Capítulo 22

O sábado chegou mais rápido que Rafael esperava, o que entre as aulas chatas da semana e os turnos ainda mais chatos no trabalho, era bastante surpreendente. A única coisa interessante de seus durante esse período foram as mensagens que Victor continuava a mandar para seu Insta. Para seu alívio o rapaz havia desistido de tentar descobrir sua identidade – embora continuasse falando sobre quanto queria encontrá-lo – e ambos voltaram para o flerte idiota e quase inocente de antes.

Rafael estava ansioso com a perspectiva de passar a noite na casa do prefeito, não só por causa das borboletas que pareciam mais alvoroçadas do que nunca em seu estômago, mas também porque a ideia de ter que interagir com Carlos Martins era assustadora. Na visão de Rafael qualquer pessoa que fazia o filho preferir passar a noite na casa de alguém que odiava ao invés na sua própria não devia ser muito agradável.

O moreno chegou a pensar em algumas desculpas para cancelar e até mesmo digitou uma mensagem dizendo que não poderia ir, mas uma voz em sua cabeça – que se parecia muito com a de Anelise – o fez apagar.

Não era como se houvesse muitas opções também. Como ele havia previsto sua casa estava entupida de gente desde a noite anterior e ele havia avisado Luciana que ia dormir na casa de um colega para fazer trabalho no sábado. A mulher tinha olhado para ele de cima a baixo, claramente duvidando do significado da palavra "trabalho", mas não questionou, parecendo tão feliz por ter uma oportunidade de ficar longe de seu enteado quanto ele se sentia por se afastar dela.

O movimento fraco na lavanderia não estava ajudando em nada a acalmar os ânimos e o moreno estava tamborilando os dedos no balcão com tanta força que logo as pessoas que estavam passando na rua iam começar a entrar achando que estava rolando uma roda de samba.

Seus dedos só se acalmaram quando o som de notificação do WhatsApp chamou sua atenção. Ele olhou para o aparelho e viu que era uma mensagem no grupo que Bianca havia criado para os quatro conversarem.

Análise:
Por favor me salvem da
ignorância desse ser

Junto com a mensagem estava a foto de um garoto de pele bronzeada e cabelos escuros com luzes brancas que parecia muito entretido em desenhar vários pênis em uma folha de papel.

Rafael riu, mas no fundo se sentiu mal pela amiga. Bruno era um dos seguidores mais insuportáveis de Mathias e fazer um trabalho com ele devia ser um pesadelo. Antes que ele pudesse responder veio uma mensagem de Pedro:

Tiozão do pavê:
Eu achei que vocês iam
fazer a primeira parte do
trabalho por mensagem.

Análise:
A gente ia, até esse traste
aparecer em casa sem
avisar 🙄. Eu nem sei como
ele sabe meu endereço.

Biz_coito😏:
Bota ele pra correr

Análise:
E fazer o trabalho como?
Sem contar que vocês
conhecem minha mãe. Ela é
a rainha da hospitalidade.

Análise:
Ela inclusive está fazendo
um lanche pra ele agora.

Análise:
Vou tentar fazer esse
estrupício fazer alguma
coisa produtiva. Se eu não
aparecer na escola segunda,
vão me visitar na prisão.

Rafael pensou em responder à última mensagem com algo que animasse a amiga, mas sabia que isso apenas faria seus amigos começarem a perguntar sobre Victor, o que deixaria ele ainda mais nervoso. Ele nem havia contado que iria passar a noite na casa do filho do prefeito ainda. Anelise, no entanto, era esperta demais para ser passada pra trás e sua próxima mensagem foi para o chat particular com Rafael.

Análise:
Não precisa ficar nervoso.
Vai dar tudo certo com você
e o Victor. Ele precisaria ser
hétero pra não se apaixonar
por alguém como você.

Como você sabe que eu
tô nervoso?

Análise:
Você visualizou o grupo e
não respondeu. Você só faz
isso quando tá com medo
que alguém bote pilha na
sua ansiedade.

Provavelmente eu ou a
Bianca. Todos nós sabemos
que o Pedro é mais relax
que um hippie chapado.

OK, eu tô nervoso

Ele mordeu o lábio antes de decidir contar sobre o encontro para o trabalho.

