C : 34
Então deixa eu te beijar
até você sentir vontade de tirar a roupa…
— Charlie Brown JR.
⁛
JÉSSIKA VELARK
⁛
Dançar era um arte à qual tenho certo apreço desde criança. Coloquei qualquer música enquanto me alongava sem pressa, meu corpo ainda que muito magro ainda continha elasticidade de anos de prática, despertando de um sono profundo. Pensar em Sebastian tem sido algo inesperado e completamente insano, a despeito dos acontecimentos recentes, acredito que muito tenha mudado, tanto da minha parte quanto da dele.
Após o aquecimento, escolho a música, feel it¹, deixando me levar pela letra da música e pela voz grave e intensa — a barra de pole dance estava no centro, portanto, fechei meus olhos e dancei com tudo que me restava naquele momento, ciente de que, felizmente ou infelizmente, Sebastian tomou todos os meus pensamentos.
Eu não quero te deixar esperando
É por isso que você está me culpando, oh
Você está apenas me dando seus segredos
E eu também quero, sim
Giro pela barra, travando as pernas, sustentando meu peso com os braços, meu coração martelava no peito, soltando as mãos me coloco de cabeça para baixo no momento em que abro os olhos, o vejo me olhando, encostado na porta, completamente hipnotizado. Trato de continuar, ignorando-o, ou ao menos tento, pois agora sinto os lumes azuis focados em mim e em cada movimento que faço.
Eu vou sentir, sentir tão forte
Isso está me deixando tão vivo
Nem precisamos dizer adeus
Isso está tentando me deixar vivo
Nem precisamos dizer adeus
Desço sentindo o rosto aquecer devido a vergonha dele ter me flagrado, mesmo que seja algo totalmente inocente, entretanto, a dança era sensual assim como a música que encerrou, trocando por outra repleta de desejo e sentimentos — permaneço paralisada, mantendo meus olhos fixos aos dele, a medida que o mesmo vem até mim devagar, sondando-me como a porra de um caçador faminto por sua presa.
— Se… — minhas palavras foram interrompidas pelo puxar bruto, seus lábios se chocaram contra os meus, precisei me segurar para não cair, sua língua invade minha boca de modo desesperado e completamente gostoso e imoral.
Tento afastá-lo, todavia, sua destra ruma até meus cabelos, os soltando do elástico, apertando minha cintura, começa a caminhar, fazendo-me recuar até sentir minhas costas no que imagino ser a parede. Mando a razão para casa do caralho, o puxo para mais perto e aprofundo o beijo, gemendo contra sua boca, meu corpo incendeia pelo grunhido que reverbera por sua garganta. Me afasto e permito que seus beijos molhados desçam por meu pescoço, sem se importar com o suor, com minha pele completamente pegajosa.
Sebastian ignora seu próprio estado, em um lapso de consciência me recordo das cicatrizes em minhas costas, o que me faz parar, receosa, pois ele as veria, e faria perguntas qual não saberia como responder.
— Só abra essa boca para gemer para mim — ordenou, me erguendo para me colocar sentada sobre um balcão que nem lembrava que estava ali.
Ofego pelo seu cuidado em remover minhas vestes inferiores, deixando-me nua e exposta. As íris azuis escurecem, seus dedos deslizaram por minhas pernas, subindo devagar, erguendo a regata para expor meus seios que doem pelo tesão que certamente escorria de minha buceta.
Mordo o lábio inferior, a passos de nós vejo nosso reflexo pela parede revestida de espelho, Sebastian tirou a camisa, e a visão de suas costas largas e músculos tensionando ao se ajoelhar para mim era algo que não esqueceria tão cedo — fecho os olhos de imediato, sentindo seus dedos afastaram os grandes lábios, a ansiedade me levava a loucura, me seguro o máximo que aquilo permite, contenho o gemido alto ao sentir sua língua quente e molhada deslizando por minha buceta.
— Que delicia — seu timbre rouco e grave arrepia minha pele por inteiro.
Era lento, delicioso e me levava a quase morder a língua para não gemer alto o suficiente para ecoar fora do estúdio. Sua língua se concentra em meu clítoris, fazendo movimentos circulares, chupando, me provando com devoção, sem pressa em terminar, o que me leva a crer que além de destruir minha sanidade, estava me torturando — dois de seus dedos me invadem , meu líquido escorre, molhando o móvel abaixo de mim.
— Sebastian — gemo, movendo o quadril contra sua boca, seus braços se fecham em minhas coxas, impedindo-me de me mover.
