- Espera... O que você acabou de dizer?! Acho que não entendi direito.Você... você me ama? - Ele pergunta em um sussurro.

Em um momento de loucura acabei falando demais, mas agora é tarde demais para arrependimentos.

- Sim Alex, eu te amo. - Falo novamente.

- Mas... Não me vê apenas como seu amigo? - Ele pergunta.

- Não, você que nunca percebeu meus sentimentos por você.

Eu poderia inventar algo nesse momento para desmentir o que eu disse, mas já me cansei de ser uma covarde e esconder meus sentimentos por ele.

Agora eu não me importo se serei rejeitada ou não, porque pretendo me manter longe do Alex, e talvez nesse meio tempo eu consiga esquecê-lo completamente.

- Por que nunca me disse antes? - Ele pergunta rindo.

- Por que está rindo Alex? - Pergunto. - Por acaso minha confissão é engraçada?

- Óbvio que não Nina. - Ele se senta ao meu lado. - Estou rindo porque estou feliz.

- Por que estaria feliz?

Alex pega minha mão e a leva até os lábios e a beija, em seguida me olha de uma forma diferente.

- Porque eu acabei de descobrir que meus sentimentos são retribuídos.

- O quê?!

- Eu também te amo Nina.

- Você está louco Alex? - Puxo minha mão da sua com brusquidão. - Pare de brincar com coisa séria.

- Não estou bricando. - Ele fala.

- Você só está falando isso porque precisa da minha ajuda. Não acha isso muita covardia da sua parte?

Do nada Alex diz que me ama, e justo agora que precisa de mim para se casar.

- Não disse isso porque eu preciso da sua ajuda, mas sim porque eu realmente te amo Nina.

- Eu já disse que vou me casar com você, então não precisa mentir.

- Escute o que eu estou falando droga! - Ele se levanta rapidamente. - Você pode não acreditar em mim, mas eu vou te provar que te amo.

- Se isso realmente é verdade, por quê me chantageou para eu me casar com você?

- Em momento algum eu fiz isso. - Ele fala. - Eu sei que fui um idiota por sugerir lhe dar as ações em troca da sua ajuda, mas pode ter certeza que não foi uma chantagem.

- Mesmo se eu não quiser me casar com você, me daria as ações mesmo assim?

- Pode ter certeza que sim. - Ele confirma com a cabeça.

Nesse momento não sei se posso confiar no Alex. Ele parece estar sendo sincero, mas talvez eu esteja me enganado porque uma parte de mim deseja que ele estaja falando a verdade.

Agora que eu decidi esquecê-lo, Alex diz que me ama, e isso só serve para me deixar ainda mais confusa.

- Se eu não te amasse, acha que eu iria ficar com ciúmes por te ver cercada de homens? - Ele pergunta de repente.

- Então por quê não me contou antes?

- Provavelmente eu tive o mesmo medo que você.

- Rejeição. - Falo baixinho.

- Acabei te magoando agindo como um idiota porque tive medo do que estava sentindo. - Ele se senta ao meu lado novamente. - Você sabe que eu nunca amei uma mulher, por isso fiquei com medo de aceitar o que eu estava sentindo, e acabei falando coisas cruéis para te manter longe de mim. Me perdoe por ter sido um covarde, e por ter te magoado.

- Foi por isso que começou a me ignorar enquanto se encontrava com a Pâmela? - Reviro os olhos.

- Pâmela e eu nunca tivemos nada. Ela era minha amiga na Universidade, mas acabamos nos distanciando após terminarmos a faculdade. A reencontrei faz pouco tempo, então eu propus nos casarmos, mas ela já tem namorado então rejeitou minha proposta.

Por que me sinto tão aliviada ao ouvir isso? Sua vida pessoal não é da minha conta, mas sinto um alívio enorme no peito.

- Então eu não fui sua primeira opção. - Afirmo.

- Você foi, mas eu não queria um casamento de conveniência e sim um real. Eu não tinha ideia dos seus sentimentos por mim, então não lhe disse nada por medo de ser rejeitado.

- Entendo. - Digo apenas.

- Eu estava disposto a te contar que te amo depois de nos casarmos, e então faria de tudo para te conquistar. - Ele sorri. - Mas fico feliz por não ser o único com esse sentimento.

- Você realmente está falando sério Alex?

- Eu sei que não confia em mim nesse momento, e estando no seu lugar também ficaria em dúvidas, mas pode ter certeza que nunca fui tão sincero em toda minha vida. - Ele pega minha mão novamente.

