Capítulo 17
Quando chegou na escola na quinta-feira Rafael teve a sensação de que seria um dia horrível. Essa sensação começou no momento em que atravessou o portão. Mathias e seus asseclas estavam sentados na mureta e, pela primeira vez, não lançaram nenhum insulto em sua direção, se contentando em juntarem as cabeças e rirem. Isso por si só já não era um bom sinal, mas ficou ainda pior conforme ele fazia seu caminho entre os outros alunos e percebia que estava chamando muito mais atenção que o normal. Alguns o olhavam parecendo enojados e outros pareciam divertidos. Teve até uma menina do primeiro ano que parou ele para dar os parabéns e quando ele perguntou "por que?" a garota apenas riu e se afastou.
Quando ele se encontrou com Anelise no pátio, a garota não parecia saber mais que ele sobre o que estava acontecendo, a ruiva, no entanto, não parecia estar prestando muita atenção ao redor para perceber que algo estava errado.
— Você está estranha – Rafael franziu a testa.
— A Shamaelly não me respondeu o feriado inteiro – Ane mordeu levemente a junta do polegar, o que ele reconheceu com uma demonstração de nervosismo – Eu estou meio preocupada... Não quis chatear ela na festa... É só que...
— Você gosta do Pedro – Completou Rafael tomando o cuidado de manter a voz baixa para ninguém ouvir.
— Eu não gosto de garotas – Corrigiu a garota com firmeza apesar de suas bochechas ficarem um pouco vermelhas.
— E você gosta do Pedro – Rafael provocou um pouco mais a amiga que respondeu mostrando o dedo do meio – Não se preocupe com a Elly, – O tom do moreno ficou mais sério – Mesmo se tiver sido mais que uma experimentação para ela, ela vai sobreviver. Não é a primeira vez que alguém vai viver um amor impossível, nem vai ser a última.
— E isso é sobre a Elly ou sobre você?
Rafael foi poupado de responder quando o sinal tocou. Ele estava quase terminando de subir as escadas quando Bianca o alcançou, quase ao mesmo tempo que outra garota passou por ele dando um tapinha em seu ombro e dizendo "parabéns", antes de voltar a descer.
— O que deu nessa gente hoje? – Ele perguntou lançando um olhar para trás enquanto a garota desaparecia na massa de alunos que subiam.
— Espalharam pela escola um boato de que o Victor é gay. – Como boa fofoqueira que era, Bianca parecia feliz por ter alguém que ainda não sabia da fofoca para poder compartilhar.
Rafael parou atônito no meio do corredor enquanto tentava processar a notícia. Foi uma sorte que os degraus tivessem terminado ou ele acabaria rolando escada abaixo enquanto os alunos o empurravam para passar.
Bianca estava parada a seu lado, parecendo um pouco preocupada, com medo de ter causado algum curto-circuito nele. Demorou pelo menos um minuto pra o moreno assimilar o que havia acabado de ouvir e só então percebeu que isso ainda não explicava porque as pessoas estavam estranhas com ele se a fofoca era sobre Victor.
— Pera, e o que eu tenho a ver com isso. – Ele perguntou.
— Bom... Essa parte ainda não chegou nos ouvidos da escola inteira, mas... – Dessa vez Bianca não parecia tão feliz em ter que contar a história, Rafael podia ver isso na forma que ela moveu os dedos. – Alguém também tá espalhando que viu vocês dois se pegando no domingo.
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Victor nunca havia pensado que estaria tão ansioso para voltar às aulas quanto estava na quinta-feira. Depois de voltar para casa na terça ele tentou falar com seu pai, apenas para acabar com uma nova discussão sobre a imagem negativa que o rapaz estava causando no eleitorado.
Victor não fugiu de casa dessa vez, – ele sabia que a mãe de Laura não se importaria em hospedá-lo novamente, mas o jeito como a mulher falava com ele o deixava desconfortável, sem contar a insistência dela em tentar juntá-lo com Letícia – em vez disso, o rapaz passou o fim de semana inteiro dentro do quarto e a única razão de não ter passado fome era que a empregada – Que devia ser algum tipo de anjo disfarçado – trouxe todas as refeições para o quarto. Em resumo, foram dois dias passados apenas mexendo no celular e lendo o bloco de notas do "Dementador misterioso" pela décima vez.
