Capítulo 5

- Nina, tem alguém querendo falar com você. - Mia fala.

- Quem é? - Pergunto.

- Bem... - Ela morde o lábio inferior.

- Quem é Mia? - Pergunto novamente.

Antes que ela responda minha pergunta, Heitor invade meu escritório.

- Sou eu querida. - Ele exibe um sorriso largo.

- O quê está fazendo aqui Heitor? - Pergunto com seriedade. - Que eu me lembre não tenho nenhuma reunião com você.

- Não posso vir ver como minha noiva está? - Ele retruca.

- Noiva? - Jogo a cabeça para trás e gargalho alto. - Decidiu virar comediante agora?

- Não vejo graça...

- Pois eu vejo. - O corto.

Sei que ele está irritado, mas ele é bom em fingir estar tranquilo.

- Mia, pegue um copo de café para mim. - Ele dá ordem para minha secretária.

Mia olha para mim com nervosismo, e parece pedir minha permissão para fazer o que ele manda.

- Faça um café para ele Mia. - Sorrio abertamente. - Se quiser cuspir dentro eu não ligo, ou talvez fazer com água da privada, qual você acha melhor?

- Sim senhora. - Ela segura o riso enquanto sai do meu escritório.

- Você é tão má. - Ele se senta em uma das cadeiras em frente minha mesa.

- Posso ser ainda mais, então pare de me importunar. - Retruco.

Faço de tudo para que ele me odeie, mas parece que todos os meus esforços são em vão. Heitor continua complicando minha vida, e isso está me deixando cada dia mais irritada.

- O que veio fazer aqui? - Pergunto. - Não tenho tempo para joguinhos.

- Já pensou sobre o que eu te falei a última vez que nos vimos?

- Sim, e a reposta continua sendo a mesma de antes. - Falo.

- Por que me rejeita Nina? - Ele pergunta.

- Quer mesmo que eu responda essa pergunta?

- Sim. - Ele confirma com a cabeça.

Coloco minhas mãos sobre a mesa, e entrelaço meus dedos enquanto o encaro olho no olho.

- Você não é o tipo de homem que desejo me casar, e isso é a única coisa que você precisa saber. - Falo.

- Mas...

- Não adianta tentar me fazer mudar de ideia, porque isso não vai acontecer. - O corto. - Então não perca seu tempo tentando, e começa correr atrás de uma mulher que esteja interessada em você.

Depois que assumi a empresa que conheci Heitor, e ele logo de cara me propôs casamento.

Heitor acha que me engana com sua pose de bom moço, mas na verdade sei que ele não é um bom homem. Ele quer se casar comigo, para poder juntar nossas empresas e ter ainda mais poder, mas isso não vai acontecer.

Ele não sabe que eu sei que ele fazia parte da mafia que meu pai comandava por trás da empresa, e agora ele faz de tudo para que eu me case com ele, para continuar cometendo crimes, e me usar para encobrir.

Eu sei que ainda existe alguns criminosos, mas pouco a pouco irei acabar com eles, de maneira alguma deixarei manchar a imagem da empresa novamente.

Se eu não tivesse alguns acionistas honestos e poderosos ao meu lado, provavelmente já teriam me expulsado, para continuarem cometendo crimes.

Por enquanto está tudo calmo, mas não sou tão inocente ao ponto de não saber que tentarão me derrubar em algum momento.

Posso até cair, mas levarei alguns comigo, e se Heitor não me deixar em paz ele será o primeiro.

- Pode entrar! - Grito quando alguém bate na porta.

- Com licença. - Mia entra no escritório.

Ela caminha com a bandeja nas mãos, e a coloca sobre a mesa. Mia pega uma xícara e me entrega, em seguida faz o mesmo com Heitor.

- Você não usou água da privada não é Mia? - Heitor pergunta.

- Não. - Ela diz apenas.

- Tem certeza?

- Sim senhor. - Ela o responde com seriedade.

Mia se agarra a bandeja e retrocede alguns passos e fica atrás do Heitor, e quando ela pisca para mim tenho certeza que ela aprontou alguma.

