto tempo, irmãzinha.

- Não diria que é bom te ver, irmãozinho. Não vejo necessidade em mentir, não é mesmo? - digo séria.

- Continua do mesmo jeito. Talvez um pouco mais esperta - ele diz.

- Já você percebo que está bem diferente, pelo visto alguns anos na cadeia o fez bem - digo sorrindo - Mas isso não importa, o que faz aqui, Pietro? Você devia estar preso. Como conseguiu sair?

- Contatos, querida irmã. Uma cadeia não é tão segura quanto você pensa e como vim parar aqui realmente não é da sua conta.

Começo a rir de sua cara.

- Do que você está rindo? - ele grita.

- Quanto tempo demorou para perceber que ele não ia te tirar de lá? - pergunto.

- Você que nos denunciou não foi? - ele pergunta.

- Muda alguma coisa para você saber disso. Você foi parar lá por causa dele, não minha - digo - Você não era meu alvo, pelo menos não o principal.

Ele fica em silêncio por alguns segundos me analisando.

- Sempre te subestimei, mas confesso que você fez um ótimo trabalho na sua fuga - ele diz.

- Um dia você aprende, irmãozinho - digo.

- E o que você veio fazer até aqui? - ele pergunta curioso.

- Isso não é mais uma missãozinha de seu pai, Pietro. Não lhe devia satisfação antes, imagina agora - digo séria.

- Não o considero mais como pai, Luna. Então vamos parar de graça - ele diz de forma fria.

- Olha, o filhinho querido do Dom acordou de seu sonho - digo sarcástica - Interessante.

- Você não me provoca garota - ele começa a andar em minha direção - Eu não sou mais aquele menino, sou muito pior do que você imagina.

- Mostre-me então. Aproveito e te coloco na cadeia de novo - digo o provocando demonstrando não me preocupar com sua aproximação.

- Você virou policial! - ele diz tentando me acertar com um soco.

Seguro seu braço com força e logo acerto seu rosto.

- Pelo menos eu virei alguém nessa vida, queria que fosse igual você!? - grito - Você acreditou tanto nele, Pietro. E olhe onde foi parar...

Ele rapidamente se afasta limpando um corte que havia feito em sua boca.

- Não precisa jogar na minha cara isso - ele diz vindo em minha direção novamente.

- Precisa sim! Ou você se esqueceu que ajudou ele fazer tudo aquilo comigo? - digo lhe dando um soco no estômago.

- Eu não teria escolha nem se quisesse impedir - ao dizer isso ele endireita o corpo e me atinge no rosto.

Afasto-me um pouco e não demora para que sinta o gosto de sangue em minha boca e aquilo faz minha raiva de Pietro aumentar ainda mais. Ele logo vem com um chute em minha direção, porém desvio e o atinjo, o que faz com que ele caia.

- Você não está aqui atoa, o que procura? - digo pisando em seu corpo com minha arma apontada para sua cabeça.

- Estou a procura do Dom. Quero me vingar por ele ter me deixado naquele inferno durante todo esse tempo - ele diz tentando se levantar.

- Vivi minha vida para ver você falar tal coisa, mas ele está morto, irmãozinho - digo.

- Isso é o que todos pensam, Luna. Ele conseguiu enganar todos vocês, não é atoa que está impune até hoje.

Saio de perto de ti no mesmo instante, entretanto, continuo com a arma apontada para seu corpo.

- Eu fui até o túmulo dele, vi a casa destruída, até mesmo os laudos médicos - enquanto digo ele se levanta lentamente, sem tirar os olhos de minha arma.

- Você não teria coragem, teria? - ele pergunta.

- De matar você? - digo com um sorriso frio no rosto - Engano seu se acredita que pensaria duas vezes antes de apertar o gatilho.

- E se eu lhe mostrasse algo? - ele responde sério.

- Mais alguma palhaçada sua, Pietro? - pergunto.

- Tenho provas de que Dom pode estar vivo.

- E porque eu devia acreditar em você? - pergunto.

- Por que eu sou seu irmão e posso te ajudar em sua Vendetta? - ele diz sério.

- Não preciso de sua ajuda, Pietro. Se isso for realmente verdade eu mesmo irei pegá-lo.

- Com certeza vai, não posso negar que você é melhor que qualquer pessoa nisso. Mas eu e você juntos seria muito pior para ele. Não acha?

- Você está ficando mais calculista, irmãozinho - digo.

Não posso negar, a proposta de Pietro é realmente irrecusável, mas isso tudo ainda está muito confuso. Como Dom pode estar vivo? Tenho que averiguar cada detalhe e só pode ser com Pietro. Ele pode sim estar mentindo, mas sabe que no primeiro erro pode morrer pelas minhas próprias mãos.

- Mostre-me as provas! Se você conseguir me convencer que ele pode estar vivo, posso te deixar ajudar.

Pietro vem em direção a mesa calmamente, sem tirar os olhos de mim.

- Você irá me ajudar não ao contrário, agora abaixe essa arma - diz já com um envelope em mãos.

- Você está em desvantagem aqui, Pietro. Não está em direito de exigir nada.

