Capítulo 30
Anteriormente em Um Casamento&Meio...
O apito foi soado, corremos na direção da água e o cronômetro começou. Eu me concentrava nas ondas e ao mesmo tempo no narrador. A minha confiança estava sumindo. A voz do homem começou a ficar distante, senti meus pés tremerem em cima da prancha e o leash prender mais forte meu pé. Tudo que eu pensava era no dia seguinte, na decisória. Olhei rápido para os lados para ver meus amigos, foi quando uma onda veio e me pegou com tudo.
O leash arrebentou e eu não conseguia fechar meus olhos. Eu observava minha prancha e os peixes dentro da água, só ouvia burburinhos abafados e e se via as bolhinhas saindo do meu nariz. Meus braços esticados enquanto eu caía de costas para mais dentro do oceano, eu estava quase fechando meus olhos quando vi alguém pular pegando pelas costas.
O sol invadiu meus olhos misturado com o arder do sal, meu cabelo estava mais grudado que tudo enquanto meus braços se apoiava na minha prancha que pareceu ficar ali me esperando. Eu só escutava meu nome e o quanto minha queda foi feia. Tudo tinha que continuar, mas os outros surfistas não estavam mais em água. Recuperei minha respiração, não totalmente, e voltei para areia com ajuda de quem me salvou e de meus braços que foi dando remada. Vi minhas notas dadas pelos jurados apreensivas e não perdi nenhum ponto, apenas não somado pontos pela minha queda.
Eu saía da água meio desnorteada, não sabia o que pensar e como eu ainda estava andando e respirando normalmente. Parecia que minha mente não funcionava enquanto minhas pernas estavam normais. O som de tudo estava longe e ecoando como antes, mas dessa vez não iria acontecer nada. Não tenho certeza, porém era o que parecia diante do fato que acabara de acontecer.
Meu olhar foi acompanhando com cinco pessoas vindo na minha direção um tanto quanto preocupados. JJ foi o primeiro a chegar até mim me enchendo de perguntas e tudo que fiz foi largar minha prancha na areia de qualquer jeito e me jogar em seus braços, sendo pega como se eu fosse a pessoa mais leve desse mundo.
— Aubrey, você está bem? Me deixou preocupado. Eu vi o que aconteceu, queria ter ido lá te salvar, mas não deixaram. -ele dizia me segurando.
Tudo já era tão claro. Eu ouvia perfeitamente e meus olhos estavam começando a se acostumar com a claridade do sol. Alguém pegou minha prancha, deduzi ser John B, e a pendurou certamente na areia. Eu respondi calmamente a todos as perguntas que me faziam, e foi aí a clareza de que me salvou. Kiara. Olhei para a mesma afastada sem ninguém perguntar se ela também estava bem ou algo do tipo, se quer agradecer por salvar uma de suas amigas. No meio do falatório, saí e os deixei indo até ela.
— Kiara...? -cheguei de manso com os ombros encolhidos. Ela me olha com cara de poucos amigos. — Obrigada por me salvar. Eu acho que sem você eu teria morrido ou algo do tipo. -disse, sem jeito.
— Você se afagou, Williams. -ela disse seria. — Eu não podia deixar você lá, assim perderíamos o campeonato.
— É, faz sentido! -disse, e ela assentiu passando por mim esbarrando de propósito no meu ombro.
Olhei ela indo direto para a kombi. Depois virei-me para ouvir as considerações finais, o pessoal foi chegando mais. Sarah passou seu braço em meus ombros - éramos da mesma altura - e beijou minha bochecha. Eu havia caído após o apito final para a próxima bateria ir, então não perdi pontos, muito menos Kiara. Eu também não ganhei, mas não perdendo estava ótimo. Eu ainda estava dentro para a final amanhã. O nervosismo voltou, mas estava tentando me acalmar e talvez saberia como.
Decidimos passar essa última noite em um hotel para descansarmos melhor e ter um pouco de privilégio. Só dormimos mal noites com dores na coluna, e agora precisamos de um descanso maior. Pegamos a estrada partindo para um hotel na estrada não muito longe de onde estávamos. O primeiro hotel com opiniões boas foi o que pegamos, o que também não era caro já que estávamos em números maiores.
Pegamos dois quartos com duas camas cada. Pope, Cléo e Kiara ficariam em um quarto, e eu, JJ, John B e Sarah em outro. Eu fui a primeira a tomar uma ducha. Como eu precisava daquela água quente molhando meu cabelo salgado e grudento. Sentir as bolhas de sabonete deslizar no meu corpo tirando o melado e a sujeira, que sensação boa! Logo passei meu hidrante e saí com um short jeans, chinelos e um cropped branco com a toalha na cabeça. Parecia sincronizado, foi um após o outro sair do banho.
— Gente!? -sentei, empolgada na cama com pernas de índio. — Não fiquem zangados, mas eu fiz algo sem vocês. -todos me olharam curiosos e a cara do JJ não era nada boa. Mas já já ele vai melhorar essa cara com a minha notícia, certeza. — Eu vi um dos surfista fumando maconha escondido e eu perguntei onde ele comprou. Então eu fui lá sozinha...
