Capítulo 36

Abro os olhos lentamente e percebo que não estou no meu quarto. Tento me levantar mas todo meu corpo dói, por isso acabo desistindo e continuo deitada.

Olho em volta e vejo que estou em um quarto de hospital, e então no mesmo instante me lembro do acidente.

Minha boca está seca, e quando olho para o lado tem um copo com água sobre o criado mudo. Tento pegá-lo sozinha pois Alex está deitado no sofá adormecido, mas acabo derrubando o copo no chão, e faz um enorme barulho.

- Merda. - Praguejo.

Alex é tão rápido que quando olho para o lado ele já está perto de mim, o que faz eu levar um susto enorme.

- Você está bem? Está com dor? Quer algo? - Ele pergunta.

- Minha cabeça dói. - Faço uma careta.

Levo a mão a testa e percebo que tem um curativo na minha testa, então Alex pergunta:

- Quer alguma coisa?

- Estou com um pouco de sede. - Passo a mão por meu pescoço.

Alex está aparentemente cansado, mas ao mesmo tempo sua feição demonstra alívio.

- Vou pegar um pouco de água.

- Obrigada. - Agradeço.

Alex corre em direção à porta do quarto, enquanto mais uma vez tento me levantar.

Mais uma vez acabo desistindo, pois parece que um carro passou por cima de mim diversas vezez.

- O que está fazendo? - Alex pergunta ao entrar no quarto.

- Quero me levantar.

- Não pode fazer esforços Nina. - Ele me repreende. - Esperasse eu chegar, então iria lhe ajudar.

- Então me ajude. - Peço.

Alex coloca o copo sobre o criado mudo, em seguida caminha até eu e me ajuda a me levantar.

- O que aconteceu? - Pergunto.

- Seu carro foi sabotado. - Ele fala.

- O quê?!

- O freio estava cortado. - Alex explica.

- Só pode ser o Anthony.

- A polícia está investigando.

- Tenho certeza que foi ele, mas o problema vai ser provar, porque tenho certeza que ele não deixou rastros. - Digo.

- A câmera do seu carro filmou tudo, mas o homem estava encapuzado. Se ele não deixou algum vestígio de que estava no local, será bem difícil provar a sua culpa.

Anthony deixou bem claro que eu iria me ferrar com ele, e do nada meu carro é sabotado? Tenho certeza que ele é o culpado, mas provar sua culpa não será nada fácil.

- Mia estava comigo. Como ela está?

- Ela está bem, teve apenas algumas escoriações. - Alex fala.

- E eu? - Sorrio fraco. - Não estou morrendo não é?

- O carro bateu na traseira do carro, então não se machucou muito. - Alex se senta na beirada da cama. - Não gosto nem de imaginar...

- Estou bem. - Passo a mão por seu rosto. - Toda dolorida, mas estou bem.

Se o carro tivesse acertado em cheio em mim, talvez eu não estaria tão bem quanto agora.

- Fiquei tão assustado quando me ligaram falando sobre o acidente, que acabei vindo para o hospital apenas de cueca.

- O quê?!

Começo a rir, mas me calo no mesmo instante.

- Eu percebi que estavam me encarando, mas não sabia o porque. Só fui me dar conta quando uma senhora apontou para minhas pernas.

- Você é louco. - Sorrio abertamente.

- Nunca mais me dê um susto desse me ouviu bem? - Alex aponta o dedo para mim.

Nem Alex ou eu podemos prometer um ao outro que nunca passarmos por isso novamente. Enquanto estivermos vivos estaremos sujeitos a acontecimentos que nem sempre são agradáveis.

- Eu só posso prometer que enquanto eu estiver viva te amarei. - Pego sua mão e aperto de leve.

- É bom mesmo. - Ele abaixa a cabeça.

Levanto sua cabeça e lhe dou um beijo no rosto, em seguida também beijo seus lábios rapidamente.

- Pare de ficar pensando no pior.

- É só...

- Estou bem aqui. - O corto.

- Eu sei, mas esse acidente serviu para me mostrar que posso te perder a qualquer momento, e eu nunca estarei prepararo para isso.

