Capítulo 15

- Deveria tratar sua mãe com mais educação. - A mulher reclama chorosa.

Mãe? Acabei falando demais para a mãe do meu patrão? Agora terei que aguentar os dois me odiando ao mesmo tempo.

- Mãe? - Andrew gargalha alto. - Desde quando conhece o significado dessa palavra Helena?

- Você querendo ou não eu sou sua mãe.

- Podemos ter o mesmo sangue correndo em nossas veias, mas você nunca foi e nunca vai ser minha mãe. - Ele retruca.

- Você é tão...

- Sim. - Ele confirma com a cabeça. - Eu sou um homem cruel, sou um homem ruim, e também sou o homem que te odeia.

Helena coloca a mão no rosto enquanto começa a chorar, e eu não sei se eu fujo ou me intrometo no assunto novamente.

O problema entre os dois não é da minha conta, e apesar de não saber o que aconteceu entre os dois não gosto de ver Andrew maltratando sua mãe.

- Não acredito em suas lágrimas fingidas, então pare de teatrinho. - Andrew olha para ela com nojo.

- Eu...

- Quando eu precisei de um mãe você não estava presente. - Ele a corta. - Você não passa de uma estranha para mim.

Talvez ela apenas seja uma boa atriz, mas ela parece sentir tanta dor nesse momento que estou começando a acreditar que Helena está sendo sincera.

- Eu sei que não acredita em mim, mas eu te amo de verdade Andrew. - Ela fala em meio as lágrimas.

- Então veio me visitar por quê sentiu minha falta mamãe? - Ele pergunta com desdém.

- É claro.

- Não foi porque acabou seu dinheiro? - Andrew questiona rindo.

Ela não responde nada por um longo tempo, e então percebo que Andrew tem um pouco de razão.

- Além de ser uma péssima mãe, não posso me esquecer que também é sangue-suga não é Helena? - Andrew a encara com desdém.

- Você deveria me respeitar. - Helena reclama.

- Nem você se respeita e quer exigir isso dos outros? - Ele retruca.

Eu não queria estar no meio do fogo cruzado, mas tenho que assumir que estou curiosa para saber o motivo de Andrew odiar sua mãe.

Ela deve ter feito algo muito ruim para ele a tratar tão friamente, e apesar de não ser da minha conta gostaria de saber do que se trata.

- Está brigando comigo por causa dessa empregadinha. - Helena aponta o dedo para mim.

- Não tente colocar a culpa dos seus atos sobre outra pessoa, eu não sou idiota Helena.

Andrew está me defendendo? Eu realmente não tenho nenhuma culpa nessa história toda, mas a louca acha que sim.

Fico supresa por Andrew não estar concordando com ela, e me acusando também. Talvez ele a odeie ainda mais do que eu, caso contrário não estaria me defendendo.

- Quero essa mulher fora da minha casa. - Helena me olha com irritação.

- O quê?! - Andrew gargalha de uma forma desagradável. - Eu ouvi bem? Você disse sua casa?

- Eu... eu...

- A única pessoa que vai sair da minha casa é você, então faça o favor de se retirar. - Andrew aponta em direção à porta.

- Vai expulsar sua mãe dessa forma? Prefere essa vadia?

- Sim, eu vou te expulsar, e não, você não é minha mãe. - Andrew fala entredentes.

- E eu não sou uma vadia. - Me defendo.

Os dois me olham ao mesmo tempo com irritação, mas pouco me importo com seus olhares mortais sobre mim.

Se me ofender irei me defender sim, não importa se seja a mãe do meu chefe, ou até mesmo o meu chefe.

Se eu desse motivos para desconfiarem de mim, ou até mesmo fosse a vadia que pensam que sou até teriam motivos para dizer alguma coisa, mas como eu sei do meu caráter irei me defender todas as vezes que falarem alguma merda. 

