Oitavo Capítulo

Se Annabelle não pretendesse voltar para o Colorado dali a três meses, afirmaria de pé junto que nunca mais queria entrar num aeroporto de novo.

Depois de horas de espera no aeroporto de Chicago – a conexão até Londres – ela agora se encontrava no famoso e gigante Heathrow International Airport. Ela mal podia acreditar que aquele prédio enorme em que se encontrava era apenas um dos cinco terminais que o aeroporto apresentava. Toda a sua cidade podia se mudar para dentro de um deles e viver confortavelmente. Aquilo era um absurdo. Se ela não estivesse seguindo de perto Howl – que andava por ali como se fosse a sala de estar de sua casa – provavelmente acabaria perdida e teria que morar num dos banheiros do aeroporto pelo resto da sua vida. Caso encontrasse os banheiros.

A viagem, apesar de longa, foi bastante tranquila. Na primeira parte conseguiu descansar o que não foi possível anteriormente devido ao nervosismo e ansiedade e na segunda parte pôs-se a contar sua vida para Howl, que escutava cuidadosamente para lembrar dos detalhes caso precisasse deles futuramente. Annabelle lhe contou dos anos da escola – como era uma aluna na média e precisava sempre dar o melhor de si para passar com notas mais altas – e das suas comidas favoritas – spaghetti ao molho pesto e doce de abóbora – e até mesmo seu feriado favorito – o Natal – até chegar às coisas que aprontava desde criança com Maddy e Loren. Sua vida havia sido bem simples, então não se demorara muito na sua narrativa autobiográfica. Howl também não parecia extremamente interessado e ela sabia que só estava fazendo aquilo por obrigação.

- E do que você tem medo? – ele perguntara entre garfadas daquela refeição horrível servida pela companhia de avião. Annabelle, tentando engolir um pedaço de frango suspeito, arqueara as sobrancelhas para ele. – Você já sabe o meu, então é apenas justo que eu saiba o seu. – ele dissera, apontando-lhe o garfo plástico. Ela suspirara, sem saída, e limpara a boca com um guardanapo.

- Tenho medo de altura. – confidenciara, o que explicava sua grande necessidade de ficar o mais afastada possível da janela do avião. – É bem comum então não tem nada surpreendente. – Annabelle começou a pensar que na verdade aquela frase definia-a por completo. Ela era uma garota bem comum, sem nada de surpreendente. Secretamente aquilo a abalou um pouco.

- É mesmo? – ele sorriu. – Que pena. Acabaram-se nossos passeios românticos na London Eye. – comentou e ela riu de leve. Não podia nem pensar em chegar perto da London Eye, a famosa e enorme roda-gigante.

Depois disso não conversaram muito mais. Ela assistira a um filme e ele cochilara boa parte do resto da viagem.

Agora, já estavam se dirigindo à saída do check-out, depois de pegarem suas malas. Annabelle estava um pouco temerosa do que a esperava do outro lado da segurança, porque podia ouvir um barulho estranho. Olhou para Howl, que dessa vez não usava óculos escuros e olhava ao redor, parecendo preocupado. Ele empurrava o carrinho com as três malas maiores de Annabelle (ele fingira que uma era dele para que ela pudesse levar mais coisas que a Sra. Gardens insistia em enfiar nos braços da filha) e a sua pequena, já que o principal dele havia sido levado anteriormente por Bill e os outros. Parecia ouvir o barulho que Annabelle havia percebido e ainda não tinha identificado, porque parou e olhou para ela.

- Certo, isso pode ser um pouco traumatizante. Mas fique o mais calma possível e sorria, se der. – ele a avisou, o que não ajudou muito.

- O que pode ser traumatizante? – perguntou, enquanto ele tirava dois pares de óculos escuros e entregava um para ela. – Por que preciso disso?

- Por causa das fãs. – Howl falou, o que respondia as duas perguntas. A garota imediatamente sentiu o estômago afundar de nervoso e, tremendo, pegou os óculos que ele ainda segurava. – Fique calma.

- Mas... elas vão me atacar? O que vão fazer? – perguntou, insegura. Howl aproximou-se dela com um sorriso.

- Não vou deixar que façam nada com você, Belle. Não se preocupe. – e lá estava novamente, aquele Howl irritante e maravilhosamente principesco que fazia seu coração disparar como se ela fosse ter um ataque do coração. – Prometi aos seus pais que cuidaria bem de você e que você viveria bem aqui. Não posso deixar que morra logo no aeroporto, cinco minutos de chegar.

