39. Seguindo em frente

Os dias na Flórida já não eram mais os mesmo para Evan. Desde que Emily decidiu por terminar o namoro, ele passou a viver de outro modo.

Seu trabalho e estudos tomavam muito de seu tempo, mas nas horas livres ele não mais ficava sozinho. Companhias femininas não lhe faltavam e sua promiscuidade sexual estava deixando sua irmã Oliva enfurecida.

- Você está agindo feito um imbecil - a face da garota fechou-se dura - Eu sei o quanto a separação de Emily tem sido difícil pra você, mas não quero entrar nessa casa e dar de cara com uma garota diferente a cada dia.

- Muito simples, querida irmã - Evan zombou, fazendo uma careta - Volte a morar com Anna.

Olivia pegou sua bolsa de sobre o sofá e suas chaves no balcão, dando de ombros - Essa sua busca incansável por alguém como ela, vai acabar com o resto da sanidade que ainda te resta.

- Você não sabe porra nenhuma, Olivia...

Ela bateu a porta atrás de si, deixando-o exasperado.

- Porra nenhuma! - ele gritou novamente, mas Olivia já não podia escutá-lo.

As lágrimas brilhavam nos seus olhos. Mas ele não podia chorar, então as enxugou rapidamente. Serviu-se de uma dose de Johnnie Walker, e jogou seu corpo inerte sobre o sofá.

Antes de bebericar seu whisky caro, Evan avaliou sua situação crítica momentânea.

Era sexta-feira, a escuridão da noite vinha aproximando-se e trazia a solidão profunda que ele tanto temia. Bebendo, sozinho, em uma casa sem vida. Melhor encontrar uma companhia antes de deixar seu final de semana ir por água abaixo.

Ela era apenas uma garota, haviam milhares delas por aí, porque sofrer em vão por algo que já não pode mais ter? Foi bom enquanto durou. Agora a fila precisa andar. Essa noite ela irá.

Interrompeu os pensamentos obscuros e lançou mão do aparelho celular em seu bolso. Em sua agenda procurou o nome da escolhida. Caroline Roberts.

Caroline era uma moça simpática e desinibida, que o havia substituído, logo após ele ter assumido o cargo de Ruby na empresa. Era alta, loira e com bonitos olhos azuis.

O celular chamou duas vezes antes que uma voz doce e aveludada lhe atendesse.

- Evan Blake - ela disse seu nome em forma de deboche - O garoto sempre tão bem comprometido. A quem devo a honra dessa ligação em plena sexta-feira a noite?

- As coisas mudam, minha cara Caroline - Evan flertava com as palavras - Que tal um jantar, bom vinho e minha agradável companhia hoje a noite?

Ela fez uma breve pausa antes de respondê-lo.

- Bem, eu diria que você está com sorte. Acabei de cancelar um compromisso - dava para sentir o entusiasmo da jovem em seu tom de voz - Onde iremos?

- Pensei em algo bem aconchegante, íntimo, para que possamos ter uma boa conversa - os cantos da sua boca curvaram-se em um sorriso sacana, escondido pôr de atrás da ligação - O que acha de minha casa?

- Acho que está tentando me levar para a cama logo no primeiro encontro.

As palavras da garota acabaram pegando Evan de surpresa, mas antes que ele pudesse pensar em algo sensato para dizer-lhe, Caroline o desarmou - Me pega as nove?

Ele estava atônito. Conseguindo por fim, balbuciar - Preciso saber onde você mora primeiro.

- Te passo o endereço por mensagem - Evan podia jurar que Caroline estava se divertindo por tê-lo deixado sem jeito - Até logo então!

Desligaram o telefone e ele ainda estava atordoado com a franqueza e desembaraço da moça.
Terminou sua bebida e subiu para se aprontar. Não queria deixá-la esperando.

Tomou um banho relaxante para aliviar a tensão. Ficou alguns instantes apenas observando a água escorrer por todo o seu corpo e sentido o cheiro dos produtos de higiene emanando por todo o interior do banheiro.

Vestiu-se como o habitual. Calças de sarja cáqui, uma camisa social azul escura, com as mangas dobradas um pouco abaixo dos cotovelos e sapatos marrons. Caprichou no perfume e deu uma leve bagunçada nos cabelos.

Deu uma olhada no relógio, passavam das oito e meia. Precisava correr. Agarrou as chaves de seu carro e dirigiu até o endereço que a moça lhe enviou.

Estacionou em frente a um prédio modesto, numa rua aparentemente tranquila. Aguardou por alguns minutos, até que finalmente Caroline apareceu em um belo vestido preto na altura dos joelhos, marcando todas a curvas de seu corpo.

