Capítulo 18
Frank
- Você fez o quê? - Max pergunta.
- Eu dei a Adele até hoje para me entregar meu filho, ou não vai receber seu dinheiro. - Explico.
- E se ela fugir com o garoto?
- Pelo que pude perceber ela parece ser uma mulher gananciosa, por isso estou me apegando a isso.
Eu realmente espero não estar errado sobre ela, ou acabarei perdendo meu filho sem ao menos ter o visto pessoalmente.
- Se você tem tanta certeza sobre ela querer apenas seu dinheiro, por quê permitiu que essa mulher jogasse com você Frank? - Max pergunta.
- Porque eu sou um idiota. - Assumo.
- Acabou perdendo a mulher que ama por bobeira meu amigo. - Max balança a cabeça em negação.
- Eu sei disso. - Reconheço meu erro.
- Vai contar a Camily tudo o que está acontecendo?
- Mesmo se eu lhe contasse, tenho certeza que Camily não iria querer voltar para mim. - Falo.
- Mas pelo menos ela não iria te odiar tanto.
- Ou irá me odiar ainda mais por não ter confiado nela. - Digo.
Camily lutou por mim vários anos, e mesmo assim não fui capaz de lhe dar seu devido valor. Escondi meus sentimentos dela e de mim mesmo, e enquanto ela fazia tudo por mim eu não fazia nada por ela.
Tenho certeza que Camily não vai confiar em mim se eu lhe disser que a amo, porque eu tive tantos anos para lhe mostrar isso e eu apenas fugi como um covarde dia após dia.
Quando escutar alguém lhe dizer que uma pessoa só da valor a algo ou alguém depois que perde, pode acreditar no mesmo instante, porque é realmente verdade.
Só depois do nosso término percebi o quanto os pequenos gestos e ações da Camily eram importantes para mim.
Sinto falta das coisas mais bobas que fizemos juntos, sinto falta de tê-la ao meu lado, sinto falta do seu sorriso feliz, mas agora eu sei que é tarde demais para reclamar.
Aquela sensação de perca continua me atormentando todos os dias, mas eu sei que não tenho o direito de ao menos me sentir triste, já que a culpa de tudo sempre foi minha.
- Depois que conseguir a guarda do seu filho conte tudo a ela. - Max fala.
- Até lá eu decido o que vou fazer com minha vida. - Suspiro alto.
- Tudo que posso lhe desejar é sorte meu amigo. - Max aperta meu ombro.
- Eu vou precisar. - Sorrio fraco.
Max é meu amigo de infância, e por mais que nossos objetivos de vidas no passado fossem diferentes, nunca abandonamos um ao outro.
O considero mais como um irmão do que amigo, e sei que posso contar com ele a qualquer momento e visse e versa.
Max sabe dos meus segredos mais profundos, e na maioria das vezes me dá bons conselhos, mas eu sou idiota demais para ouvi-lo.
- Se tivesse me escutado desde o início, tudo isso teria sido evitado. - Ele aponta o dedo para mim.
- Da próxima vez que me der um bom conselho e eu te ignorar, me dê um murro na cara.
- Não precisa pedir duas vezes. - Ele sorri de canto.
Max me falou diversas vezes para confiar em Camily e lhe contar a verdade, mas eu não lhe dei ouvidos. Agora estou desesperado para tê-la de volta, mas ao mesmo tempo sei que esse sonho pode ser algo impossível de alcançar.
Desde pequeno tive que aprender a me virar sozinho, então acabou se tornando um hábito não depender de ninguém mesmo que eu esteja precisando.
Não estou tentando arrumar desculpas para meus erros porque eu sei que não tem nenhuma, mas eu sempre mantive meu coração fechado para o mundo, e depois que Jessie foi embora tudo ficou ainda pior.
- Que horas é seu encontro com a Adele? - Max pergunta.
- Em uma hora. - Digo olhando para o relógio sobre o pulso.
- Quer que eu vá com você?
- Não será necessário. - Balanço a cabeça em negação.
- Se precisar de algo é só me ligar.
- Obrigado meu amigo. - Lhe dou um tapinha no ombro.
Max se levanta, pega o casaco sobre o sofá e o veste rapidamente.
- Preciso ir agora. - Ele fala. - Tenho um encontro.
- Quem é a vítima da vez? - Pergunto rindo.
- Você ainda não a conhece, mas pode ter certeza que vou me casar com aquela garota.
- Você se casar? - Pergunto.
- Você sabe que sempre procurei por uma mulher que me deixasse louco, e Vivian consegue fazer isso.
- Você está falando sério? - O encaro incrédulo.
- Seríssimo meu amigo. - Max sorri largo.
Eu realmente não achei que ele fosse sossegar por um longo tempo, mas já que Max tem certeza que é isso o que quer no momento, irei lhe apoiar como sempre.
- Meus parabéns então. - Lhe desejo.
- Ela ainda não sabe que vamos nos casar...
- Achei que ela já tinha aceitado seu idiota. - O corto.
