Capítulo 23

- Me solte Andrew. - Peço.

- Não quero. - Ele retruca.

- Se não me colocar no chão agora eu vou gritar. - Ameaço.

- Pode gritar.

Belisco sua costela com força para ver se ele para, mas não surte nenhum efeito.

- Me coloque no chão por favor. - Peço novamente.

- Cale a boca Ane. - Andrew dá um tapa em meus glúteos.

Não sei se fico mais chocada por ele me chamar de Ane, ou por estapear meu traseiro.

- Não acredito que bateu na minha bunda. - Digo incrédula.

- Vou bater de novo se não ficar quieta.

- Eu te odeio seu ogro. - Digo entredentes.

- Não é a primeira e nem última vez que ouvirei isso. - Ele ri baixinho.

Andrew continua caminhando comigo em seu ombro, mas começo a me sentir mal por estar de cabeça para baixo por muito tempo.

- Estou ficando tonta. - Falo. - Me coloque no chão.

Andrew para no mesmo instante, e quando me coloca no chão tenho que me segurar nele para não cair.

- Você está bem? - Ele pergunta preocupado.

- Me dê alguns segundos. - Peço.

Fecho os olhos e suspiro alto, na tentativa de que passe a tontura que estou sentindo.

- Me desculpe. - Ele pede. - Me esqueci que sente fortes dores de cabeça.

- Não estou acostumada com você pedindo desculpas. - Sorrio abertamente.

- Eu também não estou acostumado a pedir desculpas, mas com você é automático. - Ele dá de ombros.

Andrew abre à porta do seu carro e aponta para o banco para eu me sentar, mas aproveito a oportunidade e começo a correr, já que não me sinto tonta.

- Joane! - Ele grita.

Continuo correndo, mas alguns segundos depois Andrew me segura, me impedindo de continuar a correr.

- Por que fez isso? - Andrew questiona ao me virar para si.

- Não sei. - Assumo rindo.

Sou surpreendida quando Andrew me pega novamente, mas dessa vez ele me levanta nos braços, e então começa a caminhar em direção ao carro.

- Eu tenho pernas Andrew. - Reviro os olhos.

Ele para e começa a me encarar com um sorriso largo nos lábios, o que faz meu coração saltar freneticamente no peito.

- Andrew? - Ele sorri de canto.

- Desculpe senhor, foi sem querer.

- Não precisa pedir desculpas. - Ele fala. - Eu gosto quando você me chama de Andrew.

- Tudo bem, agora me coloque no chão. - Peço. - As pessoas estão nos olhando.

- Deixe que olhem.

Nunca conheci uma pessoa tão teimosa quanto Andrew. Quando ele coloca algo na mente é impossível fazê-lo mudar de ideia.

Depois de empurrar o garçom no restaurante, Andrew me jogou no ombro como um homem das cavernas, e até agora não me deu nenhuma explicação.

Amber e Zack nem ao menos vieram atrás de mim para me socorrer, por isso eu acho que era exatamente isso que eles queriam que acontecesse.

Agora aqui estou eu sendo carregada por meu chefe no meio da rua, enquanto as pessoas nos olham sem entender nada, e ele não me coloca no chão por mais que eu peça.

Assim que se aproxima do carro Andrew me coloca no banco, em seguida ponha o cinto de segurança em mim.

- Agora você não vai fugir. - Ele sorri de canto.

- Tem certeza? - Pergunto juntando as sobrancelhas.

Andrew aproxima seu rosto do meu lentamente, enquanto me olha com malícia.

- Se tentar fugir eu vou te punir Joane. - Ele cochicha em meu ouvido.

- Me... Me punir? - Guaguejo.

- Vai descobrir se sair correndo novamente Joane.

- Prometo que não vou fugir novamente. - Sorrio sem graça.

- Na verdade estava torcendo para que fugisse, e então eu iria te mostrar como iria puni-lá. - Andrew fala baixinho.

Assumo que também estou curiosa, mas é óbvio que não assumirei isso em voz alta.

- Acho melhor irmos embora, estou com sono. - Finjo estar bocejando.

- Tem certeza? - Ele questiona.

- Tenho sim. - Minto.

Andrew está tão perto de mim, que estou começando a querer atacá-lo, mas estou me controlando para não fazer uma loucura.

- Por que está me olhando assim? - Ele pergunta.

- Assim como? - Retruco.

- Como se quisse me beijar. - Andrew sorri com malícia.

- Não seja convencido. - Reviro os olhos. - Você não faz meu tipo.

