Décimo Sétimo Capítulo

- Belle, você está pronta? – ouviu o grito de Howl, provavelmente vindo da cozinha, e arregalou os olhos. Já estava na hora?

- Só mais um minuto! – respondeu de volta, correndo para a frente do espelho e encarando sua franja, que hoje decidira ser sua inimiga mortal e Annabelle não sabia o que fazer com ela. Bufando, revirou sua bolsa de coisas para o cabelo e achou uma presilha preta com um laço embutido, puxando as mechas da franja para trás e prendendo-as. Observou-se.

Seu vestido preto era um pouco curto, revelando suas pernas não muito longas e um pouco branquelas. O vestido, bem apertado no busto e de frente única, ao passar da cintura soltava-se em uma saia leve e confortável, com um shorts por baixo por garantia. No pescoço, trazia um colar com um pingente de prata, combinando com os brincos que escolhera. Ela não costumava usar saltos, mas já que ia a um jantar com toda a Compass~, decidiu que não ia ficar parecendo uma anã como sempre. Rowena, dois dias atrás, lhe ajudara a escolher todo o conjunto, com um patrocínio gentil de Howl.

Annabelle sorriu de leve, gostando também da maquiagem que fizera. No seu último emprego não precisava se maquiar sempre, mas o que aprendera era mais do que suficiente para um look simples, mesmo que aquele fosse um jantar formal.

Alguns dias haviam se passado desde que Howl voltara e as coisas não poderiam parecer melhores. Os outros rapazes da banda também a tratavam melhor e mais gentilmente, agora que saíam mais. Eles conversavam mais livremente sobre as coisas e até mesmo Bill parecia mais simpático com ela. Annabelle sentia como se realmente fosse esposa de Howl.

Lembrando-se dele, arregalou levemente os olhos delineados e pegou sua bolsa e um casaco pesado que combinava, já que faltava cerca de um mês para o Natal e estava bastante frio. Annabelle iria embora antes do Natal, de acordo com os três meses, mas talvez se as coisas continuassem daquele jeito, ela ficasse só mais um pouco...

Desceu as escadas com pressa, tentando equilibrar-se nos saltos sem se estatelar no chão e acabar no hospital. Ao chegar na metade da escada, percebeu que Howl a aguardava no fim dela, os olhos castanhos dele a observando atentamente, uma leve expressão surpresa em suas feições. Annabelle corou, pensando que devia ter feito charme e descido lentamente, seduzindo-o aos poucos, mas logo afastou a ideia. Primeiro, não conseguia seduzir ninguém. Segundo, estava atrasada e odiava estar atrasada.

- Desculpe. – murmurou, finalmente alcançando o fim da escada e parando em frente a Howl. Estava um pouco mais alta do que normalmente era e o encarava de um ângulo um pouco diferente. Era capaz que Howl ficasse ainda mais bonito daquele ângulo.

Seu cabelo estava aquele misto de arrumação e bagunça como sempre, mas o terno negro que ele usava parecia cair-lhe perfeitamente bem. A blusa branca por baixo estava impecável, assim como o colete do mesmo tom escuro que o paletó e a calça. Annabelle conteve um sorriso ao ver a gravata borboleta que ele usava, ao invés de uma gravata normal. Se ela estivesse de branco, ela provavelmente fantasiaria sobre o casamento dos dois naquele momento. Mas os dois vestidos de preto acabava tornando as coisas um pouco mórbidas. Ainda bem que era um jantar formal, e não um funeral.

- Você está ótima. – ele sorriu, seus olhos brilhando aos poucos. O estômago de Annabelle afundou e ela finalmente sorriu, baixando os olhos. Ela se sentia ótima. Fantástica, na verdade. Poderia dar cinco piruetas no ar de tanta felicidade, apesar de saber que isso não seria algo muito inteligente a se tentar usando saltos. – Vamos, então?

- Sim. – passou pelo braço estendido dele, que indicava a porta como um mordomo, e saiu na frente, encarando o frio. Sua pele inteira se arrepiou ao sentir a temperatura externa, bem contrastante com a interna onde o aquecedor estava ligado. Annabelle tratou de jogar o casaco por cima dos ombros, enquanto Howl trancava a porta e deixava a luz de fora acesa para quando chegassem sabe-se lá que horas.

Trocaram um sorriso e começaram a se dirigir para o carro estacionado em frente quando Howl parou subitamente, apalpando os bolsos do paletó.

- Ah, cacete! – ele xingou, procurando agora nos bolsos da calça. – Eu fiquei te apressando e agora estou sem a chave do carro. – resmungou, fazendo Annabelle rir. – Quer esperar lá dentro enquanto eu procuro? – ele ofereceu, já tirando a chave de casa do bolso onde acabara de guardar.

- Não, eu espero aqui. – assim ele ficaria com dó de ela congelando lá fora e se apressaria. Brincadeirinha.