- Morra? – ela escancarou a boca. – Por que está usando palavras tão fortes assim? É nesse nível de perigo? Não é melhor sairmos separadamente? – obviamente, ela estava aos poucos entrando em pânico. Várias pessoas do voo deles já tinham saído pelas portas, mas alguns retardatários ainda passavam encarando o casal que parecia discutir.

- Belle, já disse para não se preocupar. Vamos sair juntos e você vai estar mais próxima da parede e eu vou empurrar o carrinho, então não vão chegar a você. Não que as coisas cheguem a esse ponto. De qualquer forma, Bill providenciou tudo porque sabia que ia ser uma loucura já que a notícia se espalhou bem rápido. Vão ter seguranças que vão nos acompanhar até o carro, e depois vamos seguir para a nossa casa. – ele explicou o plano com calma e segurou-a pelos ombros. Seu rosto estava próximo novamente e Annabelle sentiu o rosto esquentar, mas ele não a beijou novamente, nem nada do tipo. Deixando-a um pouco desapontada, afastou-se e segurou o carrinho. – Pronta?

- Relativamente. Mas vamos. – ela disse, aproximando-se dele. Hesitou antes de encaixar o braço ao dele, apesar de que o gesto foi aprovado com um sorriso gentil da parte dele.

Howl empurrou o carrinho e a porta automática se abriu, e então o barulho que Annabelle ouvira tornou-se uma explosão de sons e gritos. Ela não pôde evitar se assustar, mas esforçou-se ao máximo para esconder sua surpresa e seguiu impassível ao lado de seu marido (ou, pelo menos, o mais impassível que conseguia ser). Howl explodia em sorrisos, que a garota desconfiava serem falsos, porque ninguém sorriria em resposta a um cartaz "Morra, esposa! Howl, case comigo!". Ela esperava que ele não sorrisse para isso pelo menos. Ou que não tivesse visto. Ela viu e não se sentiu nada bem.

Mas como Howl a previnira, assim que chegaram à parte que podiam ser facilmente atacados, uma barreira de seguranças os rodeara e conseguiram avançar sem complicações maiores além dos insultos gritados e dos gritos chorosos das garotas. Annabelle estava decididamente surpresa com aquela reação a Howl, porque não conseguia imaginar que aquele era um ídolo voltando para sua terra natal. Parecia mais um ídolo internacional à lá Davy Jones que só pisava em terra a cada dez anos e olhe lá. O caminho até o carro foi meio turbulento, mas sem acidentes, e logo Annabelle sentava-se confortavelmente no banco de trás de um SUV preto. Howl logo estava ao seu lado, enquanto as malas eram colocadas por um segurança no porta-malas traseiro. Já havia um motorista a postos e, assim que a porta foi batida, antes que a legião de fãs descontroladas os alcançasse, ele pisou no acelerador e saiu do aeroporto com calma e cuidado.

E assim Annabelle se encontrava segura e sem danos ao lado de seu marido. Ela percebeu que seu corpo estava totalmente tenso então focou-se em relaxar, soltando o ar lentamente. Howl sorria gentilmente para ela.

- Não foi tão ruim, foi? – perguntou, retirando os óculos do rosto dela, que mais uma vez sentiu o rosto esquentar com o contato entre eles.

- Sobrevivi, certo? – falou, não querendo confessar que além de medo de altura, agora também tinha medo de fãs. – Isso foi... incrível, de alguma forma. – ela falou enquanto se moviam pelas ruas levemente congestionadas que os afastavam do aeroporto.

- Na verdade é a primeira vez que tem algo assim. – ele confessou, ajeitando-se no banco. – Nós vamos ter que ser bem cuidadosos, porque essa repercussão é de fato assustadora.

- Parece que eu me casei com a Madonna. – a garota murmurou, mais para si mesma, mas Howl ouvira e soltou uma risada.

Ficaram os dois um tempo em silêncio até que Annabelle subitamente se lembrou de algo que Howl dissera anteriormente e arregalou os olhos. A essa hora já estavam se aproximando do centro da cidade, longe do aeroporto, e ela queria olhar a paisagem, mas olhava Howl, que também a encarava interrogativamente.

- Aquela hora... você disse nossa casa? – recuperou a fala do rapaz na memória quando ainda estavam dentro do aeroporto. Howl refletiu um pouco e depois concordou com a cabeça.

- Sim. Eu morava num apartamento pequeno, então não ia ser muito cômodo se a gente se mudasse para lá. Bill providenciou uma casa simples mas grande o suficiente para um casal viver confortavelmente e parece que minhas coisas já estão encaminhadas. Estamos indo para lá agora.