Era a primeira vez que Evan via seus cabelos loiros e longos, soltos daquela forma.

O decote ousado fazia com que seus seios dançacem enquanto ela se movia. Os sapatos de salto alto vermelhos e maquiagem impecável, completavam seu visual provocante.

O rapaz abriu a porta de seu carro para que ela ingressa-se. Mas antes a analisou dos pés a cabeça. Parecia despi-la com seus olhos verdes vidrados.

- E então, vai ficar me olhando assim, ou vai me deixar entrar? - Caroline zombava da maneira nada discreta do rapaz a observar.

Novamente ela o deixou encabulado. Não estava acostumado com mulheres tão desenvoltas como ela. Gostava do jeito discreto e tímido de Emily, mas a forma como Caroline agia, o deixava inquieto.

- Estou apenas admirando a sua beleza - sua boca se curvou num sorriso maroto - Mas por favor, entre!

A garota sorriu-lhe de volta, divertindo-se com aquele diálogo cheio de provocações.

Evan adentrou o carro pela porta do motorista, pôs uma música para tocar e girando a chave na ignição deu partida em seu Mustang.

- Caramba! Isso é Rancid? - indagou a garota, balançando o corpo enquanto apreciava o som que lhe invadia os ouvidos.

- Você conhece Rancid?

- "Black coat, White shoes, Black hat
Cadillac, yeah The boy's a time bomb..." - ela cantarolou o refrão da música que ouvia, enquanto tamborilava suas longas unhas vermelhas no painel do carro - É minha banda favorita!

- Tá brincando? Seu gosto musical me surpreendeu, pequena... - o apelido de Emily quase lhe escapou dos lábios, mas ele pode consertar a tempo - Pequena boa descoberta.
Ela apenas assentiu, ainda envolvida com o som.

Seguiram o trajeto até a casa do rapaz, conversando despreocupadamente. Assim que entraram o mesmo já foi logo dispondo os alimentos que precisaria para a preparação do jantar. Havia decidido fazer spaghetti puttanesca, já que Caroline era de origem italiana.

- Quer uma taça de vinho para abrir o apetite? - ofereceu.

- Claro! - Caroline recostou-se em um balcão entre a cozinha e a sala de jantar, que dividia os cômodos - Vou confessar que não levei fé quando disse que iria cozinhar.

Evan foi até seu armário de bebidas, tirando dele uma garrafa de Merlot, voltou-se para ela, correu os olhos pelo seu decode a mostra, servindo então duas taças de vinho.

- Sou cheio de talentos que você desconhece. Mas não vou mentir, qualquer um pode preparar esse Spaghetti, não requer nenhuma habilidade especial.

- Porque diz isso? - o olhar de dúvida pairava pelo semblante da jovem loira.

- Você não conhece as histórias que existem por trás da origem desse prato? - ele mediu-a com o olhar, enquanto picava alguns tomates.

As sobrancelhas de Caroline se juntaram. Ela sacudiu a cabeça em negativa e bebeu de sua taça - Conte-me!

-Esse molho surgiu na Itália, mais precisamente na cidade de Nápoles e existem três versões para a origem do nome puttanesca.
Evan pôs uma azeitona em sua boca, voltando a picar seus temperos.

- A primeira diz que quem teria inventado a receita seriam as prostitutas locais, porque era rápida e podia ser feita nos intervalos entre um cliente e outro.

Caroline franziu os lábios - Prostitutas prendadas, não?

- Mulheres idéias, alguns diriam! - um sorriso sacana apareceu no canto de seus lábios - Pois bem, a segunda versão conta que o aroma agradável do molho servia para atrair os clientes que passassem perto dos prostíbulos.

- E a terceira? - Caroline questionou. Seus olhos brilhavam.

- A terceira, minha bela, Caroline - Evan piscou para ela - Diz que esse prato foi criado em uma pequena cidade da Itália, por uma esposa que traía o marido todas as tardes, se atrasando para preparar a refeição noturna.
Com medo do esposo chegar do trabalho e a janta não estar pronta, a esposa inventou esse prato rápido. Daí o nome Spaghetti Alla "Puttanesca".

Caroline andou até Evan, cruzando o balcão para o lado da cozinha, ainda com sua taça em mãos. Aproximou-se, sentido o perfume amadeirado exalando dele - Você é cheio de história, não é?

O rapaz deixou a faca com a qual cortava os alimentos repousar sobre o mármore negro, voltando-se para a loira que o analisava atentamente.

- Vou te contar um segredo - suas mãos pousaram sobre a cintura de Caroline, puxando o corpo dela para junto do seu. Suas bocas a centímetros uma da outra.

