Capítulo 6
Capítulo 6
Desisto, ou não?
Kim
Acordei de péssimo humor, por mais que a carreira deslanchava e fazíamos muito sucesso. Estes últimos dias foram estranhos. Nunca fui tão rejeitado por uma garota, nem na época de adolescente magrelo e desengonçado. Apesar de que não era garota, sim uma mulher.
Agora tudo dava errado. Nem conseguia chegar perto e lhe falar, me apresentar direito. O que eu precisava saber, se ela era comprometida. Neste caso, tudo voltaria a fazer sentido. Não que eu fosse desistir, porque aliança ela não usava. Isto eu bem reparei.
Não saí na noite anterior, depois de tudo que aconteceu, fui para cama com raiva da recepcionista.
Dormi mal e ao conseguir, sonhei que no meio do show eu perdia a voz, depois olhei para baixo e me encontrava sem as calças. Todos riam de mim e apontava o dedo, até meus companheiros de banda. Um pesadelo, na verdade. E pior, ao sair correndo do palco a Humália se encontrava na saída. Ela se contorcia de rir e batia palmas.
Eu lhe perguntei: — Por que faz isso comigo?
Ela respondeu: — Odeio K-pop e todos os coreanos!
Lembrar do rosto dela e seu sorriso debochado me deu mais raiva. Sabia que era um pesadelo, mas era de forma diferente que ela me tratava? Nenhuma.
O melhor que eu podia fazer era focar na música, ela gostando ou não. O problema seria dela. Hoje eu precisava descansar e pensar no show.
Tentei dormir de novo. Virei de um lado e de outro e nada. O celular depois que liguei, começou a dar vários sinais de mensagens. E a curiosidade não me deixou relaxar. Peguei e fui passando. Nada que me interessava. Até que...
Sentei na cama. O detetive.
Senhor, João tenho poucas informações, o senhor deseja o relatório completo ou por etapas?
Claro que não dei meu nome verdadeiro. E queria todas as informações o quanto antes. E foi o que lhe informei.
Em seguida ele me mandou um arquivo anexado. Era o resumo de uma mulher perfeita: inteligente. Bem-sucedida. Brilhante profissional. Família estruturada. Independente. Até aqui, só de olhar para ela já dava para imaginar, nenhuma novidade. Graduada em economia, mestre em recursos humanos e doutora em finanças empresarial. Trabalhava em uma grande empresa coreana, montadora do setor automobilístico e coordenava uma equipe grande.
— Não é possível! Empresa coreana? Será quê? Não... Seria muita coincidência.
Passei uma mensagem perguntando qual empresa. E ele respondeu em seguida que ainda não possuía o nome correto, mas estava a trabalho na filial WKK-Curitiba.
Caí na cama! Fechei os olhos e deixei o celular de lado. Com essa informação eu poderia obter tudo que eu queria e sem gastar mais nada. E já valera a pena o que já tinha sido pago.
Liguei para meu primo e lhe pedi um favorzinho em troca de vários ingressos para o show.
Após o almoço, eu tinha em minhas mãos mais informações da bela Huma.
Humália Albuquerque Turolla. Nascida e criada em Piracicaba. Estudou em São Paulo e morou no exterior. Trabalhava na matriz, WKK-Piracicaba. Conhecida como executiva linha dura. No entanto, querida por todos os funcionários, desde os mais simples aos grandes empresários. Viajava sempre a trabalho quando o assunto não poderia ser delegado à outra equipe de auditoria da empresa. Seu momento de lazer era sempre em família e viagem as montanhas e lugares frios. Muitos elogios e o mais importante: não estava em nenhum relacionamento firme há dois anos.
Ler tudo aquilo da "mulher perfeita" causou-me mais curiosidade e fascinação. Levantei e tomei um banho, mas antes pedi para trazer meu café.
Com uma ideia em mente eu saí do quarto. Fui ao shopping perto do hotel e comprei uma belíssima cesta e fiz um convite a ela. Quem sabe iria ao meu show e ficaria de camarote?
Esperei a tarde toda uma resposta dela. Liguei na portaria mil vezes e eles continuavam a dizer que ela não se encontrava no hotel o dia todo. Até que subornei um rapazinho para me avisar assim que ela chegasse.
Bingo!
Foi ela entrar e pegar a cesta e ele me ligar.
Esperei. Andei de um lado a outro por meia hora. Nada!
Liguei de novo e a recepcionista me disse:
— A senhorita Humália não aceitou seu presente e pediu para jogar no lixo.
— O quê!! Essa mulher é doida?