- Certo. Vou ser rápido. Se fosse meu carro antigo eu nunca esqueceria a chave. – Howl soltou mais um resmungo e correu para a porta, destrancando-a e entrando com pressa. Annabelle nunca perguntara desse carro, mas lembrava-se que Howl parecera chateado com Bill por lhe entregar um carro simples assim que chegaram.

Mal ficara sozinha, um vulto se aproximou com passos rápidos, assustando-a. Annabelle encarou a pessoa completamente coberta de cachecóis e casacos e com surpresa reconheceu Leelah, sua vizinha. Mesmo àquela hora da noite a mulher usava uma quantidade incrível de maquiagem, mantendo aquele olhar arregalado.

- Ora ora, a senhorita celebridade! Como você vai, meu bem? – perguntou, tentando ser gentil. Annabelle sorriu forçadamente de volta, não muito interessada em conversar com ela, lembrando-se de seu encontro do supermercado. Dessa vez Robert, o marido de Leelah, não parecia estar à vista para conter a mulher.

- Bem, obrigada. E a senhora? – respondeu polidamente, lançando um olhar para trás, de onde esperava Howl surgir a qualquer momento para irem.

- Maravilhosa. Tenho visto coisas incríveis sobre seu marido. Continua bonitão, não é? – a mulher riu. Annabelle não teve tempo de responder, porque Leelah continuou a tagarelar. – É bom que ele tenha começado a te levar para sair. Faz o quê, quase três meses que você está aqui? E o rapaz só começou a te enxergar agora. Fico me perguntando se o affair dele deu errado para ele começar a te dar atenção. – ela soltou uma risada, fazendo Annabelle fechar a cara.

Quando encontrara Leelah pela primeira vez, a mulher lhe incomodara com aquela ideia de affair e toda a tagarelice. Annabelle ainda não tinha se acostumado com as pessoas e muito menos com as pessoas a reconhecendo, mas agora era diferente. Ela já passara por muita coisa, tanto com Howl tanto com outras fãs (principalmente na internet) para aceitar coisas como aquela de boca fechada.

- Então a senhora está sugerindo que eu sou a segunda escolha do meu marido? – perguntou, friamente. Leelah pareceu surpresa com a firmeza da americana, provavelmente porque sua atitude estava bastante diferente da anterior.

- Ora, querida, mas que ele só começou a te dar atenção agora é algo que você não pode negar... as pessoas pensam coisas sabe? – ela pareceu tentar consertar a situação com sua amabilidade fingida. Annabelle já não estava com paciência para aquilo.

- As pessoas podem pensar o que quiser, mas sair acusando coisas sobre a vida dos outros é uma intromissão muito mal educada. – rebateu. Não sabia porquê exatamente estava sendo tão fria com a mulher, mas não se sentia confortável em sua presença e, na primeira vez que se encontraram, Leelah não fizera mais nada além de arruinar sua autoestima e colocar caraminholas em sua cabeça. Não precisava mais daquilo e não deixaria nenhuma abertura para isso. – Talvez se a senhora cuidasse um pouco mais de sua vida ao invés de procurar defeitos na dos outros, provavelmente viveria melhor. Não precisa ficar se preocupando em como anda meu relacionamento com Howl, nem se preocupando em me avisar caso ele tenha um affair. Acho que posso lidar com essas coisas sozinha.

Leelah pareceu completamente chocada com o discurso de Annabelle, que estava começando a ficar boa em colocar as coisas para fora. Ouviu passos se aproximando e olhou para a porta, que Howl agora trancava mais uma vez, parecendo com pressa.

- Boa noite. – Annabelle acenou sem emoção para Leelah, ainda parada encarando o casal. Howl cumprimentou-a com a cabeça e destrancou o carro, abrindo a porta para sua esposa. Depois, deu a volta correndo e entrou no lado do motorista.

- Era aquela vizinha do 15? – ele perguntou, franzindo as sobrancelhas ao observar a mulher que agora dera meia volta e se afastava com passos rápidos, parecendo irritada. Annabelle ponderou se fora muito rude, mas não queria mais nada com a vizinha, ainda mais se ela só fosse lhe trazer pensamentos negativos.

- Sim.

- Você já a conhecia antes?

- Esbarrei com ela no mercado uma vez. – contou, enquanto Howl manobrava e seguia o caminho até a festa. – Ela foi incrivelmente rude e, apesar de não ser do meu feitio, acabei retribuindo o favor.

Howl soltou uma risada, fazendo Annabelle sorrir de canto sem nem se arrepender de sua atitude, e seguiram para a festa.

Annabelle ainda não se acostumara de todo com os eventos da Compass~. A maior parte do que fizera durante aqueles dois meses e pouco fora sair com Howl em encontros públicos e parecer completamente apaixonada por ele (o que não era tão difícil assim já que não estava tão longe da realidade). Mas eventos junto com a banda eram uma raridade, e aquele jantar era o primeiro do tipo que participava. Pelo que ela havia entendido era um encontro da gravadora, com várias bandas participando além da Compass~ e muita gente importante que ela não tinha ideia de que era.