Os dois realmente tem o mesmo sangue correndo em suas veias, porque tem o mesmo mal hábito de maltratar as pessoas com palavras cruéis.

Apesar de estar louca para dizer algumas verdades eu vou me calar, porque ainda não tenho certeza se serei demitida ou não. Se eu abrir minha boca para falar o que penso, com toda certeza serei mandada embora nesse exato momento.

- Vai sair por livre e espontânea vontade, ou terei que obrigá-la a sair da minha casa Helena? - Andrew questiona.

- Você não faria isso com sua mãe. - Ela balança a cabeça em negação.

- Pode ter certeza que faria. - Ele sorri de canto. - Acho que me conhece bem o suficiente para saber que cumpro o que falo.

Andrew dá um passo em sua direção, e Helena retrocede dois, enquanto seu rosto demonstra medo.

- Eu... eu vou embora. - Ela fala. - Mas eu quero que me dê algum dinheiro.

- Não vou te dar nada. - Andrew resmunga.

- Mas...

- Quer dinheiro? Vá trabalhar. - Ele a corta. - Ou então seduza algum idiota rico que seja burro o suficiente para acreditar em você. Não está acostumada a fazer isso?

- Eu não...

- Não me peça dinheiro, e muito menos coloque seus pés imundos na minha casa novamente. - Ele a corta mais uma vez. - Se eu ver sua cara cínica na minha frente mais uma vez, espero que esteja preparada para as consequências mamãe.

Helena está pálida, e quando percebe que Andrew está falando sério ela praticamente corre em direção à porta da casa.

- Você ainda vai se arrepender por me tratar dessa forma. - Ela o fuzila com o olhar.

- A única pessoa que vai se arrepender de alguma coisa é você se cruzar meu caminho novamente. - Andrew resmunga.

Helena sai da casa e bate a porta com tanta força, que acabo dando um pulo de susto.

Andrew passa as mãos pelo rosto com nervosismo, e então começa a caminhar em minha direção em passos largos.

Assim que se aproxima de mim Andrew para, e parece tão irado que fico até com medo dele me agredir.

- Por que está parada aí sem fazer nada? - Ele questiona. - Estava se divertindo?

- O que tem de divertido ver um filho e uma mãe brigando dessa forma? - Retruco. - Além de me achar uma vadia interesseira, ainda pensa que fico feliz com os problemas alheios? Não quero nem imaginar qual será a próxima ofença.

Por alguns segundos vejo culpa em seu olhar, mas no mesmo instante seu olhar gélido está no mesmo lugar.

- Vá trabalhar. - Andrew manda. - Já perdeu muito tempo assistindo meu showzinho.

- Não vai me demitir? - Pergunto.

- Não acabei de mandar você ir trabalhar Joane? - Ele retruca com irritação.

- Sim senhor. - Aceno com a cabeça.

Saio de perto dele antes que ele acabe mudando de ideia, e fujo o mais depressa possível.

Não comecei a trabalhar porque não sabia se seria demitida ou não, mas eu deveria ter saído de perto enquanto Andrew discutia com sua mãe.

Fiquei tão incrédula com a forma que os dois se tratam, que acabei ficando parada no mesmo lugar observando os dois brigando.

Minha mãe era uma pessoa maravilhosa, e eu a amava tanto que nunca seria capaz de abrir minha boca para ofendê-la, ou maltratá-la de alguma forma.

Andrew é um homem rude, mas não acho que ele trataria a mãe tão mal se ela fosse uma boa pessoa. Pelo pouco que pude ver, Helena realmente não parece ser alguém decente, então é bem provável que Andrew tenha um bom motivo para odiá-la.

Seria por causa dela que ele não confia em ninguém? Ou existe outra pessoa que tenha o ferido ainda mais? Talvez eu tenha as respostas para as minhas perguntas futuramente, mas acho que é bem improvável que Andrew confie em alguém que não seja ele mesmo.

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