Capítulo 30

Como hoje é dia dos namorados, eu trouxe o nosso casal para fazer companhia a vocês.

Não é um capítulo romântico, mas bem interessante e acredito que vocês vão gostar. Terá muitas revelações . Agora... prometo que na próxima semana vocês vão adorar. 

Enfim, vão conhecer a música do Kim, nosso coreano Joaquim, fez para Huma. Deveria ser hoje, mas a sequência não ficaria legal.

Outro presente é este livro acima, um conto de amor que está na amazon e ficará gratuito apenas no dia de hoje, 12 de junho de 2021. Corram lá baixe e depois de ler, faça a avaliação. 

Aproveitem o dia de hoje namore! Quem não tem, se ame e faça deste dia o seu dia de si amar mais.

Beijos ❤️

Capítulo 30

Kim

— Kim, eu...

— Kool!! Você não pode obedecer e esperar lá fora! — exclamou irritada.

— O que a senhora tentou convencer a Huma?

— Que já deu a sua brincadeira de cantar e dançar. É hora de cair na real e assumir sua vida como filho de empresário.

— Eu sou? Não estou sabendo. Desde quando voltei a ser? — perguntei em tom mais alto.

— Kim, por favor, não precisa se alterar — Huma me pediu. Olhei para ela e tentei me controlar. Passei a mão no cabelo na intenção de fazer o que ela me pedia.

— Mãe, eu pensava que essa história já era caso encerrado na sua cabeça.

— Kool, deixei você se divertir por muito tempo, não sabemos o que vai acontecer com seu pai e precisamos de um membro da família à frente dos negócios.

— O que acontece aqui? — Entrou Mina no escritório. — Estamos escutando suas vozes lá da sala.

— Veja aqui — Apontei minha irmã. — A pessoa que pode representar muito bem a sua família na empresa, ela se preparou para isso a vida toda.

— A Min-A? Que absurdo! O Julian faz bem o seu trabalho, mas não é da família.

— Como não? — Agora meu cunhado se encontrava parado do lado de Min-A e indignado.

— Quero dizer que não é um Kim, Ju-Ly — desconversou minha mãe, acredito que mais irritada por todos fazerem parte da conversa agora. — E que preparação sua irmã tem? Ser membro das mulheres dos executivos? Obra social ligada a empresa? Organizar jantares? Nem isso faz direito e nem tem feito ultimamente.

— Ela não sabe ainda? — Olhei para minha irmã que parecia desesperada.

— O que eu não sei? — Mamãe olhou de mim para ela. — De que vocês estão falando?

— Bobagem do Kool... — ela tentou disfarçar.

— Não Min-A, já passou da hora de você se posicionar e reivindicar o que é seu por direito, como ela mesmo diz, de ser uma Kim. Não vivemos mais na Coreia, aqui as mulheres podem ser o que elas quiserem.

— Não me venha com este seu discurso, Kool! Moramos neste país, mas ainda seguimos as nossas regras.

— Arcaica, ultrapassada e injusta — pronunciou minha irmã. — Nunca quis ser uma bela moça que precisava de um casamento arranjado e muito menos ter alguém para me representar na empresa. Sempre implorei por ocupar meu lugar.

— Min-A! Desde quando casou forçada comigo? — inqueriu Ju-Ly-An.

— Quis dizer meu amor, dos encontros arranjados que eles me fizeram ir, dos filhos de empresários ou do meio social que meu pai dizia que deveríamos estar.

— A Min-A é competente e preparada para fazer parte da diretoria. Vai contar a ela ou eu conto? — Olhei minha irmã que parecia com mais coragem neste instante.

— Eu me formei... — Mamãe a interrompeu com aspereza.

— Em artes e língua inglesa! O que te habilita a ser executiva?

— Mãe, eu fiz administração e pós-graduação em comércio exterior.

Percebi o sorriso de Huma aparecer no canto da boca. Seus olhos brilhavam ao olhar minha irmã crescer naquela pequena sala. Minha mãe sentou, colocou as mãos na cabeça e balançava como se não acreditasse em uma única palavra.

