Capítulo 29

Três meses depois

- Vitor não entrou mais em contato com você? - Emília pergunta.

- Não. - Sorrio triste.

- Aquele idiota. - Ela fala brava.

- Na verdade a idiota fui eu. - Sorrio triste.

Estou vivendo as consequências dos meus atos, então não tem o porque culpa-lo de algo. Eu fui a idiota, a cega, agora tenho que me suportar a falta que ele me faz.

Não contei aos meus amigos sobre meu casamento e divórcio, somente Anne e Nick sabem, e já deixei claro que iram perder a língua se abrir a boca.

Quero evitar mais problemas, então é melhor manter isso em segredo.

Alguns dias depois recebi os papéis do divórcio, meu coração doeu ao assinar, porque aquilo era o nos ligavamos um ao outro. Mas infelizmente nem isso existe mais.

Victor não me ligou, e não me procurou nesse meio tempo. Sinto sua falta a cada segundo do meu dia. Minha vontade é de ir atrás dele, mas não faço isso por medo de ser rejeitada. Fico na esperança de ele vir até mim, mas isso não aconteceu, e parece que não irá acontecer mais.

- Dois idiotas. - Emília revira os olhos. - Se amam e ficam com essa bobagem toda.

No mesmo dia que disse que me amava, Victor também me deixou. Ao mesmo tempo que é ruim, não é. Pelo menos sei que ele me amava. Mas continua me amando? Ou já me esqueceu?

Por mais que nosso namoro não tenha durado quase nada por minha causa, o amo tanto que chega doer. Será que ele sente minha falta como sinto a dele? Estou aprendendo minha lição, e não de uma forma muito agradável.

Tive que perder para ver o quanto ele era importante para mim. Só então percebi o quanto minha infantilidade atrapalhou o que tínhamos começado.

- Mark ainda está bravo? - Emília pergunta.

- Sim. - Reviro os olhos.

Mark ficou bravo comigo porque contei para as meninas sobre o meu curto namoro e não falei nada para ele. Queria que eu pedisse permissão, como se eu fosse uma adolescente que acabou de arrumar o primeiro namoradinho.

- Meu marido é um idiota também.

- Nisso eu tenho que concordar. - Sorrio abertamente.

- Sou idiota mas você me ama mesmo assim. - Ele diz indo até Emília.

Ele beija o topo da sua cabeça, em seguida sua barriga. Está previsto para Emília ganhar o bebê na próxima semana, então estão todos muito animados com a chegada de Malia ao mundo.

Quando Khate teve Peter, eu ainda estava em Vegas com Anne. O novo mascote da família já nasceu com a cara do pai, o que deixou Kathe muito brava.

Alice e Kathe sempre ficam bravas quando os filhos saem parecidos com os pais e não com elas. Deve ser por isso que não cançam de ter filhos. Estão em uma competição para ver quantos filhos saíram puxando a elas, e quanto Matt e Phil.

Khate e Alice disseram que era o último filho, mas não duvido nada que apareçam grávidas novamente daqui um tempo.

- Como você está Lya? - Mark pergunta.

- Estou ótima e você?

- Muito bem obrigado. - Sorri de quanto. - Está pronta?

- Para quê?

- Para me pedir perdão.

- Quem tem que me pedir perdão por ser um idiota é você.  - Retruco. - Não sou nenhuma adolescente, então não tenho que pedir permissão para nada, apenas te informo quando faço algo.

Não é que seja necessário dizer para ele quando faço algo, mas me acostumei assim por ter vivido juntos por muito tempo. Mark e meu tio sempre cuidaram de mim, então eles são protetores ao extremo e isso me irrita as vezes. Sei me cuidar, então não tem o porque de tanta preocupação sem sentido.

- Está respondona não?

- Estou apenas falando a verdade. - Dou de ombros.

- Isso mesmo Lya. - Emi bate palmas. - Não baixa a cabeça para esses homens não.

- Está deixando ela mais mal acostumada ainda amor. - Mark diz para Emília.

- Coloque uma coisa na sua cabeça Mark. - Me irrito. - Quando eu começar a namorar, vou te informar como sempre, não precisa se preocupar, mas querer que eu peça sua permissão já é demais. - Reviro os olhos.

