C : 28

N/A: BOA NOITE!!!!

Estamos em mais um capítulo que vim preparando a cerca d uma semana ou mais. O estudo ta intenso, juntamente com cursos complementares.

Sempre q for demorar mais irei informar vocês.

O grupo segue no wpp. Quem tiver interesse me chamem no instagram: sy.kive.

BOA LEITURA 🌷


Agradeça por seu coração humano. Tenha pena daqueles que não sentem nada.
— Corte de espinhos e rosas. Sarah J Maas.



JÉSSIKA VELARK


Após cinco dias desde a última vez em que estivemos no hospital, dias esses em que Sebastian parecia bem, ou fingia estar; todavia, passei a dormir menos do que de costume, temia que ele tivesse algum desmaio ou convulsão. Hoje em questão, estávamos seguindo para a sala do doutor Denyel, onde iremos saber sobre os resultados dos exames feitos.

— Entrem e fiquem à vontade senhor e senhora Velark. 

Em silêncio entramos, Sebastian permanece quieto, não proferiu uma palavra desde que saímos de casa, o médico fechou a porta e se sentou, ao encontrar o que precisava, virou o monitor para nós. 

— Os resultados estão prontos, no entanto, temos de conversar sobre. — ajeita a postura. — Nós encontramos o tumor. É  chamado de Astroxidtoma Anaplásico, que se define em tumor maligno nos lóbulos frontal, parietal e temporal do sistema nervoso. Existem diversos tipos dessa doença, pois cada um se origina de uma determinada célula do sistema. 

— Qual o tipo do tumor dele? — me atrevo a perguntar.

— Tipo três. Pode ser removido com cirurgia, todavia, tem de ser acompanhado com radioterapia e quimioterapia após o procedimento, pois nem sempre o tumor é anulado por completo. — seu olhar se fixa em Sebastian. — Alguma dúvida?

— Não. 

— Está de acordo com tudo? Está ciente do caso em questão?

— Sim.

— Quais exames serão feitos? — meu estômago pesa e o medo se torna algo que fará parte dos meus próximos dias. 

— Tomografia computadorizada. Ressonância magnética. Radiografia. Punção lombar. Biópsia.

Meu sangue gela, olho para Velark, o mesmo parecia alheio às questões em si, portanto, tomo a frente das próximas perguntas.

— Qual a chance de cura?

— Setenta por cento.

A inquietação toma conta, Sebastian pareceu voltar a realidade, os lumes azuis encaram o médico que de pronto ficou desconfortável com a expressão vazia e indiferente.

— E se eu me recusar a fazer a cirurgia? 

— De seis meses a dois anos de vida no máximo. Entenda que a cirurgia pode prolongar sua vida, não aconselho que recuse o tratamento. — indagou.

Por alguns minutos nada foi dito, a tensão tomando conta da pequena sala em que estamos, meus olhos marejam, afinal não cabe a mim decidir nada por ele. Me assusto com seu levantar abrupto, faço o mesmo de imediato.

— Preciso de tempo para assimilar tudo isso. — diz, deixando a sala sem ao menos me esperar.

— Senhora Velark?

— Sim?

— Tente convencê-lo, afinal essa cirurgia pode anular grande parte do tumor ou ele por inteiro, evitando o falecimento. 

— Farei o possível. Obrigada. 

O procurei por quase todo o hospital, depois de enviar uma mensagem, segui diretamente para o estacionamento, não parei de pensar na conversa que tivemos ainda pouco, e mesmo entrando no carro fiquei quieta — chegando iria ler mais sobre a doença e pensar numa forma dele aceitar os tratamentos e a cirurgia.

Por mais que eu tente não me importar, mais sentia o coração apertado e uma vontade imensurável de chorar…recordo-me de ter feitos desejos onde em grande porcentagem era que sofresse e morresse, agora, tudo estava totalmente confuso e desenfreado.

Chegando em casa o mesmo desce, deixando-me sozinha, sei que precisa de tempo, mas tal afastamento tem me deixado aflita e isso me aborrece, pois ainda sentia raiva, sentia-me mal por estar mudando drasticamente a respeito dele — sigo para o quarto sabendo que ele não estaria lá. me sento na cadeira acolchoada e leio atentamente os artigos sobre o suposto tumor. 