Ele me convidou pra
dormir na casa dele hoje e
a gente fazer o trabalho lá.

Análise:
Eu quero que você saiba que
eu tô gritando internamente
agora.

E o único motivo de eu não
gritar de verdade é o idiota
sentado do meu lado que
atualmente está devorando
um prato de bolinho de
chuva.

É só um trabalho, Ane.
Eu sou a dupla dele.
Só isso

Análise:
Claro, é por isso que ele
continua mandando direct
no Instagram.

Porque ele não sabe que
eu sou eu.

Análise:
E o que mudaria se ele
soubesse? Ele está
apaixonado sem nem ver
seu rosto.

O que mudaria para ele
além de ele ter lindos olhos
castanhos esverdeados para
olhar, lábios macios para
beijar e cachinhos lindos pra
correr os dedos?

Rafael quase riu da descrição que Ane fez dele. Ele nunca se achou particularmente feio, mas também nunca romantizou sua aparência como Ane estava fazendo.

E se ele não gostar de
saber?


Análise:
Eu entendo se você está com
medo e mesmo querendo
arrastar você pela orelha e
te obrigar a contar, sei que
você tem que decidir isso
sozinho.

Mas ele gosta de você e não
se importa com quem você é,
idiota. Se ele se importasse
não ia continuar falando
com você por um perfil fake.

Eu odeio quando você usa
lógica contra mim. Prefiro
quando você fala com raiva
xingando a mãe de todo
mundo.

Análise:
Agora você sabe como eu
me sinto sendo sua amiga
nos últimos anos.

O moreno balançou a cabeça sorrindo para a mensagem da amiga. Ele estava prestes a digitar a resposta, mas a ruiva foi mais rápida.

Análise:
O figurante do núcleo
Chernobyl acabou de
comer. Vou começar o
trabalho antes que minha
mãe traga mais comida.

Boa sorte

Análise:
Pra você também.
Quero saber tudo amanhã.
Como boa brasileira eu
adoro uma fofoca.

Rafael e Ane não trocaram mais nenhuma mensagem pelo resto do dia e, como as únicas mensagens de Pedro e Bianca foram mandadas no grupo – perguntando se ele e Anelise queriam almoçar na casa deles no domingo – o rapaz podia dizer que a ruiva não tinha passado a diante a informação sobre a coisa de ele dormir na casa do prefeito.

Com o passar das horas a ansiedade estava se tornando tão aterradora que o moreno começou a rabiscar uma lista na última folha do caderno de humanas, tentando planejar o que fazer e dizer em cada momento da noite.

Como sobreviver à interação social com Victor Martins esta noite

1– Apertar a campainha apenas uma vez

2– Tentar parecer normal e não dizer nada idiota

3– Cumprimentar o pai dele se estiver lá sem fazer parecer que estou bebendo leite azedo

4– Não ficar encarando ele por muito tempo pra não parecer estranho

5– EM HIPÓTESE ALGUMA DIZER QUE ESCREVO POEMAS OU QUALQUER OUTRA COISA QUE POSSA ME RELACIONAR COM O ALEC RAAGARIF.

Rafael estava escrevendo o 30º item de sua lista quando Francesca saiu da sala das máquinas acompanhada por Sandro e Virgínia, todos prontos para ir embora. O rapaz olhou para o celular pela primeira vez em algum tempo, surpreso em perceber que já eram 18:50. Sandro e Virgínia apenas disseram um breve "tchau" antes de saírem.

Francesca ficou por tempo suficiente para dar um abraço de despedida em seu neto postiço e dizer para ele "ter juízo." Rafael achou estranha a adição da última frase, mas não questionou. A mulher parecia sempre saber quando algo estava acontecendo, mesmo que ele não contasse a ela.

Assim que Francesca saiu, o moreno começou a organizar e fechar as coisas. Ele havia acabado de fechar o caixa quando a porta se abriu outra vez, fazendo o sino sobre ela tilintar.

— Desculpe, eu acabei de fechar o caixa então não estamos aceitando novas remessas – O moreno começou automaticamente enquanto organizava os materiais em sua mochila sem olhar para cima. – Se deseja só retirar sua roupa eu posso ajudar...

