Capítulo XXVIII
Cᥲρίtᥙᥣo 28
P.O.V de Alissa
Á passos lentos, Alissa caminhava pela margem da praia, ao passo em que a brisa fresca soprava e seu corpo acariciava. Involuntariamente, sua mente ainda a levava para horas antes, quando sem que percebesse como, entregara-se inteiramente a Ian. Ao seu esposo. Agora, mais do que nunca, aquele título pesava em sua boca e em seu ser. Embora ninguém mais o soubesse, naquela manhã... tarde, por melhor dizer, eles haviam por fim consumado seu casamento e céus! Ela ainda tentava digerir tudo. Não era algo de outro mundo, obviamente, no entanto, o facto de depois de tanto relutar, de tanto recusar, ela simplesmente a ele se ter entregue era surreal até mesmo para si própria. Ao fim ao cabo, talvez ela não fosse assim tão imune ao charme e as investidas de Ian como pensava ser.
E o pior?
Bem, talvez não fosse o pior. Mas, o que mais a intrigava era o facto de ele sequer ter precisado fazer tanto esforço para tê-la para si. Ele tivera apenas de beijá-la calmamente, acariciá-la ali, tocá-la acolá... E ela ficara total e irrevogavelmente a sua mercê.
Alissa balançou a cabeça negativamente. Ela não se iria deixar levar novamente. Ela era mais forte que qualquer que fosse o poder que ele tinha sobre ela e...
E ela sabia perfeitamente que na próxima investida que ele fizesse sobre si, ela cairia que nem um patinho. Pois agora que provara dos seus encantos, agora que estava ciente do que ele era capaz de fazer e do que ele poderia fazer consigo e com seu corpo...
Alissa sentiu seu corpo arrepiar e seu ventre contrair em antecipação.
Ela estava perdida.
Ela estava completa e indubitavelmente perdida.
O modo como sua pele formigava sob o seu toque, como sua nuca coçava sob seu olhar e seu corpo reagia ao ver a fagulha de desejo que ardia nos olhos de Ian a cada vez que a via, e principalmente, o modo como seu ventre contraía a cada vez que seus corpos colavam-se. A química entre os dois era inegável e extremamente explosiva, era como o encontro do fogo e gasolina, ou então, de Coca-Cola e Mentos.
Se Ian continuasse tão carinhoso e atencioso, se ele continuasse a observá-la com tamanha admiração e desejo, ela não seria capaz de...
Um suspiro deixara seus lábios.
Um leve coçar fizera moradia em sua nuca e sem precisar pensar em demasia, ou sequer olhar, ela sabia a razão do mesmo.
E então, Alissa virou-se para encontrar o olhar de Ian fixo em si. De algum modo, sentado em uma das poltronas confortáveis que haviam na varanda, ele encarava-a com certa incredulidade e curiosidade, o que a fizera questionar também sobre o que ele estaria a pensar que o fizera ficar tão intrigado.
Bem, não tardou até que ele voltasse a si, e quando o fizera, levantara-se da poltrona, e a passos decididos e firmes, ele descera as escadas que haviam na varada e que a praia conduziam. Não era preciso ser um génio, ou um bom adivinhador, para saber que ele seguia em sua direcção. E céus!
Ele era tão lindo.
Sua pose máscula e seus ombros largos, não em demasia é claro! Eles não eram tão largos ao ponto de destoarem com o resto de seu corpo, mas o suficiente para ajudá-lo a lidar com todo e qualquer trabalho braçal que tivesse e fazer. Seria por isso, que carregá-la era para si tão fácil? Alissa balançou a cabeça negativamente. Não devia pensar em tais coisas. Sua altura, ele era tão alto, tanto que se algum dia fosse ela a tomar a iniciativa de beijá-lo, teria de colocar-se em bicos dos pés para melhor alcançar seus lábios. Não que ela pretendesse fazê-lo, é claro. E seus cabelos... Eles era de um loiro acastanhado, que quando de encontro com os raios solares, adoptavam uma tonalidade dourada.