Quando chegou a escola na quinta – A pé, porque se recusou a usar o motorista de seu pai – Victor percebeu que talvez a felicidade da volta às aulas fosse superestimada. Ele estava acostumado com os comentários que o seguiam pela escola, tanto por causa de seu pai, quanto por causa de sua aparência física, mas dessa vez era diferente, um burburinho que corria com vozes muito mais baixas que de costume e que se tornava em risos cada vez que ele se aproximava.
Não foi até a hora do intervalo, quando se juntou a Laura e Marcos no refeitório que ele soube o que estava acontecendo. Marcos parecia não querer falar, mas ao contrário dele, Laura não era uma pessoa dada a sutilezas.
— Estão dizendo que você é gay. – Ela declarou, claramente descontente com a informação.
— O quê? – Victor teve que se controlar para não saltar do banco que estava sentado, em vez disso cerrou os punhos e encarou os amigos. – Como esse boato começou?
Apesar da pergunta, Victor tinha uma ideia de como havia começado. Se a história de ele ter ficado com um cara no domingo havia chegado até seu pai, não era tão surpreendente que tivesse chegado até a escola também. Talvez seu pai não fosse tão bom na arte do suborno – O que era meio improvável já que ele fazia isso mesmo antes de se candidatar a prefeito, – ou talvez alguém mais tivesse visto e espalhado a notícia, ou...
— Eu acho que é por causa do Rafael – Victor olhou para Laura quando ela falou.
Marcos parecia relutante em concordar, mas acabou acenando com a cabeça, ele havia ouvido muitos comentários sobre a sexualidade de Pedro quando o loiro começou a andar junto com Rafael. Mesmo que Victor fosse apenas a dupla dele no trabalho de sociologia, isso levantaria boatos. Principalmente se Mathias estivesse – E Marcos tinha certeza de que estava – envolvido nisso.
— Eu vou matar aquele filho da puta – Comentou Victor, interpretando errado o comentário de sua amiga.
Ele estava saco cheio da mudança constante de atitude de Rafael, que agia como um bom samaritano em um momento e no outro parecia ter como objetivo pessoal ser o maior idiota possível. Uma parte dele já esperava que o moreno espalhasse para escola o motivo de sua saída da escola antiga depois das discussões que tiveram no início do trabalho, mas uma parte dele ainda esperava que o outro garoto mantivesse o segredo, nem que fosse apenas para chantagem. É claro que ele estava errado.
— Victor? – O negro teve a impressão de ouvir alguém chamá-lo, mas estava irritado demais para prestar atenção. Ele não acreditava que ia passar pela mesma merda da antiga escola.
Sem pensar direito no que estava fazendo, Victor se levantou e caminhou com passos decididos até o outro lado do refeitório, onde Rafael e seus amigos costumavam sentar. Ele foi parado por Marcos que entrou na sua frente tentando acalmá-lo.
— Victor, que porra você tá fazendo? – O mais baixo colocou uma mão no peito do amigo em uma tentativa de fazer ele parar.
— Eu não vou passar por essa porra de novo – Victor rosnou, tentando passar o bloqueio do amigo. – Eu não vou abaixar a cabeça e deixar aquele merdinha sair falando de mim pela escola.
Marcos não sabia o que "De novo" significava, – olhando para Victor era difícil acreditar que pessoas achando que ele era gay fosse algo recorrente – mas ele sabia que tinha que impedir o rapaz de fazer alguma cagada. Ele podia não ser exatamente um amigo de Rafael, mas o cara não merecia levar uma surra só porque alguns idiotas achavam que as únicas pessoas que podiam conversar com LGBTs eram outros LGBTs.
— Olha, – Ele começou em um tom calmo, tentando trazer Victor de volta a razão. – Eu duvido que o Rafael tenha dito ou feito qualquer coisa pra ajudar a espalhar esse boato.
— Mas Laura disse... – O rapaz começou, mas foi interrompido quando Laura entrou na conversa.
— Eu quis dizer por você estar fazendo o trabalho com ele. Não porque ele espalhou a história. – Laura podia não gostar do meio-irmão, mas ao contrário de Letícia, ela era justa e não tentava colocar as pessoas contra ele sem motivo.
