Capítulo 23

Meu filho, a muito tempo atrás a mamãe conheceu um homem chamado Maurício, ele estava estudando para se tornar médico sabe?

- Que legal mãe, eu também quero ser médico quando eu crescer, para ajudar a salvar a vida das pessoas...

- Isso é muito bom, eu fico muito feliz.

Sorriu Marina e prosseguiu:

- Ai a mamãe viu ele e gostou muito dele, e então começamos a namorar...

Gustavo a interrompeu:

- Mas, e o meu pai?

- Eu ainda não conhecia o Sérgio, isso foi muito antes de conhecer ele.

- Ah entendi.

Respondeu o menino.

- E ai depois de um tempo, eu descobri que estava esperando uma criança, e bem nesses dias, esse Maurício disse que tinha conseguindo um trabalho em outra cidade, e mesmo eu pedindo para que ele recusasse, ele preferiu o trabalho, e ai nos separamos, e eu fiquei muito triste e  sozinha com a criança... Mas, então, eu conheci o Sérgio e ele me ajudou a cuidar da criança... Essa ciança é você meu amor.

Gustavo começou a chorar:

- Isso quer dizer que o meu pai, na verdade, não era o meu pai?

- O Sérgio sempre vai ser o seu pai meu amor, não importa o que aconteça, você sempre pode estar com ele no seu coração, mas, o Maurício também é seu pai agora, você vai ter dois pais, um no céu e outro aqui.

- Eu não quero ter dois pais, ninguém tem dois pais, por que eu tenho que ter?

Gustavo continuou chorando.

- O Maurício quer muito te conhecer, o que você acha?

Perguntou Marina sem saber que resposta esperaria do filho.

- Eu... Eu só quero ver ele se você estiver comigo... Sozinho com ele eu não vou ficar...

- É claro que eu vou ficar do seu lado meu amor. Eu prometo...

- Ah, e eu não vou chamar ele de pai.

Marina não respondeu nada. Depois de sair do quarto de Gustavo, Marina discou para o celular de Maurício:

- O que você quer?

Perguntou Maurício sem a mínima educação.

- Eu só liguei para você para lhe dizer que, eu conversei com Gustavo e ele disse que só quer te conhecer se eu estiver junto.

Disse ela.

- Eu tenho certeza que foi você que induziu ele a isso.

Disse Maurício irritado.

- Eu não preciso induzir Gustavo a nada. E eu não tenho tempo de ficar discutindo com você, por tanto, nós vamos para a praça, e você fica um tempo lá com ele.

- É melhor que nada né? Então eu aceito.

- Vamos estar lá as 13:00 horas e se você fizer qualquer gracinha, será a primeira e a última fez que vai ver ele.

- Pode ficar tranquila que eu não vou fazer nada desnecessário.

Marina desligou o celular e ao dar 13:00 viu Maurício chegar no banco da praça onde ela e Gustavo estavam sentados e sentiu seu coração desparar:

- Chegou a hora de Gustavo conhecer seu pai biológico.

Oi Gustavo.

Cumprimentou Maurício com um sorisso no rosto.

- Oi, moço!

Respondeu o menino com uma voz distsnte e Maurício olhou para Marina como se ela tivesse culpa pelo comportamento de Gustavo.

- Filho, o que eu te disse? Que agora você... Você tem dois pais. O Maurício também é seu pai.

- Tá bom!

Respondeu o menino sem a mínima vontade de chamar Maurício de pai.

- Oi pai Maurício.

- Pode me chamar só de pai, não precisa me chamar de "pai Maurício".

- É que eu já chamava o meu pai Sérgio de pai.

- Tudo bem, pode ser tudo no seu tempo, eu espero.

Disse Maurício se sentindo vencido.

- Então, você quer dar uma volta? Olha só que carro bonito...

Disse Maurício apontando para seu carro.

- Eu não quero ir, obrigado.

Respondeu Gustavo.

- Por que não? Eu tenho certeza que você iria adorar dar uma volta comigo.

- Por que eu não gosto de carros.

Respondeu Gustavo e Maurício ficou sem entender o motivo.

- O meu pai Sérgio morreu por que ele sofreu um acidente de carro, porisso que eu não gosto.

Ao ouvir isso, Maurício se lembrou de tudo que fizera com o marido de Marina, desde a ligação para perturbá-lo, depois o envenenamento que resultara em sua morte.

- Ah eu entendo.

- Mas, você só está falando do Sérgio, fala de você também... O que você gosta de fazer?

- Eu gostava muito de brincar com o meu primo Diego, mas, na verdade, ele foi embora.

- Ah que pena. Para onde ele foi? Você sabe?

- Ele foi para um orfanato, né mãe?

Perguntou o menino se dirigindo a Marina.

- Sim...

Respondeu ela, sem saber o que Maurício faria.

- Você sabe o nome desse orfanato?

Perguntou Maurício a Marina naturalmente.

- Sei, mas...

Ela começou a falar, mas, Maurício a interrompeu:

- Então, o que você acha da gente fazer uma visita para ele?

Gustavo abriu um sorisso sem dimensões para Maurício e respondeu:

- Eu quero. Eu quero muito. Que dia a gente vai?

- O dia que você quiser... Pode ser amanhã mesmo.

- A gente pode ir né mãe?

Perguntou Gustavo.

- A gente pode ir, mas, amanhã não, eu estou muito ocupada essa semana... Quem sabe não podemos ir no fim de semana?

- Ah, tá bom, tudo bem então...

Respondeu Gustavo triste.

- Vamos para casa filho?

Propôs ela.

-  Para que ir para casa agora? Ainda está cedo, eu nem aproveitei a companhia do meu filho direto.

Disse Maurício sem a mínima cerimônia.

- Eu estou cansada. É só isso.

Explicou Marina e o pai de Gustavo disse entre os dentes:

"- Mas eu não vou ficar cansado de ir até o juizado e dizer que você está impedindo meus programas com meu filho."

Marina olhou para Maurício e sem escolha concordou:

- Tudo bem, a gente pode ficar só mais um pouquinho, tá Gustavo?

-Tá bom mãe, obrigado.

Aquele pouco tempo que ficaram ali perto de Maurício, para Marina, foi como ficar perto de uma bomba-relógio prestes a explodir.

- Filho agora a gente tem realmente que ir para casa, eu estou cansada e tenho muitas coisas para fazer.

- Tudo bem então.

Respondeu Maurício.

- Tchau filho.

Se despediu Maurício.

- Tchau tio... Quer dizer, pai Maurício.

Marina não se despediu de Maurício e levou Gustsvo para casa. Enquanto isso, o homem pensava:

- Pelo menos vou ter a chance de ganhar a confiança do "pentelho" depois coloco ele contra Marina e pronto, eu ganho as redeas do jogo novo.

Maurício saiu da praça e foi de volta para sua casa.

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