✧*:.。..Um Dia Inesquecível..。.:*✧
- Mamãe o que aconteceu depois? - A pequena Sara tinha dedicado toda sua atenção ao relato da mãe enquanto vestia seu pijama e pegava Tito, seu urso de pelúcia colocando-o ao seu lado na cama. - Lá no jardim o que ele falou? Ele foi romântico?
Clara tombou levemente a cabeça e gargalhou. A filha colocou o dedo anelar na boca, roendo a unha, enquanto esperava a resposta da mãe. Com toda paciência Clara puxou a mão da menina a repreendendo pelo péssimo hábito.
- Romântico? Não, não. - Clara puxou a coberta sobre a filha, depois de ter a acomodado confortavelmente em sua cama. - Ele a chamou ao jardim, quando chegaram lá se assentaram em um banquinho de madeira enquanto a moça encarava o amigo curiosa pelo motivo daquela conversa.
" - Bem é... - João coçou a cabeça, em seguida passou as duas mãos pelo rosto e sorriu para Clara. - Feliz aniversário.
O sorriso de gratidão de Clara o acalmou e deu a ele forças para dizer suas próximas palavras.
- Eu estive conversando com meus pais e recebi a bênção deles para fazer algo... - As palavras se misturavam entre si enquanto um bolo se formava em sua garganta. João, se levantou e começou a andar de um lado para o outro. - Não tardei em procurar sua mãe para saber a opinião dela, e logo fui encorajado a seguir em frente - completou esfregando as mãos na calça.
Clara não entendeu o motivo do nervosismo do amigo.
- João - chamou-o. - Respira menino, não quero um cadáver no meu aniversário. - A brincadeira aliviou a tensão que o amigo sentia.
- Clara, preste atenção, estou ciente do que quero. Há tempos a tenho estudado, e estou convicto que é a mulher que quero para mim. A mulher que Deus escolheu para ser minha auxiliadora idônea. - João olhou carinhosamente para Clara que apenas o encarava com os olhos arregalados e as mãos sobre a boca. - Hoje pedi a bênção de sua mãe para firmamos um compromisso. Você aceita?
- Como? - Foi tudo o que Clara conseguiu pronunciar. Mal acreditava no que ouvia, aquele jovem cristão piedoso, com sabedoria e temor do Senhor, estava sendo claro no interesse que tinha por ela. Agora tudo fazia sentido, as conversas, as pequenas investidas, mas sempre sendo respeitoso que Clara sequer caia em si. O jeito como a tratava carinhosamente, mas imaginava ser fruto de uma longa amizade. Quantos filhos ela pensava em ter, onde morar, longe ou perto da família e todas as outras conversas que tinham e que sempre chegavam em comum acordo, agora tudo fazia sentido. Seu melhor amigo sempre tivera interesse nela, e agora estava se declarando.
- Eu sei que você precisa absorver a informação. Mas é isso, quanto mais a conhecia mais a admirava. - João analisava atentamente cada detalhe no rosto da jovem a sua frente. - E orei muito ao Senhor para não me deixar seguir meu coração enganoso. Orei por uma direção durante anos. E ele me deu. Certo disso comecei a fazer pequenas investidas como a levar ao trabalho, convida-lá para sair aos domingos, carregar suas compras do supermercado. Mas você sempre fazia questão de repetir que eu era seu melhor amigo, isso me deixava em dúvidas se deveria insistir ou não. Fala sério Clara, que amigo vai topar se levantar as seis da manhã pra correr cinco quilômetros, assim do nada, com a amiga? No mínimo ele iria desligar o celular e voltar a dormir.
Os dois riram ao se lembrar do dia que Clara ligou as cinco e meia da manhã deixando claro para o amigo, que em meia hora iriam partir para uma pista de corrida, porque ela havia sonhado com aquilo e agora queria correr. No entanto João foi salvo por uma forte chuva que iniciou após desligarem a chamada.
- Eu não tinha certeza se suas investidas eram reais ou eram ilusões minhas, fruto de um coração pecador. - Desviou o olhar encabulada. - Não podia corresponder se eu não tinha certeza e nem sem antes você falar com mamãe.
Voltou os olhos vagarosamente para o rosto do belo jovem a sua frente.