— E o que isso tem a ver? – Victor parecia genuinamente confuso e seus dois amigos trocaram um olhar exasperado com o quão lento ele era para pegar as coisas. Talvez as pessoas na capital fossem mais evoluídas que em Tabaréu.
— Eu não sei como era na capital, cara – Disse Marcos – Mas algumas pessoas aqui ainda acreditam que se você fica perto de um homossexual, você vira homossexual por tabela.
— Eu não sou gay – Respondeu Victor irritado, sua voz levemente alterada atraiu alguns olhares e risos das pessoas ao redor, mas ele não se importou. A maior parte da raiva não era nem por saberem que ele gostava de garotos. Era a palavra "gay". Porque ao que parecia alguém em algum lugar tinha enfiado o significado da letra B de LGBTQIA+ no cu.
— Você não, idiota. – Laura estava ficando realmente puta com a dificuldade de Victor de processar uma informação tão simples – O Rafael. – Quando a boca do rapaz se abriu em um "O" surpreso ela e Marcos trocaram um olhar descrente. – Você sabia que o Rafael é gay, né?
A forma como Victor bateu a mão contra o rosto foi resposta suficiente
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Na hora do intervalo Rafael ainda não tinha conseguido processar direito o fato de que as pessoas estavam espalhando que ele estava saindo com Victor. É claro que boatos assim já tinham circulado antes, principalmente quando Pedro começou a andar com ele, mas havia uma diferença gigante entre os dois casos: Pedro era seu amigo e não tinha motivo para querer matá-lo por causa de uma fofoca.
— Pelo menos eu vou ver o meu pai de novo – Ele murmurou desanimado quando se sentou na mesa junto com Bianca – Isso supondo que a Luciana não esteja certa sobre toda coisa da condenação da minha alma por viver no pecado e blá blá blá.
— Primeiro – A negra interrompeu seu discurso dando um tapa no seu braço – A única pessoa que vai pro inferno é a Nazaré Tedesco de Taubaté e segundo o Victor não vai querer matar você – Com o olhar descrente do amigo, ela reformulou – OK, talvez ele queira bater em você, mas não matar.
— Ah, claro – O moreno respondeu com sarcasmo – Estou muito mais aliviado ao saber disso.
— Talvez você devesse contratar a Ane como guarda-costas – Brincou Bianca.
— Ela é uns trinta centímetros mais baixa que ele, vai fazer o que? Morder a canela dele?
— Se ela te ouvir dizendo isso, você não vai ter que se preocupar com o Victor te batendo – Retrucou Bianca e Rafael estremeceu com a ideia, ele podia não acreditar que Anelise fosse capaz de vencer Victor em uma briga, mas a ruiva certamente seria capaz de esfregar sua cara no chão, literal e figurativamente.
— Além disso ela disse que aprendeu a brigar com os irmãos – Pedro se meteu na conversa surpreendendo os amigos com sua presença repentina e se sentando ao lado da irmã. – E os irmãos dela são dois armários.
— Não me fale de armários – Rafael escondeu o rosto nos braços por um momento antes de erguer a cabeça novamente e encarar o loiro – Imagino que você já saiba que eu sou um homem condenado.
— Você sabe que essa fofoqueira aqui é minha irmã, né? – Pedro brincou levando um soco de Bianca no braço.
— Ei, cadê a Ane? – Rafael se esqueceu momentaneamente de seus problemas quando percebeu que a ruiva não estava por perto.
— A gente tava saindo da sala quando ela viu a Shamaelly e foi falar com ela. Eu até ia esperar, mas a Flávia... – Ele ficou um pouco vermelho quando lembrou da morena puxando ele para baixo da escada para "dar uns amassos."
Tanto Rafael quanto Bianca torceram o nariz para isso. Não era que Flávia fosse uma pessoa ruim, era só o jeito que ela olhava para Anelise – e às vezes para Rafael – que incomodava. Ela sempre foi simpática com os dois, mas havia algo na simpatia que parecia forçada. Sem contar o fato de que ela stalkeava Pedro desde o ano anterior, o que não parecia importar para o loiro, mas era meio assustador para o resto deles.
— Eu tô muito puta – Rafael foi afastado de seus pensamentos quando Anelise se sentou a seu lado com os punhos cerrados e parecendo pronta para matar alguém.
— OK, agora conta uma novidade – Provocou Bianca, mas o olhar que recebeu foi suficiente para ver que a ruiva não estava no clima para piadas.