— Quando fez isso? Com autorização de quem?

— Depois do casamento com consentimento do meu marido. Na verdade, foi nosso acordo, casaria se pudesse estudar o que eu queria. Não sou submissa a ele como pensam, somos parceiros.

— Por este motivo não tiveram filhos ainda?

— Essa é outra questão. Vamos decidir juntos se vamos ter e qual o momento certo.

— E você, senhor Ju-Ly-An, o que seu sogro vai dizer de tudo isso? — mamãe questionou-o claramente decepcionada. — Eu acreditava que tinha mais ambição e se preparava para assumir mais responsabilidade.

— Senhora Tae-Jin, uma coisa não exclui a outra. Min-A tem interesse em trabalhar na empresa, ser útil com sua visão nova e moderna. Inclusive muitos dos projetos que aprovei foi elaborado por ela. O que sempre me deixou incomodado não poder dar os créditos devidos a ela.

— Você sabia disto, Kool? — Olhou-me indignada.

— Sim. Comemoramos juntos muitas vezes suas conquistas e eu sempre insisti para ela reivindicar o seu lugar. Não é porque, eu não quero viver este mundo, que ela deveria abdicar do dela.

— Quanto absurdo! — Mamãe levantou e começou a andar de um lado para o outro. — Quero ver o que o pai de vocês vai achar de toda essa maluquice.

— Mãe — Min-A aproximou da mesa. — Pense bem, venha para o meu lado. Você nunca realizou seus sonhos, sempre viveu a sombra de papai o obedecendo sem questionar. Seja sincera, é feliz por viver assim?

— Não é essa a discussão. Fui criada para ser uma boa esposa e criar os filhos, pelo jeito não fiz bem, nenhuma coisa e nem outra — Sentou novamente derrotada.

— Nunca é hora para mudar a vida, mãe. Realizar os sonhos e viver de acordo com o que desejamos — comentei.

— Kool está certo. Eu odiei quando papai comunicou que viríamos morar neste país. Lembra? Eu fiz um escândalo, achava que seria morar na selva amazônica e no meio de bicho e pessoas sem civilização.

Huma neste instante limpou a garganta mostrando que se encontrava quieta, mas presente e imagino, não gostou das falas de minha irmã.

— Sim, Huma, infelizmente a minha ignorância chegava a esse nível. — Olhou para o lado e a encarou. — E hoje, eu sou muito grata de viver nessa terra que me deu oportunidade de viver uma outra história. O Ju-ly sempre me apoiou, não cortou as minhas asas como as da senhora foram cortadas deste cedo pelos nossos avôs! Eu não fui corajosa como o Kool, no entanto ele é meu ídolo, um exemplo de viver o sonho, a vida da maneira que ele desenhou e não outras pessoas imaginou para ele.

Abracei minha irmã que terminou de falar chorando. Eu sabia que ela se sentia feliz com suas realizações, mesmo sendo tudo às escondidas. Mas não imaginava toda essa parte que a sufocava daquela maneira. Por muito tempo, eu vivi com o olhar para as minhas lutas e me esqueci que ela também precisava de apoio para seguir as dela.

— Perdão Mi, por ter falhado com você e não ter percebido que precisava de ajuda.

— Irmão, você é meu exemplo. Por você ter seguido seus sonhos, eu pude sonhar e realizar devagar os meus. Nunca pense que falhou comigo, muito pelo contrário, você me impulsionou a ter coragem de viver o meu. Sim, a passos lentos, mas sem desistir.

Mamãe encostou a testa na mesa e ficou nesta posição. E quando levantou falou uma frase que fiquei em choque.

— Não sei qual desejo de vocês. Que o pai morra, para tomarem posse de tudo da maneira que lhes convém. Ou matá-lo de vez, se ele sobreviver e escutar tudo que acabaram de me falar.

— A minha vontade é que ele perceba que a vida pode acabar a qualquer momento e entenda que cada pessoa deve viver conforme o seu desejo. Os pais, devem sim querer o bem dos filhos, mas não projetar e impor a sua vontade na vida deles — por fim, ela concluiu o que eu já sabia a muito tempo. — A senhora não é feliz com o todo poderoso, senhor Kim.

