Capítulo 30

Abro os olhos lentamente para me acostumar com a claridade. Olho em volta e percebo que estou em um quarto de hospital.

- O que aconteceu? - Pergunto para mim mesma.

De repente a porta do quarto é aberta e Anne adentra o ambiente com um copo descartável na mão.

- Já acordou? - Praticamente corre até mim.

- O que aconteceu? - Pergunto.

- Você desmaiou quando estava saindo da sorveteria. - Explica. - Liguei para você, mas quem atendeu foi um dos enfermeiros que estava te trazendo para o hospital, então vim correndo para ver como você estava.

- Não me lembro de nada. - Passo a mão por meu rosto.

- O médico disse que você está sob muita pressão e extresse. - Anne diz.

- Nisso ele está certo. - Dou um sorriso fraco.

Ando com tantos problemas ultimamente que sinto que estou me acabando aos poucos. Não consigo me alimentar ou dormir direito.

- Precisa se cuida Lya. - Anne me olha séria. - Ou vai acabar morrendo qualquer hora dessa.

- Não vai se livrar de mim facilmente. - Pisco para ela.

- Ah que pena. - Ela senta ao meu lado. - Já estava de olho na sua herança.

- Sua vaca. - Lhe dou um tapa no braço.

- Falando sério agora... - Me encara. - Sei que não está passando por um bom momento, mas isso não impede de se cuidar mais. Você está parecendo uma pessoa doente, e isso está me deixando muito preocupada.

Anne faz o possível para me ajudar, mas quando estou na fossa não quero levar ninguém comigo. Percebo que não estou bem quando me olho no espelho. Emagreci um pouco, vivo com olheiras enormes. Sinto um cansaço sem explicação alguma.

- Vai melhorar. - Falo.

- É o que espero. - Revira os olhos. - Ou serei obrigada a te levar em outra viagem de férias.

- Bem que estou precisando. - Sorrio abertamente. - Mas infelizmente não posso me dar ao luxo agora.

- Você é uma dos chefes Lya. - Anne fala. - Pode fazer o que quiser.

- Por ser uma dos chefes, quer dizer que tenho ainda mais responsabilidades sobre meus ombros.

Não posso me dar ao luxo de ir e vir quando bem entender. Pessoas depende do meu trabalho, para que possam ter seus salários pagos em dia.

Apesar de não gostar do que faço, continuo tendo minhas obrigações como chefe.

- Se continuar agindo dessa forma, terei que te sequestrar. - Anne sorri de canto.

- Não está louca.

- Você sabe que sou capaz de fazer isso, então é melhor cuidar da sua saúde antes que eu cometa uma loucura e seja presa depois. - Aponta o dedo para mim. - Não gostaria de ver sua amiga presa não é?

- Até que não seria uma má ideia. - Levo a mão ao queixo.

A porta do quarto é aberta novamente, e dessa vez quem surge de repente é um homem de meia idade.

- Que bom que acordou. - Ele me oferece um sorriso carinhoso.

- O que ela tem doutor? - Anne já pula para perto dele. - Ela não vai morrer não é?

- Não se preocupe. - A tranquiliza. - Sua amiga não vai morrer.

- Ótimo. - Suspira aliviada.

- Eu falei que não vai se livrar de mim facilmente. - Cruzo os braços.

Anne me mostra a língua, enquanto o médico nos observa com um sorriso largo nos lábios.

- Precisa se cuidar e se alimentar bem Lya. - O médico diz de repente. - Para o bem do seu bebê.

- Be... be... bebê? - Gaguejo. - Que bebê?

- Não sabia que está grávida? - Ele pergunta.

- Como assim grávida? - Continuo em choque. - Como isso foi acontecer?

- Precisa mesmo que o médico te explique Lya? - Anne provova.

- Mas... mas... - As palavras somem e não consigo formar uma frase sequer.

Quando perguntei para Victor se havíamos dormido juntos, percebi que ele meio que desconversou. Tentei lembrar o que aconteceu, mas não consegui.

