Capítulo 27
- Como foi a viagem? - Milla pergunta.
- Tirando a parte de voar, foi tudo ótimo.
Na volta para casa agarrei Vincent sem vergonha alguma quando começou uma turbulência. Quando me dei conta que havia me jogado em seus braços, já era tarde demais.
- O senhor Keller te tratou bem?
Me tratou melhor que o necessário, mas é óbvio que não vou contar para Milla que ele me beijou, ou que vestiu minhas roupas depois que cai no banheiro.
- Muito bem. - Pigarreio alto.
- Tenho a impressão que está me escondendo algo. - Ela me olha séria. - Por que está tão nervosa?
- Está imaginando coisa. - Tento desconversar.
Milla ainda está desconfiada, mas não pergunta mais nada. Não falo nada não porque não confio nela, mas acho melhor manter certos assuntos em segredo.
Também decidi me manter quieta sobre Alonso, não quero deixá-la preocupada. Vincent sabendo o que aconteceu no passado e na viagem já é o suficiente.
- E por aqui como foi?
- Tudo tranquilo. - Ela responde. - Os garotos se comportaram muito bem.
- Pediu ajuda ao Jared?
- Somente para buscar meu irmão. - Ela fala.
- Orgulhosa. - Sorrio abertamente.
- Talvez um pouco. - Ela sorri também. - Mas não quero ele por perto, já é os suficiente no trabalho. Não gosto de ouvi-lo falando sobre suas conquistas.
- Idiota. - Praguejo.
Jared deve ser muito burro. Várias pessoas na empresa desconfiam que ela é apaixonada por ele, e ele não percebe ou finge não perceber.
- Ele não tem culpa. - Ela sorri fraco.
- Para mim continua sendo um idiota. - Reviro os olhos. - Sei que são amigos, mas não tem necessidade alguma de ficar te contando sobre as mulheres que ele sai.
- Nisso você tem razão.
- Da próxima vez que ele for se gabar com você, o ignore. - Falo.
- Farei isso.
Meu celular toca, então o pego no bolso da calça e atendo a ligação.
- Vincent?
- Lisa meu pai está passando mal. - Justin fala desesperado.
- O quê aconteceu? - Pergunto preocupada.
A ligação é finalizada, então tento ligar novamente, mas Justin não atende o celular.
- Aconteceu algo? - Milla pergunta.
- Justin falou que o pai está passando mal. - Me levanto rápido.
Corro para meu quarto e pego minha bolsa, em seguida volto para a sala.
- Quer que eu vá com você?
- Não é necessário. - Digo. - Mas se quiser ir...
- Melhor não. - Ela me corta.
- Você que sabe. - Digo.
- Qualquer coisa me ligue.
- Ok. - Lhe dou um beijo no rosto e corro para a porta.
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- Vai demorar moço? - Pergunto inquieta.
Já foi difícil conseguir um táxi quando sai do apartamento, e agora já tem uns dez minutos que não saímos do mesmo lugar, e a viagem até a casa de Vincent está demorando mais que o esperado.
- Provavelmente sim. - Me responde. - Parece que aconteceu um acidente, então o trânsito está parado.
Tento ligar para Justin novamente, mas como esperado é em vão.
- Acho que vou ter que ir correndo.
Abro minha bolsa, pego o dinheiro em minha carteira e pago a corrida.
- Obrigada. - Lhe entrego o dinheiro.
- Por nada. - Acena com a cabeça.
Abro a porta do carro e saio rapidamente, fechando-a em seguida. Coloco a alça da bolsa no meu ombro, e começo a correr.
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- Você veio correndo? - Justin pergunta ao abrir a porta.
- S... sim. - O responde quase sem fôlego. - Cadê seu pai?
- Está no banheiro.
Uso o restante de força que me resta, e sumo as escadas o mais rápido possível. Não sei por quanto tempo eu corri, só sei que minhas pernas estão trêmulas, e meu coração parece que vai explodir no peito.
- Por que não chamou uma ambulância? - Pergunto.
- Papai não deixou. - Justin responde.
Ele abre a porta do quarto e o adentra comigo em seu encalço.
- Tem algum remédio em casa Justin? - Pergunto.
- Sim. - Ele se vira e começa a correr.
Abro a porta do banheiro, e vejo que Vincent está debruçado sobre o vaso, enquanto vomita.
- Vincent?
Ele arregala os olhos ao me ver.
- O que está...
Antes que termine de fazer sua pergunta começa a vomitar novamente.
O ajudo se levantar, e Vincent caminha até a pia do banheiro e lava o rosto. Sua cor desapareceu completamente do rosto, e ele parece tão abatido.
