Capítulo 32
- De que bebê estão falando Lya? - Mark pergunta pela milésima vez.
- Do meu, droga! - Me irrito.
- Meu Deus. - Emi leva as mãos a boca.
- Quem é o pai Lya? - Mark continua o interrogatório.
- De quem você acha? - Retruco.
Precisam mesmo fazer essa pergunta idiota? Pareço o tipo de mulher que sai com um homem atrás do outro?
- Vou matar aquele desgraçado. - Mark começa a andar de um lado para o outro.
- Você não vai fazer nada. - Digo. - A vida é minha então não tem o porque se intrometer.
- Você só pode estar brincando comigo. - Diz incrédulo.
- Mark, sou adulta. - Suspiro frustrada. - Interessa somente a mim as cagadas que faço na vida. Eu tenho que me responsabilizar por meus erros e não você.
Não que eu ache que um filho seja um erro, mas no meu caso foi um acidente, e não algo planejado entre Victor e eu.
- Amor se acalme. - Emília passa a mão por suas costas.
- Eu estou calmo. - Ri alto. - Nunca estive tão calmo em toda minha vida.
Sua cara demonstra o oposto, mas fico quieta para não deixá-lo ainda mais bravo.
- O que estão fazendo aqui? - Pergunto.
- Eu liguei para eles. - Anne fala.
Ela sorri fraco para mim, tentando me confortar mesmo que seja um pouco, pois ela sabe que Mark quando começa fazer dramas não para mais.
- Não sabia que estava grávida? - Emília pergunta.
- Não. - Digo.
Não tive nenhum sintoma nesse tempo, e por estar muito magra minha barriga quase não apareceu ainda. Foi uma supresa e tanto para mim, e com toda certeza para Victor também será.
Acabamos fazendo um filho em uma noite de bebedeira, e agora não tenho ideia de como contarei isso para ele.
Espero de coração que ele não fuja de sua responsabilidade, e não me culpe pelo que aconteceu. Não quero que meu bebê tenha um pai ausente, mesmo que nosso relacionamento tenha acabado.
- O que está acontecendo aqui? - Olho para o lado e vejo meu tio parado.
- Tio. - Estendo os braços.
Ele caminha até mim com um sorriso largo nos lábios e Carmem vem logo atrás.
- Que saudades da minha mocinha. - Ele me abraça.
- Também senti sua falta. - Faço beicinho.
- Como está se sentindo meu bem? - Ele pergunta.
- Muito bem. - Sorrio abertamente. - Melhor agora que vi o senhor.
Meu tio depois que saiu da empresa começou a viajar pelo mundo. Quase nunca está em casa, e provavelmente só voltou para o nascimento de Malia.
- Quando chegaram? - Mark pergunta para o pai.
- Hoje de manhã. - Fala.
- Como sabia que eu estava internada? - Fico curiosa.
- Anne me falou. - Ele diz. - Era para ser surpresa a nossa volta para casa, mas acabou que nós fomos pegos de supresa com você no hospital.
Carmem continua abraçada com Emília, enquanto as duas sorriem felizes.
- Está se sentindo bem querida? - Carmem larga Emília e vem até mim.
- Estou bem.
Lhe dou um beijo no rosto, e um abraço apertado em seguida.
- Não fiquem tanto tempo longe de casa. - Digo séria.
- Agora será impossível com a chegada de Malia. - Carmem sorri toda babona.
- Não só de Malia, mas também o bebê da Lya. - Mark entrega tudo.
Peço para ele calar a boca silenciosamente, mas é em vão.
- Bebê da Lya? - Meu tio me olha sério.
- Surpresa. - Sorrio sem graça.
Não era assim que gostaria de dar a notícia, mas o idiota do Mark tinha que abrir sua boca antes de eu preparar o terreno.
- O que está acontecendo? - Meu tio pergunta. - Você está mesmo grávida Lya?
- Sim. - Falo. - Também descobri sobre isso hoje.
- Parabéns meu bem. - Carmem me abraça novamente. - Demorei para ter bisnetos, mas agora serei avó de três.
Carmem parece animada, mas pela cara do meu tio já da para perceber que ele não está tão feliz quanto ela.
- Como isso foi acontecer Lya? - Ele pergunta sério. - Desde quando é tão irresponsável?
- Eu... Bem... Então... - As palavras parecem não fazer sentido algum.
- Quem é o pai?
