Capítulo 12
- Que merda você pensa que está fazendo? - Pergunto muito brava.
Max fica sem graça por ter sido pego agindo com tanta infantilidade, mas eu sei bem que ele é orgulho demais para assumir que está errado e pedir desculpas.
- Estava testando se sua campainha funcionava bem. - Ele fala.
- Vou fingir que acredito nisso. - Reviro os olhos.
- Pois pode acreditar. - Ele abre um sorrio cínico.
- Então agora que já viu que minha campainha funciona bem pode ir embora.
Faço menção de fechar à porta, só que Max a segura e não me deixa fechá-la, mas quando ele se dá conta que tocou em algo "Sujo", ele enfia a mão no bolso da calça, pega um vidrinho e espirra o produto nas mãos.
- O que você quer Max? - Pergunto.
- Posso entrar?
- Nao. - Nego com a cabeça.
Ele ignora o que eu falo, e então entra no apartamento praticamente me empurrando, como se eu tivesse aceitado ele aqui.
- Preciso conversar com você. - Diz.
- Pois eu não tenho nada para falar com você, então pode ir embora.
Continuo com à porta aberta por alguns segundos na esperança de que ele suma da minha frente, mas Max não parece nem um pouco com pressa de ir embora, e isso me deixa ainda mais irritada.
Ele cumprimenta a Mia com um abraço, mas logo em seguida espirra o produto por todo o corpo, como se ela estivesse imunda.
Mia não se importa com sua mania de limpeza, tanto quanto não se importa com a minha sujeira, e esse é um dos motivos deu amar essa garota.
- Bem... Acho que irei embora. - Mia fala.
- Não vai não. - Falo calmamente.
- Vocês precisam conversar.
- Não tem nada para falar com esse homem. - Resmungo baixinho.
- Não seja teimosa.
Mia se levanta, caminha até mim e me dá um abraço, e antes de se afastar cochicha em meu ouvido.
- Eu não disse que iria se surpreender em breve.
- Essa era a surpresa? - Pergunto decepcionada.
Achei que pelo menos seria algo bom, e não a visita indesejada do Max ao apartamento, mas como era de se esperar a sorte quase nunca está ao meu lado.
- Vocês se odeiam tanto, que bem lá no fundo eu acho que é amor. - Mia fala baixinho.
Finjo estar fazendo ânsia de vômito, porque se tem uma coisa que eu nunca terei por Max é amor. O único sentimento que tenho por ele agora e também terei no futuro, é desprezo.
- Não me faça rir Mia. - Reviro os olhos.
- Em breve verá que eu estou certa. - Ela arqueia a sobrancelha.
Mia só pode estar ficando louca ao pensar dessa forma, porque eu não tenho intenção alguma de amar alguém que seja, muito menos Max.
- É muito feio jogar praga em sua amiga. - Semicerro os olhos.
- Quando...
- É melhor você ir embora. - A corto. - Não quero ter que ouvir isso.
Tapo meus ouvidos com as mãos, ao mesmo tempo que meu corpo até se arrepia desagradavelmente com o que Mia está falando.
- Sua hora vai fechar minha amiga. - Mia fala olhando para Max. - Apenas espere.
Ela só pode estar louca ao pensar que existe uma mínima possibilidade de existir um romance entre Max e eu. Ele me odeia, eu o odeio, e espero que continue dessa forma até o fim de nossas vidas.
- Tchau Mia.
Começo empurrá-la para fora do apartamento levemente, e enquanto Mia caminha ela canta uma música romântica com um sorriso enorme estampado nos lábios.
- Até breve. - Ela pisca para mim.
Fecho à porta antes que Mia comece me atormentar novamente, mas o que me espera a seguir me deixa ainda mais irritada.
Fico brava só de olhar na cara do Max por alguns segundos, imagina ter que ficar aguentando ele dentro do meu apartamento por não sei quanto tempo, isso é torturante.
Eu sei que se eu não ouvi-lo agora Max vai ficar me importunando até conseguir o que quer, então é melhor ouvir de uma vez, que assim ele vai embora mais rápido e eu fico livre.
- O que você quer Max? - Pergunto quando me volto para ele.
- Seu apartamento é mais limpo do que eu imaginava. - Ele fala olhando em volta.