Li todos atentamente, ao meu ver ele teve sorte, pode mesmo viver se cuidar e fizer  os procedimentos corretamente. Observo o céu azul, a ausência do sol tornou o vento frio, meus pensamentos vagueiam por tudo o que enfrentei desde o rapto até agora — as mudanças são notáveis, porém, não posso esquecer do quão problemático é essa relação. 

Na cozinha o almoço fora servido apenas para mim, ao que parece, Sebastian informou estar sem fome e ficaria trabalhando no escritório e não quer ser interrompido. Enquanto penso na possibilidade de deixá-lo lidar com isso sozinho, todavia, como faria? Sendo que ele não me deixaria ir embora, mesmo tendo me dado mais liberdade.

 No período da tarde o tempo havia esfriado por completo, com o livro em mãos me sento no sofá, recebendo o calor que provém da lareira. mesmo preocupada com ele, optei por deixá-lo em paz — mantive-me concentrada para o tempo passar um pouco mais rápido.

Fechei o livro devido a dor de cabeça, contenho o grito ao ver Sebastian na minha frente me oferecendo um copo de água.

— Meu Deus! Que susto você me deu, Sebastian.

— Desculpe. 

Bebo um pouco e vejo-o servir-se de uma bebida.

— Não pode beber. Por que está bebendo?

— Preciso relaxar um pouco. 

Franzi o cenho perante sua resposta, afinal, ele tem hábito de beber todos os dias. Encaro-o por alguns minutos, pensando na possibilidade de desencadear alguma possível discussão.

— Se sente bem?  — o mesmo nada diz, estava absorto em seus pensamentos, trato de me aproximar um pouco. — Está cogitando a hipótese de não fazer a cirurgia? — pergunto de novo.

— Sim. 

— Por qual motivo? Ouviu o que o médico disse, a cirurgia e tratamento pode prolongar sua vida. — o lembro sem alterar a voz, ainda que seu dizer tenha sido tão convicto quanto.

— Não vale a pena. — engulo em seco. — Essa doença é meu castigo.

Desvio meu olhar dele para o céu escuro, um trovão soou e de imediato me assustei, tal ação não passou despercebido por ele.

— Tem medo? 

— Um  pouco.

— Como surgiu esse medo? 

Pondero responder, pela visão periférica seu cenho estava franzido por uma dor que não tenho como medir, nem mesmo poderia. Respiro fundo e vejo clarões no céu.

— Quando criança, minha mãe esqueceu de me buscar na escola, aparentemente ela pediu a minha avó, onde claramente ela esqueceu. Então permaneci até quase às oito horas, estava chovendo muito, por estar em um corredor escuro e sozinha me rendeu esse medo. — explico. 

— Isso foi maldoso. — sussurrou. — Não sei como reagir a isso, perdão. 

— Não tem problema, já passou — o tranquilizo. — Melhor ir descansar — digo, tomando de sua mão o copo. — chega de bebidas por hoje.

Juntos subimos as escadas sem dizer uma palavra. No quarto opto por tomar um banho enquanto ele seguia até a sacada para fumar, hábito que detesto porém nada digo — pego minhas coisas para tomar um banho, deixei a porta encostada para ouvir caso algo aconteça. 

Debaixo da água quente lavo os cabelos, estava enxaguando quando ouço um baque alto, desesperada saiu às pressas do chuveiro com a toalha em volta para cobrir a nudez, nem mesmo fechei o registro, no quase corro diretamente para Sebastian que estava caido no chão tremendo.

Estava tendo uma convulsão.

Tentando manter a calma o viro de lado com muita dificuldade e tento ao máximo segurá-lo para não se machucar, algo quente escorria para minha perna onde sua cabeça estava apoiada e logo deduzi ser sangue.

— Meu Deus! — olho para a porta do quarto e grito desesperada. — ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR! POR FAVOR!

Contenho o choro, os tremores e espasmos pararam, seus olhos não abriram e a respiração estava desregulada.

— Quietinho. — sussurro. 