Pego o envelope de suas mãos rapidamente com minha arma ainda apontada em sua direção. Ele se afasta no mesmo instante e apesar de disfarçar era óbvio o seu medo. Coloco a arma em minha cintura calmamente.

- Nem pense em fazer algo - digo - Você está desarmado...

- Apenas veja o que tem aí dentro.

Após abrir o tal envelope percebo que no mesmo se encontrava três fotos, essas em três lugares diferentes.

- Como você conseguiu isso? - pergunto sem entender.

- Por mais que não acredite, adquiri certo poder dentro da cadeia. O que não foi graças ao Dom - ele diz.

Na primeiro foto é possível ver o homem de várias faces, o tal famoso Demone, na fotografia estava a colocar uma de suas máscaras, porém era impossível ver seu rosto. A sua frente e de costas para câmera estava o suposto Dom, pelo menos era o que se podia perceber.

Uma segunda foto mostrava Dom em seu leito no hospital, seu corpo com diversos hematomas e diversos médicos próximos. Era bem parecida com as imagens que Lorenzo havia me mostrado.

A terceira foto era a mais recente de todas, o homem que um dia chamei de pai estava em perfeito estado e não apresentava nenhum sinal de que havia sido atacado, estava disfarçado com uma roupa de turista na entrada do aeroporto da Suíça.

- O Dom odiava tudo que fosse relacionado a Suíça, Pietro - digo confusa.

- Mas tem algo que ele odeia ainda mais que está aqui - ele diz - E ele nunca deixaria de ir atrás de você, não depois de tudo!

- Por que demoraria tanto para me pegar, então? - digo.

- Talvez por que ele tenha perdido uma máfia inteira?

- Então a destruição da máfia não é uma suposta mentira? - pergunto.

- Não, ele ficou obcecado depois que você sumiu. Gastou tudo o que tinha e perder o controle da máfia era algo provável. Porém, agora ele tem ajuda de duas pessoas.

- Quem? - pergunto.

- De um dos Cesari e do tal Demone.

- E é exatamente desse Demone que estou a procura - digo nervosa.

- Por isso temos que nós ajudar, Luna - diz - Você encontra o Demone e realizamos nossa vingança, nós dois saímos ganhando nessa história.

Era muito coisa em um só momento. A volta de Pietro, a descoberta que Dom pode estar vivo e ao mesmo tempo, a solução para o caso mais difícil de minha vida. De repente meu celular toca, tirando-me de meus pensamentos, atendo no mesmo instante.

- Luna? - Lorenzo diz.

- Diga - respondo.

- Preciso da sua ajuda - ele diz parecendo cansado.

- O que aconteceu? Willian foi encontrado? - digo preocupada.

- Sim, preciso que venha para cá o mais rápido possível - diz nervoso.

- Tem mais alguém com ele?

- Eu... eu não sei - ele começa a dizer - Eu preciso de você aqui, por favor. Irei lhe passar a localização por mensagem.

- Estou indo para o local agora. Não saia dai - após dizer isso ele desliga.

Pietro me olha sem entender. Não podia contar nada a ele, nem devia estar confiando nele.

- Tenho que ir, depois entramos em contato para resolver esse assunto. Eu fico com essas fotos - digo.

- Pode ficar, tenho cópias - ele diz - Meu contato está no envelope.

- Só um aviso. Se isso for uma brincadeira sua, eu te levo para o verdadeiro inferno!

Rapidamente saio do apartamento, sempre atenta, não podia deixar de desconfiar de Pietro. Não posso esquecer de tudo o que ele me fez, mesmo sendo pela influência de Dom.

Sou tirada de meus pensamentos pela mensagem de Lorenzo, o local não era muito distante do prédio onde estava. Entro em meu carro e dirijo rapidamente, assim não demora muito para que eu chegue.

Era um enorme galpão com a entrada com certa precariedade. A rua estava totalmente deserta, sem sinal de movimentação. Pego minha arma entrando no local com ela apontada para a frente.

Começo a olhar em todas as direções. O local estava totalmente silencioso e o cheiro de poeira incomodava a todo instante. Mas onde estaria Lorenzo? Será que estou no endereço errado?

Pego meu celular para verificar as coordenadas. Neste momento percebo que havia recebido outra mensagem minutos antes.

Lorenzo C.
Luna, eu te amo. D...

Antes que eu posso abrir a mensagem para a ver completamente sou atingida fortemente na cabeça, assim caio extremamente tonta no chão. Com a queda minha arma e meu celular se direcionam para longe de mim.

Olho em direção a porta e com a imagem ainda embaçada vejo um homem parado na mesma. Tento levantar-me rapidamente, até que sou atingida na costela e uma dor intensa se espalha por meu corpo.

Rapidamente a pessoa vem em minha direção iniciando um novo golpe, agora próximo ao meu estômago, porém ignoro minha dor e seguro forte em sua perna e o puxo, tal atitude o faz cair violentamente no chão.

Entretanto ele não estava sozinho e logo outros homens chegam ate mim. Tento desviar dos seus golpes, mas isso parece inútil. Até que perco todas minhas forças e perco a consciência totalmente.

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Olá queridos leitores,
O que fariam se estivessem no lugar de Luna?
Quais são as suspeitas de vocês?
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Bjss ❤

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