C : 23

N/A: VOLTEI GALERA!!!!
Primeiro de tudo desculpem pela demora. Meus dias tem sido uma loucura. Tive de me mudar as pressas, e a adaptação tem sido complicada.
Trabalho cansativo e uma vontade absurda de largar tudo para o alto e desistir.
Mas consegui um tempinho para finalmente trazer o cap que fiquei escrevendo até as 3 da manhã e finalizei agora.
Espero que gostem, fiz o possível para que gostem.

Até a prox atualização rs.

Ainda tem o grupo do livro, quem quiser só me avisar que as coloco.

Entt beijos. Ótimo fim de semana e boa Páscoa para vocês.

Estou apaixonada por Judas, Judas
Lady Gaga — Judas

JÉSSIKA VELARK

A raiva era imensurável. Todos os sentimentos que pareciam adormecidos vieram com força; o ódio, o luto, a lembrança, conseguia ouvir novamente o som do tiro, o rosto de Hector ferido e a maneira como seu corpo esfriava. 

Encaro um ponto cego a minutos, minha cabeça doía, a ressaca desagradavel me acompanharia por todo o dia — seco as lágrimas que escorrem por meu rosto e me levanto, flashes do cemitério vinham em minha mente, em como não fiz a menor questão do valor do vestido, apenas me ajoelhei, deslizando os dedos sob a lápide.Queria gritar, todavia deixei meu coração sangrar e a saudade em meio a culpa se alastrar por todo meu corpo, levando-me a um temperamento lixo.

No banho fecho meus olhos, lavando os cabelos, a contragosto lembro de Sebastian, ele não se moveu, estava inerte, preso em alguma lembrança que não era da minha conta. Em meio a tantas lápides, ele pareceu mais humano, alguém falho, que não é grandioso como pensa ser.

Durante os minutos em que me visto e continuo a rotina matinal, engulo em seco por lembrar de Hector. Algo que nessa altura do campeonato perdi totalmente o direito e a moral de relembrar tais momentos com ele — afasto os pensamentos e me mantenho em outros, volto para o quarto e ignoro o espelho mais próximo antes de deixar o cômodo e seguir para o andar inferior, torcendo para que ele não estivesse. Evitei o jardim, a piscina, biblioteca e o estúdio de dança, não sentia ânimo para fazer absolutamente nada.

O vi na cozinha, concentrado em algo que não pude ver  visto que estava de costas para mim, ignoro-o totalmente, me sirvo de um pouco de café e passo por ele novamente…devo continuar sendo uma pessoa totalmente diferente, porém, as coisas tem saído do controle. Observando a área externa com a xícara em mãos continuo a divagar, tudo o que tive de aguentar até aqui, sua mudança repentina fez com que eu me acomodasse a algo ilusório, e me odeio profundamente por isso. Não consigo pontuar o que há de pior. Se é o sequestro. A morte de Hector. Ou meus pais estarem totalmente às cegas com meu estado atual.

Cansada volto para o quarto, fecho as cortinas e me deito, esperando pelo sono que não tardou a vir.

Estava quase no horário de sair do trabalho, meu corpo implorava por um banho quente e cama, meus pés doíam demais por ter ficado em pé por horas a fio. Hector mandou uma mensagem avisando que viria me buscar.

Deixei alguns panos dobrados em cima da mesa e fui me trocar — fiz um coque alto, troquei de roupa, optando por um vestido preto um pouco acima dos joelhos e decote simples. Verifiquei se tudo estava em ordem antes de sair, ao trancar a porta da frente, Hector me esperava encostado no capô do suv azul escuro, o mesmo veio até mim, pegando minha bolsa e depositando um beijo rápido em meus lábios. 

— Oi monamour. — saudou, sorrindo. Deus, como eu amava esse sorriso. — Tenho algo para você. — informou, abrindo a porta do passageiro. 

No banco de couro preto havia um lindo buquê de rosas azuis, juntamente com um combo do meu lanche favorito.

— Obrigada amor, eu amei. — adorava as surpresas que fazia, o carinho que tinha por mim.