Heitor cheira o café, em seguida me olha e sorri de canto, e enfim dá um gole.

Mia segura o riso, e eu faço o mesmo sem ao menos saber o que ela fez com seu café.

- Está uma delícia Mia. - Ele fala.

- Obrigada.

- Pode sair agora. - Heitor manda.

- Se quer dar ordens em alguém, sugiro que volte para sua empresa. - Cruzo os braços abaixo dos seios.

- Desculpe. - Ele pede.

Heitor coloca a xícara na beirada da mesa, então Mia a pega e coloca na bandeja novamente.

- Posso ter uma conversa em particular com sua chefe? - Ele pergunta para ela.

- Claro. - Ela diz apenas.

- Pode levar Mia. - Lhe entrego a xícara que ela havia me dado.

Tenho certeza que ela fez algo nojento, e vai que por acidente ela trocou as xícaras, então por via das dúvidas é melhor não beber.

- Sim senhora. - Ela acena com a cabeça.

Mia começa a caminhar em direção a porta novamente, e depois de alguns segundos ela a fecha atrás de si.

- Fale logo o que você quer Heitor. - Digo impaciente. - Ainda tenho muito trabalho a fazer.

- Você deve saber que se nos casarmos traria muito benefício para as duas empresas.

- Eu sei, mas não vou me casar com um homem apenas para beneficiar a empresa. - Falo. - Quando eu fazer isso será por amor, então não perca seu tempo tentando me fazer mudar de ideia.

Apesar de não estar dando tanto lucro no momento, a empresa está se saindo bem. Tenho certeza que aos poucos aumentarão as vendas, então não preciso de um casamento de conveniência.

Se ao menos fosse honesto poderíamos fazer negócios juntos, mas estou tentando me livrar dos vermes da minha empresa, e não tentando trazer mais para dentro dela.

- Pense bem sobre isso Nina.

- Eu já pensei, e minha resposta continua sendo não. - Digo.

Heitor se levanta, me olha por algum tempo, e interrompe o silêncio falando:

- Vou lhe dar algum tempo para pensar melhor.

- Eu já disse que a reposta é não. - Falo. - Tanto agora como no futuro.

- Tenha um bom dia Nina. - Ele sorri abertamente.

Fico em silêncio enquanto o observo saindo do meu escritório, e se antes eu estava irritada, agora estou a ponto de explodir.

Tenho certeza que Heitor não me deixará em paz, então tenho que achar uma forma de me livrar das suas investidas.

Me levanto rápidamente, corro até a porta e a abro lentamente. Olho em volta e percebo que ele já foi embora, então chamo por Mia:

- Mia? - Cochicho.

- Sim? - Ela se levanta.

- Venha até minha sala. - Faço sinal com a mão. 

Ela caminha até mim, então dou espaço para ela entrar no escritório.

- O quê você fez com o café? - Pergunto enquanto fecho a porta.

- Talvez... só talvez eu tenha feito gargarejo com a água. - Ela assume.

- Não acredito. - Começo a gargalhar.

- Tão anti-profissional.

- Só fez o que sua chefe mandou. - Aperto seu ombro.

- Mesmo se não tivesse mandado, teria feito isso da mesma forma. - Ela cemicerra os olhos. - Aquele homem é chato demais.

- Verdade. - Suspiro alto. - Não tenho ideia de como vou me livrar dele.

- Acho que já ouvi Emília falar que suas amigas são boas em esconder cadáveres. - Ela sorri maldosa.

Falando em Emília ela não pode nem imaginar o que está acontecendo, ou acabará indo na empresa do Heitor para agredi-lo.

- Não fala nada para a Emi. - Peço.

- Por quê?

- Vou me virar sozinha. - Falo. - Não quero que ela fique se preocupando comigo.

- Ok. - Mia diz apenas.

A porta do meu escritório é aberta, e quando vejo Alex levando uma xícara a boca logo me lembro do que Mia fez.

- Não! - Mia e eu gritamos ao mesmo tempo.

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