- Vocês compraram uma casa? – ela perguntou. Imaginava que casas não eram baratas, ainda mais na capital britânica, então o fato deixava-a estupefata.

- Você não se preocupa demais, não? Não, não compramos. Alugamos. Eu disse, tanto para você quanto para seus pais, que providenciaria tudo para que você pudesse ficar tranquila aqui e vivesse bem. Só espero que não tenha alergia a gatos, porque tenho dois, que vão ficar conosco. – ele explicou.

Annabelle ficou sem reação ao ouvir aquilo. Howl estava se esforçando tanto. Mesmo que em três meses ela sairia e iria embora para sempre, até uma casa havia sido providenciada para ela. Uma casa. Ela mal podia acreditar. Era como se estivessem mesmo casados, e amargamente lembrou-se que essa era a impressão para todos os outros. Estavam mesmo casados e tinham que sustentar isso. Então viveriam juntos, numa casa, sairiam em encontros, fariam entrevistas, tudo aquilo para manter as aparências.

- Você preferia um apartamento? Eu que sugeri a casa já que você morava em uma... – ele pareceu apreensivo. Annabelle queria pular no pescoço dele e enforcá-lo por ser tão prestativo e adorável. Aquilo não ia dar certo.

- Uma casa está ótima. – murmurou. – Qualquer coisa estaria bom, você não precisava se preocupar tanto... e não me importo com gatos... – falou, embaraçada. – Como é a casa?

- Não sei, não cheguei a ver ainda. Bill resolveu tudo miraculosamente nesses últimos dias. – Howl deu ombros, olhando agora para fora da janela, como se procurasse a casa. – Devemos chegar logo.

E, de fato, cerca de dez minutos depois a SUV preta estacionava numa casa no estilo vitoriano que deixou Annabelle boquiaberta. A casa de dois andares era aparentemente simples, mas transparecia e transbordava, aos olhos interioranos da garota, riqueza e luxo. As paredes eram num tom azulado meio pastel, com batentes e pilares brancos, o telhado com um ângulo agudo em seu pico possuía telhas de um cinza quase negro, contrastando com o resto da casa. A parte de baixo da casa exibia uma janela grande no canto direito e uma menor no esquerdo, e centralizada entre as duas uma grande porta branca, alta o suficiente para um elfo passar por lá. Ou o Mitch, talvez. E a parte de cima, duas janelas grandes como a de baixo e uma bem pequena no meio.

Havia, entre o simples portão na frente da rua e a escada de três degraus que levava à entrada da casa, um caminho de pedras rodeado por uma grama verde e bem cuidada, e pequenos arbustos acompanhavam a pequena cerca branca. Na verdade, aquele pseudo-jardim era quase um milagre existencial na grande Londres, e mesmo que desse um ar bonito para a casa, Annabelle achou-o um pouco inútil. As casas ao lado eram praticamente coladas e idênticas à do novo casal, com o mesmo espaço de grama para cada um dos pseudo-jardins por toda aquela rua. A rua, em fato, era sem saída, terminando em um retorno a cerca de cinquenta metros a um lado e retornando a outra rua que levaria a uma avenida do outro, a cerca de vinte metros. Na frente de quase todas as casas havia um carro, formando uma linha colorida metálica. Annabelle não sabia nada sobre a localização do bairro em que se encontravam e se seria conveniente para Howl ficar ali, mas antes que pudessem conversar sobre suas opiniões a respeito da nova moradia, um carro aproximou-se e estacionou atrás da SUV preta. Era um carro prateado e comum em Londres, do tipo que existiriam uns trinta no meio do trânsito ao mesmo tempo. Dele, Bill saltou.

- Vejo que chegaram bem. Estão cansados? – perguntou, aproximando-se do casal. – O que acharam? – apontou para a casa em que estavam parados na frente.

- Está boa, Bill. Obrigado pelas providências. – Howl disse, virando-se depois para Annabelle. – O que achou? Não é uma casa numa cidade do tamanho de um ovo, mas acha que pode se acostumar?

- Sim. Eu gostei. Obrigada. – ela tentou não parecer ofendida, mas quando Howl sorria para ela era difícil se ofender. – Desculpe o incômodo, Bill...