— Quieta, não se mova — ordenou de novo, voltando a chupar com mais força, solto um grito na medida que o tremor começa e meu ventre aquece. — Isso, geme assim. Gostosa do caralho.
Observar-nos pelo espelho intensificou o prazer que tenho segurado, sua língua se move com mais força, me fodendo com gosto, gemo sem receio algum, quero que se foda. Estímulo meus seios, vendo sua boca gostosa, seus olhos azuis totalmente preso aos meus.
— Porra!
O clímax me atinge como uma avalanche, meus gemidos aumentam, gozo em sua boca, Velark saboreia sem desperdício. Minha respiração descompensada não impediu que este se levante e me beije, sinto meu gosto em sua língua, pressiono minhas unhas em seus ombros, mantendo-o ali, pedindo por mais, e ele sabia, pois seu sorriso foi a resposta.
— Fique de joelhos — ordena, me segurando pelo pescoço.
Faço conforme suas ordens, desço da bancada um pouco trêmula e me ajoelho diante de si, o piso frio acolhe minha pele quente, sento sobre as pernas dobradas, ansiosa, pois nunca fiz o que está prestes a acontecer. Sua palma direita acaricia meu rosto, antes de se afastar um pouco e baixar a calça de moletom junto a cueca boxer preta, seu pau duro, coberto por veias salientes me recebem, ainda consigo me impressionar com seu tamanho — ele é imenso.
— Todo seu — diz ofegante.
Seguro pela base, a glande úmida de pré gozo, não desvio o olhar ao passar a língua por toda sua extensão e ouvir seu grunhido em completo frenesi — círculo a glande antes de devorá-lo, chupando, enfiando até onde conseguia. Não sou santa, mesmo na época em que era virgem, via videos, e quando estava com Hector, nós exploramos o corpo um do outro aos poucos, pois ele me respeitava e isso era mútuo.
Faço com todo cuidado, o torturando como ele havia feito comigo, minha saliva escorria por seu cacete, seus tremores eram como músicas para meu corpo que já se recompunha de um orgasmo e estava se preparando para o próximo. Sua mão se enrola em meus cabelos, movimentando o quadril, fodendo minha boca, nossos gemidos vinham a cada estocada que sentia, apoio as mãos em suas coxas torneadas, raspo os dentes pela glande sensível, seu aperto em meu cabelo chegou a doer, mas era uma dor gostosa e bem vinda.
— Vou gozar na sua boca, porra — rosna, com a canhota segurou o pau, pincelando em meus lábios fartos e molhados. — Quer?
— Sim.
— Coloque a língua para fora — exige e assim faço.
Meu corpo volta a aquecer, sem ordens, abro mais as pernas e toco minha buceta, me masturbando enquanto ele também o fazia, em minutos sinto o líquido invadir minha boca, com isso gozo sozinha, bebendo cada gota — um pouco escorreu por meu lábio entreaberto, Sebastian passou o polegar, enfiando na minha boca para que eu chupasse.
— Fique de pé — seu olhar ainda estava sombrio, intenso.
Diante dele, observo, o selar fora breve em meus lábios, meu peito subia e descia, engulo em seco, ainda o sentindo em minha boca. Sebastian me pega no colo em silêncio, me levando para a barra de pole dance, ao me encostar ali, levo as mãos acima da cabeça e me seguro, seu sorriso foi genuíno, seu pau ainda duro pressiona minha boceta e era gostoso em um nível incompreensível.
— Vou te comer bem gostoso, e quero que me olhe o tempo todo — enfatiza, sustentando um pouco do meu peso para se enfiar em mim.
Pressiono mais as pernas ao seu redor, seu pau me invade aos poucos, a dor não era incômoda, me fazia tremer, desejar implorar para que vá com mais força. Sebastian geme, o abdômen comprimindo, se segurando para não me foder com força, como parecia querer desde que me viu.
— Se segure — pediu, agarrando minhas coxas, aperto ainda mais o ferro.
A primeira investida fora lenta, a segunda bruta e a terceira violenta, meus seios balançavam a cada estocada, meu corpo parece prestes a explodir, estava sensível, mas não pediria para parar, seu quadril se chocava contra minha virilha. Louvo seu nome como se fosse santo, gemo, comprimindo para tornar a passagem quase esmagadora.
— Filha da puta — me apertou com força, investindo com uma violência que meu corpo aceitou, que tratou como uma ação bem vinda. — Goza no meu pau, é uma ordem.
