Capítulo 21
- Quanto tempo que não te vejo meu bem. - Amália me puxa para um abraço.
- Já tem um tempinho. - Sorrio abertamente. - Como tem passado?
- Cada dia mais velha, mas estou ótima. - Ela dá um tapinha no meu braço.
Seu sorriso morre no rosto quando ela olha para Alex séria.
- Quer matar sua avó do coração? - Ela lhe dá um tapa no traseiro.
- Estou doente e a senhora me agride?
- Você merece bem mais que apenas uns tapas. - Ela aponta o dedo para ele. - Por quê não me falou que estava no hospital? Tive que ouvir da sua secretária que estava internado.
- Não foi nada sério, então não quis preocupá-la. - Ele a puxa para um abraço.
- Garoto idiota. - Ela também o abraço.
- Se me derem licença preciso ir embora. - Interrompo os dois.
- Mas eu acabei de chegar. - Amália solta o neto e vem em minha direção.
- Tenho algumas coisas para resolver.
Alex abraça Amália por trás, da um beijo no topo dá sua cabeça e fala:
- Nina quer me abandonar enquanto estou doente vovó.
- O quê?!
- Meu médico disse que eu preciso de compainha, mas ela não quer ficar do meu lado.
- Por que Nina? - Ela pergunta para mim.
Minha vontade é de socar a cara do Alex, mas por respeito a sua vó irei me segurar nesse momento.
- Tenho certeza que você fará compainha para ele, então minha presença não será necessária. - Forço um sorriso.
- Mas e depois que a vovó ir embora? - Alex pergunta.
- É verdade. - Amália balança a cabeça. - Não posso ficar por muito tempo, então você poderia fazer compainha para o Alex até ele sair do hospital.
- Quem vai cuidar de mim depois que eu tiver alta? - Ele faz um biquinho ridículo.
Amália mima Alex ao extremo, então ela fica fazendo esse joguinho porque sabe que não me atrevo dizer não para ela.
- Poderia cuidar do Alex Nina? - Amália pergunta.
- Bem... É que...
- Está vendo vovó. - Ele aponta o dedo para mim. - Ela não quer...
- Pare de ser irritante e cale a boca Alex. - O encaro irritada.
- Viu como ela me trata vovó.
Não sei o que ele está tramando nesse momento. Eu já disse que quero manter distância, mas ele parece querer me obrigar a cuidar dele depois que sair do hospital.
- Não seja tão dura com meu neto. - Amália pede. - Ele fica ainda mais mimado quando está doente.
- Tenho certeza que a Pâmela irá amar cuidar dele. - Sorrio abertamente.
Amália olha para o neto, em seguida olha para mim e pergunta:
- Quem é Pâmela?
Alex faz sinal para eu me calar, mas o ignoro.
- Deve ser sua nova...
- Pâmela é uma amiga vovó. - Ele me corta.
- Não me diga que está namorando mulheres interesseiras de novo Alex? - Ela o pega pela orelha.
- Está doendo vovó. - Ele faz uma careta de dor.
Minha vontade é de rir, mas me controlo para não demonstrar que estou achando ótimo a puxada de orelha.
- Moleque insolente. - Amália lhe dá um tapa no braço.
- Nina só falou sobre minha amiga porque está com ciúmes. - Ele fala antes que ela lhe de outro tapa.
- Por que ela estaria com ciúmes? - Ela pergunta confusa.
- Exato Alex? - Cruzo os braços. - Por quê eu estaria com ciúmes?
Alex caminha para meu lado, coloca a mão na minha cintura e me puxa para perto de si. Tento me afastar mas ele não me libera, então acabo desistindo.
- Decidi realizar seu sonho vovó, vou me casar com a Nina. - Alex diz do nada.
- O quê?! - Olho para ele confusa. - Do quê você está falando?
- É sério? - Amália dá uns pulinhos de alegria.
- É sério. - Ele confirma com a cabeça.
- É claro que...
Antes que eu consiga dizer que é mentira, Alex cobre meus lábios com os seus e me beija.
Fico sem reação alguma no mesmo instante, então ele se distância e me olha com um sorriso largo nos lábios.
- Por que Nina parece surpresa? - Amália pergunta. - Não me diga que está mentindo Alex...
- Claro que não vovó. - Ele a corta. - Nina está supresa porque eu ainda não havia feito o pedido, mas nós estamos namorando há algum tempo.
- Por que não me disseram nada?
- Era para ser uma surpresa.
- Meus parabéns querida. - Amália me puxa para um abraço.
- Obrigada. - Essa é a única palavra que sai da minha boca.