- Qual? - ela franziu o cenho.

Evan aproximou seus lábios do ouvido da moça e sussurrou - Primeiro vamos comer!

Caroline afastou-se dele, suas bochechas ficaram rosadas e ela lhe lançou um sorriso sem graça - Como você quiser!

Jantar servido, os dois sentaram-se a mesa e conversaram sobre os assuntos da empresa, sobre os colegas de trabalho e como aquilo andava corrido por conta dos novos contratos adquiridos.

- Me diga, Evan - Caroline mudava de assunto subitamente - Não sou idiota, já trabalho na Soft Light a bastante tempo e você sempre se esquivou de mim. Porque agora resolveu me chamar pra sair?

- Não posso ter de repente te visto com outros olhos?

- Sem joguinhos dessas vez, Evan - olhou-o dentro dos olhos - Sei de todas as histórias que circulam pela empresa, envolvem seu amor pela doce Emily, só o que não sei, é porquê de repente tudo virou fumaça.

O rapaz ergueu-se, retirando os pratos sujos de sobre a mesa e os colocando na lava louças. A jovem analisava seus passos com cuidado e curiosidade.

- Sabe, Care - Evan voltou-se para ela - Emily é muito importante para mim, não posso negar, mas não é um assunto agradável para uma hora dessas.

- Acho que ela machucou seu coraçãozinho.

Ele baixou o olhar - E você pretende fazer o mesmo?

Caroline gargalhou, se pondo de pé.

- Do que ri?

- Você pode não ter notado, mas a muito tempo espero por esse momento - seu olhar penetrante parecia perfurá-lo - Acho muito mais provável que eu me machuque com isso tudo.

Evan aproximou-se da moça, puxando-a para seus braços - Quer ir embora?

Ela bebericou de seu vinho - Não sem antes ouvir o segredo que você ia me confidenciar.

Ele a trouxe para seus braços e cochichou em seu ouvido - Meu segredo é que além de cozinhar bem, também sei te deixar completamente sem ar.

- Mostre-me!

- Não tem medo do que vem depois?

- Claro que tenho, seria burra se não tivesse, mas também não posso negar que há muito tempo espero por isso.

Evan não resistiu a tal confissão, trouxe os lábios dela para si de maneira voraz, segurando firmemente os cabelos de sua nuca.
Trocaram um longo beijo, cheio de desejo e luxúria.

Dessa vez, a mente do rapaz não lhe trouxe a imagem de Emily.
Ao contrário das outras com quem transava, Caroline o deixou completamente entregue a ela e assim que suas bocas soltaram-se, o corpo de Evan parecia lhe implorar por mais.

- Não posso te prometer amor, Caroline - disse ele sem fôlego, enquanto tirava a taça de vinho das mãos delicadas da loira, deixando sobre a mesa - Mas devo dizer que quero isso, que desejo muito você.

Antes que ela pudesse protestar, evan a beijou novamente, fazendo sua respiração sumir.

- Vou te dar somente uma chance de dizer não, Care - ele a olhou profundamente dentro de seus belos olhos azuis - Tem certeza de que quer?

- Não sou nenhuma menina boba, Sr. Blake - ela zombou - Pode abrir meu vestido? - de maneira fria, deu de ombros, para que ele fizesse o que lhe dizia.

Ele ainda esperava por um sinal de que ela não estaria disposta apenas a ter um momento como aquele e mais nada, esperava que seu lado sentimental falasse e ela desistisse daquela noite.

Caroline não era como as outras, não parecia interessada em seu carro, nem em jantares caros. Não notava nenhum tipo de interesse supérfluo naquela mulher, apenas o seu gostar.

- Vem comigo!

Evan a pegou pela mão, e a conduziu até as escadas, subindo com ela até seu quarto. Um espaço grande, bem iluminado, com uma vista perfeita para o quintal. Em seu interior bastante simples, apenas sua cama, um guarda-roupas, seu laptop sobre uma escrivaninha repleta de livros e um aparelho de som velho, no qual gostava de ouvir seus cds e discos antigos.

- Seu quarto é bem vintage - Caroline disse assim que ingressou no cômodo - Bem diferente do resto da casa. Gostei!

- É que o resto da casa foi minha irmã que decorou.
Os dois riram do quanto aquilo fazia sentido, por conta de todas as coisas femininas espalhadas pelos outros cômodos.

Novamente a moça virou-se para que ele a ajudasse com o zíper de seu vestido. Quando o mesmo caiu, revelando uma lingerie rendada preta, extremamente sensual, os olhos de Evan percorreram o corpo da loira seminua em sua frente com muita aspiração.