— Você quer me ajudar a retirar minha roupa?

Rafael se assustou com a voz conhecida e quase derrubou o último de seus cadernos no chão, ele conseguiu pegá-lo no último momento e olhou para cima chocado ao ver que não era uma alucinação auditiva, Victor Martins estava mesmo ali.

— Você me assustou. – Rafael acusou.

— Eu te assustei? Você me viu entrar, tava falando comigo – O outro se aproximou mais do balcão – Se alguém deveria se assustar sou eu, você se ofereceu pra tirar minhas roupas. – O rosto de Rafael se tornou vermelho brilhante com o comentário fazendo Victor rir. – Calma, é brincadeira.

— O que você está fazendo aqui? – Rafael perguntou ainda sem jeito.

— Treino de futsal. – O rapaz deu de ombros e Rafael se sentiu meio idiota por perguntar ao perceber que Victor ainda vestia o uniforme. – A gente tá revesando os treinos entre a quadra daqui e a do centro já que metade do time mora mais próximo desse bairro que do centro.

— Entendi – O moreno respondeu, embora isso ainda não explicasse porque Victor estava na lavanderia.

— Eu achei que se não faltasse muito tempo pra você fechar, ia querer pegar uma carona comigo em vez de um ônibus – Victor acrescentou, percebendo a confusão do outro rapaz.

Rafael parou no meio do processo de fechar o ziper de sua mochila e olhou para o outro garoto sem saber o que dizer. Ele tinha certeza que a expressão que devia estar em seu rosto naquele momento, quebrava pelo menos 7 dos itens que havia anotado em sua lista.

— Eu... Isso é... Obrigado – Ele disse sem jeito e a forma mais aguda que sua voz saiu voltou a violar o ítem 2 de sua lista.

— OK, vamos então?

— Certo... Eu só vou terminar de fechar. – O moreno pegou o molho de chaves e trancou a sala das máquinas, antes de fechar o cadeado na janela. – Pronto, agora só falta a da frente. – Ele jogou a mochila sobre o ombro e caminhou para a saída.

— Isso quer dizer que você não quer mais retirar minhas roupas? – O negro provocou, sentindo uma agitação diferente em seu estômago quando as bochechas do outro ficaram vermelhas outra vez.

— Você não vai mesmo me deixar esquecer isso, né? – O moreno perguntou apertando a ponte do nariz.

— Talvez – Victor com um sorriso travesso – Quando eu for um velho caduco e esquecer dessa pérola. – Acrescentou antes de sair da lavanderia e caminhar na direção do carro

Rafael balançou a cabeça enquanto trancava a entrada e o seguia, secretamente feliz com a ideia de que ele Victor pensasse que eles ainda seriam amigos quando fossem "velhos caducos". Seus pensamentos voltaram para o presente quando o outro rapaz parou ao lado de um carro estacionado próximo da calçada e abriu a porta fazendo um sinal para que ele entrasse.

O moreno esperava que o veículo fosse um daqueles carros chiques com que os ricos costumavam aparecer na TV, mas – mesmo não entendendo muito de automóveis – ele podia ver que era um modelo mais barato e popular. O homem sentado ao volante também não parecia um motorista de filme, ele parecia estar na faixa dos 60, usava um uma camiseta pólo desgastada e meio suja e seu rosto estava vermelho como se tivesse ficado muito tempo no sol.

— Esse aqui é o seu Augustino – Victor apresentou e o homem olhou para trás sorrindo e acenou para o novo passageiro. – Tino, esse é o Rafael.

— Prazer, seu Augustino – Rafael cumprimentou um pouco tímido, ele nunca sabia se devia cumprimentar alguém de um jeito informal ou mais formal.

— O prazer é meu, garoto – Augustino sorriu para ele pelo retrovisor – E pode me chamar de Tino que é como todo mundo me chama.

O caminho de volta para o centro foi mais rápido do que Rafael esperava. Tino dirigia rápido – provavelmente acima da velocidade recomendada – mas Victor não parecia se importar, na verdade, estava se divertindo muito em ver Rafael ser jogado para os lados a cada curva que passavam.