- Ela vai. - Ele diz convencido. - Vivian está caidinha por mim.
- Vou esperar para ver. - Cruzo os braços. - Boa sorte.
- Obrigado. - Ele agradece.
Max começa a caminhar em direção à porta, e assim que se aproxima dela a abre.
- Qualquer novidade me avise. - Ele diz e então sai da minha casa e fecha à porta em seguida.
Me levanto e caminho em direção ao meu quarto, para pegar o cheque da Adele e então ir ao nosso encontro.
Espero que ela apareça, ou terei que procurar por ela até o fim do mundo para ter meu filho comigo.
🌻
Olho no relógio sobre o pulso pela milésima vez e percebo que Adele está atrasada.
Pego meu celular no bolso da calça e revejo a mensagem que enviei para ela com o endereço, para ter certeza que ela recebeu.
Olho para o lado quando escuto uma movimentação, e então consigo respirar aliviado.
Adele caminha em minha direção com um garoto ao lado, e assim que se aproxima da mesa ela pergunta com um sorriso cínico.
- Estou muito atrasada?
- Vindo de você eu não esperaria algo diferente. - Murmuro baixinho.
Ela puxa uma cadeira e então Henry se senta, e ela faz o mesmo logo em seguida.
- No caminho para cá teve um acidente, por isso cheguei atrasada. - Ela se explica.
- Entendo. - Digo apenas.
Ela olha para mim em silêncio por um tempo, e logo em seguida se aproxima do neto e fala:
- Diga olá para seu pai Henry.
O garoto abaixa a cabeça, e retruca no mesmo instante:
- Eu não tenho pai.
- Henry...
- Está tudo bem. - A corto. - É compreensível que ele esteja assim.
Henry nunca me viu, e talvez nem tenha sabido da minha existência até agora, por isso não tenho intenção de tentar apressá-lo a me reconhecer como seu pai.
- Onde está? - Adele pergunta entrelinhas.
Já sei do que ela está perguntando, então pego o cheque no bolso da minha camisa e entrego para ela.
- Esse não foi o combinado. - Ela fala com irritação.
- Terá o restante assim que me passar a guarda do meu filho.
Seria burrice da minha parte lhe dar todo o dinheiro de uma vez. Adele poderia sumir sem me passar a guarda do Henry, e então poderia aparecer em minha frente novamente tentando pegar o garoto de volta.
- O que é isso vovó? - Henry pergunta olhando para o cheque em sua mão.
- Não é nada querido. - Ela o guarda rapidamente.
Henry já é um garoto de dez anos, tenho certeza que ele é inteligente o suficiente para saber que sua vó está o vendendo.
- Eu não quero ficar com esse homem. - Henry fala.
- Você sabe que estou ficando velha, não tenho condições de criar você por muito mais tempo.
- Então me deixe ficar com meu tio. - Henry pede.
- Tio? - Pergunto confuso.
Além de esconder o fato de ter uma mãe, Jessie também tinha um irmão e nunca me disse nada?
- Henry considera um amigo meu como se fosse seu tio. - Adele fica nervosa ao se explicar.
- Mas...
- Nada de mas Henry. - Ela tapa a boca do garoto.
Adele está nervosa demais, tenho certeza que ela está escondendo algo de mim.
- Seu pai é um bom homem, vai cuidar muito bem de você. - Ela fala para Henry.
- Eu não...
- Já conversamos sobre isso Henry. - Ela a corta novamente.
- Tudo bem então. - Ele abaixa a cabeça.
Adele se levanta, da um beijo na cabeça de Henry como se o garoto fosse importante para ela, e então olha em minha direção.
- Amanhã daremos início aos trâmites legais da guarda do Henry. - Ela fala.
- Ok. - Aceno com a cabeça.
Adele começa a caminhar para fora do restaurante e nem ao menos olha para trás uma vez sequer. Fico me perguntando como uma pessoa pode ser tão ruim ao ponto de não se importar com o próprio neto? Essa mulher é tão cruel que me assusta as vezes.
- Você quer comer alguma coisa Henry? - Pergunto.
- Não estou com fome. - Ele retruca com irritação.
- Então quer fazer alguma outra coisa?
- Eu quero ir embora. - Ele se levanta rapidamente.
- Tudo bem então.
Eu também me levanto e dou alguns passos até ficar ao seu lado, e então começamos a caminhar para fora do restaurante.
- Chegando em casa eu faço algo gostoso para você comer. - Falo.
- Não precisa agir como se eu fosse importante para você.
- Mas você é. - Digo com seriedade.
- Não precisa fingir ser um bom pai, porque eu sei que você não é.
Henry começa a caminhar rapidamente, então eu tenho que praticamente correr para alcançá-lo.
Adele deve ter feito sua cabeça contra mim esses anos todos. Eu sei que não será um tarefa fácil conquistar esse garoto, mas não tenho intenção de desistir dessa vez. Com o tempo Henry verá que não sou o monstro que Adele provavelmente me faz parecer.
- Frank? - Olho para o lado quando uma voz conhecida chama por mim.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top