Capítulo 21
"Todos podem ver as táticas de minhas conquistas, mas ninguém consegue discernir a estratégia que gerou as vitórias."
Sun Tzu
Por mais frequentes que meus pesadelos sejam, continuava me assustando com cada um deles. Porém, não tinha o costume de ter a presença de Dom. A lembrança daquele monstro me deixava com os nervos à flor da pele.
A única coisa que poderia me acalmar naquele momento seria um longo treino na academia.
Levanto-me rapidamente. Arrumo para meu treino e pego um garrafa de água para levar comigo.
- Bom dia, Luna! - Caio diz.
Caio era um dos funcionários da academia. Não éramos muito próximos, porém trocávamos algumas palavras.
- Bom dia, Caio. Como vai? - digo.
- Bem. O que faz aqui tão cedo? - ele pergunta.
- Apenas preciso de um pouco de treino para me distrair.
- Ahh, certo. Bom treino. Qualquer coisa me chame - ele diz
- Claro! - sigo para onde treinávamos luta, o lugar estava praticamente vazio, então poderia treinar em paz.
Inicio o treinamento com alguns golpes com o saco de pancadas. Imagino que o Dom está logo em minha frente e começo a socá-lo descontroladamente. Minhas mãos doem pela força que uso, mas isso apenas me incentiva a continuar. Escuto um barulho ao fundo: meu celular.
Paro a sequência de golpes e vou até o local onde minhas coisas se encontravam.
- Sim? - digo ao atender.
- Bom dia, Luna. Sou eu, Alana! - ela diz.
- Bom dia, Alana! Aconteceu alguma coisa? - digo ofegante.
- O senhor Hudson marcou uma reunião conosco para daqui uma hora e meia - ela diz - Mandou que a avisasse.
- Certo! Daqui a pouco chego na agência - digo.
- Quando chegar conversamos, estou atrasada. Beijos - ela diz.
- Ok, beijos - digo desligando.
Resolvo encerrar o treino e voltar ao meu apartamento. Não podia chegar atrasada a reunião. Tomo um banho rapidamente, depois pego uma maçã que estava sobre a mesa e começo a saboreá-la. Enquanto isso, pego minha bolsa e meus documentos.
Coloco minha arma na cintura e jogo os restos da maçã no cesto de lixo e saio de casa. Sigo para a agência.
Ao chegar em frente ao prédio, o nome EuroTec chamava atenção em seu topo. Era um enorme prédio totalmente de vidro. A EuroTec era uma das maiores empresas de robótica da Suíça, chegava a ser conhecida internacionalmente por seus grandes avanços. Nela diversos artifícios tecnológicos eram produzidos, entre eles nossos armamentos.
Porém, ali se encontrava um dos maiores segredos da Europa. Lá se encontrava a sede da CIE,
escondida no subsolo daquele prédio. Centenas de agentes trabalhando para manter a segurança de pessoas que nem ao menos sabiam sobre sua localização ou existência.
Muitos sabiam que trabalhava com algo relacionado a crimes. Porém, não imaginavam o local onde trabalhava. Até porque, ficava mais do lado de fora do que na própria sede. Entro com meu carro na garagem do prédio. Sigo dirigindo dentro da garagem, até entrar em um enorme elevador. Neste somente um carro permanece por vez. A porta se fecha.
- Carro identificado - uma voz diz.
Rapidamente começamos a descer, ao chegar no subsolo a porta de abre. Dirijo por um corredor estreito, até chegar em nossa garagem. Saio do carro pegando minhas coisas. Ainda estava cedo para a reunião, irei para minha sala até que desse o horário.
Após a garagem é possível ver um enorme corredor com dois guardas ao fundo, chego até o fim do corredor.
- Bom dia, Luna!
- Bom dia! - digo.
Ao lado da porta há um identificador de retina. Posiciono meu rosto próximo do instrumento.
- Funcionária identificada. Luna Salvatore, seja bem vinda! - Escuto o barulho da porta ao ser aberta.
O que muitos não sabiam é que existia uma fortaleza ali embaixo, onde milhares de segredos e mistérios eram desvendados. Equipamentos de alta tecnologia sendo usados por todos e excelente organização. Devido meu cargo e meu crescimento na agência tenho minha própria sala, vou até ela como havia planejado.
Sento-me em frente ao meu computador. Percebo que o último caso havia sido encerrado.
- Posso entrar? - diz Alana.
Não havia percebido sua presença.
- Claro - digo.
Alana era praticamente minha única amiga. Na CIE o número de mulheres era bem escasso e a maioria dos homens tinham medo ou preconceito ao estar em minha presença. Assim, criamos um laço de amizade, por mais que não estivesse acostumada com tal coisa. Tinha dificuldade em confiar nas pessoas e principalmente em me abrir para elas.
- Hudson está te chamando na sala de reunião, quer conversar com você. Parece ser importante. - ela diz.
- Ele não te disse sobre o que seria?
