@lelerico: Panda Feminista

Meu nome é James Whitmer e a história que irei contar agora é triste e ao mesmo tempo é uma coisa que a maioria de nós passamos no colegial, bulling. Eu nasci com olheiras crônicas, as pessoas no inicio diziam que era fofo, minha mãe principalmente dizia que aquilo me tornava especial, e até uma certa idade eu acreditei nisso, mas quando eu entrei no 5°ano do fundamental eu comecei a sofrer muito com isso, os meninos todos me zoavam e caçoavam de mim por causa dessas olheiras, me chamavam de kung fruta, e principalmente de panda, até mesmo inventavam historias impossíveis como: Algum menino mutante me deu um soco tão bem dado que a marca iria ficar pra sempre, e assim foi todo o meu colegial, porém quando eu estava no 2°ano do ensino médio eu conheci uma garota, ela era linda e tinha uma postura que chegava até a intimidar.

Em um belo dia ela pegou vários meninos me rodeando antes de começarem os xingamentos e os socos, eu já estava acostumado, tanto que os socos e o xingamentos nem machucavam mais... Ela e seu grupo de amigas que também estavam presentes ficaram indignadas que até mesmo em pleno 2°ano do ensino médio aquilo ainda acontecesse, então elas vieram em meu socorro e conseguiram dissipar todos os garotos pelo fato de estarem em maior número e porque uma das meninas queria ser advogada então digamos que ela era bem persuasiva e tinha argumentos que, acredito eu, nem Albert Einstein conseguiria rebater.

Depois disso eu e o grupo de garotas que me salvaram, viramos muito amigos. Foram se passando os anos e eu fui presenciando algo horrível: o machismo. Os homens ficavam dizendo uns para os outros:" lugar de mulher é na frente da pia" ou " mulher só serve para fazer comida e lavar louça" e tinha vários empregos que algumas mulheres não podiam fazer por serem "apenas para homens" Eu fiquei completamente horrorizado ouvindo esse tipo de coisa todos os dias ao sair de casa, se não fosse por aquele grupo de meninas eu ainda estaria sendo zoado na escola, eu ainda seria "o panda", se aquelas meninas não tivessem sido corajosas e fortes o suficiente para enfrentar aqueles meninos por mim eu ainda estaria mal.

Então eu pensei em como poderia recompensá-las, não somente a elas, mas à todas as mulheres que sofriam essa perseguição, mas que era igualmente fortes, então eu comecei a unir algumas pessoas através das redes sociais, telefonemas e vários cartazes que eu espalhei pela rua, e para a minha sorte em menos de 1 mês eu já tinha 92 participantes, todos tinham um motivo parecido com o meu (fora as meninas), todos nós marcávamos dias para protestos contra o machismo, fazíamos cartazes e colávamos em lugares visíveis, fazíamos debates públicos e pouco a pouco a minha pequena organização feminista ia aumentando e a minha pequena cidade ia se convertendo.

Hoje eu sou prefeito, e 50% do governo é de mulheres. Eu ainda sou muito amigo das meninas que me salvaram e 1 vez por mês nós nos reunimos em algum lugar para conversar sobre as novidades, e levamos nossas famílias.

O feminismo é a igualdade entre o homem e a mulher, um não é maior do que o outro, ambos são iguais, um complementa o outro, não podemos crescer com o pensamento de que somos melhores do que outros seres humanos, temos que pensar em melhorar a cada dia e atingir o nosso melhor em tudo que fizermos.

Se ainda existem machistas em minha cidade? Claro que sim, afinal não tem como uma cidade ser perfeita, mas quem sabe um dia eu chego lá. Ah e sabe aquela organização que eu criei?! Hoje ela é conhecida mundialmente e viaja pelo mundo participando de vários debates e manifestações, eu participo de algumas quando posso e sempre me divirto em todas elas. Eu me casei 7 anos após o término do colegial e meus filhos todos já participaram de algum debate sobre o feminismo. Eu amo minha esposa, meus filhos e sempre eu a trato com igual e até mesmo a engrandeço um pouco, afinal ela é maravilhosa.

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