Encontraram Mitch e Chad na porta, ao lado de Bill, e foi mais uma vez elogiada. Seu braço estava entrelaçado ao de Howl e ela mantinha-se perto dele, um pouco receosa de fazer ou falar algo que fosse atrapalhar. Howl não parecia se importar com a proximidade, lançando sorrisos tortos para ela e apertando sua mão às vezes.

Ao entrar, deparou-se com muito mais gente do que imaginava, fazendo-a se encolher levemente.

- Fica calma. É só ficar perto da gente e cumprimentar as pessoas com seu sorriso lindo. – Mitch disse, piscando para ela e recebendo uma careta de Howl. – Você já devia ter falado isso para ela se não queria que eu falasse, Cardins. – gargalhou.

- Nós contamos quem é a pessoa para você depois. – Howl disse, imitando Mitch e também lhe mandando uma piscadela. Os homens estavam bastante galanteadores naquela noite, pelo visto.

Como se tivesse se materializado, Jess de repente estava na frente deles com um sorriso largo, o mesmo sorriso faminto que dera durante a entrevista deles. Annabelle sentiu o nervosismo aumentar consideravelmente, já que Jess obviamente sabia que o relacionamento deles era falso. A mulher pareceu não dar nenhum sinal disso, porém, parecendo animada ao ver o casal.

- Os Cardins! Estou com saudades de vocês, queridos. Acho que seria bom se eu chamasse Annabelle para uma entrevista solo, não é mesmo? – ela abraçou a americana que ainda estava um pouco desconcertada com tudo aquilo, e piscou um de seus olhos intensamente azuis. – Poderemos descobrir muitas coisas reveladoras... – e soltou um risinho.

Annabelle sorriu fraco, apertando-se contra Howl.

- Acho que não sou tão interessante para ser entrevistada sozinha, Jess. – respondeu timidamente. – Você vai perder tanta audiência que vai se arrepender. – acrescentou, fazendo a mulher gargalhar.

- Você continua fascinante, Belle. Pensei isso desde o primeiro momento que a vi. – Jess alargou o sorriso e ouviu alguém a chamando no fundo. – Bem, nos encontramos depois. Até mais. – acenou e afastou-se com passos rápidos.

A garota sentiu o nervoso se esvair aos poucos e Howl sorriu-lhe, parecendo satisfeito com o que ela dissera. Mitch e Chad já tinham desaparecido no meio da multidão e Bill estava perto deles, mas conversava animadamente com um senhor muito bem vestido. Trocando um olhar, o casal andou pelas rodas de conversa até encontrar uma mesa livre para depositar as coisas. O salão estava bem aquecido e os casacos não eram mais necessários, além de que era bom encontrar uma mesa para quando o jantar fosse servido.

Depois de arrumar tudo, Howl entrelaçou seus dedos e guiou-a pelas pessoas, parando e cumprimentando pessoas de todos os tipos, apresentando-a carinhosamente e conversando um pouco. Annabelle não sentia dificuldade em seguir com a conversa dele, representando o papel de esposa de Howl Cardins, e assim que se afastavam do grupo Howl lhe explicava que acabara de conhecer o cantor de banda tal, um produtor renomado ou um membro de outra banda bastante famosinha. Mesmo que a garota não fosse muito inteirada do mundo pop, alguns nomes ela chegava a reconhecer e passava alguns segundos em estupefação. Mas, bem, estava casada com um nome famoso desse mundo, então não devia se surpreender tanto assim.

Howl frequentemente perguntava se ela estava bem, o que a fazia bastante feliz. Vê-lo preocupado com seu conforto e bem estar era agradável de certa forma. Ele havia mudado muito desde a conversa dos dois e Annabelle chegava até a ponderar se aquilo era normal. Ele não poderia estar atuando apenas para fazê-la se sentir mais confortável até ir embora, poderia? Às vezes ele era tão gentil que ela quase acreditava nessa possibilidade. Mesmo que fosse assim, o jeito que ele segurava sua mão e sorria para ela, o jeito que conversava com os outros e a apresentava quase orgulhoso, era suficiente para fazê-la suspirar. Só mais um pouco e ela começaria a enxerga-lo rodeado de flores e pétalas rosadas, como num filme.

- Atenção! Atenção! – um homem de cerca de 50 anos bateu um garfo de leve contra uma taça de vinho, fazendo um barulho agudo para chamar a atenção. Annabelle, de braço entrelaçado ao de Howl, virou sua cabeça em direção ao som, e não foi a única. Logo o burburinho diminuiu e todas as cabeças estavam viradas para o senhor que, de acordo com o sussurro de Howl ao pé de seu ouvido, era o presidente da gravadora deles. Ela concordou com a cabeça, fingindo ter associado a informação imediatamente, quando na verdade só havia prestado atenção em como a voz de Howl ficava ainda mais rouca e seu sotaque mais acentuado quando ele sussurrava.