- Veio aqui apenas para ver se eu limpo meu apartamento? - Pergunto.
Me sento no sofá, então cruzo os braços e as pernas e fico o observando de pé de frente para mim.
Não falo para ele se sentar porque eu não quero ele contaminando meu ambiente, e mesmo se eu dissesse ele também não faria isso.
- Bem...Vou direto ao ponto. - Max fala. - Quero que seja minha assistente.
- Sério? - Finjo estar emocionada.
- Na verdade eu não quero, mas estou sendo obrigado a estar aqui. - Ele assume.
- Se você não quer estar aqui pode ir embora. - Aponto para à porta.
Max abre a boca mas a fecha no mesmo instante, e pela sua feição de irritação eu sei que ele iria falar algo para me ofender.
- Daniel quer que você volte.
- Mas você não quer não é mesmo? - Sorrio de canto.
- Não. - Max balança a cabeça em negação. - Mas eu prefiro ter que te suportar por um tempo, do que...
- Nossa... - O corto. - Assim você me magoa.
Levo a mão ao peito e finjo estar triste, porque eu amo fazer um pouco de drama, e agora eu estou no meu momento.
- Eu seria falso se dissesse que gosto de você ou que quero trabalhar com você Lauren.
- Estou tocada com suas palavras carinhosas. - Sorrio largo.
- Poderia deixar de ser debochada por alguns segundos?
- Você veio atrás de mim, você está jogando na minha cara que não gosta de mim, e quer que eu te trate bem? - Retruco. - Não quer que eu beije seus pés também não?
Se ele veio até aqui é porque precisa de mim, então o mínimo que pode fazer é ser educado. Eu sei que se ele me bajulasse seria pura falsidade, mas pelo menos deveria ser um cara gentil, já que veio até meu apartamento, e que precisa que eu o ajude.
- O único motivo deu estar aqui, é porque Daniel me obrigou.
- Então vá embora. - Falo. - Você não quer estar aqui, eu não quero você aqui, então é simplesmente colocar suas pernas para trabalhar e ir embora.
- Se você não voltar Daniel irá rescindir nosso contrato. - Max fala.
- Que sorte a dele, vai se livrar de você então. - Sorrio cínica.
- Não pretende aceitar o emprego?
- Não. - Nego com a cabeça.
Max olha para mim e parece bem incrédulo por eu dizer que não irei trabalhar para ele. Seu ego é tão enorme que provavelmente pensou que eu iria me ajoelhar ao seus pés e lhe agradecer por tamanha bondade.
- Por que não? - Ele questiona.
- Porque eu não quero. - Dou de ombros.
- Você precisa de mim Lauren.
- É aí que você se engana meu querido. - Falo calmamente. - Foi você que veio até aqui e me pediu para voltar, então quem precisa de algo nesse exato momento é você.
Está certo que eu preciso de um emprego o mais depressa possível, mas Max também está encurralado, caso contrário não estaria aqui me pedindo para voltar.
- Você é...
- Se você precisava da minha ajuda era simplesmente pedir como uma pessoa normal, e com o mínimo possível de educação, e não chegando na minha casa querendo ditar as regras. - O corto. - Eu preciso sim de um emprego, mas não sou obrigada a aguentar as suas crises de infantilidade e suas grosserias Max.
Ele me olha com muita irritação por alguns segundos em silêncio, e então começa a caminhar em direção à porta, e assim que se aproxima dela a abre e sai do apartamento.
- Idiota. - Resmungo entredentes.
O que Max pensou? Que eu iria saltar de alegria e gratidão por ele estar ajudando uma mera humana? Se precisava que eu voltasse era simplesmente pedir com educação, mas acho que ele não sabe o que é isso.
Ele sempre consegue tudo do seu jeito grosso e egoísta, e acha que as pessoas é obrigada a aceitar isso sem falar nada, mas eu não tenho intenção alguma de ser tratada dessa forma.
Já fui humilhada o suficiente ao longo da minha vida por pessoas como ele ou até pior, e agora que eu sei que me tornei uma mulher forte e sei me defender, não aceitarei isso novamente de quem quer que seja.
- Quer que eu peça por favor? - Max surge do nada em minha frente.
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