Como era linda. Sua mente gritava para que ele a tomasse para si e sua ereção pulsava forte diante de tal visão.

Sem queixa alguma, ele a despiu do resto de suas vestes e a deitou sobre sua cama, tocando-lhe delicadamente, sentindo-a molhada.

Caroline arfou ao sentir o toque de seus dedos a estimulando lentamente, tombou sua cabeça para trás e gemeu quando ele a penetrou profundamente, de uma só vez.
Evan parou para apreciar aquela sensação e Caroline pode senti-lo pulsar dentro dela.

Depois de alguns tempo naquele vai e vem delicioso, Evan afastou-se, desceu seu corpo, encaixando seu rosto por entre as pernas dela - Linda demais!

Caroline suspirou ao sentir o hálito quente dele perto de sua parte mais íntima. Quando a língua ainda mais cálida do mesmo, a tocou fazendo-a perder o controle, uma lambida lenta de cada vez.
Em minutos a loira explodiu em prazer, dando um grito que ecoou por todo o quarto, ressoando pelo teto e janelas do cômodo.

Ele então a tomou num beijo carregado de tesão, a impedindo de vociferar novamente, quando empurrou seu membro até o fundo, arrancando-lhe suspiros e gemidos abafados pelos lábios dele.

Em seguida, a virou de bruços, erguendo seu quadril e a penetrando novamente, tocando seu clitóris com os dedos, ouvindo seus gemidos se misturarem com os dela.

Ahh, Evan... - disse ela ofegante, em meio aquela sensação maravilhosa de prazer - Continue, por favor, continue...

Ele sorriu, ergueu a cabeça, puxando-a levemente pelos longos cabelos loiros, seus olhos cintilavam diante do prazer da jovem.

- Goze de novo para mim!

Pode então sentir o lindo corpo de Caroline estremecer e um grito abafado sair de sua garganta, fazendo-a explodir em um orgasmo intenso. Suas pernas amolecerem e ela caiu sobre a cama, relaxando após o impacto causado. Mas em segundos ela se pôs sobre ele - Deixa eu te dar prazer agora?

Evan arqueou uma sobrancelha sentando-se sobre a cama, olhando-a curioso - O que você vai fazer?

Sem dizer mais nada, Caroline ajoelhou-se diante dele, aproximando seus lábios do que tanto prazer lhe dava, em seguida tomando-o em sua boca.

Evan não podia acreditar naquilo. Um misto de prazer e euforia tomava conta de seu corpo. Aquela sensação era indescritível, a vontade e o prazer da jovem o sugando delicadamente daquela forma, era delicioso e a muito tempo não sentia aquilo de maneira tão intensa. Emily nunca demonstrou interesse em lhe fazer aquilo e ele por sua vez, jamais pediria algo assim a ela.

Não pode segurar por muito tempo, logo seu corpo se entregou aos impulsos, ele tentou se afastar da jovem, mas ela continuou em seu ritmo, até vê-lo completamente entregue ao prazer. Gozou de uma forma única.

Logo que conseguiu se recuperar, Evan puxou Caroline para seus braços, a envolvendo com ternura e Por fim falou - Estou precisando de um banho!

- Eu também, mas antes que me convide pra me juntar a você, já aviso que prefiro ir sozinha.

Evan sorriu para ela, erguendo as mãos em sinal de rendição - Não está mais aqui quem nem convidou.

Ela gargalhou - Gosto de privacidade nessas horas, nada contra você.

- Tudo bem, caso não precise de privacidade na hora de dormir, pode ficar. Divido a cama com você!

Ela arregalou os olhos - Tá falando sério?

- Claro! Amanhã é sábado, tomamos um café e depois podemos aproveitar para correr juntos.

Ahn... - a loira estava extremamente surpresa - Sim! Mas preciso passar em meu apartamento pra trocar de roupas.

Ele assentiu, indo em direção ao banheiro. Enquanto se banhava e aproveitava a água quente que caia sobre seus ombros, somada ao aroma cítrico do sabonete, ouviu seu aparelho celular tocando no outro cômodo.

- Care! Pode atender pra mim? - gritou para a jovem em seu quarto - Deve ser Olivia.

- Okay! - ela gritou-lhe de volta, esticando seu braço até a mesa de cabeceira ao lado.

- Alô!

- Olivia? - uma voz baixa e entrecortada fez-se ouvir do outro lado da linha - Olivia é você?

- Nã... Não! Sou Caroline - ela gaguejou, ouvindo um arfar ansioso - Você é a Emily?

A linha então silenciou.

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