Passos soaram pelo corredor e graças a Deus os seguranças chegaram. 

— Me ajudem a colocar ele no carro, por favor. Ele precisa urgentemente. 

— Sim senhora. 

Espero-os saírem com ele e me visto às pressas, estava tremendo e não queria demorar mais que o necessário. Corro pelo corredor e desço desesperada até o carro que já aguardava. 

— Vamos, rápido.

— Segure-se e tente impedir que o senhor Velark se mova. 

O carro disparou, ganhando velocidade ao passar dos portões, seguro-o engolindo o choro, o sangue umedecia a calça clara que coloquei e a camisa de manga longa.

— Vá mais rápido. — peço.

— Sim senhora. 

Avançamos os sinais vermelhos e cruzamentos, o hospital estava logo à vista, o veículo derrapou parando na entrada, abro a porta e grito por ajuda, médicos chegaram para tirá-lo do carro e levá-lo.

— Senhora, aguarde aqui, por favor. 

Assinto em silêncio, e encaro os seguranças.

— Peça a governanta que coloque roupas, produtos de higiene e documentos, por favor!

— Claro. A senhora deseja algo para si? 

— Não, acho que para ele já está ótimo.

— Voltaremos o mais rápido possível. 

Procuro um assento e ali espero, meus cabelos estavam encharcados, a roupa suja de sangue, nada disso importava, o meu maior medo estava ali, onde não posso alcançar e torcendo para que não seja nada grave. Fico por quase duas horas sem respostas, a bolsa estava comigo e por garantia os funcionários dele estavam a postos na entrada do local — me levanto no primeiro movimento atrás das portas duplas, o médico que o atendeu veio até mim. 

— Como ele está?

— Está bem, o corte na cabeça por sorte não foi tão profundo, demos os pontos, e por essa noite é bom ele ficar aqui, pela manhã Denyel o verá devido a situação atual do seu marido.

— Posso ficar com ele?

— Claro. Segue pelo corredor, elevador, último andar, quarto 1250. 

— Obrigada.

Sigo conforme as instruções, estava cansada, mal arrumada, todavia, mediante ao momento não fiz tão questão em estar apresentável. O quarto era simples, porém individual, trato de não fazer tanto barulho, me aproximo com calma e assim o vejo deitado, fios ligados a ele e para meu alívio parecia não estar com dor, deixo a bolsa em cima da cadeira reclinável, analiso os batimentos cardíacos pelo monitor, e por fim seu rosto desprovido de cor e lábios roxos. 

Procuro por um edredom e o cubro até um pouco acima da cintura, ali me permito descansar um pouco, torcer para que o ferimento não cause alguma movimentação do tumor para uma área ainda mais difícil de acessar. Fiquei ali sem dormir ou menos cochilar, ainda sim não sentia sono ou fome, toda minha atenção estava voltada para ele. 

A chuva parou às cinco da manhã, Sebastian não acordou ou fez algum movimento, continuou inerte, duas enfermeiras me acalmaram durante a observação, porém enquanto não ver o azul de suas íris não vou ficar completamente em paz. Seis e meia me atento a entrada de Denyel, este portando alguns papeis em mãos e olhar fixado no paciente.

— Bom dia senhora Velark.

— Bom dia!

— Poderia me explicar o ocorrido? Por favor. 

— Não vi a queda, apenas ouvi, estava no banho. Ele estava tendo uma convulsão e fiz o possível para primeiros socorros e trazê-lo para cá.  — o mais velho assente. — Qual o motivo da convulsão?

— Me acompanhe até o corredor, caso ele acorde talvez fique confuso. 

Dou uma última olhada e sigo-o, ao fechar a porta o vejo com uma expressão nada boa. 

— A dor desencadeou a convulsão, segundo outra tomografia feita, o tumor cresceu um pouco, atingindo alguns nervos neurais. A lesão como dito não foi grave, todavia poderia ter sido. 

— Isso vai afetá-lo em algo fisicamente? — meu coração acelera.

— Temos de esperar que acorde, vamos torcer para que não. Converse com ele, essa cirurgia vai salvar a vida dele.