- Não se preocupe. Você já está dando bem menos trabalho do que imaginávamos se você fosse uma fã louca. – ele sorriu de um jeito meio frio, Annabelle já tinha certeza que não gostava muito dos sorrisos dele. De qualquer forma, ele parecia mais sucessível à possibilidade de que ela não drogara Howl, então não reclamaria. – Sobre a localização, é um pouco afastada do estúdio e do centro, Howl, mas há um mercado bom aqui perto e um centro comercial a uns quinze minutos de carro. Preferimos deixá-los longe da muvuca para que possam viver com mais tranquilidade. Quanto mais tempo as fãs demorarem para achar vocês, melhor.

- Certo. Annabelle, você dirige? – Howl perguntou e ela concordou com a cabeça. – Aqui acho que você só precisa fazer uma prova simples para conseguir uma carteira temporária, como uma turista, sabe? – ele explicou e ela mais uma vez concordou. Ela duvidava que passaria nessa prova simples, porque quando foi tentar tirar sua carteira no Colorado ela teve que fazer a prova simples de lá três vezes. E olha que lá eles dirigiam do lado certo.

- Mais duas coisas, Howl. – Bill disse, enquanto estendia dois molhos de chave, um em cada mão, para cada um dos mais jovens. – Primeiro, o seu carro a partir de hoje vai ser esse. Ele chama menos atenção e Annabelle pode usá-lo tranquilamente também sem ser reconhecida imediatamente.

Howl pareceu insatisfeito com aquela condição de Bill, mas não disse nada. Annabelle ficou curiosa pelo motivo da insatisfação, mas antes que pudesse perguntar qual era o carro anterior de seu marido, Bill pulou para o próximo tópico.

- Segundo, mesmo que eu tenha dito que preferimos deixá-los longe da muvuca, não quer dizer que vocês não vão aparecer juntos ocasionalmente no centro. Vocês têm que se deixar serem fotografados e vistos, e parecerem felizes pra essa coisa toda dar certo. Senão, vão pensar que demos cabo à Annabelle. – Bill fez um gesto trespassando sua garganta com o polegar e Annabelle fez uma careta. – Então, tratem de marcar uns encontros e agir lovey-dovey na frente das pessoas para elas comprarem o peixe.

Os dois concordaram enquanto assistiam Bill se afastar do carro prateado e abrir a porta da SUV, que ainda estava ali. O motorista retirara as malas dos recém-casados do porta-malas e arrumara-as na rua enquanto conversavam; agora ele já se encontrava novamente no seu posto, pronto para sair a qualquer momento. Antes de se sentar, porém, Bill virou-se como se na verdade não fosse apenas aqueles recados e houvesse mais um. E de fato havia.

- A propósito, vocês têm uma entrevista amanhã às onze horas na Jess. Estejam lá às nove e meia. Não se atrasem.

- Juntos? – Annabelle e Howl perguntaram ao mesmo tempo, surpresos com a notícia, mas Bill já entrara no carro e se afastava. Surpresos, se entreolharam.

- E eu que achei que a pior parte ia ser conhecer seus pais. – ela tentou fazer graça, mas tinha seus olhos arregalados em surpresa e medo. Defeito de Annabelle: sofrer por ansiedade. Não sabia como ainda não tinha tido uma gastrite. Howl também parecia ansioso. Ela imaginou que, apesar de saber lidar bem com a fama e aceitar essas entrevistas e eventos como parte de seu trabalho, era também a primeira vez para ele aparecer na televisão como essa situação. De certa forma, ele devia estar tão assustado quanto ela.

- Isso vai ser moleza perto de aparecer na Jess. – ele disse, soltando um suspiro. – O Bill... ele deve estar pirando. – Howl esfregou o rosto com as mãos, parecendo não acreditar ainda que aquela era a realidade dele. – Jogar a gente na Jess logo de cara... na TV! Rede nacional! Não era melhor uma entrevista em alguma revista antes? Você ainda nem está acostumada com essas coisas. Se der errado nisso, a gente já era...

- O quê? Como assim? Quem é Jess? – na verdade, Annabelle devia ter acabado de adquirir sua primeira gastrite. Já conseguia sentir o rombo se abrindo no seu estômago ao ouvir Howl falar daquele jeito.

- Ela é apresentadora do Jess&Them, é bastante popular aqui. Normalmente pessoas famosas vão lá. Já fomos como Compass~ umas três vezes lá, e o Mitch foi uma vez sozinho. Ela é uma boa pessoa, mas... – ele parecia tão inseguro que a garota estava quase pegando-o pelos ombros e sacudindo-o, já que ele não podia surtar na área dele. E para ele estar surtando, a coisa devia ser horrível. – A audiência dá muito ibope pro que ela fala. Se ela decidir que nosso casamento é falso, a história ta arruinada.