Mark cruza os braços e fica me encarando sério por um longo tempo.

- Não pediu minha permissão para namorar com Victor e olha no que deu.

- Além de ser um idiota comigo, vai começar também a jogar meus fracassos na minha cara? - Pergunto.

- Lya...

- Quer me ignorar tudo bem, faça como bem entender, mas não venha querer se meter na minha vida como se eu devesse te dar satisfação de tudo o que faço. - Falo brava.

Pego minha bolsa e me levanto rápido, dou um beijo no rosto da Emília e vou em direção a porta de saída da casa.

- Lya?

Emília chama por mim, então me viro.

- Sim?

- Não vai sair de cabeça quente. - Ela diz preocupada.

- Não se preocupe. - A tranquilizo. - Prefiro ir embora do que ficar aguentando idiotices do seu marido.

- Não é idiotices Lya e sim preocupação. - Ele fala.

- Preocupação é uma coisa, querer mandar em mim é outra bem diferente. - Retruco. - Quando decidir agir como meu irmão novamente e não um imbecil me procure, até lá fique longe de mim.

Sei que ele se preocupa comigo e isso me deixa muito feliz, mas não tenho a necessidade de pedir para namorar para o Mark. Sou bem grandinha, e se der errado o problema vai ser todo meu e não dele. Se preocupar tudo bem, mas querer ditar as suas regras na minha vida é bem diferente.

Não sou nenhuma mocinha boba, e quando algo der errado aprenderei com meu erro. É errando e acertando, e assim a vida segue. Nem tudo é flores, e saber se reerguer depois de um tempo é necessário para a vida.

- Espera. - Ele segura meu braço.

- O que foi? - Pergunto.

- Me perdoe. - Pede triste. - Só fiquei magoado por não ter sabido por você.

- Eu ia te contar, mas Emília te falou primeiro.

- Me senti excluído. - Ele assume.

- Sem necessidade alguma. - Reviro os olhos. - Você é meu irmão Mark, e eu te amo muito, mas precisa abrir mão de mim um pouco.

Ele passa as mãos pelos cabelos e suspira alto.

- Só não quero que se machuque novamente.

- Isso vai acontecer uma hora ou outra. - Digo. - Você não pode impedir tudo de desagradável que acontece comigo.

-  Eu sei eu sei. - Fala. - Mas pelo menos tento.

- E sou extremamente grata por tudo, mas é desnecessário tanta proteção. - Sorrio abertamente. - Se algo der errado a culpa é minha, não tem motivo para se sentir culpado.

- Não gosto de vê-la sofrendo. - Me puxa para um abraço.

- Eu sei que não. - Retribuo o abraço. - Mas enquanto estivermos vivos, estamos sujeitos a sofrimentos tanto quando alegrias.

Ele beija o topo da minha cabeça enquanto me abraça apertado.

- Me perdoe por ser esse idiota. - Pede.

- Está perdoado. - Sorrio abertamente. - Agora me solte antes que quebre meus ossos.

Mark me solta, e me olha por um tempo. Em seguida volta me abraçar e pergunta:

- Quando foi que se tornou uma adulta?

- Há muitos anos. - Gargalho alto. - Só você e o titio não perceberam isso.

- Até ontem era minha garotinha. - Se distância e me olha com um sorriso largo nos lábios.

- Ainda sou sua garotinha. - Lhe dou um tapa de leve no braço.

Nos despedimos depois de fazermos as pazes e vou embora feliz, por ser amada por meu irmão.

🌻

- Onde você está? - Anne pergunta.

- Tomando sorvete. - Falo.

- Por que eu também não estou tomando sorvete?

- Porque está em casa. - Sorrio abertamente.

- Quando vai voltar para casa?

- Ainda vou na casa da Kathe ver Peter. - Falo.

Já estava a caminho, mas de repente me deu uma vontade louca de tomar sorvete. Por sorte passei em frente a uma sorveteria e decidi matar minha  vontade.

Me despeço de Anne enquanto pago a conta. Quando vou em direção a saída da sorveteria me sinto tonta, e do nada tudo escurece em minha frente.

🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻

Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Até sexta feira com o próximo capítulo ❤

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