— Claro. Obrigada. 

Volto para o quarto e aguardo seu despertar. Encaro por minutos a aliança em meu anelar, girando-a no dedo, me concentrando em qualquer coisa que não seja a merda do problema que estamos. Graças às minhas orações Sebastian acordou, pressiono o botão do controle para chamar pelos médicos e me sento na cadeira. 

— Oi. 

Seu olhar em mim era confuso, as pupilas dilatadas devido aos medicamentos, sua mão estava fria ao toque, parecia tenso, entretanto relaxou ao compreender onde estava. 

— O que aconteceu? 

— Teve uma convulsão, a queda causou um ferimento em sua cabeça, o trouxe para cá o mais rápido que pude. — minhas falhou durante o breve resumo. 

— Merda! — xinga, procurando pela atadura que se concentrava um pouco acima da nuca, logo os lumes alheios focam no sangue seco em minhas roupas. — Esse sangue é meu?

— Sim. Pedi que trouxessem roupas para você. — aponto para a bolsa. 

— Estava tomando banho — recordou. — Você me socorreu pelada? 

— Estava de toalha, por que caralho isso é importante? 

 — Quem te viu daquele jeito? — sua voz subiu uma oitava.

— Sebastian, isso é hora de surtar por isso?

— Sim? — sentou na cama, removendo os acessos. — Quem viu? 

— Seus seguranças. 

— Vou matar os dois. 

— Não vai, eles te levaram para o carro. Pare de loucura homem, isso não é hora.

 Antes dele retrucar comigo, Denyel apareceu. Por alguns minutos o mesmo o atualizou do ocorrido e mais uma vez insistiu para que Velark se cuide para fazer a remoção do tumor, o que não validou a decisão que já havia decretado; a alta foi dada próximo ao meio dia, o ajudei a tomar um banho e vestir roupas limpas para irmos embora, havia uma lista de medicamentos que terei de comprar. 

Na volta para casa ficou emburrado, seus funcionários pareciam com mais medo dele do que qualquer outra coisa, e eu fiquei no meio daquela briga silenciosa dos três. Assim que o carro passa pelos portões e para na entrada, sou a primeira a descer, precisava de um banho decente, comer alguma coisa, justamentente quem eu queria ver já estava à nossa espera. 

— Senhora! — saudou a governanta. 

— Oi, poderia providenciar esses medicamentos, por favor?

— Claro, algo mais? 

— Peça que preparem algo leve para o almoço e esconda todas as bebidas alcoólicas que encontrar. 

— Senhor Velark não vai gostar.

— Com ele me entendo, não se preocupe. 

A vejo sorrir antes de seguir para seus afazeres, percebo o olhar atento dele em mim e trato de fingir ignorância e vou para o quarto. 

Ao estar decente por fim, deixo o anexo e paro ao ver o infeliz me esperando.

— Que foi?

— Por que está assim comigo?

— Sabe o motivo. 

— Não sei. — cruzou os braços. 

— To nem ai, precisa comer, vem. — o puxo, ou pelo menos tento, visto que não se moveu.

— Tenho que trabalhar.

— Hoje não. Vai comer e tomar os remédios, e vai descansar. — soou autoritária. 

— Okay.

Franzi o cenho de imediato. — Onde estão os seguranças? 

— Não matei não. Estão trabalhando. 

— Ótimo, agora anda logo, vem almoçar. 

Durante o almoço fico observando sua cara de nojo para comida saudável que pedi para fazer, sinceramente, esse idiota parece uma criança endemoniada, não gosta de nada. Meu nervoso certamente está centrado na bomba de preocupação, falta de sono e cólica. 

— Está mais calma?

— Não.

— Certo. 

Cínico. 

Sozinha na mesa deixo o cansaço fazer presença e chorei. Deixei tudo vir de uma vez, em momento algum fui interrompida, e se ele ouviu ou não, não importa.

Nesse momento não sei o que quero. 

Se é sua cura ou estar longe dele e dessa vida que não é minha. 

Provavelmente ambos, mas algo havia mesmo mudado, e eu não estava pronta para ter conhecimento e aceitar. Ao menos não ainda. 












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