— Ela fugiu de mim, você acredita? – A pergunta foi atirada para Pedro – A desgraçada fugiu de mim. Quem vê pensa que fui eu quem agarrei ela naquela festa maldita.
— Ane, a Elly...
— Enfia esse discurso de autoajuda no cu, Rafael. – A ruiva voltou o olhar irritado para o moreno – Aquela desgraçada pediu pra mudar de sala e agora não vai nem olhar para mim.
— Espere... Ela mudou de sala? – Rafael nunca imaginou que a garota chegasse a tanto.
— Sim – Foi Pedro quem respondeu percebendo que Ane estava com raiva demais para responder adequadamente. – O coordenador Valder levou ela para nossa sala durante a aula de português e disse que ela reclamou de dificuldade de aprendizagem na outra sala e por isso estava sendo remanejada. Daí por causa da superlotação das salas ele pediu para a professora Silvia escolher alguém para mudar para a o 3o A. Adivinha quem ela escolheu?
Rafael sorriu com simpatia para o amigo, é claro que Silvia adoraria a oportunidade de movê-lo para uma sala em que ela não lecionava. A mulher implicava com Pedro desde o primeiro ano quando ele teve uma crise de riso em uma de suas aulas que durou quase a aula toda.
— Pelo menos você está na mesma sala da Ane. – O moreno consolou. Pedro sorriu para isso. Rafael sabia que ele estava muito muito mais feliz por ficar perto de Ane que triste por ser expulso da antiga.
— Sim e agora você está na sala da Flávia também, sua namorada stalker deve estar muito feliz – Continuou Bianca e pela primeira vez Rafael teve vontade de sacudir a amiga quando viu o olhar que passou no rosto de Ane.
— Ei – Ele interrompeu tentando quebrar o clima pesado que pareceu pairar por um momento – Se Elly era a dupla de Ane e saiu isso significa que vocês dois vão fazer o trabalho de sociologia juntos, né?
O comentário surtiu o efeito desejado, Ane e Pedro sorriram um para o outro com a ideia.
— Eu sempre quis bater em você – Brincou Ane – Agora vou ter uma desculpa.
— Como se você precisasse de uma – Retrucou o loiro e Ane espichou a língua para ele. – Ah, isso me lembrou de uma piada – Os outros três ocupantes da mesa gemeram – Qual a bebida favorita do gaúcho?
— Chimarrão – Responderam os outros quase simultaneamente.
— Não – Pedro começou a rir antes mesmo de concluir a piada. Quando conseguiu se acalmar continuou – É a BahTida de BahNana com LeiTchê.
— Eu te odeio – Disse Bianca para o irmão, mas assim como os outros ela não conseguiu evitar rir um pouco.
O resto do intervalo passou com Pedro fazendo mais piadas e Rafael acabou se envolvendo tanto nas narrativas do amigo que até esqueceu por algum tempo de todo o drama de Victor e os boatos que rodavam pela escola.
As próximas aulas seguiram o ritmo entediante de sempre e Rafael se viu dispersando do conteúdo de biologia. Por pelo menos duas vezes ele teve a impressão de ouvir alguém dizer seu nome e ao olhar para trás viu que Victor estava olhando na sua direção, deixando-o totalmente desconfortável. O pensamento de "Puta que pariu, ele vai me matar" voltando com força para sua mente.
Quando o sinal para o almoço bateu, Bianca pediu para Rafael avisar aos outros que ela não podia se juntar a eles porque tinha um compromisso. O olhar que Jordson lançava para ela do outro lado da sala era suficiente para entender qual era o tipo de compromisso de que ela estava falando.
Rafael, como sempre, ficou por último na sala querendo garantir que Kevin e Bryan não mexessem nos seus cadernos debaixo da mesa quando ele saísse. Ele estava quase saindo quando alguém colocou a mão no seu ombro, o fazendo saltar assustado.
— Jesus Cristo – Ele gritou, sua voz em um tom mais agudo que o normal. O rapaz se virou apenas para dar de cara com Victor que estava parado muito próximo, invadindo seu espaço pessoal. Engolindo seco, Rafael deu alguns passos para trás. – O que você quer? – Perguntou tentando ficar calmo enquanto convencia a si mesmo que o outro não bateria nele dentro de uma sala de aula.