— Como que é? Você foi comprar maconha sozinha? -Sarah me interrompeu, com uma cara assustada.
— Você tá ficando doida, Aubrey? -olhei JJ.
— Meu Deus! -John B deitou com as mãos no rosto. — Os traficantes são perigosos.
— Na verdade, era A traficante. -o corrigi com sorriso nos lábios. — Eu tô bem, galera. Ah, qual é, até parecem que não querem usar. -disse, me levantando. — Eu vou lá para fora para não ficar com cheiro e ir para o quarto das outras pessoas e eles reclamarem. Eu preciso relaxar e eu pensei nisso. Me acompanhem se quiserem! -eu disse e todos levantaram na mesma hora. Eu gargalhei.
— Tem bastante para nós quatro? -JJ perguntou, andando me abraçando por trás.
— Não sei. Vamos descobrir! -selei ele sorridente.
JJ e John B se entreolharam. Logo bateram na porta dos outros e já estávamos a caminho do lugar que havia comprado. Paramos na praia que aconteceria o campeonato, porém em uma área um pouco afastada. Me senti confortável na rodinha pois Kiara estava sendo simpática comigo, acredito eu pelo acontecido então não passará de hoje. Compreensível ela não gostar de mim. Minhas risadas estavam sendo sinceras com as histórias que eles estavam contando sobre a aventura deles. Fiquei surpresa de ver até a Sarah fumando. Ela não perdia a pose angelical assim, com olhos cansados, cabelo com frizz e brisada.
Fui surpreendida com um beijo quente e um toque na minha bochecha a acariciando. Retribui o beijo, mas não por muito tempo. Pensei em Kiara. Uma hora teríamos todos que acostumar com essa ideia, mas por enquanto não me sinto confortável.
— O que foi? -ele perguntou baixo, ainda com a mão em meu rosto.
— Não na frente de todos. -respondi no mesmo tom.
— Tá, não importa. Eu quero lhe dizer algo. -assenti segurando sua mão. — Eu queria saber se você quer namorar comigo. -eu ri baixo.
— Isso foi um pedido? -lambi meus lábios rindo.
— Depende, você aceitaria? -ele perguntou, mordi meus lábios. Hesitei um pouco para responder, me afastando.
— Você tá chapado. Não tá falando de verdade. -meu coração acelerou.
— Ok, eu tô chapado. Você também tá. Todos estamos! -ele pegou minha mão direita e a colocou no seu peito. — Mas eu sempre fui e sempre vou ser apaixonado por você. Você vai se divorciar e podemos ser um do outro de verdade dessa vez, como sempre quisemos. Eu até falei com as meninas sobre querer te namorar antes dessa nossa conversa outro dia.
— Você falou, foi? -perguntei, sorrindo e sentindo seu coração acertando cada batida.
Ele não estava nervoso, não estava acelerado. Ouvi dizer várias vezes que coração acelerado e "borboletas no estômago", as famosas borboletas no estômago, seriam sinais de ansiedade e ele não tinha isso comigo. Ou seja, Maybank realmente me queria e disso eu não tenho dúvidas, e cada vez mais eu tinha certeza disso.
— Eu adoraria namorar com você. Isso é um sim! -ele sorriu gigante. — MAS... Espera eu divorciar para oficializar nosso namoro e até mesmo considerar um namoro. Pode ser?
— Pode ser o que você quiser, meu amor. Eu vou fazer o pedido mais romântico que você já viu nessa face da terra. -ele levantou, pegando minha mão. Levantei. — Vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo.
— Então me faça agora! -disse e saí correndo.
Fui de encontro ao mar e me joguei nele, juntamente do meu futuro namorado. Estávamos brincando como se não houvesse o amanhã.
— Eu te amo, Aubrey.
— O que? -parei, recebendo as ondas até minha barriga fincando meus dedos do pé na areia o olhando.
— Eu te amo. Acho que nunca deixei de te amar. -sua respiração estava ofegante. Ele se aproximou me segurando para não sermos levados pela correnteza. — Não me importo se você não me ama agora, se vai me amar amanhã ou se me amou ontem. Eu te amo!
— Você me ama?
— Lembra quando perguntou quando eu percebi que eu gostava de você na nossa infância? -assenti, com os olhos marejadas. — E eu soube te responder detalhe por detalhe? Então se um dia me perguntar quando foi que eu descobri que te amava foi aqui. Olhando para mim sorrindo e tentando correr dentro da água com seus olhos verdes brilhando.
— Nossa, JJ, eu nunca ouvi coisas tão bonitas vindo de você. -segurei sua camisa molhada, sendo quase arrastada.
— Eu acho que é porque é verdadeiro o que eu sinto. Eu sempre fui fechado em relação a isso, menos com você. -ele se aproximou.
— Eu tam-
Fomos arrastados com tudo para o raso, atraindo risadas de todos e até mesmo da gente. Tossimos no raso recuperando a gargalhada, percebendo alguns arranhões que recebemos com nossas brincadeiras.
Limpei meu rosto tossindo e o selei, com a lua cheia ao fundo e a escuridão, sendo iluminados somente com a fogueira que fizemos.
— Eu também te amo, loirinho. -disse e deitei no seu peito.
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