- Eu...

- Eu vou te provar que estou falando a verdade leve o tempo que precisar. - Ele me corta.

Fecho os olhos e suspiro alto, e tento pensar em uma saída para minha vida complicada.

- Não vou mentir para você, eu realmente não confio na sua palavra nesse momento.

- Eu sei que não, mas estou disposto a te provar.

- Tudo o que eu mais queria era ouvir você me dizendo que me ama, mas agora que isso aconteceu eu me sinto estranha.

Com toda certeza eu fiquei feliz quando ele disse que me ama mesmo não acreditando em Alex, mas eu estou mais confusa do que nunca.

Talvez em outro momento eu teria acreditado logo de cara, mas depois de tudo o que ele fez e me disse, não tenho total confiança em Alex.

Ele pode estar falando a verdade, mas também pode estar sendo um completo cretino e tentando me iludir apenas para conseguir o que quer.

Depois de tudo não tenho certeza se realmente o conheço tão bem quanto eu pensava, por isso fico ainda mais receosa.

- Você me daria a chance de lhe provar que estou falando a verdade Nina? - Alex pergunta.

- Me dê um tempo para pensar. - Peço.

- Lhe darei o tempo que quiser. - Ele sorri fraco.

- Obrigada. - Agradeço.

Se Alex está tão disposto a me provar que realmente me ama estou pensando em lhe dar uma oportunidade, só espero que no final das contas eu não acabe ainda mais magoada.

- Eu que tenho que agradecer por você não ter me chutado. - Ele ri baixinho.

- Era isso que eu deveria ter feito. - Semicerro os olhos. - Mas estou disposta a lhe dar uma chance.

- Sério?! - Ele se levanta rapidamente.

- Sim.

Alex pega minha mão e me ajuda a me levantar, em seguida me abraça com força.

- Você não vai se arrepender Nina.

- É o que espero Alex. - Retruco. - Será sua última chance.

- Não preciso de mais nenhuma, apenas essa será o suficiente para lhe provar que eu te amo como um louco.

Alex me levanta nos braços e começa a rodopiar, então escondo meu rosto no seu pescoço enquanto grito:

- Pare Alex!

- Eu estou feliz Nina!

Ele para depois de algum tempo, mas acaba se desequilibando e cai na cama comigo nos braços.

- Acho que estou tonto. - Ele fala enquanto ri. - Seu quarto está girando tão rápido.

- Sua sorte que caímos na cama, caso contrário você estaria morto.

Tento me levantar ainda meio tonta, então depois de algumas tentativas frustradas acabo conseguindo me sentar.

Alex se senta de frente para mim, e começa a me encarar com um lindo sorriso nos lábios.

- Pare de me encarar. - Me mexo desconfortável.

- Até com os cabelos bagunçados você continua linda. - Ele coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

- Eu sou linda de qualquer jeito. - Pisco para ele.

- Tão convencida. - Alex revira os olhos.

- Você não pode falar nada sobre i...

Sou surpreendida quando Alex me cala com um rápido beijo.

- Por que fez isso? - Pergunto.

- Porque senti vontade. - Ele dá de ombros.

- Não...

Novamente ele me cala com um beijo.

- Se fizer isso de novo vai se arrepender. - Aponto o dedo para ele.

- O que vai fazer? - Ele sorri.

Pulo sobre ele, mas como nada sai como previsto acabo acertando minha testa na sua.

- Merda. - Praguejo.

- Isso doeu. - Ele passa a mão pela testa.

- Eu ia fazer cócegas em você, mas não deu muito certo minha tentativa.

De repente Alex começa a rir e se aproxima um pouco de mim.

- O que você...

Antes que eu termine de fazer a pergunta ele começa a fazer cócegas em mim.

- Pare Alex! - Peço enquanto gargalho alto.

Ele para, em seguida se deita ao meu lado, pega minha mão e segura contra seu peito.

- É estranho e ao mesmo tempo interessante estar assim com você. - Digo ainda ofegante.

Alex vira meu rosto na direção do seu, e beija a pronta do meu nariz e meus lábios.

- Eu prometo que depois de um tempo não terá nada de estranho, e com toda certeza nosso tempo juntos será ainda mais interessante. - Ele passa o dedo pela minha bochecha. - Eu te amo Nina, e se for preciso passarei o resto da minha vida tentando te provar isso.

Talvez eu já acredite complemente, mas meu medo de me machucar esteja me deixando receosa.

- Vamos nos casar amanhã. - Ele joga a bomba do nada.