- Eu também Alex, e com toda certeza jamais estarei preparada para perder alguém que amo como qualquer outra pessoa. - Falo. - Mas devemos aproveitar enquanto estamos vivos, porque a morte não dá recados a ninguém.

Posso perder Alex ou qualquer outra pessoa que amo a qualquer momento porque essa é a vida, mas não fico perdendo meu tempo apenas pensando no pior. Aproveito enquanto tenho a chance de tê-los ao meu lado, e assim vou seguindo minha vida.

- Você tem razão. - Alex sorri fraco.

- Não fique pensando no pior ok?

- Sim senhora. - Ele beija meu rosto.

- Agora me dê a água. - Estendo a mão.

Alex se vira para o lado e pega o copo sobre o criado mudo e me entrega. Em seguida o levo até meus lábios e bebo a água como se dependesse disso para viver.

- Beba devagar Nina.

Entrego o copo para Alex que o coloca sobre o criado mudo novamente, e olho em direção à porta quando ela é aberta de repente.

- Clark? É você mesmo?

- Sim. - Ele sorri abertamente. - Como está se sentindo?

- Meu corpo dói, mas tirando isso estou bem.

Clark caminha até a cama e começa a me examinar. Olho para o lado e vejo que Alex não está nem um pouco feliz com sua proximidade.

Clark foi o médico que atendeu Alex quando as garotas o sequestrou. Apesar de ter prometido a mim mesmo ficar longe de homens acabei me encantando assim que coloquei meus olhos sobre ele.

Agi toda estranha naquele dia, e nem ao menos tentei disfarçar como estava boquiaberta com sua beleza. Esse deve ter sido um dos motivos de Alex ter se declarado para mim logo em seguida. Talvez ele ficou com medo de que eu realmente cumpriria minha promessa de ficar longe dele, e talvez se envolver com outro homem.

- Todos os exames necessários foram feitos, e todos eles provaram que você está bem. - Clark fala. - Você teve sorte Nina.

- Eu acredito mais em milagres do que sorte. - Sorrio abertamente.

- Realmente aconteceu um milagre, caso contrário seu bebê não teria sobrevivido.

- Be... bebê?! Que bebê?

- Alex não te contou? - Clark pergunta.

- Não. - Olho para Alex.

- Vou deixá-los a sós. - Clark começa a caminhar em direção à porta do quarto.

Assim que ele fecha à porta, Alex se senta na beirada da cama e pega minha mãos entre as suas.

- Por que não me falou nada sobre eu estar grávida?

- Fiquei com medo da sua reação, por isso estava tentando achar a melhor forma de te contar.

- Por que ficou com medo da minha reação Alex? - O encaro incrédula. - Não me diga que pensou que eu iria tentar me livrar do bebê...

- Óbvio que não Nina. - Ele me corta. - Mais cedo você me falou que não queria filhos, e foi por esse motivo que não sabia como lhe dar a notícia.

Eu realmente não queria filhos no momento, por achar que não estou preparada para ser mãe, e por causa de tudo o que está acontecendo na empresa.

Mas agora que sofri um acidente, e descobri que poderia ter perdido o bebê que estou esperando, me sinto forte ao ponto de enfrentar o mundo se necessário para proteger essa criança que já amo imensamente.

Com toda certeza estou assustada, mas ao mesmo tempo sinto uma repentina felicidade. Não foi nada planejado, mas já que aconteceu farei o possível para ser uma boa mãe.

- Se Anthony...

- Não irei permitir que ele chegue perto de você novamente. - Alex me corta.

- Mas...

- Você acredita em mim Nina? - Ele me corta novamente.

- Sim, eu acredito em você.

- Farei o possível para deixar você e nosso bebê em segurança, até aquele desgraçado estar atrás das grades. - Alex beija minha mão.

Agora terei que redobrar minha atenção, porque agora carrego mais uma vida em meu ventre, e por essa criança farei tudo o que for necessário para mantê-la em segurança.

- Você está feliz? - Pergunto para Alex.

- Estou. - Ele sorri lindamente. - E você Nina? Está feliz?

- Pode ter certeza que sim. - Lhe dou um rápido beijo nos lábios.

Alex me puxa para um abraço, mas logo se distância quando uma multidão invade o quarto.

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