Como ele foi capaz de esconder isso de mim? E agora que penso nisso ele me usou por um noite e me abandonou em seguida, como sempre disse que faria.

- Só passei para ver se já tinha acordado. - O médico diz. - Depois volto para receitar algumas vitaminas. E conforme estiver se sentindo lhe darei alta mais tarde.

- Pode me internar por tempo indeterminado. - Falo. - Acho que estou com problemas de coração.

- O que está sentindo? - Ele pergunta preocupado.

- Meu coração está muito acelerado. - Levo a mão ao peito.

- Isso é normal com a notícia que acabou de receber. - Ele sorri abertamente. - Então não se preocupe.

Ele conversa com Anne por mais algum tempo, em seguida sai do quarto.

- Quem é o pai? - Anne sorri com malícia.

- Preciso mesmo responder essa pergunta? - Retruco.

- Sua safada, ficou grávida no dia do seu casamento? - Anne pergunta.

- Provavelmente. - Digo ainda em choque. - Mas não consigo me lembrar disso.

- Lya você está muito, mais muito ferrada. - Anne não ajuda em nada. - Mark vai ficar uma fera.

Agora que fizemos as pazes terei problemas com ele novamente.  Não quero nem imaginar o que ele vai fazer quando descobrir sobre minha gravidez.

- Estou muito ferrada. - Cubro meu rosto com as mãos.

- Aconteça o que for estarei ao seu lado. - Anne me abraça.

- Saber disso me conforta um pouco. - Sorrio agradecida.

- Não acredito que vou ser titia. - Bate palmas com animação.

- O que eu vou fazer? - Pergunto tensa.

- Vai cuidar do seu bebê, e lhe dar muito amor e carinho. - Ela passa a mão pela minha barriga ainda plana.

Com toda certeza farei isso. Estou em choque com a notícia que terei um filho, mas apesar de estar morrendo de medo e preocupada, farei o que estiver e o que não estiver ao meu alcance para cuidar bem do meu bebê, e lhe dar uma boa vida.

Estou com medo da reação do Mark e do meu tio. E com mais medo ainda da reação do Victor.

- Vai contar para o Victor? - Anne pergunta. - Ou vai manter isso em segredo?

- Apesar de querer manter em segredo, acho que ele tem o direito de saber. - Suspiro alto.

- Nisso eu concordo. - Confirma com a cabeça. - Ele é um idiota, mas precisa saber que será pai.

Só espero que ele não me acuse injustamente de coisas que não fiz. Nem ao menos lembro daquela noite, então engravidar não foi de propósito.

- O que eu faço? - Pergunto. - Me ajude.

- Isso você terá que fazer sozinha Lya. - Ela aperta minha mão de leve. - É entre vocês dois, não posso me intrometer.

- Você se intromete em tudo, não faria diferença alguma. - Reviro os olhos.

- Ei! - Finje irritação. - Nunca fui tão caluniada em toda minha vida.

- Exagerada como sempre. - Sorrio abertamente.

- Você vai se sair bem dessa. - Ela diz. - Vai ser uma surpresa e tanto para ele saber que vai ser pai, mas não acho que ele vá fugir de suas responsabilidade.

Já não tenho tanta certeza disso. Ele me pediu um tempo e sumiu e nem ao menos me mandou uma mensagem ou me ligou. Provavelmente nunca me amou de verdade, e quando conseguiu o que queria fugiu.

- Se ele fugir como um bunda mole, você ainda terá eu ao seu lado sempre. - Anne fala. - Ajudarei você a cuidar do seu bebê, e lhe amarei como se fosse meu.

- Que bebê?

Me assusto quando uma voz conhecida pergunta do nada. Não preciso nem me virar para ver quem é, e nesse momento percebo que estou completamente, extremamente ferrada.

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Bom dia meninas

Tudo bem com vocês?
Até segunda feira com o próximo capítulo ❤

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