É fato que o sussurro dele lhe levou por caminhos bem impróprios e a fez perder a linha do pensamento por tempo suficiente para não ouvir nada da introdução do homem. Quando aplausos irromperam por toda a sala, saiu de seus devaneios com um sobressalto e imediatamente começou a aplaudir também, sem nem ter ideia do quê. Olhou para Howl de canto e ele exibia um sorriso um pouco disfarçado, como se soubesse que ela não prestara nenhuma atenção naquilo. Annabelle só esperava, mais uma vez, que ele não lesse mentes. Ou talvez àquela altura do campeonato ela até aceitaria que ele o fizesse se aquilo os levasse para onde ela estava imaginando ao ouvir o sussurro dele...

- Está cansada? – e lá estava ele novamente, soprando em seu ouvido suavemente como uma melodia gentil. Sentindo o rosto em chamas, virou-se para aqueles olhos castanhos e balançou a cabeça em negação. Depois repensou.

- Só um pouco. Mas está tudo bem. – talvez ele se apiedasse dela e eles fossem embora mais cedo e ficassem sozinhos em casa...

- O jantar vai ser servido depois desse anúncio. – ele disse, levantando o braço que não estava entrelaçado ao lado e colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Ele estava bem próximo dela, seus narizes quase se tocando. Se Annabelle se inclinasse só mais um pouco... – Depois de comermos podemos ir. – Ele sorriu e se afastou um pouco, fazendo-a concordar com a cabeça, sentindo-se um pouco atordoada.

A garota voltou a prestar atenção no senhor e viu que agora haviam cinco homens vestido de ternos brancos, com gravatas de cores diferentes, ao lado dele. O senhor falava apontando eles e sorrindo largamente, então ela se focou em suas palavras.

- ... nos trazendo tanto orgulho internacionalmente. Agora que essa turnê mundial está encerrada, eu gostaria de recepciona-los de volta com muito prazer e felicidade. Senhoras e senhores, uma palavrinha de Cameron, líder do Match5.

Mais aplausos e Annabelle observou o homem mais alto, com uma gravata azul, aceitar o microfone e sorrir largamente, cerca de 52 dentes mostrando ao mesmo tempo. Ela arqueou as sobrancelhas, um pouco surpresa. Match5 não era o nome do carro do Speed Racer? Aplaudiu educadamente junto com Howl e Chad, que surgira ao seu lado. O mais novo inclinou-se com um sorriso.

- O carro do Speed Racer é Mach Five, caso esteja imaginando. – ele falou em um tom brincalhão e a garota arregalou os olhos. Agora toda a Compass~ podia ler mentes, era isso? No fim da noite ela descobriria que eram todos vampiros e ela seria o sacrifício da noite? Chad riu-se, provavelmente da cara que ela fizera e voltou o rosto para o tal Cameron. Ela mais uma vez perdera metade do discurso, mas como era curto e só palavras de agradecimento, não foi muito. Logo estava aplaudindo de novo, as mãos já começando a arder de tanto fazer isso.

- Comeeeeeeeer! – Mitch brotou perto deles, passando um braço por cima do ombro de Howl e enunciando os sentimentos do estômago de Annabelle.

- Mitch, onde estão seus modos? – o vocalista arqueou as sobrancelhas, checando se ela estava bem ao ser arrastada pelo outro.

- Depois de aguentar toda aquela puxação de saco para cima do Perfeitão Um Metro e Noventa e Quatro, eu quero mais é comer mesmo. – Mitch reclamou, chegando na mesa em que o casal havia depositado as coisas mais cedo.

Annabelle teve a impressão de que ele falava sobre Cameron e que ninguém do Compass~ parecia gostar muito dele, já que permaneceram quietos aos "elogios" declamados por Mitch. Sentaram-se na mesa, que era redonda e grande, ficando Annabelle entre Chad e Howl.

- Ainda tem três lugares. Vai ficar vazio? – olhou interrogativamente pra Howl, que deu ombros. Antes que alguém pudesse responder, três homens se aproximaram. Mitch não fez questão de disfarçar uma careta.

- Esses lugares estão livres? – Cameron perguntou, seu sorriso largo no rosto. Annabelle percebeu que ele era realmente alto, e olha que ela estava se acostumando com as alturas do Compass~. Por algum motivo, ele não tirou os olhos dela quando perguntou, como se ela fosse a dona da mesa. Sem saber o que fazer, ela virou o rosto para Howl, pedindo ajuda, e ele suspirou.

- Fiquem à vontade. – respondeu, recebendo um sorriso ainda maior, se é que era possível, de Cameron, e uma expressão indignada de Mitch.

Mesmo sentado, Cameron parecia ocupar toda a mesa. Os outros dois membros de sua banda eram altos como ele – Annabelle nem sabia que a Inglaterra produzia tantos homens altos daquele jeito – mas não tinham o mesmo carisma que o líder, parecendo um tanto ofuscados. Bem, era bastante claro porque Cameron era o líder. Ela reparou que os olhos dele eram tão azuis quanto a gravata que usava, e ao ser pego sendo observado, lançou-a uma piscadela.

