Capítulo 41
- Alonso?
- Olá querida. - Ele sorri de uma forma nojenta.
Tento fechar a porta, mas como eu imaginei ele me impede e invade meu apartamento.
- O que pensa que está fazendo? - Dou um passo para trás.
- Vim terminar o que comecei a há anos atrás. - Ele me olha de cima em baixo.
- Vai embora Alonso. - Peço. - Ou vou chamar a polícia.
Ele começa a gargalhar sombriamente, enquanto continua caminhando em minha direção.
Estou morrendo de medo nesse momento, mas estou tentando me controlar, para não demonstrar para ele.
- Como sabe onde eu moro? - Pergunto.
- Eu sei tudo sobre você Lisa. - Ele fala. - Pensa que esteve livre de mim depois que se mudou para Nova York?
- O quê?
- Estive te observando de longe o tempo todo.
- Por quê?
- Quando quero algo sempre pego para mim, então estive esperando com paciência o melhor momento para tê-la para mim. - Ele passa o dedo polegar por meus lábios.
- Você é louco. - Digo com a voz baixa.
- Você me deixou assim Lisa. - Ele fecha os olhos por alguns segundos e os abre novamente. - Se tivesse sido minha, eu não precisaria estar aqui agora.
Alonso é ainda mais doente do que eu imaginei. Achei que eu estaria livre dele, mas para minha infelicidade eu estava errada.
- Você...
- Enquanto eu estava sofrendo por você em silêncio, você estava envolvida com outro homem Lisa. - Ele me corta. - Pode imaginar o quanto isso me deixou furioso?
- Não me interessa a sua vida Alonso, então faça o favor de ir embora.
Tento me afastar dele, mas ele me empurra contra a parede e a esmurra com força.
- Por que me traiu Lisa? - Ele pergunta. - Por que teve que se envolver com o homem que me fez ir a falência?
- Você é louco. - Balbucio entredentes. - Posso me envolver com quem eu quiser, e se foi a falência é porque foi incompetente, então não tente culpar ninguém.
- Por que me trata dessa forma Lisa? Tudo o que eu queria era o seu amor.
- Entenda de uma vez por todas Alonso. - Digo. - Eu não gosto de você, então me deixe em paz e vá embora. Não me faça odiá-lo ainda mais.
Ele se distância um pouco, e quando olho para sua mão está sagrando. Não sinto nem um pouco de pena, porque sei que ele merece sofrer e sentir dor depois de tudo o que me fez passar.
- Escute com atenção o que eu vou te dizer. - Ele aponta o dedo para mim. - Você vai terminar com seu namorado, e então seremos felizes juntos.
- Você é mais louco do que eu pensei.
Alonso da um passo em minha direção novamente, leva a mão ao meu pescoço e aperta de leve.
- Ele está deixando você confusa? - Ele pergunta. - Então só me resta tirar ele do nosso caminho, então você não terá nenhuma dúvida a meu respeito.
- Mesmo se eu não estivesse namorando com Vincent, jamais iria querer nada com você. - Tiro sua mão do meu pescoço e o empurro.
Sou pega de surpresa quando ele se aproxima de mim novamente e esbofeteia meu rosto com força.
No mesmo instante sinto gosto de sangue na boca, então sem pensar cuspo no seu rosto, mas Alonso não deixa barato e me esbofeteia de novo.
- Me perdoe Lisa. - Ele segura meu rosto entre as mãos. - Eu não queria ter feito isso, mas você me obrigou.
- Me solta. - Tento me afastar.
- Não fique brava comigo. - Ele começa a chorar. - Prometo que jamais irei bater em você novamente, então por favor me perdoe.
Decidi que a melhor forma de ganhar tempo, é se eu mudar a forma de tratá-lo, então decido concordar com tudo o que ele disser, porque sei que não tenho chance alguma contra Alonso. Ele é muito maior que eu, e muito mais forte, então em uma luta corporal jamais ganharia dele.
Se eu continuar o provocando será muito pior, então estou tentando controlar o meu medo e nervosismo, mas não é uma tarefa muito fácil fingir.
Espero que Vincent chegue logo, caso contrário estarei muito, mais muito ferrada.
- Você me perdoa Lisa? - Ele pergunta.
- Sim. - Digo apenas.
- Obrigada. - Alonso sorri abertamente.
Ele me puxa para um abraço e eu me mantenho imóvel, porque se eu empurrá-lo ele poderá ficar irritado e tentar algo ainda pior que apenas me dar um tapa.
- Eu te amo Lisa. - Ele beija meu rosto. - Você também me ama?
Não falo nada, e apenas confirmo com a cabeça.
- Mentirosa! - Ele grita.
- Não estou mentindo Alonso. - Falo. - Eu te amo.
- Você acha que sou idiota Lisa?
- Na... Não. - Nego com a cabeça.
Alonso pega o cabelo da minha nuca e puxa com força, me fazendo gritar de dor.
- Está estampado em seu rosto todo o nojo que sente por mim. - Ele fala enquanto continua puxando meu cabelo.
- Eu... Eu não tenho nojo de... de você. - Gaguejo.