- O que aconteceu? - Pergunto.
- Não sei. - Me responde. - Provavelmente algo que comi.
- Quer ir ao hospital?
- Não. - Nega com a cabeça. - Estou bem.
- Tem certeza?
- Tenho sim.
Ele sorri fraco, e nesse momento meu coração dói ao vê-lo tão abatido.
Vincent caminha até a porta do banheiro, e quando gira a maçaneta ela sai em sua mão.
- Droga. - Ele murmura.
Ele tenta encaixá-la novamente, mas parece que não dá muito certo.
- O que aconteceu?
- Acho que estamos presos. - Ela exibe um sorriso sem graça. - Era para ter arrumado isso mas acabei esquecendo.
- Justin está do lado de fora. - Falo. - Ele pode abrir a porta.
Ficamos em silêncio enquanto esperamos por Justin, então algum tempo depois ele aparece.
- Pai! - Ele grita. - Por que a porta não está abrindo?
- Gire a maçaneta! - Vincent grita de volta.
- Já tentei, mas não gira.
Escuto o barulho de Justin tentando abrir a porta, e nesse momento começo a me arrepender de ter fechado a porta.
- Ligue para Jared. - Vincent fala. - Pede ajuda a ele.
- Ok.
Tudo fica silencioso novamente, mas do nada minha barriga ronca alto, ou talvez não seja a minha.
- Ele não está atendendo pai. - Justin fala depois de alguns segundos.
- Merda. - Vincent Pragueja.
Me sento na beirada da banheira, já que pelo jeito terei que esperar um bom tempo até que alguém venha nos ajudar.
Vincent se senta na tampa da privada, e suspira alto enquanto passa as mãos pelos cabelos.
- Está melhor? - Pergunto.
- Sim. - Ele diz. - Justin te ligou? Falei para ele que nao era nada importante, mas ele não confiou em mim.
- Ele está certo. - Digo.
Novamente escuto um ronco alto, então tenho a certeza que não é minha barriga.
- Está com fome? - Pergunto para Vincent.
- N... não. - Guagueja.
Ele parece se contorcer de dor e faz uma careta, então pergunto:
- Está com dor de barriga?
- Seja mais discreta Lisa. - Ele sorri.
- Eu sou discreta. - Também sorrio.
- Merda, merda, merda. - Ele pragueja.
Vincent esfrega as pernas uma na outra, enquanto passa a mão pela barriga.
- Não vai conseguir se segurar não é? - Pergunto.
- Eu acho que não.
Antes ele estava sem cor alguma, agora está vermelho e parece aponto de explodir.
- Vou virar de costas. - Falo. - Então pode fazer suas necessidades.
- Não vou fazer isso. - Ele retruca. - Ainda tenho minha dignidade.
- O que acha pior, usar a privada na minha frente ou se cagar na roupa?
- Está gostando disso não está?
- Talvez um pouco. - Assumo.
Passei vergonha quando ele me levou ao hospital, e agora vamos ficar quites.
- Acho que não vou...
Vincent não termina de falar, e começa a desabotoar a calça, então me viro rapidamente.
Começo a gargalhar quando Vincent começa a peidar alto, enquanto faz suas necessidades, mas me calo quando o fedor chega ao meu nariz.
- Você está podre Vincent. - Tapo o nariz com as mão.
- Que humilhação. - Ele murmura baixo.
- Estamos quites agora. - Falo.
Continuo tapando o nariz, porque realmente o cheiro está insuportável.
Alguns segundos depois ele da a descarga, então me viro lentamente para não ser pega desprevenida.
Vincent já está de pé, com um vidro na mão e começa a usar o spray no banheiro.
- Use o vidro todo. - O provoco. - Para tirar esse mal cheiro vai precisar de mais alguns.
- Fique quieta Lisa. - Ele não se vira para mim. - Já estou com vergonha...
- Desculpe chefinho. - Peço. - Prometo não falar mais nada.
- Ótimo. - Ele se vira para mim e está muito sem graça.
- Prometo não contar para ninguém o que aconteceu aqui. - Falo.
- Eu te mato se abrir a boca. - Ele aponta o dedo para mim.
- Não me ameace, ou então posso mudar de ideia.
- Mas...
- Estou brincando. - Sorrio abertamente.
- Tenho a sensação que não posso confiar em você completamente.
- Não pode mesmo. - Digo.
Não sou tão boa em guardar alguns segredos, quando percebo acabo abrindo minha boca, e contanado algo que não era para contar.
- Preciso de um banho. - Vincent fala de repente.
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Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana? Desde já desejo uma semana abençoada a todos 🙏
Até quarta feira com o próximo capítulo ❤
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