- Era óbvio que eu não ia me atirar em você. - Tocou levemente nos ombros dele. - Afinal a princesa aqui sou eu. Tenho que estar plena em meu trono, se você quiser, você que lute!
O clima amigável voltou entre eles.
- E se você fosse uma atirada, seria eu a estar bem longe de você. - Sorriu timidamente. - Mas não. Você tem que estar em seu lugar, escondida no Senhor, esperando um homem de Deus te encontrar. E nesse caso esse homem sou eu - disse em um falso tom convencido. - Mas então vamos nos casar? Você já me conhece melhor que minha família mesmo - concluiu.
- Essa é a vantagem de se casar com o melhor amigo. - Colocou umas mechas soltas por trás da orelha, com as bochechas coradas. - Mas... - fez um breve suspense. - Eu aceito.
Ambos sorriram para o outro, não havia necessidade de mais palavras, ali naquela bolha criada pelos dois, não existia o resto do mundo. Havia somente eles unidos por um sentimento puro e sincero, unidos pelo próprio Amor. Sabiam que haviam encontrado um lar.
- Finalmente, não aguentava mais esse fala, não fala... - Clara olhou assustada para a porta enquanto a mãe disfarçava conferindo algo inexistente na campainha. - Deus decretou, eu dei a bênção, ela aceitou agora é só casarem. - Gritou em alto e bom som, depois de seu fatídico plano de disfarce.
Envergonhada Clara e João retornaram a casa, sendo recebidos com cochichos e sorrisos nada discretos."
- E eles se casaram mamãe? - Os olhos de Sara estavam brilhantes, como de todas as outras vezes que ouvia aquela história.
- Sim, meu amor - disse Clara para sua pequena de seis aninhos. - Naquela mesma semana ficaram noivos, onde receberam a bênção do pastor, e todos receberam a notícia com alegria. Nove meses após o noivado se casaram em uma linda igrejinha no bairro deles.
- A noiva sem dúvidas foi a mais bela de todos os tempos. - Clara assustou-se ao ouvir a voz de seu marido atrás dela. Sorriu ao vê-lo se aproximar e a enlaçar pela cintura.
- E então eles tiveram uma linda filha, não é mamãe?
- Sim, minha pequena - afirmou -, e viveram uma vida comum do lar aprendendo a cada dia sobre renúncia, perdão e contentamento. Estavam felizes com o casamento, mas não significava que não houveram desentendimentos, era vivendo um dia após o outro e aprendendo como ser um bom cônjuge a luz das escrituras. Não era fácil, mas valia a pena. Aprenderam a descansar no Senhor e confiar nos planos Dele. Por que afinal, ele é Sobereno.
Ao concluir, Clara, percebeu que a filha já havia dormido.
Se afastou do quarto levando o marido junto.
- Há quanto tempo estava ouvindo, hein mocinho?
- Desde que falou que eu não era romântico - confessou fazendo graça.
- Mas você não foi. Estragou minhas expectativas de um pedido de casamento em um jantar com flores e a luz de velas. - Brincou, com um pouco de verdade.
- Eu estava nervoso, não dava pra declarar poesia nem essas coisas que você gosta. E mesmo se eu não estivesse, eu não faria. - brincou com a esposa - E sobre o jantar com velas e flores, tivemos os salgadinhos da festa, e bem, não foi tão ruim, o pedido foi feito em um jardim muito bem cuidado por sinal, com inúmeras espécies de flores, e sobre as velas, fala sério. Aqui não é amador não. O pedido foi feito a luz do luar. Foi perfeito. Natural, simples e belo. Assim como você. - concluiu irônico selando os lábios ao da esposa.
- Eu te amo - declarou o esposo.
- Eu te amo - correspondeu a esposa.
Ao longo da vida construímos várias lembranças, algumas divertidas e felizes, outras nem tanto. Mas sempre vai ter uma lembrança que vai tirar aquele sorriso bobo do seu rosto, te dar calafrios na barriga e te fazer sentir a pessoa mais amada de todas. Tornando aquele, o dia do meu aniversário de 25 anos, um dia inesquecível.
*FIM*
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Obrigada por me acompanhar até aqui. ❤
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