Capítulo 23
Alex
Me levanto da cama rapidamente e corro em direção a porta e a abro quando escuto alguém gritando.
Quando saio do quarto me deparo com Clark segurando Nina, então caminho até eles o mais depressa possível.
- O que aconteceu? - Pergunto preocupado.
- Me assustei com um inseto. - Nina fala.
- Por que você ainda está segurando ela? - Pergunto para Clark.
Ele sorri de canto e solta a Nina, mas ela acaba se desequilibando então Clark a segura novamente.
- Torci meu pé. - Ela faz uma careta de dor.
- Vou examiná-la.
Me aproximo dos dois e tiro a mão de Clark de cima dela, a pego no colo e começo a caminhar em direção ao meu quarto.
- O que pensa que está fazendo Alex? Me coloque no chão.
- Cale a boca nina. - Peço.
- Eu não...
- Quer ir andando? - Pergunto sério.
- Clark estava me ajudando. - Ela resmunga baixinho.
Minha vontade é de jogá-la no chão por querer mais a ajuda de um estranho do que a minha, mas é óbvio que sou cavalheiro demais para fazer isso.
Entro no quarto depois de alguns segundos com o dotorzinho atrás de nós e a coloco sobre a cama com cuidado.
- Obrigada. - Ela agradece.
Me afasto um pouco para que Clark a examine, mas fico perto o suficiente para observá-los.
- Ai. - Ela faz uma careta quando ele mexe em seu pé.
- Vai com calma, não está vendo que ela está sentindo dor? - Me irrito.
- Eu sei o que estou fazendo. - Ele diz com seriedade.
- Fique quieto Alex. - Nina pede.
Bufo alto enquanto cruzo os braços com irritação, e continuo olhando Clark examiná-la.
- Foi apenas um torção. - Ele fala depois de alguns segundos.
- Tem certeza? - Pergunto.
- Se não confia no meu diagnóstico irei chamar outro médico.
- Não será necessário. - Nina balança as mãos. - Se você disse que foi apenas um torção então foi.
O que me deixa ainda mais irritado é ver ela sorrindo tão animada para ele, e até parece que se esqueceu da dor no pé.
- Foi apenas um torção mas isso não quer dizer que não terá que ficar de repouso. - Clark diz. - Não se esforce muito ok?
- Obrigada doutor. - Nina agradece.
- Não precisa agradecer por isso. - Reviro os olhos. - Ele está fazendo o seu trabalho.
- O que deu em você Alex? - Ela me olha com irritação. - Não seja mal educado.
- Alex tem toda razão. - Clark diz enquanto sorri.
Minha vontade é de socar a cara dele para tirar esse sorriso do seu rosto.
- Não se esqueça de repousar por alguns dias. - Ele diz. - Agora preciso ir atender outros pacientes.
- Obrigada. - Nina agradece novamente. - E desculpe o mal humor do meu amigo.
- Não se preocupe. - Ele sorri novamente.
Clark começa a caminhar, então o sigo e pergunto:
- Posso sair do hospital hoje?
- Por que quer ter alta?
- Preciso cuidar da minha amiga. - Digo.
- Você está apenas em observação, então pode ir embora se quiser. - Ele fala. - Não se esqueça de tomar seus medicamentos, e se sentir algum desconforto venha para o hospital o mais rápido possível.
- Ok. - Aceno com a cabeça.
Clark me dá as costas e começa a caminhar, mas antes que eu entre no quarto e ele se vira para mim e pergunta:
- Você já disse para ela?
- Disse o quê? - Pergunto confuso.
- Que você gosta dela.
- O quê?! De onde tirou essa ideia?
- Sua amiga parece ser uma mulher incrível, então com toda certeza sempre terá homens a sua volta tentando conquistá-la. Se não quiser perdê-la para outro homem sugiro que diga como realmente se sente.
- Mas... eu...
- Pense bem no que eu disse Alex, antes que seja tarde demais.
Ela me dá as costas novamente e começa a caminhar para longe, e eu fico observando ainda em choque com o que ele acabou de dizer.
Está tão na cara que fiquei com ciúmes? Se Clark percebeu, tenho certeza que Nina também deve ter desconfiado de algo.
Acabei me distanciando dela para ter certeza sobre meus sentimentos por ela, e acabei confirmando minhas suspeitas.
Eu gosto da Nina, mas não posso dizer a ela porque não sou corajoso o suficiente, e porque tenho medo de ser chutado se disser a ela.
Parece que ela também sente o mesmo por mim, ou ela não teria ficado brava por causa da Pâmela. Ou ela está apenas com raiva por eu ter sumido por alguns dias.