— Fico feliz, monamour. — assumiu o banco do motorista.

— Você é o melhor namorado do mundo. — pela milésima vez o lembro disso. — Eu te amo.

— Je t'aime aussi. Também te amo. — me beijou antes de ligar o carro e sair do acostamento.

Meu corpo dá um sobressalto ao retornar para a vida na qual odeio e que não há uma chance de melhora, de mudanças. Apesar das diferenças drásticas de temperamento do Sebastian, permaneço em alerta para qualquer crise de ódio que ele venha a ter e acabe por descontar em mim — convicta de que o quarto é o melhor refúgio, deixo a saudade doer conforme desço da cama amarrando os cabelos longos demais e lavo o rosto, observo as olheiras ao redor dos olhos, lamento pelo tom opaco dos castanhos em meus olhos que tanto Hector elogiava, e que trazia conforto a mim mesma seguido de uma aceitação que demorei a ter conforme crescia. 

Deixando o quarto, ainda descalça, meu coração batia rápido no peito, descendo as escadas meu corpo arrepia pelo barulho alto de algo pesado se chocando contra alguma superfície rígida, silenciosamente me aproximo da sala, e nada ali fora surpresa, todavia, não evitava o enjoo e o medo que sinto dele. Em sua forma quase bestial. 

Sebastian estava bêbado. Murmurando palavras desconexas, massageando as têmporas como se aquilo pudesse aliviar a dor que sentia — manchas de sangue estavam por seu rosto, um pouco na camisa social branca que estava aberta, penso em voltar e ficar longe, porém ele já me notou e parou, o copo contendo o álcool costumeiro e o olhar irradiando agonia, raiva. 

— Não é uma boa hora para que me direcione palavras irônicas. — Informa. 

— Não faria isso. 

— Saia. 

Franzi o cenho e sorri, não me importando com o tremor em meu corpo, a urgência com que cada nervo meu parecia em alerta. 

— Não.  — por fim digo. 

Velark sorri antes de arremessar o copo dentro da lareira, o fogo aumentou e o estouro dos estilhaços chega em mim como aviso de que poderia sofrer novamente com sua ira. 

— E fará o que aqui? Além de me incomodar?! 

Não respondo, apenas observo-o desfocado e desorientado, xingando ao léu conforme enchia outro copo até transbordar. 

— Beber não vai diminuir a dor que  está sentindo. 

— Não pedi sua opinião. Me deixe sozinho. — pediu cansado, tomando tudo em longos goles e sentando na poltrona, a postura desleixada, as pernas abertas e olhar superior direcionado a mim. 

Meu corpo tremeu pelo terror que viria caso não sumisse daquele cômodo, me pergunto o motivo por não sair dali, do motivo que faz com que meus pés não se movessem — Sebastian sorri enquanto encosta a cabeça, as mãos grandes agarradas ao couro do assento, a dor que o infernizava ainda estava ali. Pronta para devorá-lo quando assim quiser. 

— Você criou coragem para me enfrentar, não é? — questionou, as íris azuis voltando a mim com uma profundidade fria, quase glacial. — Burrice a sua continuar aqui. 

— Mal consegue ficar de pé. — digo o óbvio. — Duvido que tente me machucar. — não era um desafio, porém algo quente trouxe uma tonalidade clara do tom azul.

— Quer apostar? kleines Mädchen. Garotinha. — levantou e de imediato recuo. 

— Não sei o que disse, e mesmo assim não vou apostar nada. 

— Permita-me dizer em um idioma que tanto conhece. — avançou contra mim, parei ao sentir a ponta do aparador, engulo em seco pela sua presença intensa e olhar quase devorador. Fecho os olhos esperando pela dor.

Mas ela não veio. O que veio foi sua mão deslizando por meu rosto, consigo sentir a pele fria e calejada dos seus dedos em minha carne quase febril, o cheiro do uísque se misturando com um aroma suave de madeira molhada. 

Jouons à un jeu?  Petite fille? Vamos fazer uma brincadeira? Garotinha? — sussurra contra minha pele. 