E ele era simplesmente tão lindo...
Ele era e seria sempre sua perdição, ela sabia daquilo e não havia muito o que pudesse fazer sobre. Bem, talvez pudesse tentar negar-se um pouco mais a aceitá-lo, contudo, isso não faria muito mais do que atrasar o que claramente estava destinado a acontecer mais cedo ou mais tarde.
- Sobre o que tanto pensas que até da varanda do quarto eu era capaz de ver as rugas de expressão que formam-se em tua testa? – Ian indagara com um sorriso.
Aquele bendito sorriso!
"Em ti!", pensou em responder, mas claro... Ela não o fizera, ao invés disso...
- Nada demais. Estava apenas a questionar-me se a Bryony já teve o bebé.
E então, ela viu o sorriso de Ian perder um pouco do seu brilho e lentamente, fechar-se. Acção esta, que fizera-a lembrar-se de quão idiota fora ela de usar tal justificativa, quando sabia que o relacionamento de Bryony com a família real havia azedado imenso.
- Tu a ressentes tanto quanto o teu pai o faz? – cautelosa, Alissa questionara.
- Sendo sincero... – começou Ian e voltou seu olhar para o ponto em que o céu e o mar encontravam-se, e naquele momento, também o sol juntava-se a eles – eu nunca a ressenti, e penso que o meu pai também não. Nós sabemos que ela fez a escolha dela, que entre o reino e o amor, ela preferiu escolher o amor, é só que... – suspirou e voltou-se para ela. – Nunca ninguém pensou que ela fosse de facto escolher o amor em detrimento do Reino.
- Vocês achavam que ela iria prender-se em um casamento sem amor com um idiota arrogante, com complexo de superioridade que acha que o mundo gira todo a sua volta como o Príncipe Gallen é. A sério?
- Espera, espera... Nós ainda estamos a falar do Gallen? Porque de algum modo, pelo sarcasmo e raiva com os quais as tuas palavras fluíram, parece que o teu objecto de conversa é alguém diferente dele.
- O quê? Bem... Não é como se o foco de conversa aqui fosse outra pessoa, mas se a carapuça serviu, não há muito que eu possa fazer sobre.
- Alissa Marie Parrik! – exclamou Ian. – Tu acabaste de chamar o teu esposo de idiota arrogante, e defini-lo como alguém com complexo de superioridade e que acha que o mundo todo gira a sua volta?!
- Uhm... Atendendo e considerando que tu transformaste uma conversa que tinha como objecto de foco outros indivíduos em algo virado para ti... Sim, diz que sim.
- Hey!
- Embora tu, a tua família e a corja toda que é a realeza não entendam e nem aceitem a escolha dela, eu percebo-a e em seu lugar teria feito excatamente o mesmo – confessou Alissa dando de ombros.
- Tu abdicarias das tuas obrigações para com o reino? Para com... a tua família?
- Eu...
- Bem, é estranho que digas que isso, quando vendo bem... Tu sacrificaste-te, e a tua ideia de casamento por amor, para salvar a honra da tua família que fora manchada por uma escolha dessa mesma pessoa que tu dizes entender e aceitar.
- Eu não me importo de ser sacrificada, se eles puderem ser felizes.
- Por favor! Tu não és assim tão altruísta, ninguém o é de verdade. Bem no fundo, tu certamente ainda deves desejar e/ou sonhar que as coisas tivessem sido diferentes e tu te tivesses casado por amor.
- Tu não sabes isso!
- Não, não o sei. Mas em minha concepção, ainda acho que a Bryony e o teu irmão foram demasiado egoístas e que só pensaram neles próprios, e no seu estupido amor igual aos dos livros que tudo supera, no entanto, esqueceram-se das casualidades que deixariam em seu caminho para o tão esperado e famigerado, Felizes para sempre. E TU... Nós! Somos a prova viva dessas casualidades!