Aquilo não pareceu fazer ninguém muito feliz na mesa, principalmente Howl, que fechou a cara e pigarreou, voltando-se para Belle como se não houvesse mais ninguém na mesa.

- O que você vai querer, querida? – perguntou, oferecendo-lhe o cardápio que um dos garçons que agora circulavam pelo salão havia lhe entregue.

Annabelle, ao ouvir aquilo, decidiu que adorava a presença de Cameron ali perto. Controlando um sorriso bobo, juntou sua cabeça um pouco mais com a de Howl para enxergar o cardápio melhor, apesar de enxergar perfeitamente bem da distância que se encontrava. Escolheu algo que parecia gostoso e voltou à sua posição, lançando um olhar rápido ao líder da Match5. Constatou que ele ainda a observava, curioso. Mitch, que estava sentado próximo a ele, parecia borbulhar de irritação.

- Acho que não cheguei a apresentar minha esposa a você, não é Cameron? – Howl falou em voz alta, parecendo incomodado com alguma coisa.

Talvez fosse que Cameron tinha aquela presença intensa de líder, chamando a atenção de Annabelle, e Howl estivesse um pouco ofendido que ela esquecesse que ele também era um líder. Mas é claro que a garota não havia esquecido dele. De jeito nenhum. Inclusive, estava secretamente adorando o rumo que a situação estava tomando. De todas as vezes que Howl a apresentara naquela noite, nenhuma fora tão intensa e firme quanto aquela.

- Ah, acho que vi algo sobre isso. Então essa é a famosa Sra. Cardins. – Cameron respondeu, seu sotaque suave ressoando em seu sorriso de gato de Cheshire. Annabelle gostava muito mais do personagem louco de Alice do que aquele homem são e incrivelmente bonito. Mas deu um sorriso tímido e falou:

- Muito prazer.

- Realmente uma pérola. Deu sorte, Cardins. – Cameron ergueu uma taça de vinho até a altura dos olhos, como se brindasse Howl. – Não a deixe escapar.

- Sei perfeitamente disso. Não é como se eu precisasse do seu conselho. – Howl pareceu frio, algo que era novidade para Annabelle que sempre fora tratada com calor e sorrisos por ele. Mesmo quando haviam brigado, ele não lhe parecera tão distante e seco como naquele momento. Secretamente ficou feliz por não tê-lo deixado bravo de verdade.

O jantar prosseguiu em silêncio após isso, com o burburinho das conversas ao redor preenchendo o que não era dito naquela mesa. Os membros do Match5 vez ou outra sussurravam algo para Cameron e permaneciam em sua própria bolha social, Mitch parecia cortar as coisas com uma força desnecessária e Chad cantarolava, aproveitando um prato de carne com nome estranho que Annabelle não quis provar.

Escolhera um spaghetti alla puttanesca, já que era fã das massas. Howl saboreava um prato com um grande pedaço de filet mignon com batatas, cortando-o em pedaços pequenos.

- Belle, aqui. – chamou-a de repente e quando ela virou-se para encará-lo, encontrou o garfo dele flutuando em sua frente, um pedaço da carne preso à ponta.

- O quê? – ela corou, sem saber como reagir. Howl sorriu de lado, sem tirar os olhos dela.

- Prova. Está uma delícia. – ele falou, depois abriu a própria boca como se falasse com uma criancinha. – Ahhh...!

Annabelle abriu a boca, deixando que Howl guiasse o garfo até dentro dela, e mordeu a carne sem afastar o olhar. Ele pareceu satisfeito, sorrindo largamente do olhar intenso da garota.

- Você quer um pouco também? – ela perguntou, um pouco hesitante, apontando para seu prato. Ele concordou com a cabeça, já fechando os olhos e abrindo a boca. Annabelle cuidadosamente enrolou um pedaço da massa ao redor do garfo e, com atenção, levou-o até a boca do marido, que aguardava pacientemente. Ela estava completamente alheia a qualquer outra coisa ao seu redor, focando-se apenas nos lábios avermelhados de Howl a aguardando entreabertos. Engoliu em seco e depositou a comida ali, vendo-o fechar os lábios ao redor do garfo e abrir os olhos, encarando-a por longas eternidades. Ou talvez apenas alguns milésimos de segundos.

- Está ótimo. – ele comentou, enquanto mastigava com uma cara prazerosa. Ela teve uma vontade insana de acreditar que ele se referia a seu serviço de entrega e não ao macarrão, mas depois de se lembrar que haviam outras pessoas ao redor, tudo que fez foi corar intensamente e baixar os olhos para seu prato.