Continuo a gemer desesperadamente, sua ordem fora um gatilho para meu corpo tensionar, ele acelera até meu clímax atingir de novo, ao ponto de esguichar e molhar nós dois, o ritmo diminui, seu gemido bruto veio com o prazer, seu pau bombeava dentro de mim, gozando de novo. Sebastian me segura quando solto as mãos, caminhando comigo até o vestuário, entrou na primeira cabine, ligou o registro e deixou que a água quente cobrisse nós dois.
Ficamos quietos por alguns minutos, a respiração normaliza aos poucos e sei que não conseguiria andar por agora. Desço do seu colo e pego o sabonete líquido, colocando um pouco nas mãos e passando por seu peito e abdômen, mesmo com tudo, ele emagreceu, não o suficiente para perder os músculos gloriosos que o fazem imponente.
— Tire a regata, Jéssika — pede.
Tiro, já elaborando alguma resposta.
— Fique de costas para mim.
O único barulho vinha da pressão da água, o vapor nos envolvendo, fecho os olhos, sentindo seus dedos deslizando pelas cicatrizes que são sensíveis. Enrijeço o corpo, pronta para refutar qualquer palavra que sair da sua boca, porém ele nada diz, continua quieto.
Beijos suaves foram depositados em cada cicatriz, um ato que me deixou perdida em milhares de perguntas, mas nada digo, deixo que lave meus cabelos e cuide de mim, em vista que isso não é algo natural dele, tudo era por conta do tumor que teve e da perda de memória.
— Tem toalhas no armário e roupão também, pode pegar um para mim, por favor — pediu quando informei que iria sair da cabine.
Nua sigo e abro a primeira porta, me seco o suficiente para colocar o roupão, com a toalha envolvo os cabelos, temerosa pego para ele e volto, havia deixado a porta aberta, nisso o vejo de costas para mim, as mãos apoiadas na parede, deixando a água lavar seu corpo surreal.
— Sebastian?
— Sim? — se vira para me olhar.
— Se sente bem? — pergunto já preocupada.
— Estou, amor. Obrigado.
— Venha, precisamos trocar a faixa e as ataduras — informo e ele apenas assente.
O espero para irmos juntos, torço para que nenhum dos funcionários tenha ouvido ou estejam perto do estúdio. Sebastian me pega no colo estilo noiva e me carrega como se eu não pesasse nada, me seguro, evitando olhar em seus olhos, com medo do que veria na imensidão azul.
No quarto corri para pegar um conjunto de roupas e ele fizera o mesmo, estava de costas quando o sinto atrás de mim.
— Jéssika.
— O que foi?
— Quem fez isso com você? — se refere aos ferimentos em minhas costas.
Podero um pouco para responder, com medo e não sabendo ao certo se deveria ser sincera ou mentir, portanto opto pela segunda opção.
— É um assunto qual não quero responder, não é o melhor momento para que saiba — digo com cautela, pelo pequeno espelho, analiso sua expressão insatisfeita, porém preocupada.
— Quando quiser me contar, estou aqui — diz. — Posso agendar o concerto e o jantar?
— Pode, e venha para eu cuidar de você.
— Sim senhora — sorri ladino, saindo do quarto e nisso respiro em alívio.
Sozinha deixo o amargor da angústia vir à tona, a ansiedade do quão errado era tudo isso. Que isso era só uma prévia do que viria quando ele voltar a ser quem é, vejo o quanto ele me afetou e nada era de modo positivo.
Tudo encaminha para uma destruição impossível de conter, deveria me preparar, mas era complicado, estava me permitindo seguir por uma trilha sem fim, me iludindo com uma parte dele que não era real, poderia ser se fosse em outra realidade ou circunstância.
Não posso me apaixonar por essa versão dele. Não poderia me apaixonar por ele, era desumano e errado.
Por Deus! Estou perdida, não faço ideia do que fazer.
Me perdi em meu propósito, apenas esqueci tudo e dei a atenção que ele precisava, seco as lágrimas que escorrem por meu rosto e trato de me recompor, ele não poderia me ver assim, respiro fundo e o vejo entrar de novo, com o celular nas mãos.
— Está tudo bem? Machuquei você?
— Não — minha voz vacila. — Estou bem.
— Certo, melhor descansar, chamei o enfermeiro para checar tudo e trocar o curativo — diz. — No sábado teremos um tempo sozinhos, está tudo marcado.
— Será ótimo — tento sorrir e isso não o convence.
— Volto depois, se estiver dormindo tomarei cuidado para não acordá-la.
— Obrigada.
Ajeito a cama e me deito, fecho meus olhos e me forço a dormir, para evitar pensamentos autodestrutivos em um momento que isso não poderia acontecer em hipótese alguma.
Tudo ficaria bem.
Tinha que ficar.
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Feel it¹ Michelle Morrone.
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