Um silêncio constrangedor tomara conta do lugar, de tal modo que até as ondas do mar que outrora quebravam junto a margem silenciaram-se tímidas em meio a batalha de olhares que naquele momento decorria, ao passo em que Ian desafiava Alissa a provar-lhe que estava errado.
E vendo que não havia resposta a tais ditas que por mais que a doessem e ela se negasse a aceitá-las em voz alta, Alissa sabia que eram a mais pura verdade. Razão pela qual, decidira resumir-se a sua humilde insignificância e dar-lhe as costas rumando a qualquer outro lugar desde que Ian não estivesse por perto. Contudo, como o universo nem sempre parece estar do seu lado, sentiu os dedos quentes de Ian envolverem seu pulso levemente e com certa cautela, puxá-la para si de tal modo que seus corpos chocassem de leve um contra o outro.
- Eu não disse isso para que te chateasses, apenas para que entendesses que nós temos os nossos motivos para estarmos... Decepcionados, com a Bryony – calmamente, Ian explicara.
- Tu prezas mais a realeza, do que a família e o amor!
- Eu prezo a minha família sim! Eu prezo o reino! As pessoas que nele estão! Todas elas são pessoas pelas quais devo olhar e as quais considero família.
- Então estás a dizer que se em algum momento eu... Aliás, não irei falar de mim pois o nosso casamento não é algo que envolve amor, e tu certamente não pensarias duas vezes antes de escolher entre mim e o reino, mas e se a tua irmã? A Dalilah, seguisse os mesmos passos que a Bryony e escolhesse o amor ao invés do reino? O que é que tu farias?
- Não te deprecies tanto, embora o nosso casamento não tenha sido por amor, eu respeito-te e se tivesse de escolher entre ti e o reino, colocaria as coisas na balança antes de mais.
- Não sejas hipocrática, Ian. Ambos sabemos que tu prezas a tua coroa mais do que a qualquer outra coisa e/ou pessoa.
- Um momento – pediu. – Como é que de uma conversa casual sobre o que pensavas, passamos a discutir sobre o que eu prezo mais?
Um suspiro fluíra pelos lábios de Alissa.
- Nós nunca nos vamos entender se não nos conseguirmos manter imparciais com relação as crenças que criamos e que nos foram incutidas, pois ambos estamos em...
- Diferentes lados da moeda – completou Ian dando continuidade ao seu fio de pensamento.
Alissa sorriu.
- Exactamente!
- Tu és cara, e..
- Tu coroa! – completou Alissa e ambos gargalharam em razão da comparação feita.
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Olá Príncipes e Princesas!!!
Voltei!
Eu disse que voltaria! E que o faria quando menos esperassem... Rsrsrs.
Brincadeira.
No entanto, estou mesmo muito feliz por poder trazer-vos um novo capítulo, tenho estado tão ocupada nos últimos tempos que até mesmo tempo para respirar tem sido difícil encontrar. Porém, pouco a pouco, as coisas irão voltar a sua normalidade.
Agora digam-me:
O que é que acharam do capítulo???
Eu devo ter escrito e revisado esse capítulo umas vinte vezes, e não, não é a gozar... Eu estou mesmo a falar a sério! Assim sendo, espero que o mesmo esteja do vosso agrado.
O Ian e a Alissa estão unicorns and rainbows que tenho até medo do que está por vir, pergunto-me até quando as coisas continuarão de tal modo, pois vejamos... Eles mesmos já estão a perceber, que embora as suas opiniões possam divergir, eles ainda podem reverter a situação e uma discussão evitar. É como se ambos estivessem fialmente a crescer um com a ajuda do outro e isso é tão bom.
Bem, por hoje é tudo.
Até breve!
Beijos e abraços. Não se esqueçam de cuidar-se sempre e de sorrir, sorrir faz bem a saúde mental.
Atenciosamente,
Naira Tamo.
05.09.2021
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