- Ei, casal! – Mitch reclamou alto, fazendo-a pular na cadeira de susto. – Tem pessoas tentando jantar aqui, querem parar com isso? Até parece que não tem uma cama na casa de vocês... – resmungou, fazendo Howl rir. Annabelle sorriu, sabendo que seu rosto estava mais vermelho do que o tomate seco de seu molho. Acidentalmente (ou talvez nem tanto), levantou seus olhos até Cameron, que encarava seu prato de comida como se houvesse um rato ali. Talvez fosse o calor que estava passando, ou o vinho que havia tomado, ou o jeito que o joelho de Howl encostava no seu por baixo da mesa, mas ficou com muita vontade de rir de Cameron. Sabia que seria estranho fazer aquilo, então finalizou seu prato com um sorriso em seu rosto e aguardou até que o resto terminasse também.

Imediatamente após comer o sono bateu. Aproveitando o momento e uma chance que sabia que talvez não tivesse de novo, inclinou-se até que sua cabeça alcançasse o ombro de Howl e parasse confortavelmente ali.

- Cansada? – a voz dele era baixa, criando uma bolha social para apenas os dois, os outros presentes na mesa sendo ignorados. Ela mexeu com a cabeça, indicando que sim, e fechando os olhos apenas por milésimos de segundos. Howl levantou a taça de vinho até os lábios, mas antes que o vidro colidisse com eles, murmurou: - O desgraçado não tira os olhos de você. Precisava ser tão linda, Belle?

Ela riu abafado, sem saber como reagir de outra forma. Howl a elogiando tão abertamente fazia seu estômago todo revirar e, tendo acabado de comer, aquilo não era confortável.

- Quer ir pra casa? – ele perguntou, baixando a taça e entrelaçando uma mão com a dela, os dedos longos dele acariciando cada pedaço que tocavam.

- Quero. – decidiu que não era hora de hesitar. Desde aquele maldito sussurro tudo que queria era ficar sozinha com Howl, nem que acabassem vendo um filme e tomando sorvete lado a lado. Ela aprendera a não ser gananciosa e aguardava por todos os pequenos momentos que podia aproveitar quando estava com ele. O problema é que essa noite era um completo jackpot em quesito de "pequenos momentos", virando uma grande bola de neve prestes a engoli-la.

- Então vamos. – ele resolveu, simples assim, afastando-a de leve para que pudesse retirar o guardanapo de pano em seu colo e olhasse ao redor da mesa. – Belle está cansada e com dor de cabeça, por isso já vamos indo.

- Você quer um remédio, Annabelle? - Chad perguntou, parecendo preocupada. Ela não tinha um pingo de dor de cabeça e olhou para Howl meio acusadoramente, por inventar tal mentira.

- Não precisa. Tenho certeza que se eu chegar em casa e tomar um chá, fico boa logo. – sorriu. Ia se despedir deles, mas os dois se levantaram. Mitch pareceu aliviado.

- Acho que é bom irmos indo também. Assim não parece que vocês estão saindo para fazerem coisas de casais. – ele foi direto, rindo ao ver a expressão no rosto da garota. – Ninguém vai interpretar isso como você tendo dor de cabeça, Belle.

Os membros do Match5 pareceram confusos com aquela saída estratégica da Compass~. Acenando, os três e Annabelle se afastaram. Despediram-se de Bill e de praticamente todas as pessoas da festa no caminho, até chegarem nos carros.

- Espero que eles não achem que eu sou horrível por estar te tirando mais cedo da festa por causa da dor de cabeça. – murmurou para Howl, quando Mitch e Chad se afastavam.

- Na verdade, vai ser como Mitch falou. – ele comentou com um sorriso, que se alargou ao ver a expressão de choque no rosto de Belle. – Todos vão achar que saímos pra fazer alguma coisa. Afinal, você era a mulher mais linda daquela festa, então obviamente eu sou o mais sortudo.

- Mas... – ela não ia falar que eles não iam fazer alguma coisa, porque, afinal, eles nem haviam entrado no carro ainda e as chances eram grandes, principalmente por tudo que ela estava pensando desde o sussurro ao pé de seu ouvido mais cedo. Howl abriu a porta para ela, sorrindo para que ela entrasse. Ela agradeceu num murmúrio, aproximando-se dele e sentindo o ar frio tocar-lhe as bochechas. Antes de entrar, porém, ouviu:

- Além do mais, você nem está com dor de cabeça.

E não pôde evitar a risada ao sentar-se no banco do carona.

A casa estava exatamente do jeito que deixaram, a luz acesa na entrada e porta trancada. Miles e Bartholomeu miavam alto, reclamando da ausência dos donos por tanto tempo. Ao entrarem, Annabelle agachou-se para acariciar o pelo dos dois, acalmando-os enquanto Howl trancava a porta e certificava-se do alarme. Bocejando, ela tirou os saltos e levantou-se, espreguiçando-se.

- Ainda não está acostumada com essas coisas, não é? – o tom dele era divertido e ela fez bico.

- Eu ia muito em baladas e ficava acordada até altas horas com Loren e Maddy, mas desde que comecei a trabalhar acabei perdendo essa habilidade. – deu ombros.

- Entendo. Quer que eu faça um chá para você? Para a sua dor de cabeça? – ele riu, passando por ela e indo para a cozinha. Belle mostrou-lhe a língua, mesmo que ele não tenha visto por estar de costas.

