Capítulo 11
Ainda não consigo acreditar na burrada que fiz. Em um momento de loucura acabei beijando Victor, e o pior de tudo é que gostei.
Tentei parecer descolada, ou talvez faze-lo mudar de opinião sobre meu jeito de ser, mas estou sentindo que acabei de piorar a situação.
Por mais que eu tentei, Victor não acreditou em mim, tenho quase certeza quanto a isso. Mesmo tentando esconder ele sabe o tipo de mulher que sou.
Me arrependo de tê-lo beijado, mas ao mesmo tempo não. Quem consegue entender o que se passa pela minha cabeça? Nem eu mesma sei.
Gostei tanto de beija-lo que gostaria de repetir o que fiz, mas ao mesmo tempo quero socar a minha cara por ter sido tão estúpida.
Quem em sã consciência iria beijar um homem que não vale nada? E o pior de tudo, sabe que ele quer apenas te usar.
- Lya?
- Oi?
- Acabou de chegar? - Anne pergunta.
- Sim. - Falo.
Anne arregala os olhos, segura o riso, mas explode em gargalhadas em seguida.
- O que foi? - Pergunto curiosa.
- O que você andou fazendo?
- Eu? - A encaro séria. - Nada por quê?
Ela aponta para meu rosto, então caminho até um espelho para saber do que se trata.
Quando me olho no espelho levo um susto enorme.
- Você me falou que ia visitar Emília. - Anne fala. - Mas por que sua boca está toda borrada?
Levo a mão aos lábios, e esfrego forte para limpar o borrado.
- Por isso que as pessoas estavam rindo e apontando para mim. - Dou risada.
Nem me toquei que minha boca estava toda borrada de batom. Nem ao menos olhei no retrovisor do carro.
Se eu tivesse olhado para o rosto do Victor logo após beija-lo, ele teria visto o meu rosto vermelho. Mas depois que o beijei, fiquei de cabeça baixa e fugi o mais rápido que pude.
- Quem você beijou? - Anne pergunta.
- Ninguém. - Dou de ombros.
Caminho até o sofá e me sento, Anne senta ao meu lado e fica me encarando.
- Fala logo. - Ela cemicerra os olhos para mim.
- Beijei o Victor. - Reviro os olhos. - Satisfeita?
- Você o quê?! - Pergunta alto demais.
- Foi apenas um beijo. - Falo. - É normal as pessoas se beijarem, não?
Anne me oferece um sorriso malicioso e diz:
- Eu falei que não iria conseguir resistir por muito tempo.
- Não beijei ele por não ter resistido. - Falo. - Apenas quis que ele sentisse na pele como é ser usado, e levar um pé na bunda em seguida.
- Você cavou sua própria cova minha amiga. - Anne estala a língua.
- Eu sei. - Suspiro frustrada. - Na hora quis deixá-lo bravo, que acabei me esquecendo do sem vergonha que ele é.
Tenho certeza que meu beijo o deixou ainda mais animado para lutar pelo que quer. Estava tão focada em fugir, mas acabei fazendo merda.
- Só acho que isso vai deixá-lo ainda mais animado para conseguir o que quer. - Anne diz.
- Eu sei. - Levo a mão ao rosto.
Me odiei por ter sido tão estúpido, e ter feito essa imensa merda.
- Você está ferrada. - Anne sorri com malícia.
- Posso até ter o beijado, mas isso não quer dizer que irei ceder. - Falo séria.
- Eu queria ter a sua confiança. - Anne leva a mão ao meu braço e aperta de leve.
Ela sabe que irei me esforçar ao máximo. Mas irei conseguir fugir por muito tempo? Não estou confiando demais em mim mesma?
Eu o odeio, mas também sinto uma atração inexplicável, e isso está me deixando louca.
Depois do meu ex noivo, demorou um pouco para me reerguer. Estive um bom tempo feliz comigo mesma, mas do nada surge Victor e começa a mexer com o meu psicológico.
Em meio a tantos homens bons, por quê logo ele? Por que tive que fraquejar logo quando estou recuperada do passado? E logo com um sem vergonha sem escrúpulos.