Deus. 

— Não. — me forço a dizer. 

— Não? — me puxa, enrijeço pelo aperto doloroso em minha cintura. — Ficar aqui te levará a uma brincadeira que vai gostar. Talvez até esteja molhada, pensando em como seria. — me solta, rondando-me como a porra de um predador. — Como começaria e se teria fim. Se aguentaria. — continuou, o timbre grave, rouco e totalmente malicioso e viril. 

Parando diante de mim novamente, olhou-me por um curto segundo antes de voltar a poltrona, na mesma postura, todavia, removeu a camisa, engulo em seco, ignoro as sensações quentes que se fixam em meu ventre, causando um tesão maldito. Traída por minha própria mente, por meu rosto, me perco em seu peitoral largo, abdômen definido, os braços cruzados levando os músculos a se contraírem. 

Caralho! Filho da puta.

Me tornei uma hipócrita do caralho. 

— Você quer? — busco o raciocínio rápido para compreender o que ele queria dizer com aquilo. 

Estava perdida nas sensações quentes como o inferno que mal notei o maldito abrindo o zíper, apertando o pau duro ainda coberto pela cueca boxer branca. 

— É seu se quiser. — volta a me atormentar. 

Tento manter a racionalidade, porém seus suspiros altos vinham até mim, este massageava o membro, pude ver o tecido ficando transparente pelo pré gozo. Puta merda, minha buceta pulsava, minha pele quente desejava aquilo. Desejava ele. 

Era errado. Sujo pra caralho. 

Corri para meu quarto, bati a porta e a tranquei, ofegante, o calor queimando entre minhas pernas. 

— Desgraça… — interrompo o xingamento ao ficar totalmente no escuro. — Que porra.

Tateei pela parede até encontrar o interruptor, tento ligar as luzes e não consegui, meu coração estava acelerado, todo aquele tesão maldito congelou, dando lugar ao medo. 

Tento ouvir algo e o silêncio era esmagador, abro novamente a porta e saiu no corredor, tomando cuidado para não esbarrar em nada, penso em chamá-lo, no entanto continuo em silêncio,  meus cabelos se soltaram do elástico à medida que ando lentamente, tentando me situar até chegar na escada. 

— Que merda é essa?! — sussurro, descendo um degrau por vez. 

Procuro por alguma luz e não encontro nada, exceto por uma luz vermelha vindo da cozinha, talvez seja de emergência — sigo até ali, com a maldita sensação de que alguém me vigia.

— Já disse que não estou a fim dos seus jogos, Sebastian. — digo alto, parando na cozinha, não havia ninguém. O arrepio doi na pele, ouço passos vindo e me viro.

Em uma boa distância vejo uma figura corpulenta, este olhava diretamente para mim. 

— O que pensa que está fazendo? — pergunto temerosa. — Sebastian! — me exalto, procurando outra saída. 

Pisco e a figura some, reuni coragem e corro em direção às portas da frente, tento abrir desesperada, desistindo e seguindo as cegas ao andar de cima. 

— Porra! 

Entro no primeiro cômodo e bato a porta, sentindo meus pulmões doerem, paro pela luz vermelha que ilumina todo o quarto, não deu nem tempo de me virar, fui prensada contra a porta, o rosto contra a madeira, o grunhido alheio contra meu ouvido incendiou cada centímetro de mim. 

— Já disse que não quero brincar. Sebastian me solta. — tento me desvencilhar dele. 

— Quem disse que sou Sebastian? 

— É você. Me solta. — me movo de novo, seu braço segura os meus, sinto sua ereção contra minha bunda. 

— Seu cheiro é uma delicia. — sussurrou de novo. 

— Pare! 

— Quer mesmo que eu pare? — Sua mão livre desliza por meu corpo até chegar entre minhas pernas, pressionando meu ponto sensível. — Está tão molhada. Poderia me enfiar na sua buceta assim, foder você com gosto, enquanto me aperta e geme pra mim.

— Sebastian. — choramingo. 