- Não, obrigada. Acho que só preciso dormir mesmo. – encostou-se no batente e observou as costas largas de Howl. Ele havia retirado o paletó, ficando apenas de colete e camiseta, e a gravata pendia solta em seu pescoço. Porque aquilo era tão absurdamente sexy? Já era muito tarde para ele provoca-la daquele jeito.

- O que foi? – ele perguntou, virando-se para ela. Mantinha um sorriso no rosto, como se adivinhasse o que ela estava pensando. Talvez ele soubesse mesmo. Ela já havia aceitado a teoria que ele lia mentes.

- Você está sendo injusto. – ela grunhiu, não querendo dizer mais nada que aquilo.

- Estou é? – ele aproximou-se aos poucos, quase colando seus corpos. O batimento cardíaco de Belle dobrou de velocidade e quando ele levantou o braço e colocou outra mecha de seu cabelo delicadamente atrás da orelha, parece que decidira fazer 100 metros rasos. A mão dele parou ali, mexendo distraidamente na ponta do cabelo. Seus olhos estavam fixos nos dela, a observando com cautela, talvez procurando algum indício que ela não quisesse aquela proximidade. Mas ele estava bem enganado. Ela queria até mais proximidade que aquilo.

- Está sim. – disse, lentamente. Howl riu.

- Não sou o único sendo injusto aqui, Belle. – ele sussurrou, realmente próximo dela agora. Mais uma vez seus narizes estavam prestes a se tocar. E o que é que ele estava dizendo? – Aguentar você assim a noite inteira... sem poder fazer nada... e ainda mais aquele babaca do Cameron. – ele resmungou a última parte. Ela riu de leve.

- O que é que vocês têm contra ele, de qualquer forma? Ele não me pareceu uma pessoa ruim. – ela decidiu provocar um pouquinho. Provavelmente culpa do vinho.

- Quando nós passávamos por momentos ruins, o presidente sempre jogava mais lançamentos para eles e eles se usavam da nossa fama ruim para criar uma boa para eles. Era irritante. Éramos sempre comparados. E nossa música é mil vezes melhor que a deles. – explicou, parecendo irritado. Ela concordou com a cabeça, compreendendo e acidentalmente fazendo seus narizes se tocarem.

Ficaram um tempo em silêncio, apenas encarando um os olhos do outro e Howl brincando com seu cabelo como se nem prestasse atenção no que estava fazendo. E aí Belle bocejou.

É claro que o momento romântico tinha que ser cortado de um jeito ridículo. Ainda bem que não foi um espirro.

Howl soltou uma risada e ela escondeu o rosto entre as mãos, embaraçada por aquilo. Mal tapara os olhos, os braços dele a envolveram com firmeza e ele apoiou os lábios no topo da cabeça dela, depositando um beijo ali. Surpresa com o carinho súbito, Annabelle ficou sem reação, aguardando o que viria depois. Como Howl não disse nada, deixou suas mãos escorregarem silenciosamente pelo peito dele e passarem pelas costas, fechando-se ali num abraço. Sabia que agora seus corpos estavam colados e que ele poderia ouvir perfeitamente todos os seus batimentos cardíacos desvairados, mas não se importava. Ela não estava se importando com mais nada.

- Obrigada por hoje. Eu me diverti muito. – sussurrou contra a pele dele, coberta por aquele colete que o deixava ridiculamente maravilhoso.

- Também achei ótimo. Sua companhia foi perfeita hoje. – ela podia ouvir que ele estava sorrindo ao dizer aquilo, e sorriu também. Apertou-o de leve, relutante em deixar que aquele dia acabasse. Mas ele acabaria. Talvez o que viesse depois não fosse tão ruim. Afastou seu corpo do dele e olhou-o mais uma vez nos olhos.

- Boa noite Howl. – ficou na ponta dos pés e depositou um beijo em sua bochecha, sentindo-a quente contra seus lábios.

Ao abaixar os pés para retornar ao chão, foi pega de surpresa. As mãos grandes de Howl seguraram-lhe lado a lado e giraram seu corpo suavemente, até que ela ficasse prensada entre o batente da porta e o corpo dele, um tanto surpresa com a situação. Sem explicar nada, porém, Howl apenas aproximou-se mais e mais, até que seus lábios estivessem colados aos dela, pedindo gentilmente passagem para um beijo que, assim que cedeu, Belle descobriu repleto de carinho e desejo. Retribuindo na mesma intensidade, passou os braços pelos ombros dele, finalmente recebendo o que desejara a noite inteira.

As mãos de Howl desceram até sua cintura, puxando-a o mais perto possível do corpo dele, mesmo que não houvesse mais para onde ir. Dali, de alguma forma, caminharam até o pé da escada, um tanto bambos, quase se chocando em tudo. Annabelle teve certeza que um dos gatos soltou uma exclamação ofensiva, mas não é como se pudesse prestar atenção neles naquele momento. Estava bastante ocupada.