Quando chegaram ao seu destino Victor novamente abriu a porta para Rafael e esperou que ele saísse. O moreno estava ajeitando a mochila sobre o ombro direito quando ela foi arrancada de suas mãos pelo outro rapaz que a jogou sobre seu próprio ombro junto com sua mochila de treino.

— Que cavalheiro – Zombou Rafael recebendo um tapa na nuca como resposta por seu comentário.

Depois de se despedir de Augustino, o moreno seguiu Victor para a casa. Assim que entraram, Victor jogou as mochilas no sofá sem cerimônia e começou a andar para cozinha parando quando viu o óbvio desconforto no rosto de Rafael que continuava parado ao lado da porta.

— Você não quer sentar? – Ele perguntou, olhando para o moreno com as sobrancelhas erguidas – Se você continuar parado aí, meu pai vai achar que eu comprei uma estátua vagabunda no Mercado Livre.

Rafael mostrou a língua, ignorando o quão infantil isso pudesse parecer. Apesar disso, ele se aproximou do sofá e se sentou, sua bunda mal tocando do assento e suas pernas suportando mais do seu peso que o sofá. Victor revirou os olhos, mas não fez nenhum comentário.

— Você quer beber alguma coisa? – Perguntou em vez disso.

— Não – O outro respondeu, torcendo as mãos no colo nervosamente.

— Você me diria se quisesse? – Rafael murmurou um "sim", mas a maneira como desviou os olhos o desmentiu. – OK, finja que isso é para o nosso trabalho: Você prefere Coca ou suco de laranja?

— Coca – O moreno respondeu embora suas bochechas queimassem um pouco sabendo a verdadeira intenção por trás da pergunta.

— Viu, nem doeu – Victor deu um sorriso largo e uma piscada para ele antes de desaparecer na cozinha.

Quando voltou, o rapaz trouxe uma lata de coca para Rafael enquanto ele mesmo bebia uma caixa de suco. Rafael aceitou a oferta e os dois ficaram sentados em silêncio no sofá por algum tempo enquanto bebiam. Inesperadamente, Victor começou a rir, assustando o moreno que quase se afogou com o refrigerante.

— O que foi? – Ele perguntou olhando para o outro que ainda ria.

— Eu só lembrei de uma piada. – Victor respondeu ainda rindo – Você sabe qual é o suco mais comercializado no inferno?

— O Hades – Rafael revirou os olhos, mas sorriu quando o outro fez beicinho decepcionado. – Aff, você sabe que existe um acordo mundial de que você deve fingir que não conhece a piada mesmo que conheça, pra não estragar.

— Essa piada já tava estragada quando foi inventada. – Rafael retrucou – Além disso não existem muitas piadas ruins que eu não conheça sendo amigo do Pedro nos últimos dois anos e meio.

— Isso me parece um desafio – Victor provocou cutucando o outro com o ombro – Eu gosto de desafios.

— Victor? – A voz grave fez Rafael fechar a boca rápido com um clique audível, qualquer resposta que ele pretendesse dar, voou para longe de sua mente.

O moreno não se atreveu a olhar para trás – a direção de onde a voz viera – em vez disso segurou a lata de Coca com mais força nas mãos e a levou até a boca fingindo tomar um gole, apesar do líquido já ter acabado.

— Oi pai – Apesar da voz calma, Victor se sentia quase tão nervoso quanto Rafael quando se virou para encará-lo. – Pensei que você ia passar esse fim de semana na chácara de Beberetê.

Victor não havia contado a seu pai que tinha convidado Rafael para dormir em sua casa, em parte porque estava evitando qualquer conversa com o homem mais velho e em parte porque achava que ele não estaria em casa depois das 16:00 no sábado.

— Edes avisou que vai atrasar um pouco para passar por aqui  – Carlos respondeu com naturalidade descendo os dois últimos degraus da escada – Você não me disse que teríamos visitas.

Ao ouvir a última parte Rafael olhou para Victor parecendo em pânico. O outro rapaz jogou uma das mãos sobre o ombro dele em uma tentativa de acalmá-lo enquanto mantinha a atenção em seu pai, que caminhava para ficar de frente para o sofá e ver melhor seu convidado.