- Burra, burra, burra. - Me dou um tapa no rosto.
- Tá louca Lya? - Anne segura minha mão.
- Só posso estar. - Falo.
- Agora é tarde. - Anne diz. - Agora terá que lidar com as consequências.
Tenho até medo do que irá acontecer. Mas agora é tarde demais para arrependimento, a cagada já está feita. Agora terei que arrumar um jeito de lidar com as consequências.
- Basta um segundo para a gente cagar em tudo. - Suspiro alto.
- Nisso você tem razão. - Anne concorda.
- O que eu disse antes ainda está de pé. - Falo.
- O quê? - Ela pergunta.
- Se ver que vou ceder, arranque meus olhos.
- Credo Lya. - Anne ri.
- Estou falando sério. - Digo.
Prefiro levar uns esporros, do que ser brinquedo nas mãos de um homem.
- Você é forte minha amiga. - Anne fala sem muita convicção. - Vai se sair dessa.
- Espero que tenha razão. - Suspiro alto.
Sei que ela não confia muito em mim. Mas como poderia? Nem eu confio em mim mesma.
- Lhe desejo força. - Anne segura minha mão. - Você vai precisar.
- Está me deixando ainda mais nervosa. - Reviro os olhos. - Que bela amiga eu tenho.
- Sou realista meu bem. - Anne pisca para mim.
Se já não bastava o bagunça que está minha vida profissional nesse momento, aparece Victor para piorar ainda mais minha situação.
Ando com a cabeça cheia de preocupação, e tentando achar uma forma de explicar para meu tio que não quero comandar a empresa com Mark. Mas estou com tanto medo de mágoa-lo, que continuo em silêncio.
Quando achei que estava a ponto de organizar tudo, Victor aparece e começa a bagunçar tudo de novo.
Odeio me sentir de mãos atadas, odeio essa sensação de impotência. Odeio ainda mais desejar um homem que não vale o que come.
- Estou completamente ferrada. - Levo as mãos a cabeça.
De repente escuto meu celular tocar, então o tiro do bolso da minha calça.
- Quem é? - Anne pergunta.
- Não sei. - Digo olhando para a tela do celular.
Não é dos meus contatos, então fico receosa em atender.
- Atenda. - Anne fala.
- Alô? - Atendo a ligação.
- Oi meu amor. - Diz uma voz conhecida do outro lado da linha.
- Quem fala? - Finjo não saber.
- Não se faça de boba Lya. - Victor fala. - Sei que você sabe quem sou.
Fico em silêncio por um tempo, tentando pensar no meu próximo passo.
- Se não dizer quem é vou desligar. - Digo enfim.
Escuto ele suspirar, e isso me deixa um pouquinho feliz. Consigo deixar Victor irritado quando quero.
- Sou eu. - Fala. - Seu namorado.
- Deve ter ligado para a pessoa errada moço. - Sorrio cínica. - Eu não tenho namorado.
Victor praguejando, é a última coisa que escuto ao finalizar a ligação.
- Era o Victor? - Anne pergunta.
- Sim. - Digo.
- Como ele conseguiu seu número?
- É o quero saber.
O celular toca novamente, então o atendo irritada.
- O que foi agora? - Pergunto. - Pare de me encher o saco caramba.
- Que mal humor é esse Lya?
Quando olho na tela do celular percebo que é o número do Matt.
- Desculpe. - Peço. - Achei que era outra pessoa.
- Liguei para avisar que a Alice entrou em trabalho de parto. - Matt fala todo feliz.
- Sério? - Me levanto rápido. - Já chego aí. - Finalizo a ligação.
Anne se levanta e pergunta:
- O que houve?
- Alice está em trabalho de parto. - Pego minha bolsa e coloco no ombro.
- Vou com você. - Anne corre para seu quarto.
Alice já teve tantos filhos, que nem precisa mais fazer força. É só abrir as pernas que o bebê já salta para fora.
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Até quarta feira com o próximo capítulo. ❤
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top