— Foi o que eu disse a ela. Uma cesta tão linda... Então ofereceu a mim. Mas também falou que se o senhor talvez ficasse bravo e quisesse de volta.
— É é... quanto atrevimento, pois eu quero... — ela me cortou.
— Senhor, não fique tão bravo. Eu disse que não era verdade, pois percebi estes dias como vocês são educados, simpáticos e generosos, mas que eu poderia devolver, sem problema algum.
Fiquei mudo. Minha vontade era pegar de volta, mas iria passar passaporte de mesquinho. Melhor deixar para a recepcionista e ganhar uma aliada. Não seria igual àquela vaca da noite anterior.
— Claro! Faça bom aproveito.
Não me restava mais nada que desistir dessa mulher.
Ela rejeitou a meu convite, me conhecer e até minha luxuosa cesta, eu juro que vou esquecê-la, mas assim que fechei os olhos, a sua graça circulou à minha frente, tudo caia por terras.
Desci no bar do hotel. Esperei em vão a sua presença nem aquele amiguinho conhecedor de vinhos eu vi por ali.
Sabia que seu trabalho na cidade não duraria muito tempo. Assim como a nossa viagem. E poderia ser o fim. Nunca mais encontrá-la. A não ser... Não! Nunca iria chegar a este ponto. Seria loucura demais por uma mulher. Ela podia ser especial, mas não a este ponto.
Eu conhecia seus horários matinais. Porém os noturnos eram irregulares. Acordar cedo depois do show? Nenhuma mulher merecia isso.
Domingo, fui dormir de madrugada e acordei antes das oito horas, porque a recepcionista me disse que era este horário da bela Huma no fim de semana. Quase dormi sobre a mesa e nada dela aparecer. Voltei para o quarto e capotei na cama e antes de apagar pensei: Acabou!
Final da tarde tivemos uma de sessão autógrafos e fotos com as fãs. Confesso que eu poderia passar sem isso, mas os garotos adoravam. Saí de fininho e fui para o bar tomar algo gelado. Não acreditei. Lá estava ela no balcão tomando uma bebida. Era agora ou nunca.
— Boa noite — cumprimentei.
— Boa noite – respondeu sem me olhar.
— Posso saber por que me evita tanto? — fui direto ao assunto.
Olhou em minha direção e, eu me encontrava bem próximo, parecia me examinar. Reparou cada detalhe do meu rosto calmamente. Eu não poderia cair nesta tua armadilha de me encantar com seus traços bonitos e sua indiferença.
Apoiei meu antebraço no balcão tirando o peso de uma das pernas. Precisava ficar bem sério. Ela simplesmente voltou seu olhar para a bebida e sorveu uma pouco do líquido, então respondeu:
— Não sei. Acho que você não me interessou. — Virou a minha direção de novo. — Agora, eu que te pergunto. E por que isto o incomodou tanto?
— Também não sei. A cada recusa sua, eu me faço esta pergunta.
— Encontrou a resposta? — ela quis saber.
— Ainda não.
Ela virou o corpo em minha direção e olhou direto em meus olhos.
— Eu sei — falou com certeza. — Você está acostumado com todas as mulheres caindo de amores por você.
Segurei-me para não concordar e sorrir.
— Nem tanto assim — respondi.
— Estou acostumada a fazer análise de perfil. Pode admitir, eu sei que sim, não me encaixei no grupo de mulheres que normalmente arrastaria um boeing por sua causa.
— Para minha tristeza e decepção, não mesmo — fui sincero igualmente ela.
— Não fique triste. Eu acredito que este "grupo" é muito maior e nunca vai te deixar na mão. — Ela terminou a bebida e se preparou para sair. – Lógico, se você fizer por merecer, e outra, aproveita essa fase, porque passa.
— Ei! Aonde vai?
— Tomar um banho, descansar e jantar mais tarde.
— Agora que me conhece um pouco. — Fiz sinal de prece. – Aceita jantar comigo?
— Acho melhor...
— Por favor... — implorei.
— Tudo bem, vou jantar mesmo. Se deseja tanto assim minha companhia. Às nove horas, estarei no restaurante do hotel. — Virou-se e caminhou para o elevador.
Minha vontade era dar um grito e fazer uma dancinha besta.
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Olá, chingu, tudo bem? Apareci de novo com um capítulo do coreano mais sem noção, não vou dizer que já vi, porque existe muitos assim.
Espero que gostem. O próximo capítulo será da Huma.
Beijos e até qualquer dia e qualquer hora.
Lena Rossi
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