- Ou seja, sem pressão. – Annabelle riu nervosamente. Howl lançou-lhe um sorriso apologético. – Certo. Vamos ter que fazer isso dar certo então.

- É isso ou você acaba voltando mais cedo pra casa. – ela percebeu que Howl tentou fazer uma brincadeira, como fizera com o fato de ela ter medo de altura. O tom dele, porém, denunciava o quão assustado com a entrevista do dia seguinte ele estava. Annabelle surpreendeu-se ao vê-lo daquele jeito e quase esqueceu o problema em si.

Sem saber direito o que fazer, fez o que sempre fazia quando Maddy ou Loren colocavam aquela expressão no rosto: aproximou-se e passou os braços pelos ombros de Howl, mantendo suas cabeças próximas e corpos colados. Seu coração batia bem rápido pela cara de pau de fazer aquela aproximação e ela torcia para que ele não notasse, mas aquilo era tudo que conseguia fazer na hora. Do mesmo jeito que ele lhe pedira para chamá-la de Belle, do mesmo jeito que ele a beijara na manhã em Westcliffe, Annabelle queria de alguma forma dizer para Howl que tudo ficaria bem, mesmo que não conseguisse dizer aquilo com todas as palavras.

Howl pareceu surpreso com a reação dela (quem não ficaria?), mas depois de alguns segundos relaxou e passou os braços por volta da cintura de Annabelle. A garota sentiu o rosto esquentar, mas permitiu-se ficar um pouco mais naquela posição. Mordeu o lábio inferior e, tomando ar, decidiu tentar falar algo.

- Howl, hum... eu... eu não sou boa com essas coisas de público... e eu sei que essa coisa toda é muito louca... é culpa minha também... – ela não sabia bem como elaborar e fechou os olhos, odiando-se por ser tão ruim com as palavras quando precisava delas. E se cometesse essas bobagens na entrevista? Ia ser horrível. Respirou fundo e se acalmou, antes que ele pudesse querer rebater qualquer coisa. – Você já fez muito por mim na minha cidade, está sempre tentando me deixar confortável e até mesmo conseguiu uma casa pra mim... pra nós. Eu sou péssima com essas coisas mas eu prometo pra você... que eu vou dar o melhor de mim amanhã para que tudo corra bem, já que essa é a minha parte nesse combinado. – Mais uma vez, puxou uma grande quantidade de ar para dentro de seus pulmões e se afastou um pouco de Howl para que pudesse olhá-lo nos olhos e fazê-lo ver que estava sendo sincera quanto àquilo. Os olhos castanhos dele a encaravam, agora já menos vulneráveis e inseguros, mas com um brilho de curiosidade e de algo mais que Annabelle não queria nem supor o que era, caso contrário sua mente ia levá-la bem longe e alto. – Amanhã, nessa entrevista, eu vou fazer não só a tal Jess e toda a plateia acreditarem no nosso casamento, como vou ser tão boa que até nós dois vamos ficar confusos com a verdade.

Howl riu, daquele jeito natural e bonito que rira quando Annabelle lhe perguntara sobre por quê dividia o quarto com Chad. Ela ficou atordoada por milissegundos ao estar admirando aquilo de tão perto, mas logo sorriu envergonhada.

- Não é como se eu estivesse duvidando de você em algum momento, Belle. – ele falou, analisando o rosto da garota. – Mas obrigado. Você está certa. Vamos fazer todos eles acreditarem nessa história.

E então, com aquele sorriso macio e acolhedor, ele se inclinou levemente e depositou-lhe um beijo na testa.

Nota da Autora: Trollei todo mundo com esse finalzinho né, cês já estavam esperando mais pegação, aposto HAHAHAHAHAAHA

E AI!!! Logo logo vai chegar a treta (não no próximo capítulo, na verdade, mas logo). O que vocês acham que vai acontecer nessa Jess?

Esse capítulo é como uma ponte entre o mundo da Annabelle e o mundo do Howl. A partir de agora, vamos estar muito mais inseridos no mundo do Howl (que é onde acontece treta e catástrofes mais fácil, AMO HAHA)

Espero que tenham gostado! Se gostaram, não deixem de dar uma estrelinha nesse capítulo (e nos outros) porque eu amo estrelas e gosto de colecioná-las! Haha brincadeira, o voto é bastante importante pra história e me ajuda muito, além de dar uma autoestima pra gente XD

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Aguardo todos por lá para conseguirmos interagir um pouco mais! Vem vem vem <3
Beijão e até a próxima!

Anne


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