- Tem certeza Joane? - Ele se aproxima ainda mais.

- Cla... claro que tenho. - Guaguejo.

- Não é o que parece.

Andrew se distância enquanto sorri baixinho, e então fecha à porta do carro, e eu me sinto frustrada por ele não ter feito absolutamente nada a não ser me provocar.

Eu sei que deveria estar colocando limites entre nós, mas por alguma razão estou permitindo que ele brinque comigo.

Não sei o que se passa na mente de Andrew, por isso não posso dizer com toda certeza porque dele estar me tratando dessa forma.

Se ele estiver planejando algo ruim não estou fazendo nada para impedi-lo. Muito pelo contrário, estou permitindo que ele me provoque.

- Vamos para casa. - Andrew diz se sentando no banco.

- Estou com fome, e não estou afim de cozinhar quando eu chegar em casa. - Digo.

- Não se preocupe, eu cozinho para você.

- Mas...

- Já está decidido Joane. - Ele me corta.

Andrew coloca o cinto de segurança, da a partida no carro e então começa a dirigir lentamente.

Fico o olhando de relance, e a cada segundo que passa ele parece ainda mais sexy.

Me esmurro mentalmente por estar sendo tão fraca, e por estar me deixando ser afetada por ele.

- Idiota. - Murmuro baixinho.

- O que disse? - Andrew questiona.

- Não é nada. - Forço um sorriso.

O que estou fazendo com a minha vida? Já não era complicada o suficiente antes?

Andrew deve estar apenas se divertindo com a idiota da sua empregada, e eu estou permitindo isso por mais que eu diga a mim mesma que não vou me envolver ou me apaixonar por ele.

Não sei se sua repentina mudança se deva ao fato dele perceber o quanto tem sido idiota esse tempo todo, ou ele está apenas fingindo porque tem segundas intenções. Ele mudaria assim tão fácilmente?

Tenho medo de me deixar enganar por ele, porque eu tenho certeza que no final das contas eu serei a mais prejudicada, como também serei a única a ser magoada.

Eu espero que Andrew esteja sendo sincero, porque eu não quero confiar em alguém, e depois ser apunhalada pelas costas sem remorso algum.

- No que está pensando Joane? - Andrew questiona.

- Por que está me tratando tão bem? Por quê está me tratando com educação, em vez de estar gritando comigo?

- Porque eu gosto de você.

Meu coração se acelera no peito, mas trato de ignorar meus sentimentos, porque agora precisamos ter uma conversa séria.

- Você sabe que é meio difícil acreditar nisso não é? - Questiono. - Hoje mesmo você gritou comigo e me humilhou, e horas depois diz que gosta de mim?

- Eu te maltratava justamente porque não queria acreditar que você era diferente das mulheres que conheço. - Andrew fala. - E também porque eu não queria gostar de você, mas eu acabei sendo conquistado por seu jeito atrevido, mas ao mesmo tempo meigo.

- Realmente está falando a verdade Andrew? - Pergunto ainda sem acreditar. - Não está planejando fazer eu gostar de você, para depois acabar me magoando?

- Depois de tudo o que eu fiz e falei é aceitável que você não confie em mim, mas eu estou falando sério Ane. Não estou planejando fazer você sofrer, muito pelo contrário, quero que seja mais feliz do que nunca.

Me viro em sua direção e observo Andrew por um tempo, e ele parece estar sendo sincero, que até mesmo começo acreditar nele mesmo que seja um pouco.

- Vou lhe dar o benefício da dúvida, mas por favor Andrew, não me magoe mais ok?

- Se depender de mim isso nunca mais vai acontecer. - Ele fala com seriedade.

- Vou confiar nisso mesmo que seja difícil. - Suspiro alto.

Andrew estaciona o carro de repente, e então se aproxima de mim e pede:

- Olhe nos meus olhos.

- Por quê? - Pergunto.

- Porque eu quero que veja que estou sendo sincero.

Depois de alguns segundos decidindo se faço o que ele pede, enfim me aproximo de Andrew e o encaro de perto.

- Não estou planejando nada ruim contra você Joane. - Ele fala. - Eu realmente mudei por sua causa, e com o tempo irei lhe provar que estou falando a verdade.

- Ou você está falando a verdade, ou é um excelente ator. - Sorrio largo.

- Estou falando a verdade. - Andrew também sorri.

Não faço ideia se ele realmente está sendo sincero ou não, mas irei confiar em meu coração dessa vez, por isso espero que ele não esteja me enganando como uma idiota.

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