- Você acha que sou estúpido? - Ele ri de uma forma sombria. - Acha que eu iria acreditar em suas palavras mentirosas?
Meus olhos se enchem de lágrimas não sei se é pelo medo ou pela dor que estou sentindo.
- Você está me machucando Alonso. - Digo com a voz baixa.
- Você me obriga a fazer isso Lisa. - Ele afrouxa o aperto, mas continua apertando meus cabelos.
- Me desculpe. - Peço.
Alonso solta meu cabelo, em seguida me puxa para junto de si e beija meus lábios. Meu estômago embrulha no mesmo instante, mas nesse momento não posso me dar ao luxo de fraquejar, então mordo seus lábios com força, e lhe dou um chute no meio das pernas quando ele se distância um pouco de mim.
- Cadela! - Ele grita.
Corro em direção a porta, mas para minha infelicidade ele me alcança e me puxa para trás novamente.
Alonso me joga no chão, monta em cima de mim e segura minhas mãos acima da minha cabeça.
- Me solte! - Grito.
- Não deveria ter feito isso Lisa. - Ele nega com a cabeça. - Agora terei que puni-lá.
Tento me soltar, mas quanto mais me debato, ele aperta ainda mais os meus pulsos.
- Eu te odeio! - Grito. - Seu verme nojento!
- Continue. - Ele ri alto. - Eu amo quando se torna selvagem.
Alonso tenta me beijar novamente, mas viro o rosto para o lado. Ele tenta me beijar mais uma vez, mas continuo virando meu rosto.
Ele solta minhas mãos, segura meu rosto entre as mãos e me beija. Cuspo em seu rosto quanto ele se distância, e o empurro com força, então Alonso cai para o lado e eu me levanto mais do que depressa.
- Eu prefiro morrer do que ficar com um lixo como você. - Murmuro entredentes.
- Você vai se arrepender por ter me rejeitado Lisa. - Ele se levanta.
Quando ele dá um passo em minha direção, a porta do apartamento é aberta, e no mesmo instante sinto um alívio enorme.
- Chame a polícia. - Vincent pede para o filho, em seguida fecha a porta e deixa Justin para fora do apartamento.
- Olha quem resolveu aparecer. - Alonso sorri abertamente.
- Não tem vergonha Alonso? - Vincent pergunta. - Deveria se sentir envergonhado por bater em uma mulher indefesa.
- Você...
- Tente bater em mim. - Vincent abre os braços enquanto o provoca. - Ou você só é macho quando agride mulheres?
- Não Vincent. - Peço. - Não vale a pena.
Ele olha para mim com carinho, mas em questão de segundos sua feição muda para fúria.
Seguro o braço de Vincent quando ele da um passo em minha direção ao Alonso, mas ele tira minha mão do seu braço e fala:
- É melhor ficar lá fora.
- Por favor Vincent. - Meus olhos se enchem de lágrimas.
Não quero que ele faça algo que vá se arrepender depois ou que possa prejudicá-lo.
Vincent da um passo em direção a Alonso, e ele regride um. Está estampado em sua cara seu medo, então ele tenta correr, mas é impedido quando Vincent o segura, e lhe desfere um murro no rosto.
- Se colocar o dedo na minha mulher de novo eu te mato. - Vincent continua lhe esmurrando e Alonso cai no chão praticamente desacordado, e com o rosto todo ensanguentado.
- Pare Vincent. - O puxo.
- Esse idiota merece apanhar mais. - Ele fala com raiva.
- Eu sei. - Digo. - Mas não quero que se prejudique por minha causa.
- Eu faria qualquer coisa pela mulher que amo. - Ele me puxa para um abraço. - Se for para deixá-la em segurança, seria capaz de matá-lo.
- Não fale isso. - O abraço com força.
Alguns segundos depois Vincent se distância, passa o dedo polegar por meu rosto dolorido e pergunta:
- Você está bem?
- Sim. - O abraço novamente. - Graças a Deus estou bem.
Me assusto quando Vincent se vira rapidamente, e Alonso corre em direção a porta com uma faca suja de sangue na mão. Por sorte antes que consiga fugir, alguns policiais aparecem e o impedem.
- Me solte! - Alonso se debate enquanto grita com os policiais. - Eu vou matar todos vocês!
Sinto algo úmido nas costas do Vincent, e quando olho para minha mão começo a me desesperar.
- Vincent? - O chamo quando ele cai no chão.
- Estou bem. - Ele fala enquanto seus olhos começam se fecharem.
- Por favor alguém me ajude! - Grito desesperada.
Vincent pega minha mão, segura firma contra o peito enquanto sorri fraco.
- Se você for a última coisa que eu verei antes de morrer, morrerei feliz. - Ele fala com a voz fraca.
- Você não vai morrer seu idiota! - Grito com ele. - Se você me deixar eu te mato ouviu bem?!
- Eu te amo Lisa.
Seus olhos se fecham lentamente, e o sua mão cai para o lado, e no mesmo instante me dou conta que talvez tenha perdido o homem que não tive coragem de assumir que amo.
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