- Estou tão feliz. - Ela bate palmas. - Achei que o idiota do meu neto não iria enxergar nunca a mulher incrível que você é, mas fico feliz por estar errada.
Amália sempre tentou me juntar com o neto, mas Alex acabou deixando bem claro que éramos apenas amigos, então ela acabou não tocando mais no assunto.
- Deveríamos dar uma festa?
- Não exagere vovó. - Ele revira os olhos.
- Tenho que contar aos meus amigos que enfim você vai se casar.
- Tenho certeza que Nina não vai querer isso. - Ele diz.
- Você não quer querida? - Ela me olha como um cachorro sem dono.
- Bem... Eu não...
- Está bem então. - Ela abaixa a cabeça triste.
Amália sabe me manipular, ela sabe que sempre acabo cedendo aos seus desejos quando ela faz essa carinha triste.
Existe um grande problema, eu não estou noiva do Alex, mas ela está tão feliz que não ouso contar a verdade nesse momento.
- Se Alex concordar...
- Você aceita? - Ela sorri feliz de novo.
- Sim. - Forço um sorriso.
Apesar de estar sorrindo quero socar a minha própria cara por ser tão estúpida. Eu deveria ter dito que era mentira quando Alex abriu a maldita boca, mas aqui estou eu concordando com uma festa de noivado apenas para deixá-la feliz, sendo que nem estou noiva na verdade.
- Tem certeza amor? - Alex pergunta.
Meu coração se acelera quando ele me chama de amor, mas logo me lembro que é apenas fingimento, e a repentina alegria vai embora.
- Tenho sim. - Digo apenas.
Ele pega minha mão, mas me solto discretamente para que Amália não veja e me distancio um pouco.
Não tenho ideia do porque Alex mentiu para ela, mas também sei que não posso culpá-lo porque também estou participando da mentira.
Sempre fui uma mulher forte e decidida, mas se tratando do Alex me torno uma estúpida sem amor próprio.
Ele já me magoou muito, e mesmo que eu diga a mim mesma que vou manter distância acabo não cumprindo com minha palavra.
Odeio me sentir tão fraca ao ponto de aceitar apenas migalhas para tê-lo ao meu lado. Tenho plena convicção que isso não é nem um pouco saudável, mas de agora em diante farei o possível e o impossível para mudar isso.
Leve o tempo que precisar irei esquecê-lo por completo, irei me colocar em primeiro lugar e irei ser feliz mesmo que passe o resto da minha vida sozinha.
Irei usar o resto de dignidade que me sobrou para mudar a forma de agir de agora em diante. Não quero perder sua amizade, mas se for necessário para que eu me livre desse sentimento de uma vez, ficarei o mais longe possível.
- Já que sua noiva irá tomar conta de você irei embora. - Amália diz olhando no relógio sobre o pulso esquerdo. - Preciso organizar uma festa.
- Por favor vovó, não seja exagerada. - Alex pede.
- Ok ok. - Ela lhe mostra a língua.
Amália beija o neto, em seguida pega minha mão e começa a me puxar em direção a porta do quarto.
- Para onde está levando a Nina? - Alex pergunta.
- Não é da sua conta. - Ela retruca.
Amália fecha a porta assim que saímos do quarto, em seguida pega minha mão novamente e diz:
- Achei que Alex estava mentindo sobre estar noivo com você apenas porque está com medo de perder a sua herança.
- Do que está falando? - Pergunto confusa.
- Mas eu pude ver que ele realmente gosta de você, a forma como ele te olha o entrega. - Ela não responde minha pergunta. - Você não tem ideia de como estou feliz.
Apenas forço um sorriso porque não sei o que dizer nesse momento.
- Faço meu neto muito feliz Nina. - Ela pede.
Ver Amália tão animada só me faz me sentir ainda mais culpada por estar enganando ela, mas não sou corajosa o suficiente para dizer que esse noivado é tudo mentira.
- Vou deixá-los a sós. - Ela sorri abertamente. - Preciso ir embora.
Aceno com a cabeça enquanto a obsevo se distanciar de mim.
- Merda. - Praguejo.
Não sei por quanto tempo fiquei parada no mesmo lugar, tentando adivinhar o porque de Alex ter dito que estamos noivos.
A única alternativa que me vem em mente, é que Alex precisa se casar para poder receber a herança dos seus pais, então ele está me usando para poder enganar sua avó e poder pegar o dinheiro.
- Então é isso. - Sorrio incrédula.
Abro a porta do quarto, e logo dou de cara com Alex de pé e com os braços cruzados.
- Nina...
Ele se cala quando lhe dou um tapa no rosto, em seguida ele leva a mão a bochecha e me olha incrédulo.
- Está louca Nina? - Ele pergunta.
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