— Você é gay – As palavras saíram da boca de Victor como uma acusação antes que ele pudesse pensar uma maneira melhor de começar a conversa.
— Se isso era para ser um insulto, você vai ter que treinar mais – Apesar do medo de levar uma surra a boca de Rafael sempre foi mais rápida que sua capacidade de decidir que era melhor ficar calado.
— Não. Eu quero dizer: Você gosta de caras – Victor estava cada vez mais frustrado com a incapacidade de verbalizar suas desculpas.
— Sim, gays normalmente fazem isso – Respondeu Rafael – Está meio que na definição da palavra.
— Você não está facilitando as coisas – Victor apertou a ponte do nariz – Eu tô tentando pedir desculpas aqui.
Essa não era uma resposta que Rafael esperasse. Ele olhou para o outro garoto abrindo e fechando a boca sem saber o que dizer.
— Olha, se isso é algum plano para você me atrair pra algum lugar isolado para conversar e depois me matar não vai funcionar. Eu já assisti muitos filmes de terror.
Victor tentou esconder a diversão com o discurso do moreno, sabendo que isso não ajudaria a consertar as coisas.
— Eu estou falando sério. Eu meio que achei que você um desses valentões idiotas – Os olhos de Rafael se arregalaram com essa afirmação e Victor se sentiu ainda mais ridículo, por supor que esse cara fofo fosse um bully – Em minha defesa o jeito que eu vi você falar com Mathias e o jeito que você me tratou não ajudou a desfazer essa impressão.
— O Mathias atormenta minha vida desde o primeiro ano. Ele quase me atirou na frente da porra de um carro, desculpe se eu não tenho empatia. – Rafael se irritou e Victor teve a decência de parecer culpado. Depois da conversa no intervalo Marcos havia esclarecido algumas outras coisas e uma delas era que Mathias era o agressor e não a vítima. – Espera. Você está falando sério? Você não sabia mesmo que eu sou gay?
— Não até hoje. – Victor admitiu baixinho – Olha, você não faz exatamente o tipo...
— Ah, claro. Me desculpe por não parecer o clichê com que você está acostumado. – Respondeu o moreno sarcástico – Isso totalmente justifica você ter agido como um idiota desde o começo quando eu só queria fazer o trabalho de sociologia.
— Você não tornou as coisas mais fáceis – Victor se justificou.
— A primeira vez que você falou comigo foi pra dizer que tinha nojo de pessoas como eu. – A expressão de Rafael endureceu ainda mais com a lembrança – O que você acha que um homossexual assumido ia pensar dessa abordagem por um cara que foi expulso de uma escola chique por mandar alguém para o hospital?
— Que história é essa? Eu nunca mandei ninguém. Eu... – Victor esfregou a mão contra a testa. Ele não queria revelar muito sobre o que tinha acontecido na antiga escola, especialmente para alguém que mal conhecia, mas ele sentia que devia uma explicação para Rafael porque, mesmo que o moreno tivesse sua parcela de culpa em todo o mal-entendido, era ele quem tinha começado tudo. – Eu não não fiz isso, OK? E eu não quero falar disso aqui quando outras pessoas podem ouvir.
Rafael podia sentir que Victor estava sendo sincero, ele ainda queria respostas mais concretas, mas o jeito que o outro falou o fez se sentir envergonhado por acreditar em Mathias de todas as pessoas. Ele deveria saber melhor do que isso.
— Isso significa que você não vai bater em mim porque a escola toda por causa do boato de que a gente tá se pegando? – Quando a boca de Victor se abriu comicamente em surpresa, Rafael suspirou – Acho que você não sabia dessa parte do boato.
NOTA DA AUTORA
E para o fim da frustração de muitos leitores eles finalmente descobriram. Amém.
Espero que que o capítulo tenha ficado bom. Eu tentei trazer um pouquinho dos amigos do Rafael pra cena também porque amo a Ane (E ela me ameaçou com uma faca desse 👉. 👈 tamanho, se eu não desse mais destaque pra ela).
Eu terminei a fic de Criminal Minds que eu tava escrevendo e agora posso focar só nessa, o que significa que eu (talvez) consiga atualizar aqui mais rápido.
Bye meus clichezudos, até o próximo capítulo 🌈🤟
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