- Não, apenas pediu para que te chamasse - ela diz - Pode ser sobre algo da reunião. Talvez queira te informar primeiro. Não sei...
- Tudo bem, vou ir até lá. Obrigada Alana - digo sorrindo.
Levanto-me indo em direção a porta junto a ela.
- Fiquei sabendo que você deixou os agentes apavorados na última missão - ela diz.
- Não fiz nada de mais - digo rindo.
- Você sempre diz isso. Mas nenhum deles se acostuma a ver uma mulher dando um tiro na cabeça de outro homem - ela ri.
- Ahh, eu tive que fazer aquilo. Acontece - digo.
- No fundo eles só queriam ser como você. - Alana diz - Parabéns de novo!
- Muito obrigada! - digo enquanto ela vai para o outro lado e eu sigo para a sala de reunião.
Chego a sala e esta ainda estava vazia, apenas Hudson estava sentado em sua cadeira na ponta da mesa.
- Que bom que chegou, Luna. Tenho que conversar contigo! - ele diz.
- Aconteceu algo? - digo me sentando.
- Sim, mas disso trataremos na reunião. Temos outro assunto agora, você!
- Eu?
- Sim, Luna. Seu desempenho tem me surpreendido cada vez mais, não só a mim, mas a toda a agência.
- Muito obrigada, Hudson! - digo meio envergonhada.
- Nos últimos anos conseguimos cumprir um grande número de investigações, sendo grande parte dirigida por você - ele continua - Não vou negar, ficamos bem receosos pelo seu passado e por ser uma mulher. Não é um comentário machista, caso pense. Mas é possível ver que nenhuma outra tem um cargo como o seu, a grande maioria desiste no meio do caminho.
- Obrigada Hudson, apesar de todas as dificuldades que enfrentei para chegar onde estou, eu entendo vocês de certa forma!
- Peço desculpas por todos aqueles que te julgarem no início. Saiba que estou aqui para o que precisar!
- Obrigada! Digo o mesmo - digo sorrindo.
Somos interrompidos por uma batida na porta.
- Entre! - Hudson diz.
- Chefe, desculpe atrapalhar, mas todos já chegaram para a reunião.
- Ok ! Mande todos entrarem!
Segundos depois Alana entra junto com Arthur e Willian. Estes últimos eram dois de nossos agentes. Havia trabalhado com os mesmos algumas vezes, principalmente com Arthur.
Todos se sentam e Hudson permanece em pé em nossa frente. Alana olha em minha direção e sorri, retribuo o sorriso.
- Bom dia, Luna! - os meninos dizem ao mesmo tempo.
- Bom dia, Arthur - digo - Bom dia, William.
- Já que todos estão presentes, podemos começar - Hudson começa - Bom, chamei vocês aqui por causa de um novo caso que surgiu.
- Vocês são os melhores agentes que temos aqui e é realmente isso que esta missão exige - ele diz - Como sabem, alguns casos da Polícia Civil são encaminhados para nós, isto quando apresenta proporções acima do que o governo pode recorrer. Durante meses o desaparecimento de algumas garotas tem sido relatado, mas os casos foram inconclusivos.
- Mas desaparecimento não é tão impossível - Willian diz.
- Verdade, porém, pelo que parece, são casos semelhantes - Hudson diz sério - Exatamente dez garotas, com a faixa etária entre 18 e 22 anos, estão desaparecidas. Todas sumiram na mesma região onde trabalhavam.
- E qual era a profissão? - pergunto.
- Eram prostitutas. O local exato de trabalho é desconhecido, entre todas as famílias.
- Mas isso pode não ter uma relação. Dívidas de drogas e até os riscos do trabalho delas pode ter causado os desaparecimentos - Willian diz.
- Pelo que parece, nenhuma tinha envolvimento com tal coisa. Segundo informações de algumas famílias, as mulheres receberam uma mensagem para que fossem ao local para uma conversa - Hudson diz sério - Considerando que tudo aconteceu em uma área de grandes negócios ilegais, teremos que investigar com todos os cuidados possíveis.
Hudson abre uma pasta e começa a passar alguns documentos para cada um de nós.
- Aqui estão todas as informações já descobertas. Espero que trabalhem bem juntos - ele continua - Se elas ainda estiverem vivas não será difícil encontrá-las, todos ali estão preocupados apenas com os próprios negócios.
Willian diz olhando com desdém os conteúdos da pasta.
- Ahh, vai ser uma honra trabalhar com a famosa Luna novamente - Arthur diz - É bem melhor trabalhar com uma bela mulher. Pena que posso levar um tiro dependendo do que eu faça.
Ele ri e começa a dizer que era apenas uma brincadeira.
- Espero que não provoque, não estou a fim de ir em um velório seu agora - digo sorrindo.
*******
Oii pessoas, o que acharam do capítulo?
Não se esqueçam de votar, caso tenham gostado.
Bjs ❤
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top