Howl quebrou o beijo, que já estava tão intenso que ela sentia seus lábios formigarem. Ela quase gemeu em protesto, ao mesmo tempo em que ele perguntava, um olhar sério entre a franja bagunçada:

- Seu quarto ou o meu?

Annabelle acordou, mas não queria abrir os olhos. Não queria que fosse outro dia, não queria que tudo passasse de um sonho. Queria manter as imagens coladas em sua pálpebra por todo o tempo que fosse possível, mesmo sabendo que provavelmente nunca esqueceria. Porque não havia sido um sonho. Ela podia ouvir o ressonar de Howl ao seu lado, o braço dele ao redor dela, os lençóis tocando sua pele. Era quase igual àquela vez em Vegas, se ela não se lembrasse dessa vez. E ela se lembrava. De tudo. De todos os detalhes, de todos os pedaços de pele de Howl e de todos os beijos que ele lhe dera e de como a abraçara. Certamente, não esqueceria aquilo tão fácil. Mal conseguia acreditar que esquecera algum dia sobre o que acontecera na noite em Vegas.

Virou-se na cama, ficando agora de frente a ele, e finalmente abriu os olhos. Ele parecia profundamente adormecido, seus lábios entreabertos e seu peito movendo-se conforme sua respiração. Os cílios dele eram longos e seu cabelo era uma bagunça, e Annabelle pensou que nunca o achara tão bonito quanto naquele momento. Permitindo-se estender a mão e acariciar o cabelo dele, sorriu sozinha com a leveza que estava sentindo.

Howl pareceu nem notar seus movimentos. Decidiu que faria um café da manhã para ele, simplesmente porque queria. Saiu da cama silenciosamente, recolhendo sua roupa no chão conforme saía do quarto. Acabaram indo para o quarto dele, então ela correu até o próprio para vestir algo mais quente e pegar um elástico de cabelo, já que enfrentar um espelho era a última coisa que queria fazer naquela manhã. Desceu as escadas lentamente, bocejando e esfregando os olhos, sentindo partes do seu corpo doerem conforme os músculos eram utilizados em seu percurso. Mesmo em dor, sorria, sorria largamente, sorria quase tão largamente que era quase o Cameron da noite passada. Howl deve ter achado que ele era um rival romântico, ela pensou. Que engraçado. Annabelle não sabia se algum dia iria se apaixonar por outra pessoa que não fosse Howl. E não sabia se isso era bom ou ruim.

Alcançara a cozinha e ouviu o barulho do celular de Howl tocando no andar de cima. Como o barulho parou rápido supôs que ou ele havia atendido ou haviam desistido de ligar para ele.

Ligou o fogão, colocando água na chaleira para fazer o café, quando houve um estrondo vindo do quarto de Howl. Franzindo a testa, Belle aproximou-se da porta da cozinha.

- Howl?

Ele surgiu logo, apressado, vestindo só a calça da noite anterior aparentemente enfiada às pressas, já que não estava abotoada. Desceu as escadas correndo, assustando-a, e foi direto para a sala.

- Howl? Tem algo errado? – ela o seguiu, nervosa só de ver a atitude dele. Imaginou se fora algo da noite anterior ou se Bill o estaria chamando com alguma urgência. Qualquer que fosse a opção, ela não entendia porque ele estava ligando a TV, o rosto corando enquanto observava tudo.

- Merda, merda, merda... – ele resmungava, procurando algum canal de TV.

E foi aí que Annabelle percebeu que talvez aquilo tudo não tivesse sido um sonho, mas que o pesadelo estava prestes a começar.


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N/A:

Estou morta de sono pra acabar esse capítulo hoje ainda, então tenho pouco para falar.

1) ESPERO QUE TENHAM GOSTADO

2) NÃO ME MATEM POR FAVOR

3) TO FALANDO SÉRIO NÃO ME ODEIEM ABAIXEM AS PEDRAS

Bem, esse foi um capítulo gigante pra compensar a demora na atualização! Espero que tenha servido como isso, apesar dos pesares. Os plot twists são sempre necessários. Estou torcendo para as cenas amores serem suficiente para vocês me manterem vivas.

ANÚNCIO IMPORTANTE: UNEV está em sua reta final, depois desse temos mais três capítulos então vão preparando o coraçãozinho.

Pra ninguém sentir saudades de mim, nem eu de vocês, chega mais no meu grupo do Facebook porque já estou anunciando minhas histórias novas lá! Além de estar postando uma série de curiosidades sobre UNEV, o que eu acho digno de conferir. Então venham venham venham, o nome é Histórias da Anne~, eu aceito todas e dou um biscoito pra todo mundo que entrar.

Lembrando que temos Aquela Noite em Vegas, os primeiros dois capítulos de UNEV no ponto de vista do Howl, para quem não leu ainda! O link é: http://w.tt/1nPgpYw

Também tenho uma obra de Contos para quem se interessar em ler algumas outras histórias minhas, cujo link é: http://w.tt/20bD4tK 

E é isso! Até mais ♥ /sai de fininho

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