— Como ousa falar o que sinto, mocinha! — exclamou e levantou em um salto.

— Porque se fosse, não dormiam em quartos separados há tanto anos e, ele não teriam tantos casos extraconjugal.

No mesmo instante, que Min-A acabou a frase, a mão de minha mãe estalou em sua face.

Huma levantou na mesma hora da poltrona.

Ju-Ly tomou-a pelos ombros e a puxou para si.

E eu? Fiquei parado. Em choque.

Aquela cena me fez reviver tudo que passei com meu pai.

Todos os tapas na cara que levei em cada vez que eu o respondia. Em todas as vezes que lhe dizia não querer ir para empresa. Em todas as vezes que gritei querer viver da minha música. E que não queria o dinheiro dele. Que iria embora de casa. Tudo, mas tudo mesmo, voltou como turbilhões de lembranças ruins.

— Nunca mais toque em mim! — gritou, minha irmã. — Entendeu!? Eu não sou uma criança e nem moro debaixo do seu teto. Posso muito bem trabalhar em qualquer outra empresa, montar uma loja e fazer qualquer outra coisa! Não preciso ser apenas a esposa do empresário, a mulher elegante que acompanha o marido a jantares e nem se olham na cara dentro de casa. A diferença é que eu amo o meu marido!

Virou e saiu do escritório acompanhada do Ju-ly-An.

— Vai gritar comigo também Kool? Jogar na minha cara mais alguma coisa? — Pausou. — Que não te defendi. Que deixei seu pai fazer tudo aquilo sem me posicionar? Mais o quê?

— Não, mãe. Eu não vou dizer nada disto. A senhora sabe tudo que fez e não fez. Essa parte da minha vida eu já superei. — Pelo menos eu acreditava que sim. — Entendo os seus motivos e sei que o peso que carrega por tudo já lhe dói e atormenta por demais. O que me espantou é ainda querer que eu volte atrás de tudo que conquistei. Essa parte sim, foi uma decepção. Obrigado pelo jantar. Boa noite, vamos Huma.

— Boa noite, senhora.

— Mãe — Parei na porta. — Mande notícias do senhor Kim. Apesar de tudo, aquilo que a senhora falou não é verdade, eu nunca o desejei mal.

Peguei na mão da Huma e saímos do escritório. Ao passar pela sala, na mesa de centro havia algumas bandejas com as porcelanas caras e personalizadas, potes de diversos biscoitos. Parei, analisei-os e peguei um deles e saímos para fora da casa.

— Não tomamos o chá — Huma comentou assim que entramos no carro e lhe passei o vidro.

— Faço em casa para você experimentar com estes biscoitos.

— Bolacha.

— Não. Biscoitos. Aqui em Piracicaba vocês, infelizmente falam errado e vou ter que discordar com você neste aspecto.

— É bolacha. — Ela sorriu e abriu o pote e experimentou. — Aprendi assim.

— Eu sei. Mas é apenas você conferir nas embalagens, meu amor.

Ela levantou o pote, olhou em todo ele e depois respondeu:

— Acho que isso foi roubo de utensílio doméstico pertencente à família Kim.

O pote que se encontrava na mão dela possuía o vidro jateado com o brasão da família Kim.

— Aí sim. Isso é verdade.

— Quer falar sobre o que aconteceu?

— Não! — respondi e lhe dei um sorriso ao parar na portaria. — Podemos ir para casa, tomar o chá ou um vinho, fazer amor e dormir abraçadinhos. O que acha?

— Se vamos pular o chá, vou comer mais destas bolachinhas.

— Não vou te contrariar, porque não quero que pule mais nada. Pode comer as bolachas.

*****

Como será essa noite? Alguém tem alguma ideia?

Gostaram do presente? Se gostaram, deixem seus comentários e aperte a estrela.

O próximo capítulo vocês vão amar. Eu adorei.

Lena Rossi 

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