- Meu ex namorado. - Digo por fim.
Meu tio passa a mão pelo rosto, demostrando nervosismo. Fica um clima estranho no quarto, com meu tio e Mark me encarando bravos.
- Parem com isso. - Carmem diz. - Vai deixar a menina triste com essa atitude idiota dos dois.
- Concordo com você vovó. - Emília também fica ao meu lado.
- Não era para ter acontecido isso. - Meu tio fala.
- Não era mas aconteceu, agora é assumir a responsabilidade pelo que fez e cuidar do bebê. - Carmem diz. - Lya cometeu um erro, mas quem não comete? Vocês dois são perfeitos? - Revira os olhos com irritação. - Então ao invés de agirem como idiotas, demonstrem para ela que estão do lado dela, aconteça o que acontecer.
Lágrimas turvam minha visão, e do nada elas banham meu rosto freneticamente.
- Não chore meu bem. - Carmem passa a mão por meu rosto. - Olha o que fizeram com nossa doce menina.
Eu sabia que meu tio e Mark ficariam decepcionados comigo, mas estar passando por esse momento agora, é mais doloroso do que eu imaginava. Mesma que eu tenha cometido um erro, gostaria que eles ficassem ao meu lado e segurasse a minha mão mesmo eu não merecendo. E que me apoiassem nesse momento, mas parece que isso não vai acontecer.
- Me perdoe. - Peço.
- Não precisa pedir perdão Lya. - Emília passa a mão por minhas costas. - Não de ouvidos a esse dois babacas.
- Não chore se não vou chorar também. - Anne diz já chorando.
Tento parar de chorar mas não consigo, e esse deve ser um dos sintomas da gravidez.
- O que está acontecendo? - Alguém pergunta.
Levanto meus olhos e me deparo com o doutor me olhando preocupado.
- Não... Foi... Nada... Doutor. - Digo entre os soluços.
- Se acalme Lya. - Ele vem até mim.
Ele coloca um pouco de água em um copo que está sobre o criado mudo e me entrega em seguida.
- Beba com calma. - Passa a mão por minhas costas.
- Viu o que fizeram? - Carmem diz para Mark e meu tio.
- Ela está bem doutor? - Mark pergunta preocupado.
- Mulheres grávidas tendem a ficar sensíveis. - Fala. - Não se preocupe.
Meu tio pega minha mão e aperta de leve.
- Me perdoe meu bem.
- Não precisa pedir perdão tio. - Digo baixinho.
- Só fiquei surpreso com a notícia. - Ele fala.
- Eu sei. - Sorrio fraco.
🌻
Depois de muita choradeira e sorrisos no hospital, recebi alta e agora estou indo embora para casa.
Meu tio e Mark ficariam bravos, mas mudaram logo após eu ter derramado algumas lágrimas. Não fingi estar chorando, mas bem que minhas lágrimas serviram de alguma coisa. Os dois estão me tratando muito melhor.
- Estou com fome. - Digo ao ouvir minha barriga roncar.
- O que quer comer? - Anne pergunta.
- O que fazer está ótimo. - Digo.
- Chegamos. - Mark diz parando o carro.
Abro a porta e pulo para fora, em seguida ajudo Emília descer também.
- Daqui alguns meses será você. - Ela sorri abertamente.
Sinto uma alegria repentina, ao imaginar meu bebê que ainda nem sei o sexo nos meus braços.
Fiquei em choque, mas agora que o susto inicial passou, já comecei a gostar da ideia de ser mãe.
Algum tempo depois a porta do elevador se abre, e de longe vejo Victor em frente a porta do meu apartamento.
- Víctor? - Meu coração se acelera quando chamo por ele.
Ele olha para mim e diz:
- Oi...
- Seu desgraçado! - Mark grita.
Antes que ele diga mais alguma coisa, Mark voa sobre ele e lhe desfere um murro no rosto. Victor cambaleia para trás, em seguida passa a mão pelos lábios e desmaia quando vê o sangue em seus dedos.
- Está louco Mark!? - Grito.
Corro até Victor que está caído no chão, e coloco sua cabeça no meu colo.
- Acorde. - Lhe dou um tapinha de leve no rosto.
Ele abre os olhos lentamente, e exibe um sorriso fraco.
- Eu te amo Lya, senti sua falta. - Diz do nada, me deixando com o coração acelerado.
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Até sexta feira com o próximo capítulo ❤
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