Se acaso acabarmos nos envolvendo e não der certo, nossa amizade estará em risco, por isso prefiro tê-la ao meu lado como minha amiga do que não tê-la.
Mas agora até nossa amizade está abalada. Eu sei que a magoei com minhas palavras e a prova disso é que ela quer se distanciar de mim.
Eu fui cruel quando disse tanta coisa ruim, eu queria mantê-la protegida de mim, mas agora que ela decidiu se distânciar não tenho certeza se fiz a escolha certa.
Nunca senti por nenhuma mulher o que sinto por ela, então acabo ficando com medo de estar me confundindo, pois no final das contas ela seria a mais prejudicada.
Odeio me sentir dessa forma, odeio não ser corajoso o suficiente para chegar até ela e dizer como realmente me sinto, então acabei a machucando com minhas palavras.
Ao mesmo tempo que quero mantê-la longe, também a quero do meu lado, e isso só me deixa ainda mais confuso comigo mesmo.
Eu sei que meus pensamentos não condiz com minhas atitudes. Eu queria deixá-la longe de mim por um tempo, mas na primeira oportunidade disse para minha vó que estamos namorando.
Quando eu percebi o que tinha dito já era tarde demais, e eu não poderia voltar atrás.
Minha vó quer que eu me case, e a pessoa que eu desejaria realizar seu desejo seria com a Nina, mas estava procurando por algumas alternativas que não deram certo.
Pâmela era minha amiga na Universidade, e eu pedi sua ajuda, mas como ela já tem um namorado rejeitou minha proposta de casamento de conveniência.
Nina sempre foi minha primeira opção, mas com ela eu gostaria de um casamento real, e foi por esse motivo que a deixei de fora dos meus planos.
Agora preciso convencer Nina a se casar comigo, e eu já tenho uma carta na manga que irá convencê-la, mas ela me odeie ainda mais.
Se ela aceitar ser minha esposa, farei o possível para fazê-la feliz, e talvez eu consiga ter coragem o suficiente para dizer a ela como realmente me sinto.
- Sobre o que estavam falando? - Nina pergunta assim que entro no quarto.
- Clark me deu alta.
- Por quê?
- Você precisa de alguém para ajudá-la. - Lhe respondo.
- Não precisa se preocupar comigo, se preocupe com sua recuperação primeiro.
- Eu estou bem Nina. - Digo.
- Mas...
- Nada de mas. - A corto. - Vou me trocar para irmos embora.
Nina odeia receber ordens ou ser contrariada, mas nesse momento irei cuidar dela mesmo que ela me despreze ainda mais.
- Não vai se trocar no banheiro? - Ela tapa os olhos.
- Não é nada que você já não tenha visto antes. - Sorrio de canto.
Ela joga o travesseiro em mim, então o pego e caminho até a cama e me aproximo meu rosto do seu.
Nina não se mexe um centímetro sequer e me encara de frente, então coloco o travesseiro atrás dela e digo:
- Até que você é bonitinha olhando de perto.
- Não me provoque Alex. - Ela diz com a voz baixa.
- Vai fazer o quê?
- Quer levar outro tapa? - Ela me mostra a palma da mão.
- Pode me bater, mas terá que me compensar depois.
- Compensar? - Ela me olha confusa.
Faço um biquinho e o toco com meu dedo, então ela me empurra com força o que me faz quase cair de bunda no chão.
- Idiota. - Ela resmunga. - Eu disse para ficar lon...
- E se eu não quiser ficar longe Nina? - A corto.
- Vou fingir que não ouvi isso.
Eu sei que sou um covarde por dizer que o que teve entre nós foi apenas beijos e a deixei pensar que a ignorei por dias porque estava me divertindo com a Pâmela.
Eu estava disposto a ficar longe, mas parei para pensar que Clark está certo. Sempre haverá algum homem interessado nela, e uma hora ou outra Nina acabará entrando em um relacionamento, e se não for comigo? Não posso perdê-la para outro homem, então a convencerei a se casar comigo, e então lhe direi como realmente me sinto.
- Vamos embora Alex.
Ela se senta na beirada da cama e tenta se levantar, então a pego nos braços para ela não se esforçar.
- Me coloque no chão Alex. - Ela pede.
- Não.
- Alex...
- Cale a boca Nina. - A corto.
- Não calo. - Ela me mostra a língua.
- Quer que eu te faça ficar calada?
- Como seu idiota? Está com as mãos ocupadas.
Aproximo meu rosto do seu, sorrio de canto e digo:
- Minha boca está livre.
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