— Quietinha. Não se vire. 

Minhas roupas são rasgadas sem pudor algum, suas mãos ásperas percorrem minha pele nua, os dedos percorrendo as cicatrizes em minhas costas, a sensibilidade me arrepiava, o medo ou o tesão miserável nublava minha mente, deixando o comando todo para ele. Estar acessível a ele, do jeito que ele queria. 

— Vá para cama, fique no meio. — ordenou. — Não olhe para mim. 

Ansiosa o faço, olho para qualquer lugar menos para ele, ou para o que estava para acontecer. Sou uma vergonha, minha mente não parava de me humilhar a cada passo dele que ouvia,  o sinto atrás de mim, me puxou contra seu peito, abrindo minhas pernas, estava envergonhada. 

— Encoste a cabeça em meu ombro e relaxe. — pediu.  

— O que vai fazer? — evito gaguejar. 

— Você quer não quer? — aperta meu seio esquerdo, apertando o biquinho duro, contenho o gemido devido ao seu estímulo. — Sei que quer, está relaxada mesmo com medo. — murmurava, sensual e viciante. — tão gostosa, porra. 

Desceu a destra por minha barriga, chegando onde importava, sua canhota envolve meu pescoço, à medida que seus dedos trazia meu prazer a flor da pele, o calor percorrer até brotar suor em minha pele, começo a gemer. 

— Seu gemido me deixa ainda mais duro. Caralho! — apertou mais meu pescoço, enfiando dois dedos dentro de mim. 

— Sebastian! — suspiro, segurando seu punho em minha garganta, cravando as unhas em sua pele, tirando um gemido grave. 

— Vai gozar para mim. — mete os dedos com mais força, de pronto arqueio o corpo, tento fechar as pernas e este as mantém abertas. — Quando o fizer vou chupar até a última gota. E sabe o por que ? Hum? — contraio em volta de seus dedos. — Porquê você é minha. E esse prazer é o começo de muitos outros. 

Me privando de ar gemo abafado, deixando o prazer vir, varrer meu corpo enquanto o chamo em um gemido fraco e agonizante. 

— Boa menina. — tirou os dedos de mim, levando aos lábios, chupando, sentindo meu gosto. 

Me deito na cama quando ele se colocou entre minhas pernas, nenhuma palavra veio, me ajeito entre os lençois  — Velark me olhava satisfeito, me abriu e lambeu sem receio. 

— Porra! — exclamo.

— Quero que goze de novo. 

Sua língua colhia todo o líquido que escorria de mim, a carne molhada e quente contra minha buceta me deixava a beira de um colapso, fecho meus olhos e deixo cada suspiro e gemido vir espontaneamente. A vergonha não tinha espaço naquele momento, nem mesmo as acusações que minha mente emitia quase aos gritos — levo os dedos em seus cabelos, movendo meu quadril contra sua boca, exigindo que continue até o orgasmo vir. E ele veio, esguichando contra sua boca. 

— Uma delícia. — elogiou lambendo os lábios. 

Penso que continuaria, todavia seu rosto estava a centímetros do meu, analisando o cansaço evidente, admirando a bagunça que havia feito. 

— Não vou me enterrar em você hoje. — segurou meu rosto. — Mas ainda vou, e quando eu o fizer, estava amarrada, exposta para mim como um belo banquete. — depositou um selar suave em meus lábios entreabertos. — Durma bem senhora Velark. 

Espero-o sair, ignoro a realidade vindo a tona e me viro, me encolhendo na cama mesmo nua e suja.

— Droga! — digo. 

Sou uma tremenda idiota, ainda mais por achar que aquilo fora um cuidado dele para comigo depois do tanto que fez. De todo o trauma que causou em mim. 

A culpa permaneceria, mas outros sentimentos que são totalmente errados, mas que perdi totalmente o controle e não consigo mais contê-los.  

Ele era meu Karma. 

E parece que nesse maldito jogo de xadrez, a vantagem estava sendo dele e não minha, ao menos dessa vez. 

No fim.

O xeque mate será meu. 

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