— Eu devo ter esquecido – A resposta parecia natural, mas Rafael pôde sentir o cinismo escondido ali e, a julgar pela expressão no rosto de Carlos, ele também percebeu.

— Tenho certeza que sim – Os olhos do prefeito deixaram seu filho e se moveram para Rafael que novamente fingiu beber de sua lata vazia. – Quem é você?

— Rafael – O rapaz respondeu rápido demais, desmentindo a própria farsa de estar bebendo algo.

— Sobrenome?

— Garcia

— Você é aquele garoto gay do Portinari, não é?

Rafael não tinha problemas em admitir sua sexualidade, mas o tom do homem o fez hesitar.

— Eu...

— Pai, por favor – Victor interrompeu percebendo o desconforto do amigo com o tom acusatório – Você não fez tantas perguntas pra Laura na semana passada. – Antes que Carlos achasse uma desculpa para seu comportamento Victor segurou o braço de Rafael, tanto como uma tentativa de fazê-lo relaxar, quanto para chamar sua atenção – Vamos subir, eu vou te mostrar meu quarto.

— Victor – Seu pai o repreendeu – Isso não é apropriado.

Rafael se encolheu um pouco com a declaração, acreditando que Carlos tinha medo que ele tentasse fazer alguma coisa com seu filho se estivessem sozinhos.

— Acho melhor eu ir embora – Ele lançou um olhar nervoso para Victor – Podemos fazer o trabalho outra hora.

Ele se afastou de Victor, e se virou para a saída, mas o negro segurou novamente seu braço em um aperto firme, mas gentil.

— Não vá – Ele pediu – Isso não é com você – Seus olhos se voltaram para seu pai quando continuou – Isso não tem nada a ver com o "Inapropriado". A Laura dormiu na minha cama, ela foi embora com o vestido de Vivian e você não se preocupou com isso.

Embora a resposta fosse em sua defesa, Rafael sentiu um nó na garganta com a admissão do outro. Ele não devia se sentir tão triste quando ele e Victor não tinham nada acontecendo além de uma troca de mensagens em um perfil fake do Instagram, mas ainda doeu saber. Principalmente porque Laura era, para todos os efeitos, sua irmã, mesmo que ela não o visse assim.

— Rafa? – O moreno se assustou com o uso do apelido por Victor, mas respondeu com um olhar – Você pode subir, meu quarto é o segundo a direita. – Vendo a expressão assustada em seu rosto, ele continuou – Só vou jogar o lixo na cozinha.

Rafael hesitou um pouco, mas quando os olhos de Carlos se voltaram para ele outra vez, ficou feliz em obedecer o amigo e quase correu para as escadas. Victor por sua vez se apressou em pegar a caixa e a lata vazia que haviam sido deixadas ao lado do sofá e as levou para o lixo como havia dito. Seu pai não se moveu quando passou por ele no caminho para as escadas.

— Sei que você não vai se despedir antes de sair – O rapaz disse, parando no degrau mais baixo da escada e olhando para Carlos. – Então: Tchau e boa viagem.

— Eu não vou mais – O homem declarou, seus olhos ainda voltados para a direção oposta de onde o filho estava.

— Por que? – Victor já sabia a resposta, mas queria ouvir da boca de seu pai.

— Você acha mesmo que eu viajaria sabendo que aquele garoto está dormindo no seu quarto? – O prefeito se virou para encarar Victor dessa vez.

— Qual o problema? Você não ia desistir se fosse uma garota, ia? – Ele insistiu.

— É claro que sim. Eu não ia querer que você engravidasse alguém tão jovem.

— Que bom que essa não é uma preocupação que você precisa ter essa noite, né? – Victor atirou de volta, com um tom sugestivo, antes de voltar a subir as escadas.

-----------------------------------------------------------

NOTA DA AUTORA

Até que enfim uma nova atualização, né? Estavam com saudades do Rafa e do Victor?

Espero conseguir atualizar o próximo capítulo em breve, porque já tenho tudo planejado e a única coisa que eu preciso é de tempo e de uma máquina que transforme meus pensamentos em palavras sem eu precisar digitar.

Espero que estejam gostando do livro 🖤 e até o próximo capítulo 🤟🏳️‍🌈

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top